A Chave Mestra escrita por Lady Lyra


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Achei essa fic perdida no meu HD, desde 2012 kkk Muito tempo, mas agora que achei esse tesouro eu tive que postar! Eu mesma me surpreendi quando fui lendo! kkk Ela é bem leve, me foquei mais na aventura, mas enfim, do mesmo jeito que eu adorei essa fic eu espero que vocês gostem.
Boa leitura!



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A Chave Mestra

Sonhar. Uma palavra tão pequena que pode te levar tão longe. Todo mundo tem um sonho. Pode ser fácil, ser difícil e até mesmo impossível, mas não deixa de ser um sonho. Muitas vezes ele tem um significado, especial ou não. Porém, tudo tem o seu lado negativo, inclusive os sonhos. É chamado de pesadelo, que pode desaparecer depois de acordar, ou também pode ser real.

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Lily Evans acordou naquela manhã de sábado animada, acreditando que nada daria errado. Até mesmo se o troglodita do Potter a enchesse de convites para sair não iria irritá–la. Porque o dia de hoje seria perfeito.

Sentou–se na cama e esfregou os olhos para espantar o sono. Espreguiçou–se e olhou ao redor. Suas amigas, Marlene e Alice, não estavam na cama, o que era um tanto estranho, porque numa manhã de sábado sempre dormiam até tarde. Deu de ombros, talvez elas estivessem tomando café. Tudo pode acontecer nesse mundo.

Levantou–se e foi ao banheiro e tomou um bom banho. Vestiu uma calça jeans, uma blusa branca justa e uma sapatilha. Saiu com os cabelos molhados e foi tomar café no Grande Salão. Passando pela sala comunal não havia ninguém, mas não se importou muito, ainda era cedo, oito da manhã. Quase ninguém acordava nesse horário.

Pela Torre da Grifinória ser no sétimo andar, o último, o caminho até o Grande Salão era longo. Durante o caminho, também não encontrou ninguém, o que agora era um pouco estranho. Apesar de ser cedo sempre havia gente como ela que caía da cama. Será que sou a única acordada?, pensou. Não, as meninas não estavam na cama. Estão tomando café. Completou.

Na expectativa de encontrá–las na mesa da Grifinória, acalmou–se um pouco, e caminhou mais rápido. Rapidamente chegou ao Salão, e para sua surpresa, também não havia ninguém. Nos corredores não encontrara ninguém, nem no salão, os professores também não estavam em suas mesas, o que era também muito estranho. A Prof. McGonagall sempre era vista em seu lugar. E ela não estava lá.

Mas apesar de estar vazio, ainda havia comida nas mesas. Todas intocadas. Sentou–se a mesa da Grifinória com um pouco de receio, mas quando o fez não aconteceu nada. Pegou uma torrada e passou geleia de morango e mordeu. Continuou a comer até que ouviu barulho de passos. Passos apressados, e não tardou a chegar ao Salão. Lily virou–se rapidamente com esperança de ser suas amigas, mas quando viu a figura fechou a cara. Era James Potter e ele veio correndo até ela.

— Lily! Ainda bem que te encontrei. – ele disse, arfando um pouco e apoiando–se nos joelhos, em busca de mais ar.

Lily revirou os olhos.

— É Evans, Potter. Vá procurar seus ami– foi interrompida por um James sério.

— Lily, eu não estou aqui para te irritar. Não sei se você percebeu, mas não há ninguém na escola. Não encontrei meus amigos e nem ninguém.

Lily olhou–o surpresa.

— A caminho daqui eu percebi que não havia ninguém, mas pensei que é por ser muito cedo e ninguém havia acordado ainda.

James bufou, irritado.

— Me poupe. Você acha que a Minerva não estaria ali na mesa? Ou Dumbledore? Eles sempre estão presentes no café da manhã, almoço e jantar. Chegam antes dos alunos e saem depois deles. Eu vasculhei o castelo todo e não há ninguém. Está vazio. Por enquanto somos só eu e você.

