No segundo Seguinte escrita por Katsumi Liqueur


Capítulo 1
No Segundo Seguinte




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Por mais idiota que isso soe, meu primeiro pensamento foi da ordem da praticidade, algo envolvendo limpeza e sangue. Meu olhar estava preso no líquido que ia se aproximando de mim numa velocidade incômoda. Enquanto isso acontecia, divagava a respeito da melhor forma de limpar aquilo. Aquilo... Sangue, na verdade... Meu olhar avançou alguns metros, até o corpo caído. Rebeca... Não, não era ela... Apenas sua casca, seu corpo. Sua essência não estava mais ali. E era culpa minha, não? Afinal, tinha apertado o gatilho... Eu sequer havia mirado direito... Apenas um tiro, o suficiente para calá-la para sempre... O poder destrutivo de uma Magnum.

Deixei a arma de lado para me aproximar dela, ajoelhando-me ao seu lado. Sem sinais vitais. Virei seu corpo para o alto, seus olhos, sem vida, fixos em algum ponto do teto. Incomodado, acabei por fechá-los e, no processo, manchei seu rosto de vermelho. Irritado com minha própria imprudência, arranquei o lençol da cama... Queria cobri-la, escondê-la... Evitei ao máximo olhar o motivo real de sua morte, onde a bala havia a encontrado. Com ela coberta, me afastei dali e me joguei em algum outro canto do quarto. Eu precisava pensar, não sabia exatamente sobre o quê... Havia uma urgência em fazer minha mente raciocinar para que meu coração não percebesse que ela não iria mais voltar.

E por mais irônico que seja, lembranças invadiram minha mente...

É preciso que se entenda que não foi amor à primeira vista, porque eu demorei muito para conhecê-la pessoalmente! Mas posso dizer que me apaixonei logo no início pela sua voz e pelo potencial de suas idéias. E a maneira como nos conhecemos foi um mero acaso, como “essas coisas” costumam ser. Ou melhor, estávamos destinados a nos conhecer. É claro... Como se eu acreditasse nisso. A questão é que nos conhecemos através de um telefonema.

Uma amiga dela, que estudava com meu primo, ligou para ele, acontecesse que a tal garota estava na casa de Rebeca. Entediada com a ligação tão longa e a falta de atenção, Rebeca pegou a extensão e os três começaram a conversar. Eu admito que a curiosidade me fez entrar na conversa também. Assim nos conhecemos. Patético, não?

Nossas ligações se tornaram diárias e me vi cada vez mais atraído por alguém que talvez fosse o oposto do que eu imaginava. Quando isso começou a me incomodar, já era tarde... Eu me irritei um pouco com a situação, porque não costumava gostar realmente das pessoas. Ou devo dizer que eram elas que não iam muito com a minha cara? “Seu sádico, arrogante, frio.” Pelo amor de Deus! Eu era um adolescente normal! Nunca entendi porque me taxavam de uma maneira tão... Nem sei bem descrever! Agora, não vou negar que cheguei a ser um pouco daquilo que diziam. Como eles sabiam o que eu me tornaria? Talvez eles fossem videntes. Vai entender... Contudo, sempre fui mais masoquista do que sádico, e não digo no sentido físico da palavra. Não que eu gostasse de sê-lo, simplesmente acontecia. Culpa dela. Rebeca. A garota do telefonema. O grande problema da minha vida.

Nos conhecemos pessoalmente, começamos a sair constantemente. E o que eu sentia mostrou-se totalmente unilateral. Pude ver Rebeca relacionando-se com várias pessoas que eu conhecia, até com meu próprio irmão! Esse foi meu grande ponto masoquista, estar ao lado dela e vê-la sempre com qualquer outra pessoa, menos comigo. Não que eu nunca tenha me declarado, mas fui rechaçado convenientemente com o discurso de “melhores amigos”. Então, eu a observava com vários outro caras. Se existia um ponto positivo nisso, era o fato dela nunca chegar realmente a ficar muito tempo com alguém. Mas o “melhor amigo” estava sempre presente.

