Drysteyn escrita por Elbereth


Capítulo 5
Drysteyn Capitulo 2 parte 2


Notas iniciais do capítulo

Bem demorado, mas finalmente consegui postar o capitulo. Boa leitura!



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Capítulo 2 parte 2

Andamos e atravessamos vários corredores para chegar aos dormitórios, Kylle não falou nada a não ser perguntar se estávamos chegando, eu também não disse nada.

— Chegamos! – afirmo – Obrigada por me acompanhar até aqui.

Me viro para entrar, mas ele me segura.

— Derza, o que tenho fazer para você me desculpar pelas coisas que eu disse a você?

Meu sangue ferve e me viro.

— Muito mais do que me acompanhar até o quarto, aliás, pra que você quer meu perdão? Eu sei que isso não faz diferença pra você. Você é um daqueles garotos que não se importam com os sentimentos dos outros e pisam neles como se fossem baratas. Mais se você quer realmente saber pode começar me deixando em paz, já irá ajudar bastante.

Ele me olha incrédulo.

— Eu sei que não é assim Derza, por baixo desta casca grossa existe uma garota doce e gentil. Por que se esconde?

— Por que se importa?

— Eu gosto de você – Aquilo me atinge em cheio, toda minha raiva se transforma em algo que me deixa vulnerável até o mais leve sopro do vento – Eu sempre gostei... – sussurra ele.

Eu cambaleio para traz e ele se aproxima me envolvendo em seus braços, tento escapar mais estou entre a parede e ele.

— Derza... – ele sussurra.

Então acontece, ele me pressiona contra a parede e me beija tão suave e ao mesmo tempo intenso, sinto gosto de sal em minha boca, mas é porque estou chorando. Imediatamente Kylle se afasta alguns centímetros.

— Por que você está fazendo isso comigo? – sussurro.

— Eu te amo Derza, você nunca pensou que alguém pudesse se apaixonar por você?

— Sim, mas não você.

— Mais eu estou, eu só penso em você o tempo todo.

Eu o empurro pra longe, destranco a porta e entro logo em seguida trancando-a novamente. Me sinto muito idiota fugindo de alguém assim, mas não quero ser usada e depois descartada. A única coisa que faço é chorar como uma idiota, liberando todas as lágrimas que estão escondidas dentro de mim.

 

Por uma semana fiquei dentro do meu quarto sem sair ou deixar alguém entrar até mesmo Shayla, escutei várias vezes ela dizendo que precisava conversar comigo e que queria me ver. Nesse tempo conversava com meu Dimon que ainda era um ovo, dizendo a ele tudo o que eu sentia e algumas coisas que vivi, até mencionem meus sonhos. De algum modo me sentia aliviada em contar para alguém o que eu estava sentindo, eu sentia que meu Dimon realmente estava me escutando.

Na segunda semana deixei Haicha entrar mais só para me trazer comida, água e livros, muitos livros, que segundo ela podiam me acalmar. Contei para ela que estava de luto por meu pai, minha mãe, e Kassandra; perguntei a ela por que Kassandra morreu e desta vez ela me contou uma história diferente:
— Quando seus pais foram mortos Kassandra fugiu com você, quem matou seu pai e sua mãe foram os anjos renegados. Kassandra sempre recebia informações de mim quando os anjos estavam se aproximando de vocês, por isso vocês nunca tiveram um lugar fixo para morar; mais um dia eu não consegui rastrear os anjos então fui até o último esconderijo de vocês, Kassandra estava moribunda no chão mais suas últimas palavras foram:” Salve-a... Derza a filha de Sylthal... ela foi ... a ... floresta... renegados ... por favor ...”. Eu entendi o que ela queria dizer, era para salvar você, não esperei ela terminar de falar mais ao chegar na porta ela me gesticulou para mim pegar um diário para lhe entregar, e então eu saí em direção á floresta você não estava perto no entanto um dos anjos me cortou o rosto, eu não tinha nada para me defender foi aí que peguei a espada dele mesmo e cravei em seu coração, os outros me atacaram, mas apesar do medo e de não saber lutar consegui acabar com todos que estavam por ali; depois de andar algum tempo te encontrei ensanguentada e inconsciente entre duas rochas, achei melhor bloquear sua memórias desse dia e te trazer para a ilha, aqui tentei fazer você acreditar que Kassandra foi morta por um humano enquanto voltava de uma aldeia, mas você nunca acreditou, e eu sempre soube que você não acreditaria”.

Sempre soube que Haicha estava mentindo sobre diversas coisas ao meu respeito, mas agora eu só quero a verdade.

— Minha mãe... – digo – ela e meu pai eram mesmo humanos?

— Sua mãe tinha um dom especial apesar de ser humana, ela realmente foi criada por fadas, já o seu pai...

— O que ele era Haicha? Eu preciso saber.

— Um anjo – diz ela – Ele era um anjo, Nemamiah era seu nome, ele foi expulso do paraíso, mas mesmo assim ele era amado pelos arcanjos e Deus. Porém mesmo exilado não é permitido um filho entre anjos e humanos.

— Então... é por isso que estão atrás de mim? Deus não me quer viva?

— Não é Deus; são os renegados, Deus os expulsou quando seu pai morreu, mas ainda não se sabe por qual motivo eles a querem morta.

Respiro fundo, preciso processar toda essa informação.

— Derza... este é o diário que Kassandra escreveu para você, provavelmente ela sabia que isso aconteceria com ela.

Ela me entrega o diário, ele é encapado com couro e possui uma fivela que o mantem fechado e um pentagrama desenhado em sua superfície.

— Só você pode abrir, e também preciso que venha comigo, já está na hora de tirar este bloqueio da sua mente.