— Não é possível que não tenha ninguém nesse castelo tão grande. Qual é a pegadinha? – disse Lily irritada, pensando ser alguma brincadeira de James, mas no fundo com um pouco de receio de ser verdade. E se eles forem os únicos no castelo?

James bufou novamente. Mas apesar de estar, a desconfiança da ruiva era plausível, com tantas pegadinhas que ele seus amigos aprontaram no castelo. Então, explicou:

— Não tem nenhuma pegadinha. Eu não conseguiria sumir com todas as pessoas de uma só vez, não acha? A Minerva e o Dumbledore com certeza não cairiam numa pegadinha desse tipo, o que não é uma pegadinha.

Lily voltou a atenção ao seu prato, sua mente dizendo–lhe que era uma pegadinha, mas no fundo, talvez bem no fundo, sabia que o maroto estava dizendo a verdade. Levantou–se da mesa e então disse a ele:

— Então, se todos desapareceram, o que faremos?

— Eu não sei. Mas o que eu me pergunto é: Por que só nós dois estamos aqui? Isso é muito estranho. – disse ele, com uma expressão pensativa, colocando a mão no queixo.

— Isso é realmente estranho. – concordou Lily. – Vamos à biblioteca, talvez encontremos alguma coisa que nos ajude.

Saíram apressados do Grande Salão e rumaram às escadas, em direção ao quarto andar. Tiveram alguns probleminhas com as escadas, por conta das vezes que mudaram de lugar. Mas quando chegaram aos corredores do quarto andar, Lily estava notando mais alguma coisa diferente. Olhou em volta e prestou mais atenção, então percebeu:

— Potter! Os quadros! – disse Lily, abruptamente. James parou, ofegante pela corrida.

— O que foi? – ele disse.

— Eles estão parados! Não se mexem! – apontou Lily. – Estão como as fotografias trouxas.

— A coisa deve ser bem séria. Até os quadros foram petrificados. – disse James. – Vamos logo, quanto mais rápido chegarmos, mais rápido podemos descobrir o que aconteceu.

Saíram correndo novamente e entraram na biblioteca fazendo bastante barulho. Por conta deles, até acharam que Madame Pince apareceria, mas a biblioteca também estava vazia.

Foram em direção as estantes, mas numa das mesas que havia na biblioteca, quando passaram por ela, havia um livro em cima dela. Era vermelho–sangue, com o desenho de uma mulher de olhos fechados e com as mãos juntas como se estivesse orando. James e Lily de repente ficaram atraídos pelo livro; Isso certamente não era um bom sinal.

James chegou perto do livro. Pegou–o e teve a tentação enorme de abri–lo. Ele abriu a primeira página e então começou a ventar dentro do recinto. Largou o livro e deixou–o cair na mesa. Ele e Lily despertaram do transe e olhavam tudo abismados. Uma fumaça começou a subir, formando depois a mulher igual a da capa do livro, desta vez com os olhos abertos que revelava uma íris como a cor da capa. Seus cabelos eram negros como uma noite sem estrelas e a pele branca, contrastando com seus cabelos.

Quem são vocês? – perguntou ela.

— Hã... Eu sou James e esta é a Lily. – disse James apontando para si e depois para Lily.

James Potter e Lily Evans.... Eu estava esperando por vocês. Meu nome é Sirena. Sou a Guardiã da Chave Mestra.

— Como assim nos esperando? E como sabe nossos sobrenomes se eu não disse? E que diabos é a essa tal Chave Mestra? – perguntou James, quase se atropelando nas palavras. Isso era muito estranho.

Vá com calma, rapaz. Tudo a seu tempo. Para vocês terem chegado até aqui é porque cabe a vocês a realizar uma tarefa: Encontrar a Chave Mestra. Mas, para encontrá–la, devem mostrar seu valor, e também enfrentar a si mesmos e aos seus sentimentos. Vocês voltarão assim que terminarem.