Havia essa promiscuidade nela, esse caos interior... Que eu tinha a sensação de ter libertado. Ou, pelo menos, ter dado a ela a chance de fazer o que quisesse sem julgá-la, sem apontar o dedo e acusá-la. Rebeca precisava dessa liberdade de comportamento... Um trecho de uma longa conversa telefônica nossa sempre surgia na minha mente quando ela tinha uma crise de “ressaca moral”.

-Ei, Thiago, você também se cansa? Quer dizer, a sociedade é meio hipócrita, né? Então, acabamos tendo que ser também. Nos comportando, agindo de uma maneira que não é... Ahn...Essencialmente... Nossa.

-Você se esquece que realmente não ligo. Sei muito bem que o maior prejudicado com essa minha atitude sou eu mesmo, mas, eu faço o que quero fazer. Ou, no máximo, por algum tipo de consideração, não faço nada. A idéia de fazer algo que vai contra minha natureza porque é o normal, bah! Me irrita.

-Te irrita e me cansa, porque eu sou do tipo que faz.

-Você não é do tipo que faz. Geralmente está se comportando como bem quer, o seu problema é o arrependimento. A ressaca moral...

-Ressaca moral? Que merda é essa?

-Ficar amargando algo que fez e que vai contra as “normas” da sociedade.

-É, é. Eu tenho ressaca moral.

-Relaxa, faz o que tiver vontade. Você é nova ainda, não tem que se prender ao conceito de certinha.

-Eu não sou nada certinha, né? Eu sou tão promíscua, embora eu prefira dizer que sou instável. Eu não sei o que quero, por isso estou sempre seguindo em frente. Até encontrar!

-Você é tão caótica. Adoro isso, mas já te disse várias vezes.

-Thiago, a culpa é bem sua. Eu não era assim antes de te conhecer.

-Isso tudo estava latente, ok?

-Será? Sem querer eu meio que fazia tudo que não queria, para me enquadrar um pouquinho mais. Tipo, abrindo mão das coisas, ignorando alguns desejos...  

-Agora você não faz mais isso. Pelo menos, não o tempo todo.

-Ih, tenho esquecido tudo! As preocupações, as regras e os conselhos familiares que são praticamente ameaças!

-Se você faz isso, para com essas crises morais depois! Não tem nada haver ficar se arrependendo no dia seguinte.

-Sei lá, no dia seguinte bate aquele pensamento... “Fiz merda!” ou “Não deveria ter feito isso!”.

-Por quê?

-Socialmente errado! Ah, deixa pra lá, ninguém me perguntou se eu queria viver do jeito certo.

Rebeca chegava a essa conclusão sempre, mesmo assim, na próxima vez que fazia algo, terminava por se arrepender. Mas com o tempo passando e ela se tornando cada vez mais madura, a importância que ela dava a esse arrependimento foi diminuindo. Ela foi deixando seu lado infantil de lado, deixando seu lado doce morrer. E quando nós dois percebemos, Rebeca já era uma mulher calculista e implacável. Embora ainda fosse sedutoramente imprevisível. Porém pensar nela adulta é avançar anos demais na nossa vida, diversas coisas importantes para mim aconteceram antes desse amadurecimento.

A desculpa de “melhores amigos” durou bastante, o que a fez deixá-la de lado eu nunca descobri. Na verdade, não me interessei em saber o porquê. Saímos, ficamos e namoramos. Foi complicado, conturbado. Términos e recomeços constantes. Provavelmente os que viam de fora não entendiam nada. Só que eu gostava de como as coisas estavam. Conseguia ver um pouco de ordem no caos particular de Rebeca, por isso já sabia que as coisas seriam daquele jeito. Na verdade, chego a acreditar que só gostava porque elas eram daquele jeito! Que era a imprevisibilidade em si que eu amava, não a pessoa que a tinha. Masoquista, sei disso... Já até mencionei antes, não?