 

Eu a acompanho até a praia; ela desenha um pentagrama com vários símbolos estranhos na areia.

— Esse bloqueio é mais fácil de retira-lo em um ambiente calmo e amplo, por isso a trouxe até aqui. Quero que fique no meio deste pentagrama – eu o faço – para mim retirar o bloqueio pode ser mais difícil que coloca-lo, então pode doer um pouco.

— T... tudo bem – respondo.

Ela começa a recitar o encanto:

Ego clausus in memoria,

Hic loro Aviensi Haicha clausus est, quod mens,

Ciere non tollere, tollere, sustuli, sublatum

Quid Ecce positus est”.

Sinto como se alguém estivesse dentro de mim, cutucando minha mente e de repente começo a sentir uma dor aguda porem leve, que se transforma em uma dor insuportável, eu me ajoelho na areia, minha cabeça parece estar explodindo, quando dou por mim estou gritando.

Escuto Haicha me dizendo para aguentar um pouco mais, mas milhares de vozes e imagens surgem a minha frente: Kassandra, Shayla, Haicha, minha mãe que por sinal era muito bonita era morena como eu, com cabelos prateados longos até os tornozelos e seus olhos eram muito escuros, assim como os meus; e finalmente meu pai com cabelos escuros como o meu e seus olhos eram violetas. Uma imagem me chama a atenção, meu pai está comigo nos braços e suas asas estão a mostra, ele está me dizendo algo, porém não entendo pois a dor é intensa.

Finalmente Haicha acaba e eu me estendo no chão, uma mistura de suor, areia e uma pergunta, o que meu pai estava me dizendo?

 

Haicha me levou até o corredor do dormitório praticamente me arrastando, em seguida sentei em frente a porta do meu quarto; não quero entrar agora preciso de ar, Haicha se foi e lentamente minha respiração voltava ao normal.

— Derza...

Olho para cima e Kylle está parado diante de mim, pânico me atinge mais eu me contenho.

— Agora não estou bem, volte outra hora. – Tento me levantar mais não consigo estou tremendo demais, então fico sentada fingindo nada ter acontecido.

— Eu escutei você gritar, por isso vim até aqui – ele se senta – o que aconteceu?

— Nada! – digo em um tom seco.

— Sei...

Ficamos um tempo em silêncio até que ele o quebra.

— Eu tenho que lhe dizer algo...

— Agora não...

— Eu preciso – ele insiste e prossegue – desculpe pelo incidente, eu agi sem pensar. Não espero, que você retribua meus sentimentos por você, mas quero que saiba. E quanto “aquilo” não irá acontecer mais.

Ele se levanta.

— Espere... – digo – Pelo menos me ajude a entrar no meu quarto ou abrir a porta. – eu não gosto de me humilhar assim mais no momento ou é pedir ajuda a ele ou dormir aqui fora.

— Sim...

Ele me ajuda a me levantar, tento girar a maçaneta, mas por mais que eu tente minha mão está tremendo demais; não sei se é pelo encanto de Haicha ou por ele estar me apoiando, acho que os dois. Ele coloca sua mão sobre a minha e consigo girar a maçaneta. Entramos no meu quarto, ele fecha a porta atrás de si.

Meu quarto está como antes livros empilhados em uma mesa, minha cama com emaranhados de cobertas e meu Dimon que ainda é um ovo em um canto embolado entre cobertas.

Kylle me coloca na cama, e então vai em direção a porta.

— Kylle – digo – bem... obrigada pela sua gentileza.

— Derza, a não ser que você não queira, eu farei tudo por você.

Com isso ele sai.

Sinto meu coração acelerar e a dor voltar e então tudo se apaga.

 

Acordo com um pulo, desta vez não sonhei mais por algum motivo meu coração está acelerado, me levanto e vou tomar um banho, após o banho me arrumo para ir a aula.

— Bom dia pra você. – digo indo até meu Dimon – Ontem nem lhe disse boa noite, me desculpe, estava com tanta dor que apaguei, e só acordei hoje.

Acaricio sua casca e saio do quarto, bato na porta de Shayla, mas ninguém responde então caminho sozinha pelo corredor. Vejo uma sombra parada no corredor, quando me aproximo mais vejo que é Kylle ele está rasgando um bilhete e dispensa seu Dimon que evapora como fumaça, ao me ver ele muda sua expressão.

— Bom dia Kylle – digo com a cabeça baixa.

— Bom dia Derza... – quando levanto minha cabeça vejo que ele está vermelho – Quer que eu te acompanhe?

— Não seria mais fácil dizer: “Posso te acompanhar?”.

— Primeiro preciso saber se você quer pra depois eu querer.

“Nossa, o que aconteceu com o Kylle que agarra estudantes no corredor?”, penso. Provavelmente estou vermelha mais digo:

— Desde que não me agarre no corredor, você está livre para me acompanhar.

Seguimos em silêncio até o refeitório e nos sentamos um de frente para o outro. Sirena nos observa e eu me sinto incomodada ao ver olha nos encara, principalmente ao Kylle. Essa é minha chance de dispensa-lo.

— Kylle – digo – acho que Sirena está afim de você, porque você...

— Não me interessa se ela está afim de mim ou não, - diz ele com calma – eu só tenho olhos para você.

Ponto para ele mais uma vez, acho que mais uma vez estou vermelha.

O sino soa e vamos para a aula.

 

Shayla está atrasada e não chegou ainda, tenho medo que ela esteja brava comigo.

A manhã passou rápido e o dia também e Shayla não apareceu. Saio da sala, Kylle está no corredor rodeado de meninas e algumas delas se resumem a Sirena e sua amiga. Acho que ele não irá me acompanhar.


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Notas finais do capítulo

Tentarei postar o próximo capitulo em breve. Até logo!



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