Redescoberta escrita por Cogumelogin


Capítulo 2
Entusiasmo


Notas iniciais do capítulo

Foi aí que tudo fluiu. Era um misto de ideias, euforia e carência de informação. Mas tudo corria bem. Sem compromisso tudo fica mais fácil.



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Eram nove e quarenta e cinco naquela mesma noite e o que no início era um problema, já não existia mais. Muito pelo contrário. Eu me sentia animado e com ideias de sobra para escrever. Meus dedos saltitavam no teclado de um lado para o outro, de A a Z, como se estivessem dançando uma música animada. E era assim que eu me sentia.

A cada nova palavra, uma bifurcação de ideias. Aquele sentimento de vazio já não me preocupava mais.

Estava lá eu escrevendo a história de meus personagens da infância. Escrevia sem compromisso nenhum, e isso era o que dava a mágica. Não era uma coisa forçada que eu estava fazendo só para terminar logo e mostrar para amigos e colegas. Era uma coisa minha. Uma coisa que eu sentia. Era só pra mim. Aquele momento era meu.

Comecei a escrever a história mais ou menos assim:

Sentado em um sofá, assistindo televisão. Nela passava um programa onde o assunto era sobre dois irmãos que buscavam por relíquias e antiguidades. Eram colecionadores. Um programa bem falso. Dava pra ver de cara a atuação daquelas pessoas que fingiam estar realmente negociando algo. Mas era um bom programa para passar o tempo já que Maxwell estava afastado do seu novo trabalho numa loja de conveniências. Era o atendente. Via e ouvia tudo o que se passava naquele pequeno bairro. Sabia sobre a vida de cada um dos moradores de lá, aliás, quantos eram mesmo os que moravam nas redondezas? 2000? 3000 no máximo? Não duvide quando falo que era um pequeno bairro.

Bom. Retomando...

Maxwell estava atento naquele programa enquanto sua irmã fazia uma sopa para eles. Eram quase 40 graus naquela noite e ela estava fazendo sopa. Mas tem um motivo. Lembra que eu disse que Maxwell estava afastado? Pois é. Gastroenterite. Tudo o que o pobre coitado comia ele colocava pra fora. Só podia comer a sopa de legumes que a irmã dele fazia. Era uma ótima sopa. Nutritiva. Além disso, repunha o líquido que ele tinha perdido.

Quem olhasse o homem, nunca diria que já tinha servido o exército por tanto tempo. Mas isso é outra história.

Marie termina de fazer a sopa, serve para ambos e senta-se do lado dele para ver o programa que está passando e entrega seu prato.

Marie: _Você gosta de ver esse tipo de coisa?

Max pega seu prato e responde com tom risonho:

—Sou um idoso com dores nas costas, nas pernas e principalmente no joelho, gosto de ver coisas antigas. Me faz pensar que não sou o único.

—Pare de se fazer de vítima e vá tomar sua sopa. - brincou.

Escrito estas primeiras palavras, já me vinham ideias para prosseguir com a história. Mas faltava-me informações. Me senti entusiasmado, claro, mas carente de conteúdo. Então decidi deixar para escrever mais no outro dia, colocando tudo o que tinha pensado em um papel separado para checar caso fosse preciso.

Estava tarde. 22:20. Já era hora de dormir para acordar cedo no dia seguinte por causa das aulas do ensino médio. E pra falar a verdade, não estava gostando nada desse ano. Todo esse tempo, quase metade do ano, provas chegando e mal sabia toda  a matéria. Me pergunto onde estava todo esse tempo. Talvez, fiquei tempo demais dentro da minha mente.


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