A Story escrita por Iuajen


Capítulo 2
História, o conhecimento das seis fases de mudança


Notas iniciais do capítulo

Kijin finalmente entende o motivo de todos estarem dizendo que ela mudou, segundo Patchouli, há cinco partes durante esses três anos que a mudou aos poucos. E a sexta? Qual será a sexta parte dessa mudança?



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"E novamente estou aqui." *Penso dando um sorriso e olhando para aquela bibliotecaria de cabelo roxo que veio correndo em minha direção com um sorriso e um livro em suas mãos.*

— Como vai Patchy? *Digo com um sorriso, a olhando maldosamente.*

— Kijin! Quanto tempo, pensei que não viria mais. *A garota diz com um muxoxo descontente.* - Kijin! Kijin! Eu fiz uma lista de livros que você poderia gostar, a pila tem exatos, três mil quatrocentos e vinte um, então eu separei por assunto, quantidade de páginas e estilo do autor para você! *Patchouli parecia estar realmente animada com minha presença ali, e já havia puxado minha mão para me levar para uma das cadeiras.*

— Não Patchy. *Digo dando uma risada.* - Hoje eu vim conversar com você. *E então a garota virou para mim e me olhou com aqueles olhos de quem acabara de adquirir uma nova informação.* - Não precisa me olhar desse jeito. *Digo rindo, porque já acostumara com o poder dela.* - Apesar de ser uma conversa séria, são algumas dúvidas, e quem melhor do que a garota que sabe de tudo para me respondê-las? *Digo dando passando a mão no cabelo da garota e fazendo um cafuné.*

— Eu não sei de tudo, apenas sei o que sei. *Ela diz com um grande sorriso para mim.* - E claro, Kijin, no que eu puder lhe ajudar, eu ajudarei. *E então ela nos leva em direção as mesinhas do segundo andar.*

— Só por curiosidade mesmo, por que a biblioteca sempre está vazia? Eu nunca vi ninguém entrar aqui, além de mim. *Pergunto curiosa e dando um olhar malvado para ela.* - É porque ninguém gosta de você?

— Na verdade sim. *Ela responde para mim com um sorriso.* - Sempre que vem alguém eu estou dormindo ou lendo em algum dos andares. Ou eu observo de longe e ignoro a pessoa, eles chegam aqui, dão uma olhada e ficam com medo. E eu que sou a dona do lugar que eles fogem, muito provavelmente sou odiada. *Mas ela não parecia se importar com isso, na verdade o que ela acabara de dizer, é que ela não faz seu trabalho direito.*

— Então basicamente você não faz seu trabalho direito, e culpa os outros de não gostarem de você, como essa biblioteca se mantém aberta? *Pergunto com uma risada para a garota.*

— A biblioteca é particular, é minha propriedade, eu apenas deixo aberto para quem quiser entrar. *Ela responde e enquanto andamos abordamos alguns assuntos aleátorios, normalmente comigo tentando achar algo para importunar a garota e falhando miseravelmente, até chegarmos nas mesas.*

— Bem, o que eu tenho para te falar, é que estão comentando que eu mudei bastante em comparação ao passado. *Então parei de falar e olhei para ela, esperando sua reação.*

— Tá. E? *Ela pergunta olhando para mim como se esperasse alguma coisa a mais e a informação que eu dera não fora suficiente.*

— Bem é isso. *Digo dando uma olhada para baixo sem perceber, mas logo encaro aqueles olhos roxos novamente.* - Eu quero saber se eu realmente mudei.

*Então ela olhou para o teto com um rosto de descaso.* - É claro que você mudou. *Então ela deu um peteleco, e eu revidei, e ela soltou o ~Mukyun caindo para trás, porque meu peteleco foi aumentado com o poder da gravidade.* - Passou três anos e meio desde que você entrou na Sabertooth, é o normal, principalmente para você. 

