We must be killers escrita por Heda


Capítulo 6
Código de lealdade 2.0


Notas iniciais do capítulo

Como prometido aqui esta



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Leo estacionou em uma estrada abandonada. Uma floresta rodeava o local e ele ouvia ate mesmo o som inquietante do silêncio.
— Vamos parar aqui? - a voz era de Reyna Avilla - Por que não vejo nada aqui a não ser a gente.
Ao lado de Leo, Thalia Grace tirou os fones de ouvido e os óculos escuros. Depois olhou em volta apertando a bolsa de lado. 
— O sinal provavelmente vem de algum lugar dentro daqui - ele olhou para a floresta - De alguma casa, cabana, loja de ferramentas, não sei. 
Thalia desceu primeiro. As botas de couro preto contrastando com o chão asfaltado. Depois de alguns segundo Leo também desceu.
— O que veio fazer aqui se não vai nos ajudar? - Thalia perguntou olhando para Reyna encolhida no banco - Se já estamos aqui que seja para descobrir algo.
Reyna olhou vacilante para as outras duas pessoas presentes ali, e abriu a porta do carro, descendo receosa, como se estivesse encomendado sua própria morte. 
— Vamos entrar ai sem nada para nos defendermos? - Reyna encarou Thalia como se tivesse achado um motivo para não entrar ali.
Imaginei que diria isso - Que Thalia Grace nunca decepcionava isso era verdade, mas Reyna tinha se esquecido de como a garota podia ser persistente. Pensar em Thalia fez com que o estômago de Reyna se revirasse e ela se lembrou do bilhete que recebera noite passada. "Achei que poderia querer isso de volta".— Eu fiz uma procura de materiais na oficina do meu pai e consegui algumas coisas.
Leo olhou Reyna e murmurou algo que ela não conseguiu entender. Um pássaro saiu voando de algum lugar e Thalia abriu o porta-malas tirando de lá uma grande bolsa que caberia ate mesmo uma pessoa.
— O que é que tem ai? 
Thalia revirou os olhos como se fosse obvio e abriu o zíper tirando de lá um grande arco cinza. 
— Acho que já deve ter aprendido como se usa - ela o entregou a Reyna - Depois de alguns anos não pode ser tão ruim quanto era.
— Acredite eu ainda sou.

 

A floresta tinha um atalho que provavelmente não era grande, mas mesmo assim fez tanto Reyna, Leo e ate 
mesmo Thalia - que parecera determinada durante todo o tempo - estremecer. Eles estavam andando a quase vinte e quatro minutos seguindo o aparelho celular de Leo que insistia em perder o sinal a cada cinco minutos. Reyna nunca se imaginaria assim, especialmente com o cara que ela jurava detestar durante toda a infância e a ex melhor amiga, a qual provavelmente tinha perdido uma melhor amiga por conta dela. 
— Aquilo é o que estou pensando? 
Reyna e Leo olharam imediatamente para onde Thalia apontava. Depois de uma árvore alta, no meio de um local rodeado por folhas secas e lama pelas laterais, havia uma casa. Coberta de lodo e com as paredes caindo, mas ainda sim uma casa.
— Então é aqui que nosso perseguidor mora? 
— Talvez ele passe o seu tempo aqui quando não esta furando o pescoço de alguém. - Thalia olhou em volta - Eu não gosto desse lugar.
— Eu acho que nem os donos daqui gostam desse lugar - Reyna completou.
Uma rajada de vento bateu contra o rosto de Thalia e ela apertou os braços com força.
— Vamos entrar ou o quê? - perguntou - Não viemos ate aqui pra ficar do lado de fora. 
— Acho que vou ficar aqui... - Reyna segurava o arco com força. 
— Espera - Leo olhou para o lado receoso - Acho que ouvi alguma coisa. 
Um corvo saiu voando de algum lugar na floresta. O barulho era parecido com o de unhas arranhando algum prato. 
— Em vez de achar ter ouvido alguma coisa, acho melhor não ficarmos aqui parados e sim correr.
Thalia revirou os olhos para o comentário de Reyna e apertou a mochila nas costas caminhando em direção a casa. 
— Não deve ser nada. 
Leo foi logo atrás com as mãos ainda segurando o telefone. 
— E se o nada for alguém e esse alguém vier me matar? - Reyna insistiu.
Thalia se virou bem a tempo de olhar nos olhos da garota.
— Então atira.

