O interessante caso do apartamento 328 escrita por Jose Luiz


Capítulo 1
Uma investigação em quatro cenas




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Naquele momento, Rita do 37 gostaria que houvesse um pedal de acelerador ou pelo menos uma manivela capaz de mover mais rapidamente as engrenagens da máquina que sofregamente erguia aquele elevador velho, instalado na década de setenta e havia anos vinha sentindo as dificuldades advindas do avanço do tempo, pois as máquinas também as sentem. Os três míseros andares estavam sendo lentamente superados não só pela experiência de quarenta anos de sobes e desces na vida daquele motor mas também pelas rítmicas batidas que Rita fazia com seu sapato no solo da cabine acompanhadas pelos toque-toque-toques que os dedos de Dona Neide, a fofoqueira do 228, faziam no espelho muito limpo do elevador — essas técnicas são largamente usadas em filas de banco, salas de espera de consultórios médicos e salas de aula em dias de prova, tanto por alunos quanto por professores, na tentativa de distrair a mente para fazer o tempo passar mais rápido. Quando finalmente chegaram ao seu destino, Rita disparou-se pelo corredor rumo ao 328, empunhando a chave que abriria a porta, e Dona Neide a seguia correndo tão rápido quanto sua artrite permitia. A ânsia que motivava essas duas senhoras se iniciara havia não menos que cinco minutos, quando Dona Neide fora até o apartamento de Rita para perguntar por que sua amiga do 328 não dava as caras já havia dois dias. Rita, que passara o fim de semana na casa do filho, nem se dera conta do sumiço da outra. A mulher desaparecida em questão era Ruth Campos, viúva, cinquenta e cinco anos, um metro e sessenta de altura e um peso resultante do seu bom gosto pela culinária italiana e sua mente livre de preocupações estéticas. Vivia sozinha e era amiga íntima de Rita, a qual arregalou os olhos e levou a mão à boca ao saber, por meio da fofoqueira do 228, que havia dois dias que Ruth não cumpria com suas atividades costumeiras, as quais Dona Neide sabia de cor porque vivia no apartamento de baixo e podia ouvir os ruídos feitos pela vizinha de cima, como lavar a louça às oito e meia da manhã e às três da tarde, aspirar o carpete entre as seis e as sete da noite e ouvir um disco do Jerry Adriani antes de dormir, “E além disso” acrescentou Neide “o porteiro me disse que ela não saiu nesse tempo todo”, “Talvez ela não tenha é entrado” supôs Rita “quem sabe foi passar uns dias fora e ainda não voltou”, “Isso não, pois anteontem o Jerry Adriani tocou no horário certo, de lá pra cá nem o porteiro da noite nem o porteiro do dia viu ela sair, e sair pra onde? a coitada não tem ninguém”, “Será que aconteceu alguma coisa?”, “Vamos lá ver”, então Rita correu para pegar a chave do 328 que havia em sua bolsa, cópia esta que já lhe havia dado sua amiga Ruth para caso ocorresse alguma emergência. Cinco minutos depois, que mais pareceram trinta graças à lerdeza sofrida do elevador, Rita abria a porta do apartamento da amiga sem bater, como em um resgate, mas sem precisar arrombar a fechadura, e as duas mulheres entraram. Foram alguns instantes de silêncio, para que pudessem entender o que estava diante de seus olhos, seguidos de um grito de terror que colocou em alerta todo o edifício e alguns prédios da vizinhança. Dona Neide foi a primeira a se recuperar “Vou fechar a porta, ninguém pode ver isso, vai traumatizar as pessoas”, mas na verdade ela queria que os demais moradores de nada soubessem para que mais tarde ela pudesse ser a fonte da informação “e ligue logo para a polícia, Rita”.

 