— Como assim? Principalmente para mim? Eu estou mais sucetível a mudar do que os outros? *Pergunto a olhando, por realmente não entender o que estava se passando comigo mesma e porque eu estava tão aflita ultimamente.*

— Primeiro. *Diz a garota levantando o indicador.* - Você viveu quatorze anos da sua vida na rua, sofrendo, passando dificuldades, e teve um grande choque emocional com Vangar que a fez mudar sua essência, não seus princípios, mas sua essência. Você passou de alguém que não confiava em terminantemente ninguém para alguém que encontrou alguém em confiar. *Ela diz assentindo com a cabeça como se o que ela falasse fosse indubitavelmente correto.*

— Tá... isso até eu já sei... mas se fosse assim, era para eu me sentir aflita desde a mudança, já faz três anos e meio desde então. *Digo a ela, a olhando com interesse.*

*Ela levantou o segundo dedo.* - Segundo. Durante o ano que passou, você conviveu majoritariamente com as pessoas da sua guilda, sem casa, sem nada, você foi obrigada a viver no local. Isso por si só não lhe mudaria, mas ainda nesse ano, você matou uma maga das trevas e isso provavelmente fez a diferença, mesmo que você não tenha percebido.

— Hã? Como, na minha infância e você sabe, eu me livrava de corpos, os carregando, já matei quando fui mandada, fui torturada, dopada e drogada, não há como uma mortezinha dessas ter me afetado assim, do jeito que fala. *Digo um pouco impaciente, porque aquilo na verdade era uma certeza, não havia como a morte dela ter algum efeito em mim.*

— Você matou pela primeira vez, após entrar na ST, na frente das pessoas que convivia, mas não só isso, você a torturou até a morte. *Ela diz com os dois dedos levantados.* - Realmente você não se importou com isso na hora e nem depois. Mas você ainda tem o boneco guardado e nós duas sabemos o motivo.

— Sim, como troféu, era a minha primeira missão grandiosa, e eu consegui matar a garota que era mais forte que a gente, é claro que eu guardaria uma coisa assim. *Digo para ela, dessa vez em um tom confiante e arrogante.*

*Então ela abriu um pequeno sorriso.* - Troféus remetem a feitos passados não? Você não insiste que você não liga para eles? Para que mantém um então?

*Um silêncio desabou no local, eu não tendo resposta para aquilo no momento continuei a ouvindo.*

— Terceiro. *Disse ela levantando o terceiro dedo da mão.* - Você conviveu ainda mais, e mesmo que fraco, mesmo que você diga apenas pela sua diversão, laços foram formados, sua essência que agora lhe transformou em alguém leal a Vangar, fez tudo o que podia para proteger os membros da guilda que Vangar uma vez participou, você podia não gostar deles, podia se sentir diferente, e ter prazer em importunar Akisha, Vallet e Sean por eles serem os mais próximos a você, mas eu tenho certeza que você não nega, que você salvaria eles. E ainda assim, eu soube das poucas vezes em que você ajudou Vallet e Akisha, e ainda brigou com Sean, pensando em seu futuro.

*Continuei a ouvindo com interesse, porque até ali, ela realmente não havia errado, era como se um espelho tivesse falando comigo, e jogando na minha cara as coisas que eu não mostrava a ninguém.*

— E então os três morreram. Todos os três. *Ela continuou com uma cara que agora se mostrava triste, muito triste, prestes a chorar.* - Uma falha. Você, arrogante demais para aceitar ser afetada e acostumada com corpos, os fez parte do passado, mas a falha não é algo que fica no passado, ele te incorpora, ele faz parte do seu presente e futuro, a falha se tornou parte de você e ela te consome por dentro, mas você é forte demais para sucumbir a isso, é como tudo que ela consumia fosse regenarado quase que automaticamente, então ela estava lá, mas na verdade não era um problema para você, mas ainda assim, considerada uma mudança.

