A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 56
Capítulo 55




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—Como você tá se sentindo?

Eu rompido o breve silêncio que se estabeleceu entre a gente depois que me acomodei de lado na cama e de frente pra Sara após ter retornado do banheiro, onde fui descartar o preservativo que tinha usado com ela.

—Sinceramente?

Assentí pra ela que me fitava com uma ternura nos olhos, que me fez suspirar.

—Muito bem. - Ela me afirmou com um sorriso e depois, me abraçou, colando seu rosto em meu peito. _Tão bem como nunca tinha me sentido antes, quatro olhos. E você?

Eu me sentia como se estivesse flutuando no ar de tanta felicidade pelo momento que compartilhamos e pelo sentimento que me dei conta que já sentia por ela.

—Melhor impossível. - Admití beijando seus cabelos cheirosos.

—Seu coração ainda tá batendo bem rápido.

—Tá, é?

—Uhum. Dá pra mim ouvir as batidas ainda descompassadas.

Se eu fosse corajoso o suficiente lhe diria que naquelas batidas, o meu coração tava dizendo que a amava. Mas eu não sei porquê, naquele momento não tinha coragem de admitir àquele sentimento que estava em mim e que só agora, eu havia me dado conta. Não era mais uma paixão o que eu sentia por ela, era amor.

—Gil...

—Oi...

—Foi como você, sei lá... Pensou alguma vez, que seria a sua primeira vez?

Eu me virei na cama ficando com as costas no colchão e trazendo Sara para se acomodar melhor com a cabeça apoiada em meu peito. Depois, só então, eu respondi sua pergunta.

—Não foi como pensei. Nem chegou perto. - Só havia pensado, ou melhor, sonhado com esse momento uma vez. E tinha sido justamente com Sara, há dois dias. E sem sombra de dúvidas, a realidade superou em larga escala o sonho. _Porque foi mil vezes melhor do quê eu pensei. Foi perfeito!

Ela levantou a cabeça do meu peito e eu lhe sorri, recebendo um sorriso seu em retribuição.

—Posso te fazer uma pergunta? - Ajeitei uma mecha de seu cabelo que estava em seu rosto.

—Já sei. Você quer saber se foi como eu pensei também?

—Não. Eu quero saber por que acha que não merece um cara como eu?

Eu tinha ficado intrigado com isso e aproveitei àquela primeira oportunidade que tive, pra abordá-la à esse respeito.

—Ah, é isso?! - Ela revirou os olhos e me fez uma careta.

—É. Pode me explicar? - Pedi deslizando o meu dedo indicador pelo rosto de Sara.

Vi minha namorada baixar os olhos e encarar o meu peito. Depois com a ponta dos dedos, ela começou a traçar círculos ali em meu peito. E só então, que por fim, ela me respondeu:

—Porque você é assim... certinho, gentil, carinhoso e muitas outras coisas boas à mais. Enquanto que eu não sou nada disso. Eu não sei ser tão gentil, carinhosa, amável... melosa! Essa é a palavra: melosa. Eu tenho esse jeito... hum...

—Difícil, genioso, debochado, implicante, irritante...

—Já chega de tantos elogios. - Ela me calou, tapando minha boca com a mão que outrora estava brincando em meu peito. _Tô ficando até lisonjeada já com as suas palavras.

Eu ri sob a mão que ela mantinha à minha boca. A ironia dela ao falar-me aquilo foi engraçada. E eu também só tinha dito aquelas coisas somente pra provocá-la, mesmo sabendo que havia um pingo de meia verdade contida naquelas palavras mesmo.

—Somos pólos opostos e por isso acho que, sei lá, você mereça uma garota mais... "Mulherzinha", que eu. Se é que você me entende.

Tá, eu entendi. Mas não concordei em nada.

Com delicadeza eu tirei sua mão da minha boca. Eu não precisava de uma garota mais "mulherzinha" como ela acabou de dizer, eu precisava de alguém como ela. Exatamente como ela! Sem tirar, nem pôr. Sem mais, nem menos. E com todos os defeitos que ela tinha e que não eram poucos. Mas que me fizeram render-me à ela sem que eu sequer imaginasse.