— Como assim voltaremos? Mas estamos em Hogwarts! Apesar de estar um pouco vazia... – disse Lily.

Vocês não estão em Hogwarts. Essa é uma dimensão paralela, que pode se tornar qualquer lugar. Seus lugares são em Hogwarts. Então a dimensão transformou–se nela.

— Ah.. Deixa eu ver se eu entendi, devemos encontrar a Chave Mestra para retornar a nossa escola, é isso? – perguntou James e Sirena assentiu. – Mas que tipo de missão é essa? Que desafios teremos de enfrentar? E eu estou desconfiado que essa Chave Mestra não é nada parecida a uma chave...

Acertou. A Chave Mestra não é uma chave como vocês conhecem. Ela só se revelará no momento certo.

— E qual será o momento certo? – perguntou Lily.

Quando o momento chegar, ela se revelará. Quanto aos desafios, vocês terão que descobrir. Agora minha tarefa aqui terminou. Eu sugiro que vocês se apressem.

Com essa última instrução, ela se transformou em fumaça e voltou ao livro, que desapareceu.

— Aff! Eu não acredito, ela nos deixou aqui sem nenhuma instrução? E agora, o que faremos? – esbravejou Lily. – Não nos disse nem por onde começar! Nenhuma pista!

James caminhou para fora da biblioteca junto com a garota resmungando. Quando abriram a porta da biblioteca, eles levaram um susto. O castelo parecia ainda mais abandonado. Teias de aranha estavam em todo o lugar, as janelas envelhecidas e as estátuas dos corredores enferrujadas. As paredes também estavam em um aspecto envelhecido e muito escuras. O ar também ficou mais denso, tornando o castelo mais sombrio. Olharam para a janela e se assustaram: já era noite. Como pode, sendo que haviam acabado de acordar?

Lily agarrou ainda mais o braço de James, que nem se importou devido sua surpresa diante do que estava presenciando. Eles continuaram o caminho, sem saber aonde ir. Estava tudo silencioso, até que ouvirem passos. Eles estavam sozinhos no castelo, e com essa tal missão, talvez ouvir passos não era uma coisa boa.

James virou–se para trás e desejou não ter feito isso. Um enorme lobo vinha correndo até eles, Lily virou–se também e se assustou. O lobo não parecia tão bonzinho.

— Lily, corre! – disse James, então a puxou pela mão, e começou a correr. James puxou a varinha do bolso.

— Ei, lobão! Estupefaça! – James lançou o feitiço estuporante, mas de nada adiantou. O feitiço rebateu e voltou em direção a James, que desviou por pouco. Foi lançando vários outros feitiços, porém nenhum fez efeito. Será que ele era imune a magia?

— Droga! Os feitiços não funcionam! – disse James. Já estavam nas escadas, ele tinha uma ideia, mas era longe demais, porém podia ser a única chance.

— Potter! – gritou Lily. – Para onde estamos indo?

— Já estamos chegando... – ofegou James.

Estava lançando feitiços nos demais objetos que apareciam, para tentar atrasar o lobo ou tentar imobilizá–lo. Já estavam no sétimo andar, e James teria que ser rápido. James apontou para as estátuas e as fez irem em direção ao lobo, atrasando–o e dando vantagem para James e Lily.

James correu ainda puxando Lily pela mão, e então parou. Ele passou na frente da parede três vezes, e a ruiva percebeu o que ele estava fazendo: Um refúgio para a Sala Precisa. A porta começou a se formar, e ouviram o lobo uivar e correr, já estava perto. James entrou na Sala Precisa junto com Lily, fechando a porta justo quando o lobo alcançou–os. Os dois escorregaram pela parede, ofegantes pela corrida, sem dizer nada.

Lily fechou os olhos e colocou a mão nos ouvidos. Isso não está acontecendo, é tudo mentira, dizia para si mesma. Mas sabia que era verdade. Pelo menos James estava com ela. E, de alguma forma, se sentia um pouco mais segura enquanto ele estava por perto.