*Ela falava com uma certeza tão absoluta, que eu só podia ouvi-la, não é como se eu tivesse argumentos, eu não me entendia no momento, e estava confusa e ela estava sendo exatamente o que eu precisava, sendo direta e clara, mesmo sem entender, ou saber se era isso, eu estava aceitando.*

*Então ela levantou um quarto dedo.* - Novas pessoas, Kori e Yato, e talvez essa parte seja a mais importante, porque além dos dois nascem três inimigos. Isaac, Caim e Diane, os causadores da morte dos três membros da guilda, mas você que não leva culpa e consequentemente não pensa em vingança, apenas os considerava inimigos porque no presente eles eram ameaças a você. Não de sua vida, porque sim, você é forte, como posso dizer, você era uma má combinação com eles por sua magia. Eles eram uma ameaça aos seus princípios, você falhara uma vez por causa deles, e se eles causassem outra falha? Você iria regenerar tão rápido quanto estava?

*Ela me perguntou, mas não era realmente dirigida a mim, era mais como uma forma de mostrar a mim que assim como eu ela sabia a resposta.* "Sim. Eu iria regenerar tão rápido quanto antes. Porém ia mudar ainda mais. Mas e Tammy, porque você a pulou? Se eu mudei tanto como fala, ela com certeza teria grande influência sobre mim."

— Assim como você deve ter pensado, sua resposta foi sim e que isso lhe mudaria ainda mais. *Diz ela com um sorriso, me olhando com aqueles olhos profundos, porém humanos, normais.* - É claro, não podemos deixar Tammy passar não é. *Ela me olha como se soubesse o que eu pensava, era tão engraçado que eu não pude deixar de rir.*

— Você não deixa nada escapar não é? É como se eu fosse um grande livro aberto, que você leu, mas gosta de ficar folheando para ver os detalhes que talvez deixara escapar. *Digo com uma risada, um pouco irritada que a garota podia ver tão bem dentro de mim e eu mesma não conseguia.*

— Sim, mas você é um livro enorme e interessante, eu sempre tenho que atualizar a leitura. *Ela responde com outra risada e mantém o sorriso.* - Mas ainda assim eu não esperava que você viesse falar comigo, como disse... eu sei o que sei.

*Como eu não respondi e apenas sorri, me colocando em uma posição mais confortável na cadeira ela continuou.*

— Tammy, vem depois dos três porque ela foi a que menos te mudou, assim como Saber. Há uma diferença, você era honesta com eles, você apenas adicionou dois contadores a pessoas que você confia, não há mudança drástica nisso, a não ser a mudança de números. Porém Tammy diferente de Saber, é humana, e não uma humana qualquer, uma humana que estava passando exatamente o que você passou e era uma garota mais velha do que você era e ao contrário de você, ela poderia ficar eternamente traumatizada, tendo já experimentado por muito tempo o que família realmente significa, o choque da quebra seria muito maior nela do que em você, e você pensando nisso, decidiu ajudá-la, e não só isso, você automaticamente se abriu a ela, para que ela não se tornasse alguém ainda mais deturpada do que você acredita ser.

*Quando ela terminou essa explicação, ela pegou seu chá e tomou por inteiro, provavelmente porque a boca estava seca de tanto explicar.* "Isso eu também sabia... eu a protegi de um destino pior que o meu. Porque tendo Vangar como mentor e salvador, minha essência não permitiria que eu deixasse algo assim acontecer. Então, não é como se eu realmente tivesse mudado."

— Parece que você está entendendo. *Ela disse como um sorriso.* - Mas voltando aos três da Grimoire Heart e os dois novos membros da ST. Com Isaac foi o mesmo que a garota, você viu alguém tão obviamente confuso, tão obviamente derturpado que não pensou duas vezes em poupar sua vida, apesar da surra que deu nele, sua desculpa foi para que ele vivesse com esse medo no coração, mas sabemos que é mentira, pelo menos para Isaac, você até aceitou seu pedido para que ele não fosse mais humilhado, coisa que você jamais teria feito normalmente para uma pessoa verdadeiramente ruim, ou para qualquer um que você seja indiferente.

