Between coffee and love escrita por persondagaga


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá, espero que gostem!



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Aquela chave, já velha e desgastada, entrava mais uma vez naquela fechadura às sete horas em ponto. Era uma daquelas segundas-feiras chuvosas, onde o céu se encontrava mais cinza do que nunca e pequenos pingos caiam vez ou outro, molhando aquele que passava depressa pela calçada que ainda tinha a esperança de secar alguma hora. A porta enfim fora aberta, a mulher de cabelos ruivos que caiam sobre seus ombros em formas de cachos abertos e perfeitamente feitos adentrou o lugar com um belo sorriso no rosto. Sim, era uma segunda-feira fria e rabugenta, porém aquele lugar lhe trazia uma alegria que não era desse mundo, com toda certeza.

Lá fora, na grande Londres, a chuva se tornava cada vez mais presentes, os pingos caiam de forma mais numerosa quando Emma Swan chegou. A loira, com seu habitual coque mal feito pela falta de tempo, abriu a porta e então ouviu o barulho do pequeno sino que ficava acima da mesma, ela sorriu, nunca se acostumou com aquele barulho, mesmo depois de três anos trabalhando ali. Com uma das mãos, ela retirou o cachecol vermelho que sua avó havia lhe dado em seu aniversário de dezessete anos, e o colocou no antebraço. Um sorriso se formou ao ver Zelena atrás do balcão, as duas eram amigas e a ruiva havia lhe ajudado quando o mundo parecia ter resolvido desabar sobre sua cabeça.

Após alguns minutos, August e Killian chegaram juntos ao lugar, ambos trabalhavam ali. Killian era o mais velho dos dois, possuía vinte quatro anos e cursava jornalismo em uma faculdade conhecida em Londres, era charmoso como ninguém, e conseguia conquistar as clientes com um sorriso de canto de boca. August era mais tímido, porém seus olhos azuis marcavam presença, o mesmo cursava gastronomia e não poderia se sentir mais realizado. E por falar em curso, Emma cursava música, e para todos, aquele emprego não era mais necessário, suas contas já estavam pagas por conta de outros trabalhos, mas trabalhar na Coffee Addicted era uma paixão.

As maquinas já estavam ligadas, e agora os quatro desfrutavam de um café que Zelena havia acabado de fazer. A ruiva esperou um tempo e então se levantou, foi até a porta e mudou a plaquinha que ali se encontrava, agora, as pessoas que passavam na rua tinham a informação de que o lugar estava aberto. Todos com seus devidos uniformes, e logo o lugar começou a encher, como de costume. O fluxo de pessoas era sempre alto, e Zelena não poderia estar mais feliz, aquele lugar era o seu sonho de adolescência se tornando realidade, e as coisas não poderiam estar dando mais certo.

Costumeiramente, a porta da cafeteria abriu as oito e quinze em ponto, nem um minuto a mais ou menos, a barulho dos saltos finos e elegantes tomou conta do lugar. Ninguém ali parou sua rotina, ninguém menos Emma Swan e seus olhos nada discretos. A mesa mais afastada da porta, que ficava ao lado de uma janela cuja luz era perfeita, tendo como acento um pequeno sofá de dois lugares vermelho, já a esperava. Ela então sorriu para Zelena, tirou seu cachecol e fez o mesmo caminho de todos os dias até sua mesa. Emma sorriu, olhou para a ruiva que a olhava do outro lado da cafeteria. Zelena balançou a cabeça em negação e sorriu, a olhou mais uma vez e então fazendo um movimento com a cabeça, ela encorajou Emma a ir atender aquela mesa em especifico.

A loira respirou fundo, deixou sua pequena caderneta e lápis em cima de uma das mesas, as mãos foram apressadas até o cabelo, ela o desamarrou e voltou a fazer um coque, talvez mais elaborado e melhor feito dessa vez, o amarrou e puxou alguns fios nos dois lado de sua cabeça, os mesmo formavam cachos finos e perfeitos. Retornou a caderneta e o lápis para suas mãos e andou até a mesa.

