Conhecimento Adquirido e Não Confesso escrita por Tai Bluerose


Capítulo 1
Um Homem Incompleto e Defeituoso


Notas iniciais do capítulo

Esta fic se passa depois do capítulo 7 da terceira temporada, ou seja, quando Will corta os laços com o Hannibal e este é finalmente preso.

Teoricamente, a fic continuará com os eventos seguintes da série, e terá uma parte Pós Queda. Será uma short fic.

Esta é primeira coisa que escrevo sobre o universo Hannibal. Você que está lendo isto agora, perdoe possíveis erros e espero que aprecie a leitura.

Bon appetit!



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Um Homem Incompleto e Defeituoso

 

 

Eu não vou sentir sua falta – suspirei. Eu estava cansado e chateado demais para analisar se eu estava sendo sincero ou não.  Ele continuou quieto, em silêncio.  – Eu não vou te encontrar. Eu não vou procurar você. Eu não quero saber onde você está ou o que você faz. Eu não quero mais pensar em você... Adeus, Hannibal.

Ele saiu pela minha porta depois que eu disse isso, e não fez nenhuma objeção. Ele não se mostrou zangado, nem ofendido. Só pareceu surpreso e decepcionado com a minha decisão. Realmente pensei que ele tivesse ido embora, mas quando Jack e as viaturas chegaram, ele apareceu. Mãos erguidas e rendição declarada.

Eu o persegui e tentei prendê-lo por tanto tempo e agora que eu digo para ele ir embora, ele se entrega para a polícia. De bom grado.

E eu sabia exatamente porque ele fez isso.

.

.

Eu estava saindo da última audiência da qual fui obrigado a estar presente. Felizmente, eu não seria mais obrigado a participar das próximas. Não sei se suportaria sentar diante dele mais uma vez. Fui bem sucedido em evitar seus olhos durante o meu depoimento, mas pude sentir o peso deles sobre mim o tempo todo. Ele poderia ser condenado, mas eu não me importava com isso. Tentava não me importar com isso, eu não tinha mais nada a ver com ele.

Eu já dera meu testemunho, já pedira minha aposentadoria prematura, já entregara meu distintivo, já deixara claro ao Jack e a todos que eu não queria mais ser incomodado por ninguém. Se pudesse, eu gostaria de esquecer tudo e todos que me lembrasse ele.

Saí do tribunal escondido, fugindo dos jornalistas. Entretanto, a mais impertinente deles parecia me conhecer bem e me aguardava na minha rota de fuga.

 – Estou impressionada, Will. Que tipo de acordo você fez com Jack Crawford para escapar dessa como se fosse inocente? Até onde eu sei, você deveria estar com o Hannibal no banco dos réus e não no banco das testemunhas. Estou surpresa que você não tenha sido testemunha de defesa.

Freddie Lounds era a única pessoa na face da Terra capaz de me irritar só por estar presente. Seus cachos cor de fogo brilhavam ao sol, era difícil não notá-la. Seus olhos ferinos analisavam cada reação minha. Eu a ignorei e continuei caminhando. Ela me seguiu com seu veneno. Ele não era de se dar por vencida tão facilmente. Também não tinha aquilo que costumamos chamar de “vergonha na cara”.

 – Eu deixei mensagens na sua secretária eletrônica, mas você não me respondeu. Achei que gostaria de dar sua...

 – Deixe-me em paz, Lounds! Você é a pessoa que eu menos quero ver neste momento. Tudo o que eu tinha para falar, já falei ao tribunal. Não quero dar entrevista nenhuma pro seu jornal lixo.

— Quanta raiva. O que foi que eu te fiz?

Não sei se ela era mesmo sem noção ou se estava apenas me irritando de propósito. O que ela me fez? Eu poderia dar uma lista. – Você invadiu meu quarto no hospital, afastou os lençóis e tirou uma foto da minha bolsa de colostomia temporária para publicar no seu jornal.

 – Isso foi há quase um ano, Will. Você ainda está bravo com isso? Além disso, eu cobri o seu negócio com uma tarja preta antes de publicar a foto. Uma tarja preta bem grande. De nada.

Eu bufei e dei as costas. – Tchau Freddie.

