Eu me lembro... escrita por Mayfair


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira fanfic que não é de Harry Potter e também meu primeiro yaoi. Espero que gostem.
A ideia surgiu enquanto eu escutava a música "Eu me lembro - Clarice Falcão e Moska", que é muito bonita. Escrevi a história no meio da aula de Sistemas de Tratamento de Água, então me perdoem e avisem se houver algum erro.
As partes em itálico são narrações do Camus, e as frases em negrito são as falas do Milo.



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Camus e Milo estavam sentados de mãos dadas na varanda da casa onde viviam há 16 anos. Estavam saboreando um delicioso vinho francês, na inútil tentativa de espantar o calor escaldante típico do final do mês de junho em Atenas, enquanto observavam Hyoga meditando na grama do jardim com seus filhos.

Christian era o mais velho, com 15 anos, sentado à direita do pai. Apesar de possuir os olhos azuis e o ar impotente de Hyoga, os cabelos negros e a personalidade forte vinham da mãe. Estava sendo treinado para ser o próximo cavaleiro de ouro de aquário, no lugar do pai.

Nastácia estava sentada à esquerda do pai. Ao contrário do irmão, possuía os cabelos loiros, mas os olhos firmes e expressivos, de um tom castanho esverdeado, eram iguais aos da mãe. Com seus 10 anos, estava sendo treinada para usar a armadura de cisne que também fora de seu pai.

Camus observava a beleza do loiro ao seu lado. Já haviam se passado tantos anos, mas sempre que o olhava, era como se fosse a primeira vez. Lembrava-se de cada toque, beijo e abraço que compartilharam ao longo dos anos. Sorriu ao pensar em tudo o que conquistaram nesse tempo: um filho (porque era assim que viam Hyoga, como o filho que nunca tiveram), uma nora maravilhosa, que havia lutado tanto ao mais do que eles para que essa vida fosse possível, um casal de netos lindos e fortes, que seriam a próxima geração de cavaleiros, e uma vida tranquila, para desfrutar de tudo isso. Não era esse o final que imaginara para ele e seu amado quando finalmente ficaram juntos, era bem melhor do que poderia desejar, mesmo em seus maiores devaneios.

Seus pensamentos foram interrompidos por um turbilhão de cachos loiro passando por si e pulando no colo de Milo, enquanto esse ria e acolhia a neta em seus braços.

—Vovô, eu não aguento mais, isso é muito chato! – Nastácia disse emburrada enquanto se afundava no colo do loiro.

—Também, não é para menos, vocês estão ali sentados há umas duas horas! – Milo disse enquanto se virava para o ruivo ao seu lado – Sempre disse que Hyoga puxou à sua rigidez Camus, e agora ele fica exigindo mais do que o necessário da minha princesa! – trocou um olhar cumplice com a menina em seus braços. Sempre a protegia, e ela sabia disso.

—Você sabe que a concentração é extremamente importante no treinamento de um cavaleiro, Milo! – Camus ralhou com o marido, como sempre fazia – Hyoga está apenas sendo um bom mestre!

Hyoga e Christian se juntaram a eles.

—Você pode descansar mais cedo hoje querida, mas amanhã vai treinar com o seu irmão de manhã. – o loiro disse dando um beijo na testa da filha enquanto bagunçava seu cabelo – Agora fiquem aqui com seus avôs enquanto eu vou ver se a mãe de vocês precisa de ajuda com a comida.

—Mamãe nunca precisa de ajuda na cozinha. - Christian disse enquanto se sentava aos pés de Camus – Ele só fica lá sentado, olhando ela cozinhar.

—Se vocês soubessem tudo o que eles passaram para estarem aqui, entenderiam o motivo do prazer nesses momentos simples que compartilham. – Milo disse sorrindo, enquanto voltava a segurar a mão de Camus.

—Mamãe diz que ainda somos muito novos para ela contar a história deles para nós. – Nastácia disse triste. Via como os pais se amavam e queria saber como isso havia começado, afinal, eles eram tão diferentes – Mas e vocês, vovô Camus, como você e o vovô Milo se apaixonaram?