*Ela coloca mais chá e toma, a conversa estava tomando um rumo muito longo nessa quarta parte, mas continuei a olhando com interesse.*

— Caim era a personificação do mal. Mas mesmo assim, mesmo vendo a tortura que ele fazia com o urso, isso não lhe afetou, porque você não se importava nem com o urso, nem com a dor que ele poderia proporcionar a qualquer um que não estivesse na sua esfera de convivência. Logo, logo eu irei lhe explicar isso. *Ela disse, quando eu fiz menção a perguntar sobre Kayles e Roxanna.* - Diane por outro lado, não era e nem foi nada para você. Era mais uma qualquer que estava ali, sua menção apenas vale ser lembrada que graças a você ter mudado Isaac, ele mudou Diane.

*Dou uma risada junto com ela, quase ao mesmo tempo, porque aquilo eu nem precisava pensar muito, ou debater internamente, era apenas verdadeiro.*

— Kori que é muito parecida com Vallet, fez você instintivamente querer protegê-la, você não se importa com o passado, mas não é como se ele tivesse deixado de existir, a existência de Kori para você é a personificação da falha, da sua falha, não uma forma de mostrar redenção, não é como se você sentisse necessidade disso, é uma forma de lhe mostrar que sua falha irá lhe acompanhar agora em diante e era seu dever protege-la, porque além de seu princípio de Vangar de proteger os membros, você se sentia ameaçada a perder o que você chama de essência, com ela morrendo, você temia, você sentiu medo, bem provavelmente a primeira vez desde que você saiu de casa que você sentiu medo, e era um sentimento tão inusitado que você não lembrou dele e é claro nem se deu o trabalho de lembrar, já que isso pertencia ao passado, mas agora dentro de você havia o medo. E todos sabemos como ele é, ele aumenta tudo que há de ruim, inclusive sua falha. O que nos leva então a Yato, sua traição e morte, outro membro que você não gostava e que não iria medir esforços para salvá-lo, até sua traição e a morte nas mãos de Ethel.

*Então ela deu uma pausa novamente, dando um suspiro, tomando chá e mordendo um biscoito, escorando o cotovelo na mesa e a cabeça em sua mão e me olhando com interesse. Eu apenas piscava e olhava para ela, esperando ela continuar.*

— Você gostou, que eu sei de ver um traidor morrendo pelas mãos de seu mestre, por outro lado, isso feriu sua essência novamente, um membro da guilda em que Vangar havia participado estava morto novamente e dessa vez pelas mãos de Ethel, uma pessoa que segundo Vangar podia ser rude, grosso, esquentado mas era justo e bom. Mas você que sabia que Vangar jamais teria matado o rapaz, culpou Ethel, você sabia que a responsabilidade das mortes não era sua, mas ali estava um homem certo para arcar com essa responsabilidade, e você o confrontou depois, decidida a fazer a guilda ficar de acordo com seus princípios e valores, os valores de Vangar. E isso termina a explicação da quarta parte, isso lhe mudou porque agora havia sentimentos do passado em você, raiva, ódio, medo, sentimentos que você se dedicou tanto a prendê-los, voltaram e com o medo como potencializador agora seu interior estava uma confusão tão grande, a mudança era tal que você confusa com tudo aquilo, sem saber o que fazer ou o que deixar de fazer para voltar ao seu eu passado, achou que ignorando tudo, continuando a ser como sempre, aquilo ia acabar desaparecendo de sua cabeça, e eu tenho que lhe parabenizar. Uma garota com tudo isso na cabeça, vencendo o medo, e tudo aparecendo novamente com tanta força e você ainda foi capaz de aguentar, jogar no passado e deixá-los dentro de você como uma bomba que parecia que explodir, mas que ao mesmo tempo nunca vai.