 – Primeiro Hannibal foge para a Europa e você vai atrás dele – ela continuou me seguindo, o som dos saltos da bota dela no asfalto fazia minha cabeça latejar. – Depois, o massacre na Fazenda Muskrat, vocês dois ficam desaparecidos por alguns dias e, vejam só, Hannibal é encontrado na sua casa em Wolf Trap. Me pergunto por que, em nenhum momento, os investigadores não concluíram que vocês eram cúmplices.

Eu tinha estacionado meu carro longe do tribunal, não queria que ninguém me visse chegando ou saindo. Da primeira vez, cercaram meu carro, foi terrível. É mais fácil se movimentar secretamente quando se está a pé. Pareceu uma boa idéia na hora. Funcionou bem por um tempo, só me esqueci do fator Lounds.

 – Eu fiquei inconsciente na Fazenda Muskrat. Se você ouviu meu depoimento sabe que Mason Verger planejava arrancar meu rosto em uma cirurgia clandestina. Ele me dopou e eu apaguei. Não vim para cá com o Hannibal, ele me trouxe.

 – E cuidou de você até você melhorar? Que atencioso da parte dele. Ele não teve a mesma atenção com os outros feridos da Fazenda, por que só com você?

 – Não sei, Freddie, pergunte a ele.

 – Eu faria isso se aqueles federais me deixassem chegar perto. Tem algo de muito estranho na captura e julgamento do Dr. Lecter. Nem você, nem o Jack Crawford, nem mesmo a Drª. Alana Bloom parecem estar contando todos os fatos, e ninguém está se importando com isso. Só eu.

 – Por que você gosta de ver conspiração onde não existe.

 – Mesmo? Vamos falar da Drª. Bloom. Assim como você, ela sobreviveu ao massacre na Fazenda Muskrat junto com a irmã do Mason Verger, que por acaso passou a ser a única herdeira com a morte dele. Semana passada as duas casaram numa cerimônia particular. Alana está podre de rica agora. É curioso Hannibal ter matado Mason e todos os seus capangas, supostamente sem ajuda, e ter poupado só vocês três. Mais curioso ainda quando eu descubro que um advogado pago pela própria Margot Verger está ajudando na defesa de Lecter, e o fato da Drª Bloom ter recebido uma oferta para o cargo de diretora no Hospital Estadual de Baltimore Para Criminosos Insanos, que por acaso é para onde Hannibal será mandado se escapar da pena de morte.

Eu sabia do casamento de Alana e Margot, mas não sabia dos eventos que ocorreram na Fazenda Muskrat depois que eu fiquei inconsciente. Mas conhecendo bem o Hannibal, eu sabia que só havia uma maneira para ele ter poupado a vida de Margot e Alana. Elas fizeram algum acordo com ele. Um acordo que pareceu vantajoso na hora, sempre parece. Margot está livre dos abusos do irmão, Mason realmente merecia morrer. Mas eu sei muito bem que um acordo com Hannibal não oferece vantagens, apenas diferentes graus de desvantagem.

Finalmente alcancei meu carro. Tentei abrir a porta, mas Freddie se colocou na frente. Refreei minha vontade de afastá-la a força.

 – Meus leitores precisam saber a verdade, Will. A verdade completa.

 – Exatamente. A verdade. E não ideias fantasiosas da sua cabeça. Deixe o trabalho para os jornalistas de verdade.

 – Eu sou uma jornalista de verdade, e meus artigos são sempre baseados em evidências e pesquisas. Diga-me, que ideia fantasiosa eu inventei?

Outra vez eu poderia fazer uma lista, mas acabei falando entre os dentes a que me deixou mais irritado. – Você nos chamou de Maridos Assassinos. Você não poderia estar mais enganada.

Freddie abriu um enorme sorriso. – Então me diga que tipo de relacionamento você mantém com Hannibal Lecter.

 – Que relacionamento? Não há relacionamento nenhum. A minha função era capturar o Estripador de Chesapeake. Ele foi capturado – tentei dar um fim ao assunto, mas Freddie não desistiu.

 – Capturado? De acordo com um policial que eu entrevistei, Hannibal se entregou. E de acordo com o policial, as palavras do próprio Hannibal foram “Para que você soubesse exatamente onde ele estava e sempre soubesse onde poderia encontrá-lo”. Então, Will, qual é o plano?

 – O plano é ficar longe do Hannibal Lecter. Para sempre. Esquecer que ele existiu. Você deveria fazer o mesmo.

