Estava montando sua arma quando batidas na porta de seu escritório lhe distraiu.

— Entre. – ordenou. Pip Bernadotte exitou alguns segundos antes de entrar.

— Seras disse que a senhora mandou me chamar.

— Sim. – Integra continuou a montar sua arma com calma. — Imagino que á essa altura já imagine porque lhe chamei aqui.

Aos olhos de Bernadotte, Integra era uma mulher que intimidava até o ar que respirava, e quando ela falava em seu tom mais calmo e tranquilo, ficava ainda mais assustadora. Inspirou e expirou audivelmente antes de começar a falar.

— Não era minha intenção arranhar seu carro, juro. – disse coçando a cabeça, seus olhos iam do rosto da Hellsing para suas mãos. Deu um passo inconsiente para trás quando ela terminou de montar a arma e engatilhou-a com um clic alto.

 — Que isso não se repita, retire-se.

Integra observou Bernadotte sair praticamente correndo de sua sala, o episódio do carro estava esquecido, mas não podia deixar passar em branco. Olhou no relógio, passava das onze da noite e deveria ir dormir, porém ainda tinha um assunto a tratar.

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Estava sentada na cadeira de respaldar alto com as pernas cruzadas, apagava seu cigarro quando escutou os barulhos das tropas que saíram em missão voltando.

— Perdeu a direção do seu quarto, Integra? – Alucard provocou ao entrar em seu quarto e vê-la sentada na sua cadeira, parecia uma rainha sentada em seu trono.

— Cale-se e preste muita atenção no que direi, porque você não me ouvirá repetindo.

— Estou ouvindo atentamente. – Alucard serviu-se de uma taça de sangue e foi sentar-se no tampo de seu caixão, tirou o sobretudo e o chapéu. Conteve a vontade de espiar o que Integra tinha em mente usando como distração as batidas de seu coração.

— Você tinha razão, Alucard.

— Exatamente em quê?

Integra estreitou os olhos, maldito pensou. Recebeu em resposta um sorriso.

— Eu admito que tenho sentimentos por você.

— Isso eu sempre soube, mas especificamente de quais estamos falando?

Alucard adoraria ver Integra dizer com todas as letras que o amava, mas sabia que ela não falaria, até agora toda aquela conversa tinha sido um deleite para seus ouvidos não a levaria ao seu limite, pelo menos ainda não.

Ao ver que ela tinha intenção de se levantar, rapidamente se aproximou de Integra, apoiou as mãos dos dois lados da cadeira de maneira que ficassem cara a cara. Sem se deixa intimidar sustentou o olhar dele, sentia sua respiração fria se chocar com a quente.

— O que foi agora, Alucard? Já ouviu o que queria, agora me deixe ir para meu quarto em paz!

— Não está se esquecendo de algo? – roçou o nariz gelado na pele dela provocando um arrepio. Integra começou a gargalhar, Alucard a encarou sem entender o motivo do riso.

— Por algum acaso, você não achou que só porque eu disse tinha razão, iríamo sair por ai como um casal feliz né?

— Exatamente isso não, mas é o que todos pensam que somos quando não estão olhando, por exemplo, imaginam que nos beijamos das maneiras mais luxuriosas possíveis e depois tran...

— Não continue essa frase! – o rosto de Integra estava tingido de vermelho. — Agora saia da minha frente, irei dormir.

— Como quiser, mas antes... – colou seus lábios aos de Integra, não encontrou resistência da parte dela, até que sentiu os disparos de sua arma na lateral de seu corpo. Afastou-se gargalhando, enquanto se regenerava ela se levantou – os olhos faiscando, como se quisesse atirar nele até que não exitissem mais balas no universo.

— Ponha-se em seu lugar, insolente. Nada irá mudar. – disse antes de sair batendo a porta atrás de si.

Alucard gargalhou de maneira que o som alcançasse Integra. Aquilo era fantástico, as coisas até podiam não mudar... Por enquanto. Integra do jeito dela já tinha aceitado o que sentia, o resto era questão de tempo e isso ele tinha de sobra.