— Uma corrida e tanto, não? – perguntou James, depois de um tempo, já com a respiração normalizada.

— Pode crer. – respondeu Lily. – Nós conseguimos algum tempo, mas aposto que o lobo ainda está lá fora, esperando pela gente. Nós precisamos de um plano, se não nunca conseguiremos “voltar”.

— Tem razão. – concordou James. – Mas essa mulher não nos deu nenhuma dica... Como podemos sair daqui?

Lily não respondeu. Ficou olhando para o chão, abraçando os joelhos. Nunca na sua vida imaginou–se junto com James, em uma conversa civilizada. Desde o primeiro ano ele sempre irritou–a, fazendo pegadinhas, sempre chamando–a para sair. Agindo como uma criança, ela o tratava como criança. Mas agora, mais do que nunca, ele parecia mais maduro do que aparentava. Muitas vezes, sob pressão, precisamos amadurecer se quisermos sobreviver, pensou ela.

Lily não sabia o que sentir. É claro, não estava amando–o de paixão, mas esse James era novo. Nunca conhecera esse James. Às vezes era bom mudar.

— Terra chamando Lily Evans... Você está aí?

— O quê? – perguntou ela desnorteada. Ficou perdida em pensamentos que nem notou James chamando–a.

— O que você estava pensando? Estava tão distraída que nem percebeu que eu estava te chamando. – assim que James perguntou, Lily corou. Estava pensando em James o tempo todo! Ah, se ele soubesse disso não iria deixá–la em paz...

— Ah.. Er... Hã... – ela se atropelou nas palavras. – Nada não, e–eu só estava pensando... Sala legal que você pensou, hein? – Que mentira, nem tinha notado onde entrara.

— É mesmo? – perguntou James, agora sorrindo maroto, o sorriso que Lily detestava. Opa tem alguma coisa aí, pensou. Observou melhor o aposento e caiu dura. Era um quarto com uma cama de casal no centro, iluminado a luz de velas. Bem que ela estava notando a sala pouco iluminada.

O rosto de Lily ferveu quando viu.

— Safado! Numa hora daquelas só você pra pensar num... num.. num quarto de motel! – ela disse. Retiro todas as palavras que disse sobre ele ser maduro, pensou. Ora, é claro que ele se aproveitaria da situação dessas! Se levantou e ficou num canto do quarto, o mais afastada possível dele.

— Lily, espera! Não é isso o que...

— Me poupe, Potter. Eu achei que você havia crescido. Mas, no fundo, é só um moleque atrevido. Aposto que é o mesmo quarto que você vem com todas. E é Evans, Potter!

— Agora você me ofende. Eu não saio com ninguém há um ano. Será que você ainda não percebeu? – disse James.

— Percebi o quê? – perguntou Lily rispidamente.

— Que eu amo você.

Lily olhou–o com descrença, mas logo mudou de expressão quando viu a dele. Não havia sorriso maroto, ou um olhar safado. Pela primeira vez, ela sentiu... sentiu que o sentimento dele era verdadeiro.

— Sei que você não sente o mesmo. Mas eu queria que você acreditasse em mim. – disse James e então virou de costas para ela. – Eu vou deixar você um pouco sozinha se quiser. – dizendo isso, ele se afastou.

Lily estreitou os olhos. Queria acreditar que era pegadinha, tudo, menos que era verdadeiro... Porque se fosse, o que ela faria? Desde o terceiro ano ele a irritava chamando–a para sair, dizendo que a amava, mas nessa época os dois sabiam que era brincadeira e que ele só queria um troféu.  Os sentimentos dele mudaram e ela não percebeu porque não queria que fosse verdade.

James estava num canto afastado do quarto, sentado no chão e escorando as costas na parede. Os olhos estavam fechados. Se não fosse a situação, ela acreditaria que ele estava tentando relaxar um pouco... Mas essa não era uma situação para relaxar. Principalmente com um lobo lá fora, esperando por sua presa. Ou melhor, suas presas.

