Leah Goldwyn: Entre dois Mundos escrita por Laurah Winchester


Capítulo 8
Os magos da Casa da Vida




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CLAIRE

Depois que Leah e Rachel afastaram-se, Quíron olhou para os gêmeos de Poseidon.

— Podem seguir com suas atividades. — murmurou.

— Mas... e Leah? — perguntou Claire, apreensiva.

— Daqui a pouco ela aparece lá.

— Vamos, Claire — disse Dylan, puxando a irmã para fora da Casa Grande.

Seguiam para o Chalé 3, já que teriam que prepará-lo para a inspeção, pararam no meio do caminho ao ouvirem uma faladeira histérica vinda da Colina Meio-Sangue.

Chegaram a uma aglomeração de campistas, do que pareceu ser composta de todos do acampamento.
Os dois se espremeram na multidão até chegarem ao ponto de visão do que acontecia.

Primeiro Claire pensou ver um grupo de homens e mulheres montados em cavalos, mas quando olhou direito, pôde perceber seis pessoas montadas a criaturas metade águias, metade leões... seis pessoas e meio.

Na frente estavam quatro pessoas que Leah e Max haviam descrito, mais um homem de pele negra e braços fortes, que tinha inúmeros amuletos pendurados no pescoço, um rapaz de cabelos castanho-escuros, pele morena clara e olhos castanho-claros, no mesmo grifo que ele, sentada à sua frente, estava uma menina de aparentes sete anos, parecida com o rapaz, mas de pele mais claras e sardas.
Ambos corriam os olhos pela multidão, como se procurassem alguém específico.

Percy abarcou a barreira que protegia o acampamento, seguido de Jason Grace. Dylan se espremeu entre os campistas até atravessar o portal, atrás dele estava Max.

Claire não gostava daquilo, mas no fim das contas, acabou seguindo-os.

Os sete desceram dos grifos, a menininha agarrava-se a perna de quem devia ser seu irmão, escondendo-se, mas espiando com curiosidade, os olhos brilhando.

— Carter Kane — disse Percy.

O homem de cabelos enrolados e pele morena ficou de frente para Percy.

— Percy Jackson.

— O que estão fazendo aqui? — perguntou Jason.

— Onde está Leah? — perguntou o rapaz com a menina agarrada a perna. A pergunta atingiu a todos como uma bofetada.

— O que você quer com ela? — rebateu Max.

— Onde está Leah? — repetiu o rapaz, endurecendo o tom de voz e a expressão. Max o encarou, os olhos flamejando, se olhares machucassem, o rapaz sairia destruído, mas este também não alterou a expressão. Por um momento, Claire pensou que os dois fossem começar a se espancar ali na frente de todo mundo.

— Ei cara, não vamos começar isso aqui de forma agressiva, ok? — disse o outro rapaz, que Max havia descrito, empurrando o amigo para trás.

— Cale a boca, Peter — rosnou o outro.

Peter o ignorou e voltou-se para Claire, que parecia menos tensa.

— Podemos falar com seu diretor? Sabe, assuntos importantes. Viemos na paz, beleza?

— O que seu amigo tem com Leah? — perguntou Dylan, confuso.

— Ah, o Joe? Eles são primos.

Os três relaxaram um pouco.

— Posso falar com seu diretor? — perguntou Peter, ele parecia do tipo que fosse aprontar uma a qualquer momento.

Claire olhou em volta, sem se mexer, todos a olhavam em expectativa, tanto que a garota sentiu suas orelhas esquentarem ao notar que Joe olhava para ela.

— Hã... sim? — murmurou.

— Já estou aqui — anunciou o Sr. D, abrindo passagem por entre os campistas até chegar ali.

— Já sabe do que se trata, creio. Recebeu a carta de Amós? — disse, a garota de cabelos curtos e olhos contornados por kohl, Zia.

Assim que Zia o disse, o Sr. D, ao contrário de relaxado como sempre estava, empalideceu da cabeça aos pés, entrando em contraste mais forte com as roupas chamativas que usava. Movimentou a mão para o lado, procurando agarrar algo, que no caso foi o braço de Max.

— Busque a garota de... Atena! — gaguejou.

Max correu para dentro do acampamento.

LEAH

Leah correu por entre algumas árvores, até tropeçou algumas vezes, mas não alcançava o vulto negro, nem entendia que poderia, mas continuou arriscando.

— Volte aqui – grunhiu.

Correu mais alguns metros, adentrando de vez na floresta e se avaliando uma completa idiota por deixar-se levar daquela forma, poderia ser qualquer coisa, inclusive algo que pudesse matá-la.

— Por que não tenta viagem pelas sombras? – disse uma voz desconhecida, e bem detrás da garota. Leah se virou e deparou com um rapaz alto, de cabelos castanhos e olhos negros, ele estava vestido todo de preto.

Leah percebeu sua adaga erguida bem diante do rosto dele, que não pareceu se abater nem um pouco.

Ela abaixou a adaga.

— Viagem pelas sombras? – questionou.

— Ah, você não sabe?

— Sobre o quê você se refere? Quem é você?

— Me refiro sobre muitas coisas. Sou Jeremy. – disse o garoto.

— Ah, Leah.

— Sei quem você é.

— Eu... Hã... O que é você? – perguntou Leah, nervosa.

O rapaz tinha uma aura negra o envolvendo, emanando um sentimento profundo de medo.

— Estou no Acampamento Meio-Sangue, não estou? – sussurrou Jeremy, aproximando-se de Leah. – Mas eu não sou como estes outros semideuses. Vai presenciar isto alguma hora.

O “você vai presenciar isto alguma hora” apavorou Leah profundamente.
Seu coração batia tão alto que ela suspeitava que Jeremy pudesse ouvi-lo.
Ele tocou o rosto de Leah, que não se moveu nenhum mínimo centímetro, esperando pela morte súbita que julgava merecer, depois de se distanciar do acampamento daquela forma.

