Haru No Ai escrita por shaisai
Notas iniciais do capítulo
Nesse capítulo, pela primeira vez, teremos outro personagem narrando alguns trechos. Mas não se preocupe, vocês saberão quem está narrando a história pois, como eu disse anteriormente, quando a personagem narradora não for a Aika, seu nome estará entre colchetes -> [Nome da personagem] <-
Espero que vocês gostem do capítulo, boa leitura!
As ruas já estavam bem escuras enquanto cruzávamos os quarteirões de distância entre a estação do bairro e minha casa. O vento fresco do outono brincava com meu cabelo e balançava meu vestido.
— Ichinose-kun, eu entendo que você seja extremamente gentil, mas realmente não precisava fazer isso. Sério. Em retribuição, vou te comprar um ótimo doce.
— Não precisa, Yoshihara.
— Bem, de qualquer forma, obrigada. Você não quer entrar um pouco? – perguntei procurando a chave de casa.
— Não precisa, vou esperar até que você entre e depois eu irei embora.
Comecei a procurar na bolsa com mais atenção. Com certeza a chave está no bolsinho ao lado do meu celular. Não? Então está no bolso de fora. Nada? Droga...
— O que foi?
— Eu tô sem a chave! Desculpa... Vou ligar para o nii-chan...
O telefone tocou por uma eternidade até que eu ouvisse o barulho de telefone atendido:
— Nii-chan! Graças a Deus! Eu...
— Yo, aqui é o Kousuke. Não posso atender agora, então deixe uma mensagem.
Droga, ele deve ter desligado o celular no karaokê.
— Nii-chan, eu esqueci a chave de casa, atende logo, tá? E...
Ichinose pegou o celular da minha mão e disse:
— Senpai, tá ficando frio, então eu vou levar a Aika para a minha casa, de manhã eu vou trazê-la de volta, certo? Tchau.
Ele devolveu o celular, pegou minha mão e começou a andar:
— Ei, espera, eu não quero ir à sua casa. Eu vou esperar aqui...
— Qual é? Você vai ficar congelando aqui? Vai demorar para o senpai voltar.
— Mas... Seus pais...
— Eles foram viajar essa semana e só voltam na quinta, não tem problema.
TEM PROBLEMA SIM! Meu Deus, tem problema!
— Yoshihara Aika – me assustei quando ele disse meu nome inteiro – olha para mim, você acha que eu faria alguma coisa com você?
ACHO! Sim, acho, acho, acho, acho.
— Tá, vamos logo – respondi.
~
Caminhamos de volta para a estação e chegamos junto com o trem que ia para o bairro do Ichinose. Entramos em um vagão completamente vazio, até porque já passava das onze e meia da noite. Era quase assustador. Sentamos em um lugar aparentemente confortável e Ichinose disse que a viagem demoraria alguns minutos, mas que a estação era próxima da sua casa.
~
[Ichinose Yusuke]
Tínhamos acabado de sentar num banco dentro do trem quando senti um peso no meu ombro. Quando olhei para o lado, vi a Yoshihara dormindo. Como é possível? Há alguns segundos ela estava toda desconfiada e agora já estava dormindo em cima do meu ombro. Essa garota, sinceramente... Estávamos chegando na estação do meu bairro e fui acordá-la.
— Ei, Yoshihara, acorda... Já chegamos. – disse, balançando seu ombro de leve.
— Humm...? – ela estava quase babando, mas ficava com uma expressão fofa quando dormia.
— Yoshihara, acorda. Daqui a pouco o trem vai parar.
— Yu...
Fala sério, que sono pesado! Ela não ia gostar disso quando soubesse, mas eu iria carregá-la, senão perderíamos a parada.
— Vamos, moça.
Segurei seus ombros e pus um braço na parte de trás de seus joelhos e a levantei. Ela não é tão pesada e minha casa fica bem perto, então tudo bem. Andei os poucos quarteirões de distância e cheguei em casa, só foi difícil abrir a porta sem machucar a garota, mas deu tudo certo. Resolvi deixá-la dormir no meu quarto, eu podia dormir no dos meus pais. Mas, quando fui colocá-la na cama, ela passou os braços ao redor do meu pescoço e murmurou alguma coisa.
