Sanguine escrita por Eclair


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Espero que gostem dessa one, porque ela tem dois personagens que eu gosto muito, e que serão também os futuros protagonistas de Macht, uma história que estou escrevendo e que postarei assim que puder. Tenham uma boa leitura!



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Há muito tempo, os híbridos nasceram.  Os antigos, que vieram antes deles, já se encontravam em um repouso que duraria por três séculos, e então em 2018, eles começavam a observar o planeta cujo satélite era a Lua. O planeta onde semelhantes faziam coisas horríveis com seus próprios semelhantes, mas haveriam raras exceções.

Quase na metade do vigésimo primeiro século, estourou uma guerra, maior do que as duas anteriores, as que os antigos não presenciaram. Ah, como foi horrível a década de confrontos entre todos os países, choros de crianças e adultos, o caos se instalando em todo lugar, pessoas se escondendo, morrendo, sendo mutiladas, torturadas e até mesmo estupradas. Não era uma coisa bela de ser vista, sequer de ser rememorada.

A atenção dos três antigos se voltou para uma só pessoa no começo, para depois se dividirem, ao encontrarem histórias que os divertiam com tanta tragédia. Sim, tragédia era o preferido deles, mas uma tragédia que não envolve guerras entre nações, e sim, entre as pessoas, quando elas se encontram conflitadas com as pessoas e consigo mesmas.

O jovem em questão era um genioso e inteligente garoto de cabelos tão claros como a neve e a pele era clara, e mesmo o ambiente fornecendo um sol artificial, a pele do garoto mal escurecia. Ele vivia com a madrasta e o meio-irmão a contragosto, pois sabia que Celia só o mantinha ali por conta da pensão ínfima que ele recebia desde a morte do pai há onze anos e Eric, bem, ficava quieto. Ele voltava de mais um dia de aula, entretanto, pelo estado em que se encontra, devia estar na casa do amigo Matthew.

Os três intrigaram-se devido ao fato do garoto passar por isso quase todos os dias e não derramar uma lágrima na frente de alguém ou de demonstrar sentimentos. E de começar a decair pouco a pouco, tão lento e gradativo que qualquer um poderia notar que ele estava mudando. Mas ninguém estava.

E aos poucos, se notava certa revolta no garoto com o passar dos anos. Ele começava a se ausentar de casa com muita frequência, principalmente depois do acidente que quase custou sua vida, que de acidente nada tinha, parecia algo metodicamente planejado para destruí-lo. Na mesma época, ele por pouco não matara a madrasta em um acesso de fúria desenfreado.

Depois de um tempo, dois dos antigos resolveram viver no mundo humano para aprenderem seus costumes e a lidar com essas criaturas tão complexas. O que sobrou permaneceu ali, observando aquele humano com uma curiosidade quase que mórbida. Observou quando o garoto foi para a filial da Mensa, uma sociedade que reunia pessoas com alto quociente de inteligência do mundo. Notou a solidão que lhe acometeu na classe avançada até a sua precoce formatura no dia de seu aniversário, 30 de setembro, que também ocorreu o tão falado assassinato de Norman Caedus.

Ele não se preocupou com a morte do velho homem, achou-a devidamente merecida. Todo mal tem o seu limite, e ele havia ultrapassado todos. Então o garoto fugiu para a Rússia, onde vários ursos afetados pela radioatividade atacaram um grupo que resolveu sair do avião que serviu de refugio por quinze dias.

E foi onde ocorreu a segunda quase morte. Para falar a verdade, seu lado humano morrera um pouco ali, depois de dilacerar os ursos e por pouco, não consumir os cadáveres humanos que havia ali. Então o antigo que o observava resolveu aparecer, sugerindo que o garoto deixasse o lado humano de lado.

Daquele dia em diante, o antigo, que se nomeou Isaac, passou a seguir o jovem para onde ele ia, observando as experiências humanas com deveras interesse. Observou os massacres que o jovem que aos poucos se tornava homem cometia, tendo um ataque de remorso logo depois, mas que não via outro meio de adquirir o poder senão pela guerra.

Ah, o poder. Corrompe os humanos, mas também corrompeu Isaac. E aos poucos, Isaac e o homem só viam o massacre como meio de adquirir poder, das pessoas temerem-no. Toda vez que o homem ordenava um massacre, um sorriso abria-se em seu rosto cheio de cicatrizes.

Houve um dia que o homem se observou no espelho logo após um massacre. Ele se viu sujo de sangue, enquanto Isaac flutuava sobre si, com uma expressão séria no rosto.

— De sangue eu te encho, humano, porque tu me pediras isso. Vejo que teu caminho para o poder será deveras tortuoso e terás que derramar muito mais sangue.

O humano jogou a cabeça para trás, gargalhando, enchendo de barulho o silencioso corredor.

— Pois que venha mais sangue, meu caro amigo. Que venha mais sangue.


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela leitura e até mais!