Between The Woods escrita por Mian


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então... Aqui está mais uma história minha ^u^
Espero q vocês gostem (E não julguem peça sinopse tosca que eu fiz kkk) :3



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O cheiro doce das flores...

A leve brisa passando...

O som calmo da água...

O canto dos pássaros...

O verde das folhas...

Era perfeito.

Mas proibido.

Eu definitivamente não queria ir para a escola. Aquilo era muito chato. Eu andava pelos corredores e o povo ficava me olhando como se eu fosse uma aberração, mas eu não os culpava, estudar com a princesinha querida do reino devia ser mesmo muito impressionante, quem sabe até interessante, para todos, menos para mim, óbvio.

— Mireillè! - Sophie me chamou, ela tentou sussurrar, mas estava quase gritando.

Ela era a minha única amiga. O pai dela era o chefe da guarda do castelo. Nós crescemos juntas.

— Que é? - Respondi.

— Para de olhar pro nada assim.

— Mas aula de história é tãããão chato...

— Mas hoje é a aula da guerra!

— Guerra? Que guerra?

— A guerra com os elfos! Você tá dormindo é?

— Quem dera...

O professor barbudo continuou balbuciando fatos e mais fatos sobre a guerra. Até que, do meio do nada, ele decidiu falar sobre a cultura dos elfos. Aquilo era realmente fascinante, tudo parecia tão calmo, tão alegre, tão maravilhoso... Enormes construções brancas com detalhes em ouro, lindos lagos brilhantes e perfeitamente azuis, a habilidade para fazer poções curativas... Por mais que eles não pudessem usar mágica em si, eram muito habilidosos. Por que a guerra começara mesmo? Ah, sim.

Antigamente os dois reinos, viviam em plena harmonia, a nossa cidade era tomada pelo lindo som das ocarinas dos elfos, e a cidade deles era cheia dos livros de história e magia de nós, feiticeiros. Tudo devia ser tão bom. Mas um dia, um dos guardas reais matou um elfo, pois havia confundido ele com um ladrão que o roubara em um bar. Acontece que aquele elfo era, na verdade, o príncipe dos elfos. O rei mandou matar o tal guarda, começando assim uma guerra. Anos depois, um acordo foi feito, os reinos seriam separados, habitantes de um não poderiam entrar no outro e qualquer item que pertencesse ao outro reino seria proibido. Tirando o contato dos dois povos, eles achavam que resolveria tudo. Mas por conta disso a floresta também estava proibida, para ambos, pois era uma terra compartilhada.

Eu fugia para aquela floresta todo domingo. Naquele não foi diferente. Era de tarde, eu simplesmente fugi, ninguém nunca me via mesmo. Parei atrás de uma árvore, tirei o uniforme, odiava aquele uniforme, me fazia lembrar do porque de eu estar naquela escola. "Para aprender a ser uma dama!" Era o que minha mãe dizia. Ah, qual é, eu não havia pedido para nascer uma princesa, muito menos uma feiticeira. Às vezes aquela vida corrida  me estressava, aquela floresta era o único lugar em que eu podia simplesmente ser eu, e esquecer toda aquela história. Era só eu, minha roupa de baixo rosa e a natureza.

Eu estava perdida em meus pensamentos quando ouvi um barulho. Virei de uma vez para ver o que era. Era uma garota, linda, com longos cabelos loiros, pele clara, olhos azuis, e... Eu olhei bem para ela, estava caída no chão, parecia ter levado um susto, enquanto ela ajeitava os cabelos, pude ver suas orelhas, ela era uma deles.

— D.. Desculpa. Te assustei? - Cheguei perto dela, com a mão estendida. Ela estava tentando se esconder, estava toda vermelha. Foi aí que eu notei que ela estava "vestida" assim como eu. Fiquei com muita vergonha. - Desculpa por isso! Desculpa! - Eu tapei os olhos com a outra mão. Senti meu rosto queimar. Ela riu.

— Tudo bem. - Ela pegou minha mão e se levantou. - Só... Não pensei que haveria alguém aqui.

— Pois é, né. - Eu ri.

— Ah... Não sei porque esse lindo lugar virou proibido. É tão relaxante...

— Sim, muito...

— É mesmo, nem me apresentei, que rude. Meu nome é Mori, muito prazer.

— Sou Mireillè, prazer.

— Que nome bonito!

— Você quis dizer estranho. - Disse, ela riu.

— Não, é bonito mesmo.

— Digo isso é do seu. Mori, floresta... Combina perfeitamente, é tão bonita e elegante quanto..!

Eu tapei a minha boca na hora. O que eu estava falando? Só... Saiu... Ela ficou vermelha e olhou para o chão.

— Desculpa! Desculpa! Desculpa! Desculpa! Desculpa! - Falei, rapidamente.

— Não tem problema. - Ela deu uma risadinha - Obrigada...

Eu morri de vergonha. A gente ficou em silêncio por um tempo, um bom tempo. Eu andei em direção ao lago, agachei na borda e fiquei encarando aquela limpa água azul.

— Mesmo a água daqui... Parece ser tão diferente... - Concluí.

— Sim...

Mori se aproximou, percebi que ela sorriu, depois pegou minha mão, me levantou e literalmente me puxou para dentro da água, junto dela. Estava muito frio, mas ela não parecia se importar, mergulhava e nadava tranquilamente. Eu fiquei parada por um tempo, até me acostumar.

— Tá esperando o quê? Aproveita logo que já vai escurecer. - Disse Mori.

Ela estava certa, pouco tempo depois, escureceu. Eu não havia calculado a hora de sair direito desta vez. Nós ficamos boiando, vendo as estrelas aparecerem, junto da lua.

— Mira. - Ela disse.

— Mira?

— Vou te chamar de Mira.

— Por quê?

— Porque Mireillè me lembra Mira.

— Mas Mira não significa estrela?

— Exato!

— Ok...

Ela se levantou também. Andamos para fora do lago e ficamos esperando o vento nos secar.

— Ah... É sempre tão bom vir aqui... - Disse Mori. Sentando e encostando numa árvore. Eu fiz o mesmo.

— É... - Fechei os olhos.

— Foi bom te encontrar também.

— Quê? - Eu dei um salto e a encarei.

— Por algum motivo... Eu sinto alguma coisa boa... Perto de você...

Ela fechou os olhos e caiu para cima de mim. Parecia ter desmaiado. Eu desesperei. Por que aquilo tinha que acontecer? E eu tinha que ir embora, se alguém notasse que eu tinha sumido... Acabei por apoiá-la na árvore novamente, do melhor jeito que pude. Sussurrei "desculpa", peguei o meu uniforme mais a frente, vesti, e voltei para a escola.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ^w^



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