Algumas vezes terminávamos e voltávamos no mesmo dia, na outras, meses podiam se passar. E nesse intervalo havia outras pessoas. Ela, porque simplesmente estava “curtindo” a vida. Eu, porque estava magoado, tentando superá-la e estava a odiando por ter me deixado. Veja bem, os sentimentos existiam. O amor existia, então havia um pouco de ódio ao ser abandonado.

Nesse indo-e-vindo, algo de ruim aconteceu. Minha avó morreu... Eu era órfão de mãe e raramente via meu pai. Sempre e sempre bebendo, só aparecendo para pedir algum dinheiro da minha avó. Ela tinha me criado, sustentado e motivado. E morrera repentinamente, atropelada... Num estado de choque eu acompanhei tudo, os arranjos necessários, o enterro e as missas. Rebeca esteve ao meu lado o tempo inteiro e amedrontada observava meu desespero. Talvez o fato dela já não saber o que mais podia fazer para me ajudar tenha sido o que induziu a nossa primeira vez. E eu não estava em condições de prever as conseqüências.

Uma nova crise de ressaca moral, um arrependimento doído... Seu único lado romântico sempre fora querer tudo perfeito e não algo físico e vazio. Não durou muito até nos separarmos novamente. Mas foi bem diferente dessa vez... Rebeca estava na faculdade e logo começou a namorar. Nos afastamos bastante, meu amor voltara a ser platônico e eu comecei a me concentrar na minha própria faculdade.

Faltava um pouco para ela se formar quando me ligou, bêbada e um tanto quanto depressiva. Nos encontramos e conversamos bastante. Acabamos dormindo juntos e eu fui acordado aos gritos.

-Como você pode ter feito isso comigo, Thiago?

-Ahn, o que foi que eu fiz?

-Eu estava bêbada e você se aproveitou disso!

-Pelo amor de Deus, Rebeca! Foi você quem começou! Já não tinha passado da fase de arrependimentos?

-É diferente! Eu estou noiva, Thiago! Alguma vez na minha vida eu já traí? Não e não! Você sabe disso!

Rebeca começou a chorar e quando tentei me aproximar para abraçá-la e consolá-la, simplesmente começou a me bater para eu me afastar. O que ela havia falado era verdade, sempre havia sido fiel. O relacionamento podia durar o tempo que fosse e podia estar bem ruim, mas se existia um compromisso de fidelidade, ela não quebraria.

-Eu não posso mais... Desculpe, Thiago.

-O que você não pode?!

-Conviver com você. Talvez você seja a pessoa que eu ame! Mas eu estou noiva, eu vou me casar!

-Por que você vai se casar com ele então?!

-Eu vou ter uma boa vida, é isso que importa. E é esse o tipo de pessoa que eu me tornei. Simplesmente não posso continuar!

-Nós somos amigos, eu me contento com isso e você sabe.

-Não quero ser o tipo de pessoa escrota que se casa por interesse, mas não se dá o trabalho de fornecer uma boa vida familiar para o cara. Eu sei que vou traí-lo ou acabar deixando-o se essa nossa situação continuar.

-E para não ser escrota com ele, você vai me deixar? Faça o que bem entender! Você sempre faz mesmo.

Como eu podia perdoar esse tipo de comportamento?! Em todos esses anos de faculdade que eles namoraram nunca havia acontecido nada entre nós. E só acontecera daquela vez porque Rebeca tomara a iniciativa. Era patético como o sexo fora a desculpa usada para ela se afastar. Foi um ódio intenso, uma raiva corrosiva. E o maldito tempo não parou, ele nunca para. Eu simplesmente bloqueie qualquer pensamento que a envolvesse e vivi minha vida o melhor que podia. Bem longe da bebida para não virar um alcoólatra como meu pai, bem perto do cigarro para me livrar do stress.

Achei que ela já era parte do meu passado, mas a vida tem um modo próprio de reaproximar pessoas. Eu nunca gostei dele. Nosso reencontro foi numa circunstância bem triste para ela. Rebeca tinha me chamado, provavelmente num momento de fraqueza causado pela morte, e a observando de longe, enquanto fumava meu fiel cigarro, fiquei me perguntando se a mulher que eu olhava era a pessoa que eu tinha conhecido.

