Underfell escrita por CraftPickage


Capítulo 29
Capitulo 28 - Vs o Rei dos Monstros


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu acho que devo (mais) desculpas.

Desta vez, o problema foi um pouco mais... Común, por assim dizer. Eu tive um baita de um bloqueio criativo ao escrever uma parte do capitulo, e acabou que o capitulo ficou bem mais curto do que eu tinha planejado.

O segundo motivo é que eu estava um pouco desmotivado para escrever. Não é nem pelos leitores nem nada (na verdade, só continuo escrevendo por causa de vocês), mas porque, vamos ser sinceros, Undertale tem já dois anos, e o hype que existia sobre ele em 2015-2016 morreu faz muito tempo.

Porém, já estamos quase no final da historia. E eu não vou deixar vocês na mão.



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Asgore o gigantesco cutelo com as duas mãos sobre o peito, respirando pesadamente enquanto encarava Frisk. O humano deu um passo à frente.

“*Você diz para Asgore que não quer-“

A alma de Frisk saiu de seu corpo no mesmo instante em que Asgore levantava uma mão e uma onda de chamas surgia da mesma, quase engolindo a alma da criança. Frisk moveu sua alma pelo fogo com rapidez, mas foi lento demais. O humano teria caído de dor, se seu corpo não estivesse paralisado.

Asgore bufou pelas suas narinas, seus olhos eram dois pontos vermelhos em meio às sombras de seu rosto.

“*Você arfa de dor, mas encara Asgore, e diz firmemente que não quer lutar”

Asgore forçou a mandíbula, então respirou profundamente, e expirou uma baforada de fogo sobre a alma de Frisk. O humano rapidamente se esquivou, flutuando para a direita enquanto evitava o máximo possível as chamas que agora rodopiavam ao seu redor. O humano suspirou aliviado ao perceber que havia conseguido evitar com sucesso a ultima chama, porém, sentiu um choque de dor quando uma nova rajada de fogo surgiu agora de uma das mãos de Asgore, que apontava para a alma do humano.

“*Em meio à dor, você grita que não quer lutar”

Asgore arreganhou os dentes afiados, em uma expressão furiosa, mas hesitou antes de atacar. Frisk, por um pequeno segundo, percebeu uma fagulha de tristeza, misturada com rancor, nos olhos de Asgore.

Mas durou apenas um segundo.

Asgore fez um movimento rápido com as mãos, e uma rajada de fogo saiu das mesmas, lembrando um lança-chamas. A alma de Frisk se moveu rapidamente de um lado para outro, e por muito pouco, conseguiu evitar as chamas de Asgore.

Frisk percebeu que diálogo não iria levar a lugar algum. As palavras repetidas tantas vezes naquele lugar, matar ou morrer, acabavam se tornando a verdade no fim das contas. Frisk se livrou de Papyrus com a “morte” de Sans, se livrou de Undyne quando ela e Papyrus quase se mataram, se livrou de Mettaton... O matando. E agora, para se livrar de Asgore, o humano acabou percebendo que não existia nenhuma alternativa que não fosse lutar.

Quando chegou ao seu turno, e o humano conseguiu se mover novamente, ele não tentou falar. Ao invés disso, rapidamente olhou para o chão e se agachou. Asgore levantou o cutelo, pronto para outro ataque, mas Frisk aproveitou a abertura e atacou, usando o osso da costela de uma das crianças, um ato nojento e desesperado para revidar os ataques. O osso apenas arranhou o esmalte da armadura, e o rei nem percebeu que havia sido atacado, e simplesmente abaixou o cutelo, obrigando a Frisk se jogar para trás. Sua alma voltou a sair do seu corpo, e chamas surgiram do chão, serpenteando em direção da alma de Frisk em um turbilhão de fogo. O humano teve sorte de sair ileso.

O humano segurou o osso com força. A dor causada pelas queimaduras em sua alma latejava, e sua mente estava nublada. Conseguia ouvir Chara pedindo por alguma coisa, mas não conseguia raciocinar sobre o que era e apenas mantinha o foco em acertar Asgore com o osso. O humano voltou a atacar, e o osso rachou ao impactar com a armadura, provocando um pequeno, insignificante, risco na armadura. Frisk achou engraçado, estar tentando matar o rei dos monstros usando uma de suas vitimas. Parecia um tipo de karma bizarro, e por algum motivo, o humano acabou achando aquilo engraçado.

O rei se afastou levemente, se misturando as sombras atrás dele. O humano apenas conseguiu distinguir dois olhos brilhando na escuridão, em vermelho, amarelo, vermelho, amarelo.

O cutelo veio logo em seguida, rápido, acertando em cheio a alma de Frisk, quatro vezes. O humano gritou quando voltou a se mover, e Asgore sorriu satisfeito. Um corte mais, e Frisk morreria.