*Dou uma grande risada dessa vez, porque eu jamais havia me sentido cheia disso antes do ano que passou, dessa vez eu poderia refutar toda essa fala sem sentido.*

— Não. Eu não senti nada nisso, não me senti confusa, muito menos com raiva, medo e ódio. Apesar de eu não saber o motivo da minha ligação com a Kori, eu sei que não tem nada haver com a Vallet, são pessoas completamente diferentes.

*Patchouli deu uma risada, como se esperasse o momento que eu me rebelasse, mas o que ela disse a seguir me surpreendeu.*

— Viu... novamente... eu não sabia que você iria se revoltar a minha dedução dessa forma, depois de aceitar tudo tão pacatamente, somente me olhando. Mas essa é a minha opinião. É o que eu acho, e sem querer ser desrespeitosa, mas é para isso que você veio aqui não é? *Ela disse com um grande sorriso.* - Estou lhe dando uma hipotese, você mesmo disse que não sabe e eu estou dando um motivo. E eu acredito cem porcento que estou certa, de outra forma eu não apresentaria a você dessa forma.

— Continuando.... não... espere... está na hora de eu te explicar. *E abaixando os outros três dedos deixando só o indicador levantado.* - A primeira parte, você mudou a essência do seu ser, a segunda parte, você adicionou a convivência com outras pessoas por um bom tempo, algo que você jamais havia experimentado, a terceira parte foi o acréscimo da falham e a quarta parte e mais complexa foi a volta de sentimentos que há muito tempo você não experimentava. E por último temos a quinta parte.

*Ela disse, enquanto parava e tomava mais chá, eu havia reparado agora, que ela não estava lendo um livro, o que era realmente estranho e mais estranho ainda era eu não ter percebido isso ainda.*

— E qual é? *Pergunto em um tom um pouco mais agressivo dessa vez, porque o resumo das mudanças por partes havia me feito ficar um pouco irritada, uma vez que dessa vez ela disse como se fosse algo simples, como se eu fosse uma garota do primário aprendendo a somar.*

*Ela deu uma risada observando meu comportamento.*

— Desculpe... desculpe Kijin. Essa parte com certeza vai ser a mais difícil para você aceitar, e você vai negar de tal forma, ela está ligada a quarta, mas eu senti que deveria colocar como a quinta parte, então por favor, não me bata, não me mate e niguém grite na biblioteca. Promete? Se prometer eu te conto.

*Dou uma encarada na garota a minha frente e a avalio, um pouco apreensiva do que poderia esperar, já que até ela estava com medo da minha reação, e ela me conhecia melhor que eu.*

— Tá eu prometo. E isso deve bastar não é? Você sabe que eu cumpro minhas promessas. *Digo com uma risada para a garota.*

— Tudo bem então. *Ela diz levantando a mão aberta, representando o número cinco.* - Houve pelo que fiquei sabendo a morte de Isaac, o genderbender e tudo mais, bem recentemente mesmo. Você que estava feliz por si mesmo, pois havia conseguido fazer com alguém o que Vangar havia feito com você. Era como se finalmente algo realmente desse certo, como uma confirmação que sua essência estava certa, e isso eu acredito que ambas concordamos que está certo. Mas havia mais ai, do que isso, algo muito maior do que seu ego, sua essência e seus objetivos. *Então a garota me olhou com um rosto, daqueles que esperam que a pessoa chegue na resposta sozinha, inclinou a cabeça para a direita ainda me olhando.* - Você sabe o que é Kijin? *Ela pergunta para mim com um sorriso.*

*Então, eu a olhei, e percebi que era realmente uma pergunta e não uma retórica, onde ela iria me dar a resposta depois e comecei a pensar. 
"O que no mundo é mais forte que minha determinação a seguir minha ideologia, mais forte que minha confiança em mim mesmo e a vontade de seguir minhas meus objetivos?" *O coração batia forte como se ele já soubesse a resposta, meu rosto foi ficando vermelho, num acalorado escarlate, e eu me senti quente, mais quente do que jamais havia me sentido, mas ainda assim, eu não sabia o que era.*

— A resposta é o que o meu corpo está tentando me dizer com isso?