Jeremy ergueu o olhar, como se escutasse um som ao longe.

— Parece que já chegaram, não temos muito tempo aqui. – sussurrou.

Sombras negras começaram a envolver a floresta, deixando o ambiente escuro.

— Sinceramente, não gostaria de fazer mal a você, mas se for mesmo filha de quem suspeito... Eu só espero que não.

Franziu a testa para ele, incomodada com o fato de ele ser tão petulante.

Ele fez um gesto e todas as trevas desapareceram com ele.

— Até logo, lindinha. – sussurrou, e desapareceu em sombras.

— Leah? — chamou a voz de Max. — O que está fazendo aqui?

Leah virou-se para Max, ainda pálida. Max assustou-se ao notar suas íris vermelhas.

— O que... — começou.

— Não sei. — interrompeu. Max não pareceu satisfeito com a resposta, mas demonstrava um pouco de pressa também.

—Você tem que ver uma coisa.

Os dois subiram até a Colina Meio-Sangue e abriram passagem na multidão, até chegarem aonde se encontravam os magos da Casa da Vida.

Assim que Leah avistou Joe, seu coração bateu mais forte e ela sabia que suas íris adquiriam um tom rosa, correu até ele, abraçando-o fortemente. Joe afagou-lhe os cabelos e beijou o topo de sua cabeça. Quando se afastaram, Sarah correu até Leah e pulou em seu colo.

— Ai, você está pesada — reclamou Leah, Sarah soltou uma risada melodiosa e abraçou o pescoço da prima.

Leah arregalou os olhos ao notar os magos, que haviam visto na floresta, ali.

— Estes são Peter Rodriguez, Zia Rashid, Walt Stone, Carter e Sadie Kane. — disse Joe, indicando os magos.

— E esses são Dylan e Claire Bulfinch, Max Stone, Percy Jackson e Jason Grace. — disse Leah. — O que estão fazendo aqui? — perguntou, sentindo um imenso frio na barriga.

Zia olhou por sobre o ombro de Leah, onde se encontravam o restante dos campistas.

— Melhor conversarmos em um lugar particular. — disse.

— Entrem — disse o Sr. D — mas por favor, deixem estas criaturas do lado de fora.

O Sr. D convidou os magos à entrarem no acampamento, com muita insistência e grosseria conseguiu afastar os campistas curiosos, levando os magos, Leah, Claire, Dylan, Alice, Chaz e Max para a Casa Grande. Seymour, a cabeça de leopardo entalhada acima da lareira, basicamente o bicho de estimação do Sr. D, começou a rosnar loucamente quando os magos passaram.

Quíron estava na sala de estar, jogou uma salsicha para Seymour e o aquietou, e ao contrário do que esperava Leah, não pareceu se surpreender nenhum pouco ao ver os magos.

— Sentem-se — murmurou.

— Obrigada, não vamos ficar por muito tempo. — disse Zia. — Já tem suas coisas prontas? — perguntou a Leah.

— O quê?

— Não a contaram. — observou Sadie.

— Na verdade, sobre a descendência de Ramsés II ela já sabe, mas faz pouco tempo. — disse Quíron.

Leah demorou um pouco para digerir, mas entendeu que o tal “sangue de faraó” que tinha, era, especificamente, sangue de Ramsés II.

— Vamos levá-la para a Casa da Vida. — informou Zia.

— M-mas... vocês não podem fazer isso! — exclamou Leah, fechando as mãos em punho.

Claire, Dylan e Max também ficaram estáticos.

— Na verdade este é o nosso dever — disse Carter — Não vai ficar lá para sempre, quando estiver segura novamente, poderá voltar para cá sem problemas.

Leah não havia entendido o que Carter quisera passar ao dizer “segura novamente”.

— Vai, Lia — incentivou Dylan, sabia que Leah tinha que ir. Max abriu e fechou a boca várias vezes, sem dizer nada.

— Eu... Eu vou pegar minhas coisas. — disse, saiu da Casa Grande e caminhou até o Chalé 6, que estava vazio.

Vazio por um instante, pois Jeremy apareceu ali, observando Leah guardar as coisas na mochila.

— O que você quer? — perguntou Leah, fria.

— Não sei bem. Já tenho tudo o que quero.

— Então que porcaria você está fazendo aqui? — perguntou Leah, finalmente olhando para ele. A áurea negra não estava ali, como se Jeremy pudesse convocá-la quando quisesse. Os olhos castanhos pareciam mais serenos, e ele já não dava tanto medo, não que Leah quisesse irritá-lo, pois sentia que ele poderia ser ainda mais assustador.

— Te observando, não é obvio? — perguntou, em tom provocador. Leah deu-lhe uma cotovelada na barriga, que não pareceu afetá-lo, e saiu do chalé.

Desceu até a Casa Grande, com uma mochila nas costas. Quíron lhe deu alguns dracmas de ouro e dinheiro normal.

Claire estava com cara de choro, deu-lhe um abraço apertado.

— Mande-nos mensagem de íris ou bilhetes através da coruja... Todos os dias! — mandou, Leah sorriu. Despediu-se dos amigos, com um sorriso infeliz no rosto. Se tivesse mais alguma emoção forte naquele dia, poderia chegar ao ponto da insanidade.

Subiu no grifo com Sarah e Joe sem contestar, estava tão perdida em pensamentos que mal havia notado que o grifo já sobrevoava Long Island, em direção ao Brooklyn.


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Notas finais do capítulo

Para quem não lembra, Sarah é a irmã de Joe que morava com a avó, ela aparece no capítulo 2 "Tony nocauteia uma enfermeira".



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