O humano, reunindo toda sua determinação, saltou na direção do rei dos monstros, e lançou outro corte. As lembranças de tudo o que havia passado até ali vieram à sua memória, e por um segundo, se lembrou de seu antigo lar. Ele não podia se deixar morrer ali, ele devia conseguir vencer Asgore. Aquele pensamento saiu de Frisk em um grito. Asgore chegou a recuar com o forte grito, e o osso, ao impactar contra sua armadura, a atravessou, e encontrou carne do outro lado.

O osso ficou cravado no abdômen de Asgore. Apesar da constituição do rei dos monstros, era sabido que a determinação de um humano podia fazer grandes estragos, pelo que não foi o osso em si o que causou o dano, mas a determinação de Frisk em terminar com aquilo, que de alguma forma, aumentou o ferimento do rei. Este não foi o único efeito, pois seguido ao golpe, um estrondo se ouviu, e os jarros, que mantinham presas as almas, despencaram, caindo com força no chão.

O rei caiu de joelhos, segurando o ferimento. Asgore parecia estranhamente calmo, mesmo sabendo que morreria em alguns segundos.

— Vamos, faça o que tem que fazer. – Asgore disse, olhando com ódio silencioso para o humano. – O que todos os humanos fazem e sempre fizeram. Faça. – Frisk hesitou. Ele poderia acabar com aquilo em um segundo, mas...

— Você se tornaria igual a eles. – Chara sussurrou em seu ouvido. Frisk decidiu lhe dar atenção.

“*Você decide poupar Asgore”

O olhar de Asgore se voltou para o chão. Por um momento, pareceu milhares de anos mais velho e cansado. Estava derrotado. Frisk se sentiu abalado pela compaixão.

Ambos ficaram em silêncio.

“*Você estende a mão para Asgore”

Asgore agarrou a mão de Frisk com força, o puxando para perto de si. O humano soltou um guincho com o susto, e então desespero, ao perceber como a mão de Asgore estava esquentando. Seus olhos voltavam a brilhar, com raiva.

— Você é ingênuo demais, humano. – Asgore rosnou. – Isso te custará à vida. Eu sou o REI DO UNDERGROUND! NÃO UM CACHORRO PARA SER SUPERESTIMADO DESSE JEITO! – Ele rugiu.

E então, centenas de pétalas rodearam o rei. Asgore soltou Frisk ao sentir como aquelas pétalas perfuravam seu corpo, todas ao mesmo tempo.

O rei do underground se tornou uma névoa branca. Sua alma continuou flutuando, um pouco acima de onde o corpo estava, até que uma ultima pétala a estilhaçou.

Uma flor amarela surgiu diante de um Frisk atônito. Ele parecia um pouco mais ferido do que o normal, mas Frisk não se importou com isso. Flowey estava vivo!

— Ei, parceiro! Você está bem? – Flowey se aproximou de Frisk. A criança estava com a respiração agitada, e repleta de ferimentos e queimaduras, mas sorriu ao ver a flor, e se sentiu mais aliviado.

— Por pouco tempo. – Alguém disse, atrás de Frisk, provocando um arrepio na espinha do garoto. Ele se virou para trás lentamente, temendo reconhecer a origem da voz. Mas o seu medo se concretizou.

Era Papyrus.

Antes que o humano pudesse fazer alguma coisa, o esqueleto o puxou pelo braço. Papyrus parecia ser um fragmento do que era antes, repleto de rachaduras em seu crânio e ossos, apenas sua armadura se mantendo intacta. Mas no momento, ele se encontrava em condições muito melhores do que Frisk, e este não conseguiu reunir forças para se soltar, apenas para chorar.

— Nyahahahaha! Agora que o rei está morto... – Papyrus olhou com malicia para o humano. – Não tenho mais nenhuma resistência para me tornar o novo rei do underground!

Flowey esticou uma vinha para segurar Frisk, desesperado, mas Alphys apareceu na sua frente, e este congelou.

— Olha o que temos aqui. – Alphys disse, com um pequeno sorriso. – Saudades, florzinha?

— Não...! – Flowey murmurou, com seus pequenos olhos completamente arregalados.

— Você não devia ter fugido. Agora vou ter que te castigar. – Alphys deu um passo para frente.

— Não! – Flowey disse, se afastando um pouco.

“*Você grita por ajuda”

— NÃO! – O rosto de Flowey se transformou, contorcido pelo desespero, pela raiva, pelo medo. Rapidamente, olhou ao redor procurando por uma forma de fugir, e seus olhos se fixaram nas almas. Com suas vinhas, rapidamente abriu os jarros.

E antes que qualquer um dos monstros pudesse fazer algo, Flowey absorveu as almas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!