 I

O investigador, o perito e as duas mulheres olhavam intrigados para a área central da sala de estar do 328: no carpete, uma garrafa de whisky pela metade; na mesinha ao lado, um copo com um pouco da bebida, a qual estava um pouco mais clara provavelmente em decorrência da mistura com a água que dois dias antes era dois ou três cubos de gelo; e encostada na mesinha, havia uma poltrona muito confortável sobre a qual desconfortavelmente jazia o que sobrara do corpo carbonizado de Ruth Campos. Todo o tronco havia se reduzido a cinzas, contudo o sabe-se-lá que lhe havia levado sua vida poupara-lhe da queima a cabeça, os braços e as pernas, os quais permaneceram intactos. Por uma feliz coincidência da física do equilíbrio, as pernas ainda estavam na mesma posição, com a direita sobre a esquerda, já um braço permanecia repousado sobre o braço da poltrona enquanto o outro, não podendo ser sustentado pelos tendões de cinza nem pelo torresmo de pele, havia caído sobre o carpete. Afortunadamente a cabeça, em parte apoiada pelo encosto do móvel, permanecia onde devia estar, um pouco inclinada para trás e com uma expressão tranquila na face. Curiosamente a poltrona nem qualquer outro móvel nem o carpete apresentava sinal de queimado, apenas no teto sobre o cadáver havia uma grande mancha negra de fuligem. “Onde houve fumaça, houve fogo” determinou o investigador usando-se do dito popular para inferir uma afirmação que completamente pertencia ao âmbito da química, matéria na qual era deveras ignorante, o erro logo foi percebido pelo perito, que não tardou a fazer sua correção “Há reações que geram fumaça mesmo sem a presença de fogo”, “E as cinzas?”, “Também podem ser produtos de uma reação sem fogo”, “E o cheiro de queimado?”, “Igualmente”, como já havia perdido três argumentos consecutivos o investigador achou melhor pedir que o perito fosse verificar se havia qualquer sinal de arrombamento nas janelas, “Porque obviamente o assassino entrou pela janela do terceiro andar” pensou o outro enquanto ia a contragosto fazer a inútil certificação, voltou pouco depois com a resposta já esperada “Ninguém entrou pela janela” e depois cogitou em cometer o disparate de perguntar ao investigador se gostaria que se verificassem também os ralos da cozinha e do banheiro, mas acabou engolindo a pergunta com um sorriso discreto. “As senhoras estão aqui faz quinze minutos?” perguntou o investigador, “Sim, eu e Rita encontramos o corpo”, “Têm a chave?”, “Eu tenho” respondeu Rita “Ruth me deu uma cópia para emergência”, “Mais alguém tem a chave?”, “Não, só eu”, investigador e perito olharam para a mulher como se ela tivesse mais algo a dizer, e ela mais que depressa disse em sua defesa “Passei o fim de semana na casa do meu filho”, “Isso eu confirmo” disse Dona Neide “Rita não colocou os pés neste prédio até hoje às dezenove e quarenta e cinco”, “E a chave permaneceu com a senhora o tempo todo?” continuou o investigador o seu interrogatório, “A chave nunca sai da minha bolsa”, “Isso eu também posso confirmar, está sempre na bolsa dela” intrometeu a outra, “E você anda fuçando também na minha bolsa, Dona Neide?”, “Quieta sssh estou te defendendo”, “Pois deixe que eu me defendo sozinha” então se dirigiu ao investigador “Senhor, eu não teria motivo nenhum para matar minha amiga, como pode pensar que eu colocaria fogo nessa mulher?”, “Realmente não faz sentido” comentou o perito “a vítima continua com as pernas cruzadas, morreu enquanto descansava, provavelmente nem sentiu o corpo queimar, senão teria ao menos corrido em desespero, e a encontraríamos no chão, ou se salvaria deste destino”, “Então primeiro foi morta e depois queimada” concluiu o investigador, “Isso torna a coisa ainda mais absurda” exclamou Rita “quem além de matar ainda poria fogo em Ruth?”. Sem descartar a probabilidade, ainda que remota, de aquela senhora ser uma psicopata piromaníaca, o investigador preferiu voltar ao corpo para tentar encontrar alguma evidência.

 

II

“Fumava?”, “Não senhor, ela nunca teve o hábito de fumar”, pois se ela fumasse o investigador iria supor que Ruth estava embriagada de whisky e deixara cair um pouco da bebida sobre sua roupa, então o cigarro aceso acidentalmente teria causado todo o estrago, hipótese que logo seria descartada pelo perito, o qual diria que algumas gotas de whisky em chamas não eram suficientes para causar aquilo, mas a resposta de Rita fora categórica, Ruth Campos nunca teve o hábito de fumar, e o silêncio seguiu na sala de estar do apartamento 328 por dois longos minutos ao final dos quais o investigador tomou a palavra “Suicídio. se matou. estava embriagada, por isso não sentiu a dor causada pelo fogo nem saiu correndo, mas ateou fogo em si mesma e permaneceu sentada na poltrona, de pernas cruzadas” então perguntou às aflitas mulheres que lá estavam “Vocês perceberam se ela esteve triste ultimamente?”, “Triste ela sempre esteve depois da morte do marido, sem filhos” explicou Rita, “E o personagem que ela gostava na novela morreu semana passada” informou Dona Neide, que achava o dado de grande importância para a situação, “E o que a novela tem a ver?” perguntou o perito, “Nesses casos de suicídio” começou o investigador, não deixando o outro fazê-lo de idiota novamente “quando a pessoa já se encontra à beira do abismo” disse abismo, pois a metáfora concedia-lhe um tom de sabedoria “basta um pequeno delírio, e ela se lança à escuridão” então, determinado a provar por a mais b que sua teoria estava correta, ainda que tivesse de bancar o psicólogo, perguntou “Qual seria o personagem?”, “Paulo Daniel Nuñez González” respondeu a fofoqueira que também era noveleira “marido de Samantha, foi morto pela própria mulher”, “Coitado” comentou Rita, “Coitado nada, ele bem que mereceu, estava traindo ela com Mirassol, Samantha soube se impor, se toda mulher fosse assim, homem nenhum trairia”, “Claro. todo defunto é fiel”, “Senhoras” interrompeu o perito “essa discussão não vai chegar a lugar nenhum”, “Então você acha que se pode trair a torto e a direito, senhor perito?” perguntou Dona Neide ainda inflamada com a trama mexicana das vinte uma horas, enquanto isso Ruth, que estava literalmente inflamada, mas não pela novela, continuava esperando calmamente o desfecho do caso. “O que eu estou tentando dizer é que a hipótese de suicídio também é totalmente falsa, não há embalagem de combustível neste apartamento. seriam necessários litros de gasolina, por exemplo, para reduzir o corpo a este estado, além disso, pelo menos a poltrona, a mesinha e parte do carpete teriam pegado fogo” explicou o perito de forma rápida e convincente, cortando logo as tentativas absurdas para se levar a cabo a ideia de suicídio, “E qual é a sua solução para este problema?” perguntou-lhe o investigador no tom de quem diz xeque-mate.