—Você já deve ter estudado sobre as lei de Newton, não já?

—Sim!

—Então, certamente, conhece àquela que diz que: "os opostos se atraem"? -Dessa vez ela apenas assentiu em resposta. E eu prossegui com meu raciocínio: _Então... Essa lei é que se aplica com perfeição à nós dois. Pelo menos, eu vejo assim. Nós somos realmente, pólos opostos isso é mais que evidente. Mas somos opostos que se atraem como diz na lei de Newton. E eu quero acreditar, que mesmo tão diferentes, nós também nos completamos de alguma forma.

Ela abriu um sorriso lindo depois que finalizei com essas palavras.

—Você é muito nerd mesmo! Fazer uma alusão da lei de Newton à nós dois é coisa de nerd.

Foi a minha vez de rir.

—Eu acabei de te fazer uma declaração de amor e são essas palavras que me diz em retribuição? - Brinquei com ela enquanto invertia nossas posições e ficava sobre Sara na cama.

—Pra você vê. - Sara ria com certeza da minha cara de falso descontentamento e do que eu havia dito. E enquanto deslizava a mão pelos meus cabelos ainda sorrindo, prosseguiu dizendo: _Certamente, se fosse outra garota, se derramaria em te dizer coisas bonitas e românticas. E como eu não sou essa, não sou perfeita assim, então...

—Não quero que seja perfeita. - Interrompi seu discurso. _Gosto de você assim como é. Implicante, que não sabe me dizer coisas românticas e sem ser "mulherzinha" demais.

Pra mim o fato dela não ser perfeita já era mais que perfeito. Pois acredito que se fosse, talvez, o contrário, a gente não teria se interessado um pelo outro. Provavelmente, seríamos dois amigos e só.

—Gosta mesmo?

—Sim... Muito, Sara. - Respondi antes de descer meus lábios de encontro aos dela num beijo que logo nos "acendeu" o desejo de por mais uma vez nos unirmos um ao outro.

Não demorou muito e instantes depois, eu já estava abrindo a gaveta do criado-mudo, pra pegar de lá de dentro o segundo e último preservativo que ainda me restava. Coloquei-o e pela segunda vez ali, Sara e eu fizemos amor. Só que dessa vez foi mais carnal, intenso e urgente do que na primeira vez. Porém, igualmente, maravilhoso e especial.

Eu não sei o que será de mim depois que ela partir, melhor também nem pensar nisso agora enquanto fazíamos amor. Não era o momento disso. Mas certamente, eu não serei mais o mesmo longe dela.

De maneira arrebatadora nós chegamos dessa vez juntos ao nosso segundo orgasmo ali.

Completamente, estasiado e anestesiado com aquela segunda vez nossa, eu deixei meu corpo suado pesar sobre o dela também suado como o meu. Levei alguns segundos pra me recuperar e quando isso aconteceu, saí de cima de Sara e mais uma vez, fui ao banheiro descartar o preservativo. De volta à cama, me acomodei ali com Sara. Ela me murmurrou que tava "morta" e que precisava cochilar um pouco que fosse. A verdade é que eu também precisava fazer o mesmo. Àquela segunda e intensa "atividade" nossa ali na cama, me deixou cansado. Então resolvemos dar um cochilo os dois, mas antes eu me preocupei em programar meu celular para nós despertar às seis e meia, pois às sete e meia minha mãe chegava. E não seria nada legal se a gente dormisse demais e ela nos pegasse ali.

Pouco depois de ter feito isso, Sara e eu já tínhamos caído no sono abraçados na cama e somente com um lençol jogado sobre nós.

...

Acordei assustado com o toque do alarme do celular que deixei programado. Ainda sonolento estiquei o braço, apanhei o aparelho e desliguei o alarme dele. Depois de devolver aquilo ao criado-mudo, olhei pra Sara que sequer havia se mexido pela zoada do telefone. Ela seguia dormindo serenamente. Pelo visto, alguém aqui tem o sono BEM pesado.

Senti dó por acordá-la, pois ela tava tão linda dormindo agarrada à mim e com a cabeça pousada em meu braço que passava por baixo do seu pescoço. Só que eu precisava despertá-la. Em pouco tempo minha mãe chegaria do trabalho e não seria nada legal se ela nos pegasse naquela situação comprometedora.

