Acordo com o barulho do celular de Liam tocando ao som de um rock pesado. Abro os olhos e sento na cama, olhando para Mason que permanece imóvel. Ele com certeza deve ter um sono pesado, pois essa música deve ter acordado até Cloe. Liam atende o celular ainda sonolento, e senta no chão. Parece que ele está levando uma bronca, pois consigo escutar da cama os berros de um homem. Liam boceja e então concorda com a cabeça, como se quem está falando com ele estivesse vendo o que ele está fazendo.

—Sim, treinador. Estarei aí depois que tomar café. -ele diz sonolento. -Okay, treinador. Nada de café. -então ele desliga o celular e olha para mim.

—O que foi? -pergunto.

—Parece que houve um problema com um dos times que ia jogar lá contra uma escola, e colocaram a gente para jogar. O jogo é hoje de noite. -ele boceja. -Preciso ir logo. -ele levanta do chão e vai para o banheiro.

Cutuco Mason, pois acho que ele também é do time. Ele não se meche, e nem dá sinal de quem se incomodou com meu toque.

—Mason. -o sacudo, e nada. O empurro com força e ele cai da cama, e ele acorda assustado.

—Desculpa, pai!- ele grita.

—Sou eu, Mason. -digo levantado da cama e ajudando-o a levantar. Ele me olha confuso.

—O que estou fazendo aqui?

—Tentei te levar para casa ontem, mas você esqueceu a chave. Você disse que se seus pais iam te matar se você os acordasse, então falei que você podia dormir aqui. Liam veio junto. -respondo.

—Ah tá.

—Você é do time de lacrosse?

—Mais ou menos.

—Como assim?- pergunto confusa.

—Eu fico no banco, como último caso.

—Ele só vai para os treinos para ver os jogadores sem camisa. -Liam diz saindo do banheiro.

—Verdade. -rimos.

—Temos que ir então. Obrigado, Anne. -ele pisca para mim e Mason também. -Aguenta pular pela janela, Mason?

—Minha cabeça está explodindo, mas acho que consigo. Obrigado, Anne. Temos que sair mais vezes.

—Com certeza. -a noite passada foi bem divertida.

—Nos vemos mais tarde. -então eles saem pela janela, me deixando sozinha no quarto. Pego meu celular e mando uma mensagem para Isaac dizendo que o encontro mais tarde no jogo.

Durante a tarde estudei um pouco, e ajudei Cloe com sua matéria de matemática. Eu falo para ela que sinto saudades de quando tinha essa matéria, e ela chora com medo do que virá pela frente. É engraçado, mas confesso que é um pouco de maldade de minha parte. Também cortei uma franjinha, e até que ficou legal-um dos amigos de Mason sugeriu, e acabou que resolvi arriscar-.

Isaac me mandou uma mensagem dizendo que me encontra ás 19:00 no campo de lacrosse da escola. Mandei mensagem para as meninas, e ficamos de nos encontrar lá também. Aviso minha mãe que irei ao jogo, e Cloe perturbou tanto para ir, que resolvi que levarei ela. Coloco um short jeans, uma blusa preta de manga comprida e uma sapatilha preta. Passo uma maquiagem leve e estou pronta. Desço as escadas e vejo Cloe me esperando sentada no sofá.

—E aí, vamos? Aposto uma pizza no time do meu namorado. -digo, e ela levanta animada do sofá.

Espero que ela não pergunte nada sobre lacrosse, pois com certeza não saberei responder.

—Apostado! -ela diz.

—Também vou querer uma pizza. -minha mãe grita da cozinha. -Chau queridas!

—Chau! -dizemos juntas.

Chegamos e parece que o jogo de hoje não vai encher muito. Talvez seja pela mudança repentina do local do jogo e dos adversários. Vamos andando até o campo de lacrosse, e avistamos Kira, Allison e Lydia sentadas em uma das arquibancadas. Ouve-se o som do apito e o jogo se inicia. Eu e Cloe andamos em meio a agitação de alguns torcedores, e quando chegamos perto delas, Cloe abraça Lydia. Ela a adora com todas as forças, pois Lydia a ensina alguns truques de maquiagens e tudo mais.

—O Stiles está em campo, então não espere muito desse jogo. -Allison diz, e Kira e eu rimos.

—Ah, para. Aposto 10 dólares que ele vai fazer pelo menos um gol. -Lydia diz.