—Bom dia, senhorita Swan. –A loira sentiu o coração acelerar imediatamente.

—Pode me chamar de... -Sua fala havia sido interrompida pela voz doce da mulher.

—Emma, eu sei. –Ela sorriu.

—Porque insiste em me chamar pelo sobrenome? –Emma já anotava o pedido, sem mesmo a mulher ter falado nada sobre esse assunto.

—Gostos da sonoridade e de como suas bochechas ficam rosadas quando você me escuta te chamar assim! –Ela dizia tudo àquilo com uma calma fora do normal, e sem tirar os olhos do notebook.

—Gosta de me deixar com vergonha? –A loira permanecia com o rosto abaixado, olhos na caderneta enquanto ela rabiscava risco por todo e qualquer canto daquela pequena folha.

—Não disse isso, disse que gosto de ver suas bochechas ficando rosadas! –Fora a vez da mulher sorrir.

—Vai querer o de sempre? –Ela perguntou automaticamente.

—Sim, Emma. –Emma a olhou, com um sorriso de canto, e então saiu.

 Andou a passos rápidos até o balcão, onde Zelena cantava junto com a música que passava agora.

—Quase achei que você fosse derreter ali. –Zelena sorriu. –Você é encantadora , Emma, não há como não gostar de você, se você conseguisse se ver conversando com ela, iria entender o que estou falando.

—É como se o meu coração parasse, e então enfiam adrenalina nele novamente, repetidas vezes, é assim que eu me sinto quando falo com ela.

—Tenho saudades de quando meu coração se sentia assim, agora nem mesmo uma enorme seringa de adrenalina faria com que eu me sentisse assim.  

—Não acredita mais no amor, Zel? –Emma disse aquilo com um ar de quem nem ao menos prestava atenção na própria perguntava, seu olhar estava preso no outro lado da cafeteria.

—Acredito, mas não como você, não como eu deveria. –A ruiva sorriu com pesar. –O pedido dela já está pronto, é o mesmo de sempre não é?

—É sim. –A loira suspirou. –Ela tem prazer em me ver sem jeito, não há outra explicação.

—E você tem prazer em admira-la de longe, cada um com seus prazeres, Emma. –A loira segurou a bandeja com o pedido e então andou até a mesa.

 No caminho, Emma fez inúmeras suposições de porque aquela mulher era daquela forma, mas como sempre, no emaranhando de sua mente, ela não achou uma resposta que lhe fosse suficientemente satisfatória.

—Aqui está. –A mulher sorriu e afastou o notebook, dando espaço para o prato com panquecas de blueberry, calda de chocolate e cappuccino.

—Diga a Zelena que essa música é muito boa, que foi uma ótima escolha dela.

—Na verdade, sou eu quem escolhe as músicas.

—Você tem bom gosto! –Ela subiu os óculos que estavam na ponta do nariz com um de seus dedos, e logo após sorriu.

—Obrigada. –A loira sorriu sem jeito, ficava tão estupida naquela parte da manha em particular. –Bom, tenha um bom dia.

—Você geralmente me diz isso quando estou te pagando, lá no caixa. –A morena apoiou o queixo sobre as duas mãos de forma adorável.

—Falo de novo, assim você terá um bom dia duplo. –Ambas sorriam. –Regina, eu tenho que ir, tenho mesas para atender. –Ela não esperou por uma resposta, apenas virou e começou a andar.

—Emma, a música já está pronta? –A morena pendeu o corpo para o lado para olhar a loira indo embora.

—Não, eu... –Ela se virou e encontrou os olhos de Regina pregados aos seus. –Não tenho uma desilusão amorosa suficiente para terminar de escrever aquela música!

—Posso te levar para jantar hoje à noite? Juro que conto uma desilusão amorosa razoavelmente boa!

—Tudo bem. –A loira deu um largo sorriso, se contendo logo em seguida.

—Passo aqui as oito, tudo bem para você? –A morena não mais olhava para ela, os olhos estavam no notebook.

—Por mim tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Devo continuar?
A música que a Regina menciona é essa https://www.youtube.com/watch?v=M-xB55s-oyA