—Sara... - Chamei sutilmente tocando com carinho seu rosto e ajeitando uma mexa de seu cabelo castanho que escondia uma parte de seu rosto. _... Acorda, Sara.

Ela apenas se remexeu ao mesmo tempo que resmungou um "Hum" e me abraçou mais apertado, fazendo-me sorrir disso.

Tentei um novo chamado seguido de alguns beijos que plantei em sua testa. Isso aos poucos foi fazendo-a despertar.

—Acorda, dorminhoca insuportável. -Brinquei com ela. Vi então, seus lindos olhos se abrirem pra mim no instante seguinte.

—Hum... Que horas são? - Ela me indagou passando uma das mãos por seus olhos ainda sonolentos.

—Passa das seis e meia. - Contei deslizando a mão por seus cabelos com um perfume inebriante. _Temos que levantar. Em pouco menos de uma hora a minha mãe chega do trabalho.

—Tô com preguiça de levantar.

Eu sorri dela.

—Somos dois então.

Foi a vez dela de também sorrir.

—Queria poder não me levantar agora, quatro olhos.

—Eu também não... - Beijei sua testa mais uma vez e senti uma de suas mãos tocar meu rosto. _Mas... A gente não quer que a minha mãe nos encontre assim nessa cama, quer?

—Definitivamente, não!

—Então... Acho melhor levantarmos com preguiça mesmo.

—Ok! - Ela concordou sentando-se na cama. Eu à imitei logo em seguida. _Acho que preciso de um banho pra despertar completamente.

—Se quiser tomar no meu banheiro, fica à vontade. Eu vou arrumando aqui e quando você sair, eu entro pra tomar o meu banho.

Sugeri à ela achando que se propusesse de nós dois tomarmos banho juntos, como era do meu agrado, ela não aceitaria. No entanto, fui surpreendido com ela sugerindo exatamente que a gente tomasse banho juntos e quando saíssemos do banheiro arrumaríamos o quarto.

Sem pensar duas vezes, eu aceitei sua proposta. E então a gente seguiu para o banheiro. Foi o melhor banho que eu já tomei na vida. E poderia ter sido ainda melhor do que foi caso a gente tivesse mais tempo e eu, mais um preservativo. Mas como não tínhamos nenhuma das duas coisas então não passamos de alguns beijos trocados sob a água que caía do chuveiro, enquanto compartilhávamos aquele rápido banho.

Terminamos o banho e tratamos de nos enxugarmos e posteriormente, vestimos as nossas roupas.

—Você vai contar pra sua mãe sobre a gente ter... Feito isso?

Ouvi Sara me indagar, quando terminávamos de vestir nossas roupas.

—Acha que devo?

—Sim. Mas faz isso quando eu já tiver ido embora, porque vou ficar sem graça com ela.

—Eu que sou o tímido e você que fica com vergonha? - Brinquei vestindo minha camiseta. _ Ai, Sara! - Reclamei da pequena tapa que ela deu no meu braço.

—Pra deixar de brincadeira.

Eu acabei foi rindo dela e sua aparente zanga. Depois lhe abracei e dei um beijo no rosto dela.

—Vou seguir sua sugestão e só contar pra ela depois que você já tiver ido embora então. Tá bom?

—Tá. Agora vamos cuidar de arrumar aqui e descer pra comer algo. Tô com fome, quatro olhos. - Ela me choramingou fazendo-me sorrir daquilo.

—Ok!

A gente terminou de se vestir. Arrumamos o quarto e depois de tudo organizado, saímos do cômodo.

Descemos as escadas abraçados e sorrindo de uma besteira que Sara havia dito. Quando, de repente, olhamos pra frente ao descer o último degrau da escada, nossos sorrisos sumiram imediatamente, e a gente estancou poucos passos depois de se afastar das escadas.

O motivo disso?

Minha mãe sentada no sofá e nos encarando com uma cara nada boa.


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Notas finais do capítulo

Ferrou!

E agora?

Tia Beth vai passar sermão ou vai apenas conversa com eles?

No próximo vocês descobrirão!

Um grande beijo e até lá.



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