*Pergunto um pouco confusa.* - Porque o que tá acontecendo agora parece ser o que eu venho sentindo durante um ano desde a ilha, só que bem mais forte. *Pergunto voltando ao normal.*

— Imagine o que Roxanna, Kayles e Kori iriam falar se descobrissem uma informação dessa. *Ela diz com um sorriso e eu já estava começando a ficar estressada, indo em direção a ela e agarrando pelo colete quando...*

— Isso é amor Kijin. Você estava apaixonada pelo Isaac. E graças a isso, quando sua irmã chegou, você não sentiu inveja da vida rica que ela teve, você quer protegê-la porque aprendeu a amar, e você a ama, foi instinto, foi como se você tivesse recebido o sentimento, sabia o que significava, sabe o que é, mas não ligou a informação ao que sentia, é por isso que você está assim desde um ano atrás, você se apaixonou por Isaac e ele morreu. Depois sua irmã chegou e você ama ela de tal forma que isso cresceu em você, você basicamente se tornou bem mais emotiva e consequentemente mais consciente do que as pessoas sentem porque instintivamente você agora sente o que elas sentem. Ah e eu esqueci de mencionar, você tá com cíumes da Kori.

*O choque me prendeu ali, a olhando, o rosto agora havia tomado a cor de pimenta literalmente. O calor que emanava era tal que talvez até mesmo Kori iria se sentir confortável perto dela e os olhos pareciam distantes, como se estivesse olhando para dentro e visse uma miniatura de si mesmo em cima do cérebro dando um grito interminável de negação, então eu usei a magia para jogar livros na garota e comecei a falar em uma voz robótica parecida com o que a garota usava quando citava informações.*

— Não sou eu que estou te batendo. São os livros. Eles tão te batendo, porque odeiam você. Os livros te odeiam. É. Os livros...

*Então faço uma montanha de livros cair sobre ela, fazendo-a gritar novamente um ~Mukyun de susto e ficando lá em baixo gritando por ajuda.*

"Então era isso... Era óbvio, tão óbvio que eu não podia negar. Eu sabia a definição de estar apaixonada, havia lido e Vangar havia me passado. Mas... mas... como eu poderia saber se o conhecimento não vinha com a própria emoção? É por isso que eu estou assim..." *Penso enquanto faço a vasta quantidade de livros irem para outro lugar com o espaço.*

— Você não pode mais dizer que o passado não te afeta. A partir de hoje, porque foi hoje que você descobriu, e eu posso afirmar que se não tivesse descoberto o passado ainda não iria importar para você. *Diz ela se levantando, como se já esperasse ser soterrada por livros.* - Ah... eu mereci. *Ela disse levantando uma mão e o indicador da outra.* - E esta agora será a sua sexta mudança, um novo capítulo nesse livro enorme com tantas páginas para serem preenchidas e lidas por mim.

*Ela disse com um sorriso, mas eu não pude retribuir, ainda estava em choque, ainda estava com um olhar vidrado, vendo dois mundos distintos, como se eu não pertencesse a nenhum deles, mas uma pergunta me trouxe a eles novamente.*

— Ciúmes? Da Kori? Como assim?