 

A casa não tinha mobília. Foi o primeiro pensamento de Leo. O segundo foi o quanto cheirava mal. Havia teias de aranha de cima a baixo e a luz não entrava a não ser por uma janela com o vidro quebrado. Por sorte, ou por precaução, Thalia havia trago uma lanterna. 
— É essencial pra esse tipo de coisa - ela disse.
Uma escada suja e com um carpete marrom dava para algum lugar que Reyna não fazia a mínima questão de saber. 
— Acho que vou subir - Thalia dissera, mas depois de Leo discordar e dizer que todos deveriam permanecer juntos ela bufou e revirou os olhos.
No lugar onde deveria ser uma cozinha, havia nada menos que uma pia suja e cheia de fezes.
— A vigilância sanitária não deveria intervir aqui? 
— Talvez aqui não seja lugar para você, Reyna. 
Uma cadeira velha fez um som estranho quando Leo passou por ela. 
— Não tem nada aqui - ele disse encarando a escada. - Vamos ter que subir.
Reyna olhou para cima. O teto estava coberto de sujeira e manchas vermelhas. Em seu ombro, o arco que Thalia lhe dera pesava mais que sua consciência, o que dificilmente acontecia. Ela seguiu Leo e Thalia pelos degraus tentando não olhar para baixo com frequência. Lá em cima o ar era mais abafado e seus olhos arderam como nunca. Havia no total de sete portas. Duas do lado esquerdo e mais quatro do lado direito. Uma porta ficava no fim do corredor e foi lá onde Thalia resolveu entrar.
— Por que não começar pela mais obvia?
Era um pouco estranho não estar fechada, mas no calor do momento não se pensa muito nisso. Thalia tocou levemente na maçaneta e a porta rangeu alto demais. Depois ela empurrou com o pé e entrou no cômodo.
— Ah, meu Deus...
— O que? 
Reyna foi a última a entrar e conseguiu olhar ao redor com mais facilidade quando Thalia mirou sua lanterna para a parede oposta a eles. 
Estava completamente desbotada e havia manchas amarelas provavelmente de alguma tinta. Uma mesa estava colocada de modo que pudesse ter vista para a porta e havia também uma cadeira azul marinho encostada nela.
— Aquilo são fotos? - Leo perguntou. 
Chegando um pouco mais perto, o garoto teve o que viera procurar. 
Eram sim fotos.
Mas não fotos normais.
Fotos de Leo, fotos de Thalia e fotos de Reyna. 
Mas não somente deles.
Havia fotos de Percy, fotos de Piper, fotos de Silena, fotos de Luke e Annabeth. 
Fotos de quando Silena havia ganhado a coroa para presidente escolar juvenil, fotos de quando Leo havia dirigido seu primeiro carro, fotos de Luke e Annabeth se beijando em algum lugar, fotos de Percy e Rachel.
Havia tantas fotos que Leo quase não reconhecera a grande foto no centro. O rosto de quem nunca saiu de sua cabeça, e o nome o qual ele nunca esqueceu. 
A foto de Bianca Di Ângelo, sentada em uma cadeira como aquela, com as mãos na cintura e seu sorriso intimidador. 
Uma foto tirada no final de alguma tarde. 
Provavelmente um pouco antes de ser morta.

●●

Annabeth Chase bateu na porta ao invés de tocar a campainha. A casa de Silena Beauregard ainda era do jeito que costumava ser, mas Annabeth ainda tinha certeza de que algo mudara. Ela escutou passos, e logo em seguida a porta se abriu, revelando Piper Mclean, a irmã mais nova de Silena. 
Annabeth não falava mais com Piper quanto costumava falar antes. Elas costumavam serem melhores amigas também. 
— Annabeth - Piper se limitou a um sorriso - Não sabia que viria se soubesse...
— Não precisa. - ela olhou para os lados como se pedisse em silêncio para entrar - Quero conversar com você e Silena.

 

— Achei que nunca mais a veria. - Silena sentou a mesa de jantar.
— Isso foi antes de Rachel quase ser morta pelas minhas mãos. - Annabeth se escorou na bancada. 
— O que quer dizer? - Piper perguntou - Silena, você me disse que não sabia nada sobre o que acontecera com Rachel. - ela olhou para a irmã - Annabeth o que aconteceu? 
— Eu recebi algumas fotos - ela retirou um envelope da bolsa e o entregou para Piper - E algumas instruções para fazer certas coisas. 
Piper passou os olhos pelas fotos observando cada detalhe, lembrando-se daquela noite como se fosse ontem. Cada centímetro do seu corpo enrijeceu.
— Você não mostrou isso para ninguém, mostrou? - Silena questionou. 
— Prometi que não mostraria. 
— Prometeu a quem? - Piper enfiou as fotos de volta no papel. Não conseguiria olhar para aquilo de novo sem vomitar. 
— A Percy não foi? - Silena se se encostou à cadeira - Foi por isso que ele ficou chateado com você. - Ela sorriu como se tivesse entendido - Por isso que Rachel se machucou? Por que não conseguiu seguir aquelas instruções? 
— Eu tentei fazer...
— Mas não conseguiu. 
— Eu fiz tudo que estava lá! Coloquei aquela roupa estúpida, fui sozinha procurar por Rachel...
Sozinha?— Silena brincou com uma xícara de chá jogada na mesa - Não disse que estava com Leo e Reyna? Talvez não tenha feito direito. 
Annabeth apertou os braços contra o tronco tentando se concentrar. 

— Eu tento fazer a coisa certa e isso acontece.