 

III

“Todas as evidências, a meu ver, nos leva a uma única causa, muito rara. há pouco material sobre o assunto, e nada do que eu estou prestes a dizer foi confirmado pela ciência” começou o perito a fazer a introdução de sua tese “houve casos semelhantes em outras partes do mundo, mas nunca pensei que fosse presenciar um desses. as pessoas atingidas são geralmente mulheres com mais de cinquenta anos, com alguma reserva de gordura corporal, que têm o hábito de beber e vivem sozinhas ou pelo menos estavam sozinhas no momento em que os incidentes ocorreram”, “E que incidente seria esse?” perguntou o investigador sem querer acreditar muito, “Chama-se combustão humana espontânea” esclareceu o perito. Talvez esclarecer não seja o melhor verbo, pois todos ainda pareciam estar com um ponto de interrogação escrito na testa, exceto obviamente a morta, que, além de não estar ouvindo nada, já entendia muito bem do assunto. “Vou explicar” continuou o perito “as células do corpo humano são formadas por vários componentes dentre os quais estão as mitocôndrias, que são as responsáveis pela produção de energia para que a célula funcione. existem bilhões talvez trilhões dessas mitocôndrias espalhadas pelos nossos corpos”, “Vamos logo com isso, você já falou muito e eu ainda não comecei a ver a luz no fim do túnel” cortou o investigador, “A pobre da Ruth ali já viu” intrometeu-se Dona Neide, “Mas nesse sentido da expressão todos nós um dia veremos a luz” comentou Rita só para não ficar sem falar nada, “Continuando” pôs-se logo a dizer o perito antes que se seguisse outra discussão completamente alheia ao assunto “por motivos desconhecidos, que podem se uma febre muito forte, o calor da bebida ou quem sabe algo sobrenatural, essas mitocôndrias todas juntas podem ficar superexcitadas e produzir mais energia do que deveriam, gerando um grande calor interno que mata a pessoa em um segundo, não dando tempo de dizer ai meu deus”, aquilo parecia novidade para os demais, exceto é claro para Ruth, e o perito aproveitou o pouco de interesse que parecia estar recebendo para finalizar a explicação “esse calor liberado ao mesmo tempo pelas trilhares de mitocôndrias logo se aproveita talvez do álcool misturado ao sangue mas principalmente da gordura corporal, que queima como uma vela, para reduzir o indivíduo ao pó, concentrando-se na região do tronco onde está a maior parte da gordura”, “Suponhamos que a sua tese esteja certa” disse o investigador ao perito “como poderemos ter certeza?”, “Creio que a falecida tenha sentido um calor insuportável em todo o corpo no último instante de vida, mas isso é algo que somente ela poderia confirmar”, “Pois então chamem a vidente do 600” sugeriu Dona Neide, “Quem?” perguntou o investigador, “A mulher do 600 é vidente, conversa com os mortos”, “Seria prudente levar a investigação por esse rumo?” perguntou o perito, “A investigação já saiu do rumo há muito tempo” respondeu o outro “vou lá buscar essa senhora do 600”.