*A mudança de assunto repentina, talvez fosse uma fuga para que eu não pensasse muito nessa coisa de que estava apaixonada. Apaixonada por Isaac? Meu pensamento foi até ele, até o momento que ele me agradeceu nos meus braços enquanto eu gritava de desespero e eu senti uma imensa tristesa preencher todo o meu corpo, a me fazer quase desabar ali mesmo, mas ainda assim sem chorar.*

— Incrível. *Patchouli me olhava com aqueles olhos novamente, olhos humanos, olhos com cor, olhos que me perfuravam e podiam me ler, mas assim como das outra vezes eu notei uma admiração, que beirava a idolatria.* - Eu sei que eu já disse, mas... você é forte. Você é muito forte. *Ela disse com uma risada para mim e abriu um sorriso.* - Seu ciúmes da Kori é algo mais simples de ser explicado, você não a ama, mas como eu disse anteriormente, você acha que ela é a personificação de sua falha e que a existência dela deve ser defendida porque você tem medo em mudar a sua essência, agora que a falha faz parte de você. Você sente que Kori ficando muito perto de Albert, ele está roubando a resposabilidade de protegê-la, de você, e obviamente você não confia nem nele e nem em ninguém para carregar o peso da responsabilidade que você mesma colocou em suas costas. Por isso o ciúmes, você não acha ele capaz de proteger ela e sabe também que ela prefere muito mais ele do que você ao lado dela.

*Ela disse isso tudo, se sentou na mesa e continuou a tomar o chá, como se finalmente a explicação, aquilo tudo havia terminado.*

— Instintivamente, quando você se sentiu apaixonada, você quis que sentissem dessa forma por você também. *Diz ela com uma daquelas risadinhas.* - Mas conscientemente você não sabia o que isso significava e somente seu insconsciente procurava desesperadamente alguém para te amar, e quem melhor do que seu inconsciente considerava uma parte de si mesmo personificada? É como dizem, primeiro ame a si mesmo para então amar os outros.

— Mas isso não significa que eu amo a Kori? *Pergunto novamente só como reflexo, a cabeça estava já cansada, e apenas soltava perguntas.* 

— Não. *Diz ela com outro sorriso.* - A Kori não é a personificação de sua falha, você apenas acha que é, na verdade você ama a si mesmo como você é. Mas como eu disse essa é a sexta mudança, agora que você conscientemente sabe que consegue amar, seu inconsciente vai continuar se amando e seu consciente vai desesperadamente, fugir. *Ela deu uma risada e me fez cafuné se alongando pela mesa.* - Quando você se apaixonar por alguém agora, você vai perceber e você vai negar com tanta força, vai tentar lhe enganar, vai tentar fugir para o mais longe possível, vai gritar, espernear sozinha, mas no fim, por amar você mesmo mais do que qualquer um, vai aceitar. E quando isso acontecer você vai dizer a pessoa.

*Patchouli terminou a frase, fingindo fechar um livro invísivel em suas mãos e entregando a mim que agora, estava realmente sem palavras, para responder, minha cabeça estava tão cheia, meu rosto tão vermelho, meu corpo tão quente que meu eu do passado iria apenas achar que era alguma doença, então, eu apenas abaixei a cabeça e murmurei um:*

— Obrigada pelo seu tempo. *Digo indo me teleportando dali, porém, antes de me teleportar, ouvi a garota gritando algo sobre explicar sobre Kayles e Roxanna, mas apenas ouvi algo relacionado a tal esfera de convivência e algo relacionado a amizade, mas eu não estava interessada mais, eu só queria sair dali o mais rápido possível e com um aceno de tchau e uma tentativa mal sucedida de sorrir, porque minha boca não obedeceu o comando e voltando para a Sabertooth, onde sem dizer nada a Saber que estava ali no Hall da guilda parado, subi as escadas o carregando nos braços, o deitei na cama, na cama atrás dele, agarrei seu dorso e enfunei meu rosto eu seus pelos.*

— Saber. Eu me apaixonei.

*Ali, somente com ele, eu pude deixar minhas lágrimas saírem sem vergonha, Tammy não iria entender e não conseguiria me consolar, Remilia provavelmente iria me abraçar e dar uns tapinhas nas costas me perguntando o que aconteceu. Mas Saber, apenas ficou ali, em silêncio, se permitindo ser abraçado por uma garota que chorava e era exatamente daquilo que eu precisava no momento, e sem dizer mais nada, apenas adormeci.*


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