Carlos tira a mordaça da boca de Heitor e marca dois minutos exatos em seu relógio até despertar.

—Pode começar a falar em três... dois... um... e... 

—Eu não sei!! Interrompe Heitor. Pelo amor de Deus, eu não sei onde ele está! Eu não sei como esse tecido foi parar aí. Ele não é meu! 

Fala Heitor desesperado.

Carlos olha para Heitor, não convencido do que ele acabara de falar.

—Olha aqui cara. O tempo ta correndo. Eu achei essa merda e você pode até não saber como foi parar lá. Eu não quero saber. Só quero que me dê uma coisa. O lugar onde você e seus amiguinhos de merda se encontram. Eu vou caçar um por um até achar quem fez isso com meu filho. 

—C... Cara. A gente rouba lojas, bancos, gente na rua mas não mata ninguém não. N...Não é do nosso estilo fazer isso cara. A gente só quer dinheiro. Ninguém mata criança não! Eu te juro! Cê ta atrás das pessoas erradas.

Carlos pega dois ganchos e aproxima lentamente de Heitor olhando para ele e diz:

—Olha só! Eu não sabia que o tempo corria tão rápido assim. Apenas mais 30 segundos!

—A PISTA DE SKATE DO LADO DA PREFEITURA! É lá que a gente se encontra! Mas não vai dar pra você entrar lá! Fica cheio de capangas do Roberto cercando aquele lugar, cara!

—Como eu vou entrar lá não é da sua conta.

Carlos abre duas caixas. Uma com água, outra cheia de arroz. Ele sai daquele cômodo e o trancou. Apertou um botão no controle e afrouxou as correntes que prendiam os ganchos nas mãos de todos os prisioneiros para que comessem e bebessem água. Programou para que depois de 10 minutos fossem presos de novo.