Nessa situação, eles não deveriam ficar afastados... O certo era se unir e não ficar chateados um com o outro. Lily suspirou e se levantou.

James escutou os passos de Lily em sua direção e abriu os olhos. Em sua expressão ele não via raiva. A expressão estava suave. Ela sentou–se ao seu lado e ficou em silêncio por um minuto, talvez tomando coragem ao que ia dizer.

— James. – ela chamou. Ele se virou para a garota, surpreso por não tê–lo chamado por seu sobrenome. – Acho que essa não é a melhor hora para nos afastarmos, não acha? – ela apontou a porta com a cabeça e ele entendeu. Ela estendeu a mão para ele e ele apertou–a.

Assim que apertaram as mãos, houve um clarão tão forte que os dois bruxos fecharam os olhos e desviaram para não ficarem cegos. Então, a luz cessou e eles olharam. Flutuando, bem próxima a eles, havia uma espada. James olhou para ela hipnotizado, e Lily não estava entendendo. Ele levantou–se e caminhou até ela. Assim que tocou, James saiu do “transe” e sentiu um formigamento na mão e também ouviu uma voz na sua cabeça, igual a da mulher do livro:

Parabéns em sua primeira conquista. Use–a com sabedoria.

James ficou confuso, mas logo entendeu a mensagem. Olhou para Lily.

— Acho que já sei como enfrentar o lobo.

— O quê? Você vai enfrentá–lo com uma espada? – disse a ruiva, incrédula.

— É para isso que a espada veio. Para enfrentar o lobo. Lily, fique aqui. – disse James sério, e foi em direção a porta, mas sentiu a amiga segurá–lo pelo braço.

— Você não vai sozinho. Eu posso não gostar muito da ideia, mas nós somos uma equipe, não somos? – Lily sorriu e James ficou feliz em vê–la sorrir.

James saiu com a espada em punho. Assim que pisasse fora da sala esperava que o lobo já atacasse, mas nada aconteceu. Lily estava atrás dele e então de repente sentiu ser envolvida por grandes patas. Patas?

Lily virou–se e viu o enorme lobo sorrindo sombriamente. James ouviu o grito da jovem e virou–se, dando de cara com o lobo. Ficou pálido quando viu que ele estava segurando-a.

— Solta ela! – gritou James, levantando a espada.

— Ou quê? Vai me ferir com essa espada? Não me faça rir. – disse o lobo. Lily se assustou ainda mais quando ouviu a voz do lobo.

— O quê? Lobos não falam! – disse James surpreso.

— Claro que falo. Não estamos mais na sua dimensão, ou esqueceu? Talvez tenha esquecido. – riu o lobo. – Sabe, eu gostei da sua amiguinha. Para completar sua missão deve passar por mim. Eu posso deixá–lo passar facilmente... Se me entregar a garota. – disse o lobo.

Lily ficou estática. Entregá–la ao lobo? Próxima etapa?

— O quê? Nunca! – James ficou furioso. Nunca deixaria Lily sozinha.

— Pense bem... Você pode sair daqui o mais rápido possível e encontrar seus amigos... Não seria ótimo? – disse o lobo. Ele fez um movimento com a outra pata e mostrou imagens dos marotos, todos juntos. Até as meninas estavam lá, Alice e Marlene, se divertindo numa praia, uns jogando água no outro. James estava hipnotizado pela cena, e estava quase largando a espada.

Quase.

Uma voz em sua cabeça estava tentando alertá–lo.

Não! Você não pode fazer isso!

Mas esses são meus amigos...

Você não está se esquecendo de nada? Não está sentindo falta de alguém?

Mas aí estão todos os meus amigos... Como pode estar faltando alguém?

James fechou os olhos. Não conseguia se lembrar... Quanto mais tentava, menos conseguia. Aqueles eram seus amigos, todos reunidos se divertindo.