— Yoshihara?
Quando chamei sei nome ela apertou ainda mais forte e eu não conseguia me soltar, mas isso nem foi preciso porque ela acordou assim que eu a chamei de novo.
— Hmmm? – murmurou uma sonolenta Yoshihara. Nesse momento, eu realmente entendi o motivo de tantas confissões, ela realmente era linda. - O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO!?
Certo. Quando foi que eu virei o culpado dessa história?
— Calma. Você dormiu no trem e eu te trouxe até aqui – respondi enquanto ela se afastava.
— Por que não me acordou? – que fofa, ela estava ficando completamente vermelha, mas, mesmo que eu diga isso, tenho certeza de que meu rosto também estava quente.
— Mas eu te chamei várias vezes! – mais vermelha ainda.
Antes que ela tivesse um curto ou algo do gênero, eu lhe entreguei uma toalha e sugeri que ela fosse tomar uma ducha.
— Eu levo um pijama para você daqui a pouco, vou deixar em cima de um banquinho em frente à porta, tá?
— T-tá.
~
O QUE RAIOS ACONTECEU AQUI? Certo, se acalme, Aika, calma. Tá, por que... POR QUE RAIOS EU ACORDEI NOS BRAÇOS DAQUELE CARA? E POR QUE EU ESTAVA ABRAÇANDO ELE? Certo, calma. Respira. Tirei minhas roupas, dobrei-as e entrei no chuveiro. Já era bem tarde, mas resolvi molhar o cabelo para me acalmar. Me enrolei na toalha e, quando abri a porta, havia um banco com pijama e escova. Me troquei e fui procurar o Yusuke.
— Ichinose-kun? – cadê esse garoto? – Ichinose-kun?
— O que foi? – ouvi sua voz vinda de algum cômodo.
— Ahn, aonde você tá?
— Tô no meu quarto, mas não entra, porque estou trocando de roupa.
— C-certo.
Por que eu estou ficando toda vermelha de novo? Em alguns poucos segundos o Yusuke abriu a porta e se encostou no batente arrumando a camiseta enquanto seu cabelo desarrumado balançava um pouco.
— Ichinose-kun? Sua camiseta está do avesso...
— Hum? Ah! É verdade – disse ele sorrindo. Então ele começou a tirar a roupa na minha frente!
— AAH! POR QUE VOCÊ TÁ FAZENDO ISSO??
— Pra arrumar minha roupa...
— Faça isso no seu quarto! Não tire a roupa na minha frente!
Ele começou a rir e voltou a fechar a porta. E reapareceu logo em seguida.
— Pronto. Então, por que você tava me chamando?
— Eu só queria agradecer por me deixar ficar aqui essa noite. Mas você tem certeza de que está tudo bem?
— Está tudo bem, Yoshihara. Amanhã acordamos cedo pra você ir pra casa, certo? Não quero que o senpai fique preocupado.
— C-certo. Mm... Ichinose-kun, onde eu vou dormir? - esse assunto estava martelando na minha cabeça desde que ele me chamou para ir à sua casa.
— Você pode ficar no meu quarto, eu vou para o quarto dos meus pais. - ele respondeu. No quarto dele!?
— Ah, no seu quarto? Tem certeza?
— sim, quer dizer, na verdade se você preferir, pode dormir lá - acho que eu estava com uma cara estranha porque ele completou logo em seguida - Sozinha, eu digo.
— Você não prefere que eu durma na sala e você no seu quarto?
— Não, é melhor que você durma aqui no quarto, acho que é mais confortável. Bem, boa noite. - ele disse andando para o outro lado do corredor.
— Boa noite.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaram desse capítulo? Espero que sim! E entenderam direitinho esse negócio de mudança de narrador? Por favor, se vocês acharam confuso ou algo do tipo, comentem para que eu possa melhorar isso. Obrigada por acompanhar!