Falei com a força que me restava. A expressão de Freddie mudou e sua voz tinha um tom verdadeiro de preocupação.

 – O que ele fez? – ela inclinou a cabeça de lado, tentando olhar em meus olhos.

 – Ele tentou me matar. Foi isso o que ele fez. É o que assassinos fazem.

 – Mas isso ele já tentou antes. O que mudou?

 – Eu cansei. Eu não sou o assassino que você e ele acreditam que eu seja. Eu não quero ser. Eu só quero voltar para minha casa e consertar motores de barcos. Eu nunca deveria ter deixado de fazer isso. Teria me poupado de muito sofrimento. Publique o que quiser no seu jornal, Freddie. Diga o que quiser de mim. Só, por favor, me deixe sozinho.

Eu estava realmente muito cansado. Física, mental e emocionalmente cansado. Deixei que minhas palavras transparecessem isso. Freddie ficou em silêncio e se afastou do carro, me deixando partir. Para minha surpresa, a edição seguinte do Tattle Crime trazia uma única menção do meu nome.

“O depoimento do ex-investigador do FBI, Will Graham, foi de grande importância para  a acusação de Hannibal Lecter pelos crimes...”

Nem mesmo em seu blog, o DenuncieCrime.Com, Freddie escreveu ou criou qualquer outra teoria absurda sobre Hannibal e eu. Claro, ela não deixou de explorar o caso Hannibal Lecter o máximo que pôde, mas parecia ter atendido o meu pedido de me deixar em paz. Isso era raro. Eu devia estar mesmo com uma cara péssima de decepção e tristeza, para Freddie Lounds desistir, ou pelo menos dar uma trégua, de me importunar.

Parei de assistir televisão, e tranquei meu notebook num baú. Percebi que eu sempre procurava pelas mesmas notícias, isso não estava me ajudando a tirá-lo da minha mente.

Não queria mais ter contato com o mundo que eu deixara para trás. Queria manter meu passado guardado numa caixa e, por fim, esquecê-lo. Faria o máximo possível para voltar a minha vida de antes. Antes de Hannibal Lecter. Mas era difícil conseguir isso naquela casa.

Por muito tempo, minha casa tinha sido meu porto seguro. Meu barco no oceano. O lugar em que eu ficava sozinho com meus cachorros, e me sentia bem. Eu não estava bem, eu não estava sozinho. Nunca mais fiquei sozinho naquela casa.

Quando me sentava na varanda, lembrava do carro dele se aproximando, de seu caminhar cauteloso, de sua mão estendida para mim. Se eu estava no corredor, lembrava dele lançando um cobertor sobre meus ombros. Quando eu parava em frente à lareira para me aquecer. Recordo com nostalgia dos momentos em que trabalhamos juntos.

Às vezes, pensava em nossas centenas de conversas durante o jantar, de como ele parecia alegre quando cozinhava, especialmente para mim. De como era agradável a companhia.

“O que temos para o jantar?”

“Nunca pergunte, Will. Estraga a surpresa.”

Memórias boas se misturavam com memórias ruins, o feio com o belo. Nas noites mais sombrias, eu lembrava porque não deveria vê-lo de outra forma, senão como um monstro. Depois do que ele fez a Beverly Katz, depois dele ter cortado a garganta de Abigail, depois de ir embora. Lembrava dele ao meu lado, dizendo a um entorpecido Mason Verger que comesse o próprio nariz. Arrepio-me ao lembrar que não fiquei horrorizado, e que a única coisa que senti foi admiração e uma forte ligação com ele aquela noite. Admiração por um psicopata, a que ponto eu cheguei!

Minha cabeça doía. Tive que tomar um Valium para conseguir dormir. Pude jurar que o vi sentado na poltrona ao lado da minha cama, velando meu sono. As lembranças que eu tinha dele me acompanhavam a todo momento, e me seguiam mesmo nos sonhos. Não sei se memória ou delírio, mas sonhava com ele cuidando de mim, quando voltamos da Fazenda Muskrat. Ele trocando meus curativos, checando minha febre, me acalmando durante pesadelos, trazendo minha medicação, mantendo-me aquecido, sempre ao meu lado. Eu até sentia gratidão, afeição e... Depois eu me lembrava que eu só estive naquela situação por culpa dele.