— Sou a garota malvada dos filmes de terror dos anos 80, então as coisas para mim não vão muito bem.
— Por que não vamos à polícia agora mesmo? - Piper perguntou olhando de soslaio para a xícara nas mãos da irmã. - Esquece tudo isso, não podemos lidar.
— Será que não viu essas fotos? - Silena se levantou - Estamos todos nelas! Eu, você. Todo mundo Piper! 
— O que isso importa Nico já confessou, ele não pode simplesmente retirar o depoimento.
— Mas pode alegar ter sido ameaçado - Annabeth murmurou.
— O quê? 
— A questão é que não vamos voltar atrás! - Silena continuou.
Alguém bateu na porta com força. 
— Não é você quem decide isso.
— O melhor que fizemos foi esquecer tudo isso e agora quer jogar essa merda no ventilador? - Silena se virou para Annabeth - Fizemos um juramento de que nunca contaríamos!
— Estamos todos unidos por um código de lealdade para ajudar uns aos outros. 
Piper apertou os olhos para a irmã. 
— Nico esta com raiva por que fizemos isso e agora quer se vingar, nós podemos lidar com ele!
— Silena - Annabeth sorriu - Contei tantas mentiras que realmente comecei a acreditar nelas.
Outra batida. Piper se levantou para abrir.
— O que vocês... 
— Annabeth - Leo Valdez olhou para as três meninas ali, e percebeu o clima - Precisa ver algo. 
— O que esta fazendo na minha casa, Valdez? 
— O que? - Annabeth ignorou Silena puxando Leo pelo braço ate estarem no jardim de Afrodite. - Leo, o que aconteceu? -Ela olhou para o carro de Leo e para as duas garotas lá dentro. - E por que Thalia e Reyna estão no carro? 
— Fomos a um lugar hoje de manhã e...
— O QUE ELAS ESTÃO FAZENDO NA MINHA PORTA? 
Silena apontou para Thalia e Reyna acusadora enquanto segurava o envelope de Annabeth. Thalia desceu do carro de Leo batendo a porta com força. Reyna foi logo em seguida, acompanhada de uma súbita coragem extrema que ela logo perdeu quando encarou os olhos furiosos de Silena.
— Leo - Annabeth percebeu - Não acho que isso seja uma boa hora.
De dentro da casa, Piper foi a única a perceber a moto de Percy Jackson virar a esquina. Era só o que faltava.
— É muita coragem sua beirar aqui sozinha, Reyna - Silena cuspia cada palavra. 
— Quem disse que ela veio sozinha? - Thalia sorriu retirando os óculos escuros que ainda usava. 
— Gente cala a boca! - Annabeth interviu - Eu não quero mais ter que ouvir isso.
— Me diz uma coisa Silena - Thalia cutucou a própria bochecha com as unhas - Você é sempre uma vadia total?
— Só com pessoas que me repugnam. 
Percy parou ao lado do carro de Leo e pode perceber a tensão de longe.

— Ainda não tive a  chance de te dar o que realmente merecia.
— Meu Deus você ouviu isso? - Silena segurou o envelope com força.
— Ouvi o quê? 
— É o som de que não estou dando a mínima pra essa merda! 
— Vocês vão fazer isso agora? - Piper puxou o envelope das mãos de Silena temendo que a irmã fizesse alguma besteira.
— Piper! - Thalia exaltou ainda mais a voz - Por que não vem ate aqui? Alias quanto tempo, tenho certeza de que a ideia de colocar fogo em mim viva foi ideia sua. Não é assim? Você pensa, Silena põe em pratica.
— Isso tudo é uma grande besteira! - Annabeth percebeu Percy perto do carro de Leo - Percy?
— Espera... besteira? - Reyna perguntou - Achei que quando uma amiga pretende matar sua outra amiga junto com o seu namorado isso é encarado mais que uma simples "besteira". 
— Você é muito convencida - Silena revirou os olhos - Acha que só porque contou uma mentira falsa e mal contada, todos ficariam contra mim?
— Eu ainda acho que estão.
Annabeth apertou os passos seguindo ate Percy, ele não demonstrou nada, nem mesmo remorso quando ela parou ao seu lado.
— O que esta fazendo aqui? - Leo perguntou.
— Acho que Nico Di Ângelo não machucou Rachel. – ele disse – E meu irmão esta de volta.


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Notas finais do capítulo

Eu tirei uma pequena cena desse capítulo que é quando Percy da de cara com o irmão dele, mas vocês podem ver essa cena no teaser então não achei muito necessário, no próximo capítulos vocês vão conhecer esse irmão de Percy Jackson.



Algumas ceninhas do próximo capítulo:

— Eu não achei que ela fosse enlouquecer e vir atrás de mim!

— Por que estão nos tratando como criminosos?
— Por que ela quase morreu, e nós estávamos, lá.

— Já dissemos tudo.
— Sim, mas é que parece quase que ensaiado.

— Não vou deixar que nada de ruim te aconteça.

QUEM AQUI É PERCABETH SHIPPER??




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