 

IIII

“Eu sinto a presença... espiritual... aqui” sussurrou a mulher do 600, que estava em pé no meio da sala, de olhos fechados e braços abertos, “Uma presença de espírito humano?” perguntou Dona Neide, “Vê lá se bicho tem espírito” disparou o investigador, “Na verdade... eu sinto... o espírito de um cãozinho” informou a vidente, e o investigador pensou que isso havia sido só para provocá-lo, “É um basset?”perguntou Rita, “Sim” confirmou a outra, “Marronzinho?”, “Sim”, “É o Floc, que gracinha, depois de todos esses anos ele não abandonou a Ruth” disse Rita quase chorando e perguntou “onde ele está?”, “À direita da poltrona, ao lado do corpo de sua dona”, então Rita logo foi até lá e passou a fazer cafuné no ar “Será que ele está gostando?”, “Está balançando o rabinho” informou a vidente, “Ele deve estar triste, testemunhou a morte da dona” comentou Dona Neide, “Seria possível interrogar o espírito do cachorro, senhora?” perguntou o investigador um pouco atordoado não só pela presença invisível do animal mas também pelo fato de o pequeno fantasma de quatro patas poder ser a primeira testemunha ocular do incidente, “O senhor já viu algum cachorro falante?” perguntou com sarcasmo a profetisa do 600, “Dos cachorros vivos que eu conheço nenhum fala” respondeu o investigador, caindo na armadilha argumentativa da outra, que logo aplicou seu golpe fatal dizendo “Então tampouco falam os cachorros mortos”, e o perito teve de se esforçar para conter o riso, “A senhora poderia então fazer contato com um fantasma que fosse mais útil à investigação?” pediu o investigador agora irritado, “Um momento... sim... ali está”, “Ruth?”, “Não, o fantasma de Ruth ainda é muito recente no mundo dos mortos, deve estar passando por uma fase de adaptação e não pode ser contatado” explicou a vidente, “Então quem é?”, “É Miguel, o marido”, “Pobre coitado, também não encontrou o descanso” comentou Rita ainda se divertido com o fantasma de Floc, mal sabendo ela que estava-lhe a coçar o traseiro, “Pois isso explica por que eu ouvia tantos passos noturnos vindos deste apartamento” comentou Dona Neide “está assombrado pelo fantasma de Miguel, e houve épocas em que pensei que Ruth estava com outro homem em casa, traindo o marido, nesse tempo eu deixei de falar com ela, pois não gosto de pessoas que traem”, “Mas nesse caso” apressou-se Rita em defesa da amiga “não seria uma traição, pois Miguel já estava morto”, “Não fale assim na presença do marido” exclamou Dona Neide irritada “que indelicadeza a sua!”, “E a senhora consegue obter alguma informação do espírito do marido?”perguntou o investigador impaciente, “Ele está triste” informou a vidente “diz que matou a mulher sem querer”, “Mas será possível fantasma matar gente?” indagou-se o perito, “Não só o fantasma matou uma pessoa como um marido matou sua esposa, trata-se de um uxoricídio” comentou o investigador mencionando o nome técnico, “Mas não poderá ser acusado de homicídio culposo” mencionou o perito, “Poderá sim” disse o outro só para discordar “mas não deverá ser julgado nem condenado” então perguntou à vidente “o que mais diz o fantasma?”, “Ele conta que, quando tudo aconteceu, Ruth estava sentada na poltrona ouvindo Jerry Adriani e bebericando o whisky, então ele apenas se aproximou e tocou a esposa com sua mão de fantasma, e no segundo seguinte ela já estava morta”, “Será que o toque do fantasma foi o que desencadeou a reação das mitocôndrias?” perguntou-se o perito, “Creio que assim foi” respondeu o investigador como se soubesse de mitocôndrias, fantasmas e a possível interação entre essas duas coisas “se as mitocôndrias já estão à beira da erupção, basta uma pequena intervenção e tudo se transforma em cinza”, “É absurdo” comentou o perito, “Mas é o absurdo que se encaixa perfeitamente nos fatos” afirmou o investigador convencido da verdade, “Assim parece ser” acabou concordando o perito, “O que será que o legista vai dizer sobre isso?”, “Não duvido que vá determinar a causa da morte como parada cardiorrespiratória”, “Ele sempre faz isso em casos problemáticos”, “O que não é uma total mentira, pois não há defunto que não tenha parado de respirar e o coração não tenha parado de bater”, “E o delegado?”, “Religioso demais para acreditar”, “Se fosse cético também não acreditaria, mas veremos isso depois”. Então o investigador se voltou para a vidente “Já encerramos, pode despachar o marido”, “Aproveite e despache o cachorro” pediu Dona Neide “pois o fantasma da minha gatinha também deve estar pelo prédio, e eu não quero que ela corra perigo”, “Existe alguma forma de eu levar o Floc para o meu apartamento?” perguntou Rita, que ainda fazia carinhos no ar, mas apenas no ar, pois o fantasma já havia saído dali, “O cachorro já se foi” informou a vidente “estava esperando a dona para partir com ela”, “Então que vão em paz”, “Senhoras, obrigado pela colaboração” agradeceu o investigador “é tudo por hoje”.


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