Para ser sincero, a minha única maneira de identificação foi o homem ao seu lado, seu marido. O braço dele em seu ombro, consolando-a, mas ela não parecia ter necessidade daquilo... Sua expressão impassível e seu queixo erguido não denunciavam tristeza. Mas talvez chorasse. Seus olhos estavam escondidos com óculos escuros. 

Agora, o por que dela parecer diferente é que estava velha. Os anos tinham passado, eu sabia disso. Mas ela não tinha amadurecido, tinha se cansado. Como notei isso apenas com um olhar? Eu continuava o mesmo romântico incansável, achando que a conhecia muito bem. Ou talvez estivesse apenas imaginando coisas.

Acompanhei a cerimônia de longe, vi quando ela se aproximou em silêncio e deixou uma pequena caixa escorrer pelos seus dedos em direção a cova. Vi a relutância silenciosa em ir embora, quando quase todos já tinham partido para outro lugar. Seu marido a puxando delicadamente pelo braço, enquanto ela permanecia estática e calada. Ele desistiu e a deixou ali, eu me aproximei.

-Thiago... – Não havia surpresa em sua voz. –Achei que estivesse observando de longe. É o seu estilo.

-Você me chamou e eu vim. Pedir que eu interaja com pessoas que não conheço é um pouco demais.

-Eu sabia que viria. – Ela deixou uma rápida risada seca escapar. –A mesma pessoa obediente de sempre.

-Alguns hábitos nunca mudam. Melhor assim, não? Pelo menos alguma certeza nessa vida.

Rebeca estremeceu e tirou os óculos, seus olhos estavam vermelhos. Havia um certo desespero neles, mas ela não chorava.

-Filhos... Eu nunca fui o tipo maternal, você sabe. E não vou mentir dizendo que me apaixonei quando a segurei pela primeira vez em meus braços. Ela foi útil, por causa dela tive um bom casamento, financeiramente falando. A gravidez foi tranqüila, mas após o parto... Eu posso dizer que a odiei. Eu não conseguia dormir! Meus seios doíam! Um inferno...

-Rebeca, acho que esse não...

Ela apenas ergueu a mão e esperou que eu parasse de falar.

-Mas ela cresceu, você sabe? Começou a falar. Uma boa fase. E logo estávamos conversando. Não eram conversas de verdade, entende? Quero dizer, não era nada sério. Mas era um diálogo. E então... – Uma pausa, enquanto ela lançava um olhar rancoroso para a lápide. –Apesar da minha falta de amor maternal eu sempre tive uma crença... Nenhum pai deve sobreviver ao seu filho. Não importa qual tipo de relacionamento que eles tenham, sempre é doloroso demais ver algo que você gerou partir... Essa dor... – Ela deu um forte soco em seu próprio peito. –Eu não estou acostumada a senti-la. Sinceramente, eu não quero senti-la... Afinal, eu nem a amava tanto assim...

Seus olhos encontraram os meus. Eu a olhava com pena, algo bastante incomum. Pude ver que isso a humilhara e a abracei para evitar que discussão fosse iniciada. Não era o momento. Então, eu disse algo que não deveria ter sequer pensado...

-Rebeca, entendo o que você está sentindo... Mas essa negação...Você precisa chorar, extravasar, demonstrar alguma emoção...

-Bem, Thiago... –Ela falou pressionando o rosto contra meu peito. –É bom mesmo você falar que entende, porque ela também era sua filha. – Finalmente Rebeca começou a chorar. E mais uma vez eu a odiei mais que a amei.

Por um longo instante eu fiquei parado, tentando absorver a informação. Quando finalmente consegui fazer algo, a empurrei pelos ombros. Seus olhos encontraram os meus, ela continuava a chorar.

-Como você... Rebeca! Como pode ter feito isso?

-Eu não sabia! Achava que era dele! E por que não seria? Só o traí naquela vez!

-Ah, e como descobriu isso agora?

-Você sabe como ela morreu, certo?

-Acidente de carro. Chegou ao hospital, não sobreviveu.