—Fechado. -aperto sua mão concluindo a aposta. Nos viramos para ver o jogo, e Cloe fica abraçada com Allison.

Até que o jogo está sendo interessante e bem disputado, a única coisa que está bem errada ali no campo é Stiles. Ele anda de um lado para o outro como se não soubesse o que deveria estar fazendo no campo. As vezes ele esbarra nos meninos do seu próprio time, e o treinador grita o xingando de todos os nomes possíveis. Lydia grita todas as frases de apoio possíveis para ele, mas nada adianta. Acho que vou ganhar 10 dólares. Ele para perto do gol, e dá de ombros, indicando que desistiu. A bola cai dentro de seu taco, e ele olha feliz para nós. Porém, sua felicidade não dura muito, pois um jogador do time adversário de choca contra ele e ele cai no chão.

—É, eu preciso ir ao banheiro

—É, eu preciso ir ao banheiro. -Lydia diz levantando. Nós rimos.
—Também quero. -Cloe diz. O jogo já deve estar acabando, vou também para me ver no espelho.

—Vou com vocês. -digo levantando. Allison e Kira também se levantam, e nos acompanham. Entramos na escola, e eu sinto um cheiro estranho. Um cheiro forte.

—Nossa, que cheiro podre! Cloe!- digo a acusando de ter soltado um pum.

—Não fiz nada! -ela reclama. -Tudo é culpa minha.

—Está maluca? Não estamos sentindo cheiro de nada. -Lydia diz. Percebo que acabamos de passar pelo corredor do banheiro. Ah não.

—Lydia, não estamos indo para o banheiro. -Allison diz preocupada. Lydia nos olha confusa, e ao entender o que está acontecendo bufa.

—Kira, você pode levar a Cloe ao banheiro? -pergunto, e ela concorda com a cabeça. Elas se vão, e continuamos andando, na direção do cheiro.

Percebo que estamos andando na direção da entrada principal do colégio. O cheiro fica muito forte, e consigo ver sangue no chão, e logo depois, o corpo de um estudante no chão. Allison passa pelo corpo, abre a porta e sai para avaliar o local. Lydia agacha e avalia o corpo. É um menino e aparenta ter no máximo uns quinze anos. Há um corte enorme em sua barriga.

—É melhor a gente correr. -Allison diz olhando para a frente assustada. Saio para ver ao que ela se refere, e vejo um berserker vindo na direção dela. Entramos correndo, e outro vem andando no final do corredor. Saímos e vamos correndo na duração contrária ao berserker, e os dois vem correndo atrás de nós. Subimos as escadas que dão em uns corredores da parte de cima do colégio, e quando terminamos de subir, outro berserker aparece na nossa frente, nos bloqueando. Ótimo, agora estamos cercadas.

—Temos que tentar nos virar

—Temos que tentar nos virar. -digo me transformando. Allison tira duas facas não sei de onde, e Lydia faz posição de quem vai lutar. Espero que ela saiba lutar com essas criaturas, porque eu não sei.

Cada um vai para cima de uma de nós. O berserker tenta me golpear na cabeça, e eu desvio e tento arranhar seu rosto. Não deu muito certo, porque esse crânio impede que eu o machuque. Ele arranha minha barriga e me chuta para longe. Vejo que Lydia está caída no chão também, e o outro berserker joga Allison contra os armários. Levanto com dificuldade e um vem em minha direção.

—Precisamos de ajuda. -Lydia diz fraca.

Kira surge com sua espada na mão e vai lutar contra dois berserkers. Empurro o berserker e ele se desequilibra, mas não foi o suficiente para derruba-lo. Dou vários golpes nele, mas é inútil. A espada de Kira bate contra eles, mas nenhum golpe parece os afetar.

—Grita, Lydia. -Allison diz, e Lydia grita. O som é perturbador, e me faz cair de joelhos no chão. Parece que minha cabeça vai explodir.

O berserker dá uma porrada forte em minha cabeça, e caio deitada. Ele me chuta com força, fazendo com que eu bata no armário e caia no chão. Vejo que Kira também perdeu sua espada. Todas estamos indefesas, e sem forças para se quer tentar algo. Espero que o grito de Lydia tenha funcionado. Os berserkers vêm em nossa direção, mas Scott, Isaac, Liam e Jackson aparecem.

—Precisam de ajuda? -Jackson pergunta se transformando. É a última coisa que ouço antes de apagar.