Mas então um rosto apareceu... Um rosto desconhecido, não conseguia lembrar–se dele. Era uma mulher, pela voz. Estava gritando... Parecia estar com problemas.

James... Socorro! Me ajude!

Ele abriu os olhos. Seus olhos mostravam desprezo para o lobo. Como ele podia fazer isso? Controlar seus sentimentos? Ele estava furioso!

— EU NUNCA VOU ENTREGÁ–LA A VOCÊ! VOCÊ É DESPREZÍVEL... QUASE ME FEZ PERDER ALGUÉM MUITO IMPORTANTE PARA MIM! NÃO VOU TE PERDOAR!

James estava fora de si. Correu em direção ao lobo, que arregalou os olhos, surpreso. Ninguém saía de sua hipnose! Ficou tão surpreso que largou Lily, e ela correu para o mais longe possível dele.

James pulou em cima do lobo e cravou a espada em suas costas. O lobo imediatamente virou pó. Lily fechou os olhos, estava com medo. James estava impressionado consigo mesmo. Se o que o lobo disse era verdade, ainda teria que enfrentar a próxima etapa. Largou a espada no chão e correu até Lily.

— Você está bem? Ele te machucou? – ele perguntou baixinho.

— James! – ela o abraçou. – Eu estou bem, ele não me machucou. Mas e você... Está bem? Ele estava fazendo hipnose com você, não é?

— Estou bem. Sim, e ele quase conseguiu me fazer desistir. – James estava sério.

— Mas o que ele te mostrou?

— Me mostrou os marotos, Marlene, Alice... E eu estava lá, me divertindo com eles. Mas você não estava lá. É isso o que ele queria me fazer desistir. E eu não iria fazer isso. – disse James, e ele sorriu para ela.

Lily não disse nada. Ficou vermelha com seu sorriso, achara–o lindo. Apesar da situação, ela gostou o que ele havia feito. Agora, ela acreditou em suas palavras.

— Eu acredito em você. – ela disse. – Nos seus sentimentos. Obrigada.

James sorriu e não disse nada, apenas abraçou–a e ela correspondeu. Ficaram assim por uns segundos e logo se separaram. James pegou a espada do chão.

— Mas e agora, o que faremos? – perguntou Lily.

— Acho que tenho uma ideia... – respondeu James.

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— A sala do Dumbledore? Por quê? – perguntou Lily, confusa, ao chegar em frente a estátua de gárgula que dava a entrada para a sala do diretor.

— Na verdade, nem eu mesmo sei. Apenas sinto que aqui é onde devemos estar.

— Pode ser, mas para entrar precisamos da senha, ô inteligência suprema! – Lily disse e revirou os olhos.

— Ah, mas é fácil descobrir a senha do Dumbledore. É só inventar nomes de doces! – disse James, sorrindo como uma criança que recebeu presente de natal.

— Ai, Senhor... – Lily bateu a mão na testa.

Depois...

— Ok, não é assim tão fácil descobrir a senha do Dumbledore. – disse James, depois de gritar um monte de nomes esquisitos.

Lily pigarreou.

— Gárgulas galopantes – a gárgula que guardava a entrada da sala do diretor começou a se mover e uma escada apareceu. James olhou–a incrédulo.

— O quê? Você sabia o tempo todo e não disse? – Lily começou a rir.

— Desculpe... Não resisti. Até que estava legal você ficar inventando nomes aí.

— Tá bom... Só te perdoo porque foi até legal também... – Lily riu ainda mais, e então começaram a subir as escadas e logo chegaram à porta da sala, que por uma incrível força do destino, estava aberta.

Entraram na sala, mas não notaram nada anormal. Quer dizer, como o resto do castelo, também parecia um pouco velha, como se ninguém a usasse havia anos. Estava muito silencioso.

A voz da mulher soou pelo aposento novamente.