-Foi pelo sangue que eu me dei conta...

-Como assim?

-Eu nunca tinha parado para pensar! Mas naquele momento, com pessoas gritando o tipo sanguíneo dela para tentar salvá-la, me dei conta...

-Do quê?!

-Que era sua filha! Eu já expliquei! O tipo sanguíneo dela não seria aquele se ela fosse filha do meu marido!

-Meu Deus...

-Me desculpe, me desculpe! Acredite em mim, eu preciso disso! Eu jamais iria esconder isso de você! Admito que poderia esconder dele, mas não de você. Eu não sabia. É a triste verdade.

Observando seu choro convulsivo e seu desespero, acabei acreditando no que ela falava. “A triste verdade” era suavizar demais a situação. Voltei a abraçá-la, esperando seu choro passar.

É óbvio que retomamos contato após o acontecido no cemitério, embora as coisas tenham se tornado estranhamente frias. Rebeca tentava me passar todas as informações sobre a nossa filha e ficava cada vez mais deprimida. Ela costumava ter seus momentos ruins na adolescência, falando sobre suicido e pedindo a arma de meu pai. Mas dessa vez era realmente sério. Rebeca tinha passado da psicologia para a psiquiatria e a situação não parecia melhorar. Foi nessa época que eu comecei a “orar” para um Deus que sempre afirmara não existir, implorava para que ela não me pedisse o que acabou pedindo...

-Thiago... Você ainda tem “aquilo”?

-Você poderia ser um pouquinho menos vaga?

-Aquilo que era do seu pai?

-Rebeca...

-Era uma Magnum, não era? .44, certo?

-Sim, sim.

-Essa resposta foi para qual pergunta?

-Para as três, Rebeca.

-Eu preciso falar alguma coisa?

-Não! A resposta sempre foi essa, por que mudaria agora?

-Porque antes era palhaçada, melodrama. Você já percebeu que dessa vez é sério. Eu estou tentando melhorar e não está dando certo. E uma overdose de remédios é tão... Bem, não combina comigo.

-Você não vai se matar, essa não é a única solução.

-É a minha solução. Não estou pedindo sua permissão, eu te pedi um favor. Já que não quer que eu me mate, porque você simplesmente não faz por mim?

-Por que tem que ser sua solução?

-Estou cansada, só isso. O vazio cresceu demais para que eu consiga preenchê-lo com alguma coisa.

E foi assim que aconteceu... Não daquela vez, mas um pouco depois... Rebeca sucumbiu aos remédios, porém chegaram a tempo de salvá-la. Lavagem estomacal, internação... E quando a vi depois disso, eu simplesmente desisti de dizer não.

-Quantos quilos você perdeu?

-Ah, alguns poucos.

-“Poucos”?

-Tá, tá. Alguns poucos sobraram... Melhor assim?

-Rebe...

-Cala essa sua boca, Thiago! Eu já não ligo mais e você sabe, eu te pedi um favor e você não aceitou. Opção sua. Mas se é para brigar comigo que me chamou aqui, pode ir desistindo.

E essa foi basicamente nossa última conversa. Não deixei que ela se matasse, não poderia. Fiz o trabalho sujo, por que não? Eu achei que a odiaria por me obrigar a fazer aquilo, mas não... Eu a amava, não queria que ela morresse... Mas preferia matá-la a deixá-la do jeito que estava. Aconteceu, foi rápido. Eu dei um tiro e ela sorriu. Logo, não havia mais Rebeca ali. Poderia ter me matado também, mas a minha vida não tinha acabado. Uma parte minha talvez tenha morrido, poderia sobreviver sem ela. Então, me dei conta das batidas na porta do meu apartamento. Quanto tempo teria se passado desde que Rebeca se fora? Obriguei-me a levantar e a ir até a porta.

-Senhor, senhor! Está tudo bem? Ligaram para a polícia, ouviram um disparo! Está tudo bem?


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Notas finais do capítulo

Uhun, gostaria de comentários... Não curti muito o final, corrido demais... Mas eu tinha um prazo... xD