A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 25
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

"Acho que sua hóspede não vai com a minha cara!"

Heather vai abrir o verbo com Gil - de maneira tranquila, sem brigar - e deixar explícito o ciúmes que já anda sentindo com a visível aproximação do rapaz com Sara.



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—Mãe, a senhora sabia que a Sara tinha um irmão e este é falecido?

Estávamos somente os dois à mesa tomando café e eu aproveitei a ocasião pra contar aquilo. Sara ainda não havia levantado mesmo, pois era cedo e geralmente, ela só desperta por volta das oito e era em torno das sete e pouco.

—Eu já sabia, querido. Adélia havia me contato. Foi por causa disso que lhe disse pra tornar a estadia de Sara aqui em casa mais divertida possível.

—E do quê ele morreu?

—Isso Adélia não comentou. Só contou sobre o falecimento dele e do quanto foi impactante pra Sara essa perda, pois ela era muito apegada ao irmão e este morreu na sua frente. Por meses, ela ficou mal por isso, até teve que fazer acompanhamento médico pra superar essa perda. E, quando, recentemente, ela expressou o desejo de vir nas férias visitar a tia, os pais na mesma hora deixaram e mandaram-na, pois acharam uma ótima idéia ela passar esse tempo longe pra se distrair e se divertir um pouco, coisa que ela não fazia desde a morte do irmão. Mas como você soube dessa história?

—Sara me contou isso ontem enquanto estávamos juntos, só que ela não quis entrar em detalhes.

—A gente olha pra ela e esse seu jeito alegre, nem consegue acreditar que ela passou por algo traumático, não é?

Apenas assenti em concordância. Nunca que ia me passar pela cabeça que Sara tivesse passado por algo desse tipo. Ver o irmão morrer na sua frente!

Sei bem como é perder alguém! Apesar de ser um garoto quando perdi o meu pai, eu soube bem o quanto é doído perder alguém que a gente ama muito.

—Não comente com Sara sobre o que lhe falei. Ela não sabe que sei disso. Adélia disse que ela não gosta de tocar no assunto e nem que saibam dele pra não ficarem com pena dela.

—Ok!

—Tenho que ir trabalhar. Tchau, querido!

—Tchau!

Sozinho na cozinha, eu fiquei pensando naquela história toda que soube por minha mãe. A curiosidade em saber mais sobre aquilo tudo só aumentou, mas eu não podia questionar Sara a esse respeito. Ela havia deixado bem claro que não gostava de tocar naquele assunto e eu tinha que aceitar isso.

—Bom dia!

Olhei pra porta e vi Sara entrar na cozinha ainda de pijamas - uma camisa enorme que mais parece um vestido nela e que trazia estampada bem na frente a imagem de uma banda bem conhecida por mim e logo abaixo seu nome... Aerosmith - e se acomodar na cadeira a minha frente.

—Bom dia! Gostei da sua camisa.

Não resisti e comentei dando um gole no meu café. Eu não era chegado em Rock, mas daquela banda particularmente, eu gostava. As músicas deles eram ótimas.

—Fala sério!

—Tô falando, Sara!

—Eu gosto dessa banda!

—Eu também! E adoro as músicas deles. Tenho no meu computador grande maioria delas.

—Não diga?! Pensei que só gostasse daquelas músicas sem graça que tem no celular.

—São músicas clássicas!

—E sem graças!

Resolvi mudar a temática da nossa conversa e provocar Sara.

—Caiu da cama, foi? Porque você não costuma acordar esse horário.

—Bancando o engraçadinho logo cedo?!

Eu esbocei um sorriso.

—Sua mãe já saiu?

—Ainda à pouco.

Nós tomamos café e enquanto isso, conversávamos em clima agradável e amigável. A pauta do papo foi sobre a noite de ontem. Tinha sido divertida, eu admito. Principalmente, a parte depois do jantar, quando Sara e eu estávamos juntos e passeando pelo Venetian sem brigas.

—Depois vou querer que me passe as fotos que tiramos ontem. Espero que não tenha apagado nenhuma.

—Claro que não apaguei nada. E quanto ao vídeo? Vai querer também.

—Dispenso. Isso pode apagar sem sombra de dúvida.

—Apagar, não. Tô até pensando em jogar na internet. O que acha?

Ela me lançou um olhar fulminante.

—Nem se atreva!

Eu abri um sorriso por isso.

...

Acomodados bem próximos um do outro no sofá, nós estávamos vendo as fotos que tiramos ontem, as quais eu já tinha passado para o celular de Sara.

—Essa ficou bem divertida, não acha?

Era uma selfie da gente dando língua um para o outro na frente do Museu de Cera, que estava fechado pra visitação ontem.

—Ficou mesmo. - Ri.

Aquela doida tinha insistido e me convencido pra tirarmos aquela foto daquele jeito. E ainda tinha outras desse tipo e mais algumas da gente fazendo inúmeras caretas. Tudo ideia da maluca da Sara. E eu me deixei convencer a isso. Mas até que foi divertido!

—Essa ficou... boa! - Comentei meio sem jeito.

Era outra foto, uma em que Sara e eu estávamos de braços dados em frente a Fontana, numa sugestão da moça que tirou a nossa foto. Ela achou que éramos namorados e por isso insistiu em tirarmos a foto assim! E nem nos deu tempo pra desfazer essa confusão dela.

—A gente até que não fica mal juntos.

Sara me encarou tão logo mencionou tais palavras.

—Não mesmo! - Concordei após virar o rosto e olhar pra Sara, e ficar por segundos lhe encarando em silêncio.