Vocês terminaram sua missão. Eu os parabenizo, e com isso, entrego–lhes a Chave Mestra.

Uma pequena luz surgiu em cima da mesa do diretor e então revelou ser uma taça em forma de fênix. James e Lily ficaram hipnotizados.

Quando vocês a tocarem, voltarão ao seu mundo. E lembrem–se: Tudo o que viveram aqui foi real. Não se esqueçam disso.

E a mulher foi embora. Lily e James se olharam por um instante, e então se deram as mãos e andaram em direção à taça.

Tudo ficou preto.

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Lily ouvia muitas vozes chamando–a. Marlene e Alice. Percebeu que estava com os olhos fechados, e também estava com muito medo de abri–los e perceber que não havia acontecido nada.

Mas, por incrível que pareça, sua mão ainda estava agarrada à outra. O que a fez encher–se de coragem e então abriu os olhos.

No primeiro momento, não conseguia enxergar nada. Apenas rostos embaçados. Então a visão foi clareando e então conseguiu distinguir os rostos de suas amigas e dos Marotos, todos com olhares preocupados. Olhou ao seu lado e viu James, também acordando, e sorriu.

— Lily! James! Quase nos mataram do coração! – dizia Marlene, aliviada, abraçando a amiga.

— Lene! Alice! – gritou Lily, feliz. Havia finalmente voltado. – Mas, o que aconteceu?

— Vocês realmente não lembram? – perguntou Sirius, que estava ao lado de James. – Estávamos em Hogsmeade, e então os Comensais da Morte apareceram e mandaram um feitiço em vocês dois, que ficaram desacordados por dois dias. Pensávamos que haviam morrido, mas ainda estavam respirando e então trouxemos vocês pra enfermaria.

— Mas, então... – balbuciou James, tentado a contar sobre “a viagem”, mas Lily interrompeu–o com um olhar que dizia “não”. – Ficamos desacordados por dois dias? Merlin! – disse James, consertando.

— Sim. Ficamos preocupados com vocês. O feitiço iria em direção da Lily, mas você se pôs na frente e os dois acabaram levando. Você apertou a mão dela com tanta força que não conseguimos desgrudar, nem com um feitiço. – disse Remus.

— Mas que barulheira é essa?! – ouviram uma voz conhecida por todos. Era Madame Pomfrey. – Fora, todos vocês! Eles acordaram, mas precisam de descanso. Fora! – disse a enfermeira enxotando todos do aposento.

— Depois a gente vem visitar vocês! – disse Marlene numa última tentativa, antes da porta se fechar.

Madame Pomfrey voltou e olhou James e Lily seriamente.

— Vocês tiveram sorte de não morrerem. Então, sugiro que fiquem aqui e descansem. Passarão a noite em observação e conforme for, poderão ir embora.

Então, ela se afastou e foi para o final da enfermaria, virando a esquerda que dava para um quartinho.

James e Lily se olharam mais uma vez.

— O que foi exatamente isso que aconteceu? Um sonho? Pesadelo? – perguntou James sussurrando para a ruiva.

— Sei lá. Parece pesadelo e foi tão real... Mas no fim das contas, não foi tão ruim assim... Você realmente sente o que me disse nessa... aventura? Seja ela real ou não...

— Mas é claro! Nem em sonhos eu mentiria pra você! – disse James tentando passar sua confiança para ela.

A garota ficou pensando por alguns minutos.

— Sim. – disse Lily, de repente.

— O quê? – perguntou James confuso.

— Eu aceito sair com você no próximo passeio a Hogsmeade.

James abriu um sorriso de orelha a orelha. Ela havia dito sim! Ela acreditou que tudo fora real e suas palavras também.

— Obrigado por essa chance, Lily. Não vou desperdiçar.

— É melhor mesmo. – ela disse, então se aproximaram mais e James deu um beijo na testa dela. Era melhor não arriscar, não é?

FIM

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui! Espero que tenham gostado ♥



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