—Ah, minha querida, isso foi há muito tempo. – Camus sorriu, enquanto olhava amorosamente para Milo, que retribuía o olhar – Já faz 25 anos agora.

“Nós já treinávamos juntos há uns 5 anos naquela época, desde que eu havia chegado da França. Estava com 19 anos e Milo com 18 anos, e já éramos melhores amigos, quando recebemos nossa primeira missão juntos. Havia um boato de que um cavaleiro de prata estava usando sua armadura para benefício próprio, aterrorizando os moradores da ilha de Ítaca. O Mestre do Santuário nos mandou para averiguar a história, e caso fosse verdadeiro, trazer o cavaleiro para julgamento.

Me lembro de tudo como se fosse ontem. Chegamos na ilha em uma manhã de terça-feira, no final de novembro...”

Era quinta-feira à tarde, no inicio de dezembro. – Milo corrigiu, mas foi ignorado.

“Logo que chegamos, fomos atrás do tal cavaleiro, para saber da veracidade dos fatos.”

Foi o cavaleiro que nos encontrou e abordou.

“Logo que percebeu o motivo de estarmos ali, ele tentou nos atacar, provando que os boatos eram verdadeiros. No entanto, foi uma luta fácil, afinal eram dois cavaleiros de ouro contra um de prata. Nós o derrotamos e o prendemos, mas decidimos levá-lo de volta para Atenas apenas na manhã seguinte, para aproveitar um pouco a vitória jantando em um restaurante local. Nós pedimos ostras com um delicioso vinho grego.”

Era salmão com vinho francês.

“Depois de umas duas garrafas de vinho, afinal estávamos comemorando, saímos para caminhar pela praia para desanuviar um pouco a mente. Estava uma bela noite de lua cheia. Nos sentamos por um tempo, apenas para admirar a beleza da ilha. Foi naquele momento em que olhei para Milo e senti algo diferente. Seus cabelos pareciam refletir a luz da lua e seus olhos eram exatamente do mesmo tom de azul do mar. Meu coração disparou quando ele virou-se para mim e sorriu. Não o sorriso sarcástico e malicioso que dispensava para todos. Era um sorriso puro e sincero, que me fez sorrir de volta.

Em algum momento, uma de minhas mãos foi para em seu rosto, em uma carícia. Ele fechou os olhos e suspirou, antes de me olhar novamente. Ele levou sua mão até a minha e entrelaçou nossos dedos. E foi nesse momento que tivemos certeza de nos amávamos e ficaríamos juntos pelo resto de nossas vidas.”

Milo sorriu para o amado, enquanto entrelaçava os dedos de suas mãos, como fizera naquele dia.

—Isso é tão lindo! – Nastácia disse com os olhos marejados.

Mesmo Christian, que sempre era tão frio, estava fazendo forças para segurar as lágrimas que queriam escorrer pelo seu rosto. Quem olhava para os antigos cavaleiros de aquário e escorpião, não imaginava quanto amor eles nutriam um pelo outro.

Hyoga apareceu na porta para chamá-los para jantarem. Após a refeição, enquanto as crianças se preparavam para dormir e os mais velhos faziam seu passeio noturno, Hyoga sentou-se no banco do jardim com sua esposa, passando o braço por suas costas enquanto admiravam a lua cheia.

—Você se arrepende? – ele perguntou, provavelmente pela centésima vez os últimos 15 anos.

—Nem mesmo por um segundo. – ela sorriu e virou-se para beijá-lo.

—Eu te amo Ártemis. – ele sussurrou no ouvido da deusa.

—Eu também te amo, Hyoga. – ela sorriu e o beijou novamente.


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Notas finais do capítulo

1. O verão em Atenas vai de junho a setembro, e muitas vezes as temperaturas excedem os 36°C.2. A ilha de Ítaca existe, fica situada no mar Jônico.3. Quando Ártemis é citada logo no final, estou realmente me referindo à deusa.Essa história é na verdade um quase Epílogo de outra que eu tenho em mente, bem maior e mais complexa. Dependendo da aceitação desta e se houverem pedidos, eu posso escrevê-la e postá-la aqui.Se gostarem ou odiarem, deixem seu comentário. Apenas sabendo a opinião de vocês que eu posso melhorar!



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