Olhando aquelas fotos, eu tinha que admitir... a gente até que ficava mesmo bem juntos, e não era só isso. A gente fazia um belo par!

—Acho que te devo um "obrigada" pelo elogio que me fez ontem.

Ela me disse em um tom baixo e parecia meio sem graça ao falar aquilo.

Sorri levemente. Essa Sara meio envergonhada era agradável e adorável de se ver.

—De nada!... Eu só disse a verdade!

Essa minha última frase saiu num sussurro enquanto meu olhar estava preso ao dela e vice-versa.

Acho que nunca estivemos tão próximos como estávamos agora. O rosto de Sara estava há milímetros do meu. Eu conseguia até sentir sua respiração bater em minha face.

De repente, aquela proximidade toda mexeu comigo, que nem o sorriso que ela me lançou ontem enquanto dançava a Tarantela.

Eu tinha que admitir que minha visão de Sara já havia mudado consideravelmente, muito em decorrência dos últimos acontecimentos. A gente tem se aproximado bastante nos últimos dias e isso tem mexido de um jeito inexplicável comigo.

—Por que está me olhando assim?

Ela me questionou num tom baixo de voz e ainda me olhando nos olhos, como eu fazia com ela.

—Assim como?

—Não sei explicar, mas parece o mesmo jeito com o qual me olhou ontem à noite antes da gente sair daqui pra encontrar o Phil.

Nem eu fazia ideia do por quê de estar olhando-a tanto é do jeito que ela mencionou. De repente, eu simplesmente não conseguia tirar os olhos dela. Mas como ia lhe dizer isso?

Eu não tinha a menor ideia disso. E, por sorte, nem tive tempo pra pensar em algo, pois o telefone de Sara tocou, desviando a atenção dela de mim para o aparelho.

—Oi... Nick!

Ela disse meio hesitante ao atender a chamada na minha frente.

—Tudo bem, sim!... Sair? Hoje à tarde?

Eu resolvi não ficar mais ali ouvindo-a naquela conversa que não me interessava e pior, que me incomodava ouvir. Levantei do sofá e sem sequer olhar pra Sara, fui pra cozinha beber água, deixando a minha hóspede conversando à vontade com o ficante dela.

Abrindo a porta da geladeira pra apanhar a garrafa de água, eu resmunguei a mim mesmo que Nick mais parecia um carrapato. Toda hora ligava ou mandava mensagem. Acho que realmente, ele estava muito a fim da Sara. E isso, de alguma forma, me incomodava. Não devia, mas incomodava!

O que estava acontecendo comigo?

Por que daquilo me incomodar tanto?

E enquanto bebia água, eu deixei Nick pra lá e na minha cabeça veio o olhar de Sara, o qual há minutos tive oportunidade de ver de perto.

Ela tinha olhos bonitos e eu me vi admitindo isso com um discreto sorriso.

Ouvi a campainha soar e largando o copo dentro da pia, segui de volta pra sala a fim de atender a porta já que Sara estava ao celular. Mas ao chegar ao cômodo vi que minha hóspede já não mais estava ao telefone e ela atendia a porta.

—Oi! O Gil está?

Sem ver quem era, eu reconheci a voz prontamente. Era Heather!

—Estou aqui!

Me pronunciei e tanto Sara quanto Heather, me encararam.

—Entra, Heather! - Convidei-a.

Sara deu passagem a Heather. Está veio e minha direção, e me cumprimentou com um beijo na boca, bem na frente de Sara. Retribui o beijo, porém fiquei constrangido com a presença de Sara ali. Olhei discretamente pra ela durante o beijo trocado com Heather, e notei o desconforto de Sara com a cena presenciada. Ela até desviou o olhar da gente pra encarar o teto.

—Oi! - Heather me disse após o beijo.

—Olá! - Respondi sem jeito.

—Eu vou subir e deixar o... casalzinho mais à vontade. Licença!

O tom de Sara ao falar era seco, deu pra eu sentir. Acho que a Heather também! Observei minha hóspede subir as escadas com demasiada pressa e sem sequer, me olhar. Era impressão minha ou ela parecia chateada?

—Gil???

Olhei pra Heather tão logo, ela me chamou, tocando meu rosto. Ela me encarava de um jeito bem inquisidor.

—Vem, vamos sentar. - Convidei-a, seguindo para o sofá.

—Posso te dizer uma coisa?

—Sim!

—Acho que sua hóspede não vai com a minha cara!

—É impressão sua isso.

—Não é! Ela não gosta de mim, Gil! E, eu tenho que admitir que... também não gosto muito dela.

Franzi a testa, estranhando aquela revelação dela.

—Por que? Sara não fez nada à você, pra não gostar dela.

—Realmente, ela não fez, mas... eu não gosto dela! Talvez isso seja, um pouco de ciúmes.

—Ciúmes??

Ela estava com ciúmes de mim com a Sara? Mas isso não faz qualquer sentido!

—Não tem por que sentir ciúmes.

—Gil, vocês vivem sob o mesmo teto. Estão juntos 24 horas por dia. E a maioria desse tempo ficam só os dois aqui, já que a sua mãe sai pra trabalhar. Sara é uma garota bonita. E pode acontecer de você e ela...

—Não pode, não, Heather. Ela e eu, não tem nada a ver, meu Deus!

—Será que não mesmo?


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Notas finais do capítulo

E agora Gil? Heather pôs o rapaz contra a parede com essa pergunta final.

O que será que ele dirá?

No próximo descobrimos.

Um grande beijo e até breve!



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