Era verão em 1993 em uma cidade pequena, mais concentrada no campo, uma jovem caminhava próxima a uma árvore, algo a fazia se sentir feliz ali, embaixo do céu que derramava luz e próximas das pétalas das flores que murchavam

— Por que a brisa soa tão agradável aqui? – Pensou Lucy Collins

A jovem sempre que se aproximava da árvore,sentia-se calma, ela deixava seus pensamentos em paz

    - Você literalmente,mora aqui Lucy. Sabia que te encontraria aqui – Disse a irmã da jovem, Cherry Collins

— Eu apenas gosto. Gosto de observar o céu, os pássaros, as pétalas, sinto que há algo de especial nesta árvore que faz tudo isso se tornar parte do meu mundo – Disse Lucy

— Eu não entendo você, como diabos uma árvore velha vai fazer você se sentir bem? – Perguntou Cherry

— Você pode não enxergar mas eu enxergo Cherry – Disse Lucy

— Bla,bla,bla. Mas mudando de assunto, a mãe está chamando você

— Há algo de errado? – Perguntou Lucy

— Eu não sei, ela não me disse nada – Disse Cherry

Lucy pegou seus livros e correu em direção a sua casa deixando Cherry para trás

— O que tem de tão especial nessa árvore? Será que ela está usando alguma droga? – Perguntou-se Cherry olhando para a árvore

Lucy correndo sem prestar atenção trombou fortemente com um jovem que também corria,derrubando seus livros e caindo no chão

— Desculpe – Disseram os dois

A jovem Lucy se levantou ás pressas, o jovem parecia estar assustado, mas ambos dois ajoelharam-se para pegar os livros quando acidentalmente suas mão se tocaram, o jovem retirou a mão na hora

— Obrigada – Disse a jovem virando-se para voltar a correr

                                                                                    ***

 - O que? – Disse Lucy

— Eu sei que isto é repentino mas é o melhor a se fazer – Disse a Sra.Collin, mãe de ambas irmãs

— Mas como eu e Cherry ficaremos? Como? – Perguntou Lucy

— Você logo completará 18 anos, eu sei que você é responsável e madura o suficiente para dar conta de tudo

— Eu entendo que é o melhor para você mãe, mas como Cherry irá reagir? – Perguntou Lucy

— É melhor que ela não fique sabendo, não por enquanto

— Então é assim, Lucy é a prioridade da casa, é sempre ela que deveria se responsabilizar de tudo,certo? A trouxa da Cherry é só uma idiota de 16 anos e um mês que não poderia entender que sua mãe está doente e vai se tratar em outra cidade – Disse Cherry entrando na casa

Sra Collins começou a chorar no mesmo momento e Lucy calmamente pegou a mão de Cherry e a puxou para fora da casa

— Por favor, não seja assim. A mãe não está em boas condições para as suas gracinhas – Disse Lucy

— As minhas gracinhas? Eu só queria entender o por que ela queria esconder aquilo de mim, o que ela pensa ? Que eu simplesmente vou dizer para ela morrer aqui e não se tratar? – Gritou Cherry

— Por que ela sabia que você reagiria assim – Disse Lucy

Cherry virou as costas para a irmã

— Quero ficar sozinha – Disse Cherry e logo após correu

A jovem Lucy tentou impedir a irmã de fugir mas sem sucesso voltou para casa

— Cherry está bem mãe, ela só ficou um pouco chateada por querer esconder isso dela – Disse Lucy

— Se ela está assim é por minha culpa – Disse Sra Collins começando a se estapear

—Mãe para, isso não é culpa sua. – Disse Lucy

A jovem levou a mãe para descansar e logo após começou a chorar temendo do que poderia acontecer

                                                                                    ***

Sorrateiramente, um jovem abria a porta sem fazer nenhum ruído, a luz de fora iluminava o lugar escuro, aquele era o lugar que ele chamava de lar.

— Layton – Disse uma voz grossa – Onde estava?

— Em lugar nenhum, apenas sai tomar um ar – Respondeu o jovem

O homem se aproximou e socou o jovem

— Então é assim? Enquanto suas notas estão no fundo do poço você apenas sai para respirar sem a mínima consideração? – Gritou

— Pai calma, é verão – Disse o jovem as lágrimas

— Não me chama de pai – Disse o homem dando outro soco

— Não faça isso pelo amor de Deus – Disse uma garota correndo para impedir

— Joy querida por que não está no seu quarto? - Disse o homem

No mesmo momento o jovem foi para seu quarto, não havia nada de feliz em sua expressão. O jovem fechou a porta levemente, se encolheu encostado a porta

— Quando minha vida vai mudar?

                                                                                    ***

Lucy P.O.V

Estava voltando de um mercado a uns dez minutos da minha casa, com algumas sacolas na mão, quando senti algo na minha cabeça

— O que é isso? Vai chover? – Falei

Os pingos de chuva começaram a apertar, e eu corri para uma loja da esquina onde havia uma cobertura por cima

— Não trouxe nem um guarda chuva – Falei tentando me enxugar

 Notei que mais alguém havia correndo para a minha direção, e parecia ser um garoto

— Você também não tem um guarda chuva? – Perguntei – Essa chuva veio do nada, os noticiários não falaram nada sobre ela

— Pois é, é nesses momentos em que a gen...

O garoto olho para mim e era exatamente o mesmo garoto que trombou comigo no dia anterior

— Nossa que coincidência, você de novo – Falei sorrindo

— Bota coincidência – Disse ele sorrindo timidamente

— Como é o seu nome? – Perguntei

— Layton Hill, mas pode me chamar de Lay se quiser – Disse ele

— Legal, meu nome é Lucy Collins e moro a dez minutos daqui – Falei

A chuva começou a ficar começou a aumentar

— Acho que vamos ficar um bom tempo aqui – Falei me sentando colocando as sacolas ao meu redor

Ele se sentou também e ficamos em silêncio por alguns segundos

— Talvez seja melhor eu ir – Disse ele

— Hm? Nessa chuva? Não acha melhor esperar deixar ela ficar mais fraca?

— Bem, ela está mais leve do que naquela hora, então da pra ir – Ele disse

— Entendi, foi legal conhecer você – Falei sorrindo

Lay olhou para algum lugar

— Espere um pouco – Disse ele correndo para a chuva

A chuva caia com densidade, eu podia ver nela tudo o que mais doía em mim, minha mãe está doente, minha irmã com certos problemas emocionais... eu estou com muito medo do que pode acontecer

— Mãe... eu espero que você fique boa logo – Falei derramando lágrimas

O garoto corria de volta para a minha direção e todo molhado estendeu um guarda chuva

— ...

— Pode pegar – Disse ele

Continua...