Sempre fora assim, ele me colocava numa encrenca, depois me tirava. E eu, tolo, permiti me tornar dependente dele.

Concluí que eu não poderia permanecer ali. Eu não estava mais tão habituado a solidão completa, e logo que me sentia só, ele aparecia para conversar comigo. Eu o ignorava, mas sua imagem silenciosa permanecia a meu lado, observando-me com seus olhos castanhos. Minha mente até recriava as nuances de seu perfume. Ele parecia tão real, que me peguei respondendo a suas perguntas umas três vezes. Mas ele não estava ali. Ele estava preso. Ele não machucaria a ninguém mais. Ele não me magoaria outra vez.

Olhando para trás, às vezes me pergunto como eu, que sempre tive o cuidado de manter os outros de fora, pude dar tanta abertura para Hannibal. Como eu pude o deixar chegar tão perto?

Acho que foi porque eu senti que ele diferente dos outros, eu senti que ele era, de certa forma, parecido comigo. Eu vi nele um amigo. E então descubro que o homem que me ouvia, que me compreendia, que eu admirava, era o assassino cruel que eu procurava.

Foi quando eu entrei no jogo dele.

Para conseguir seduzir e enganar Hannibal, eu não fingi ser outra pessoa. Hannibal notaria de imediato. Eu me permiti ser aquilo que eu sempre temi ser. Me permiti ser livre sob o pretexto de estar atuando para apanhar Hannibal. Eu não estava atuando, pelo menos não o tempo todo.

“Você deve se permitir ter intimidade com seus instintos, Will.”

Por um curto período, eu libertei um lado de mim que sempre esteve preso, revelei facetas que há muito permaneceram ocultas.

Eu brinquei de ser tudo aquilo que Hannibal queria que eu fosse, de ser tudo o que eu sempre evitei ser. E Hannibal me aceitou, sem repreensões, sem olhares desaprovadores, sem medo do que poderia parecer estranho.  Hannibal me olhava com admiração e deleite. Talvez por isso eu tenha sido tão afetado, por isso fiquei tão marcado. Eu permiti que nós nos tornássemos próximos. Eu não usei armaduras ou máscaras para encarar Hannibal, eu estava nu.

 Hannibal enaltecia cada traço de minha personalidade, os bons e os ruins. Por um breve momento, eu senti como era ter orgulho de algo que me causava vergonha, senti o prazer de ter alguém que apreciava detalhes sobre mim que a outros causavam medo. Era tão bom estar com ele, conversar com ele e o ouvir falar. Era tão bom falarmos sobre assuntos que jamais falaríamos com outra pessoa. Era maravilhoso sentir que eu tinha alguém que me entendia. Foi quando meu plano começou a ruir.

Eu planejava fingir amizade, mas só alicercei a cumplicidade que começamos a criar antes de eu descobrir que ele era um assassino. E agora era pior. Meus sentimentos em relação a ele e a nossa recente proximidade me fizeram aceitar não só o homem, mas também o monstro nele. E mesmo não querendo, acabei perdoando todas as atrocidades que ele cometeu.

Com Hannibal, eu fui eu mesmo. Mesmo quando não era, eu era. E em troca, Hannibal permitiu que eu o visse. Alguns conhecem o Estripador de Chesapeake, outros conhecem o Dr. Lecter, médico e psiquiatra. Eu tive o privilégio de conhecer esses dois e Hannibal, o homem. Ele se revelou a mim, e conversou comigo como um igual. Ele me deu a oportunidade de conhecê-lo de verdade.

“Eu deixei que você me visse, deixei que me conhecesse. Eu te dei um presente raro, mas você não quis.”

Eu brinquei de ser o amigo que Hannibal desejava, e acabei descobrindo que apreciava a companhia.

 Eu me senti traído, eu me senti um traidor. Tentei consertar as coisas, mas a quem eu estava enganando? Abigail jamais voltaria dos mortos, minha amizade com Hannibal era extremamente prejudicial para mim e para os outros. E por mais que Hannibal me fizesse sentir assim, eu não era normal, e jamais seria ao lado dele.

Como Alana me alertara uma vez, nossa relação não era sadia. Estávamos sempre nos ferindo, ou tentando nos matar. Hannibal está sempre jogando com a mente das pessoas e eu cansei do jogo.

Eu jamais permitiria que ele brincasse com minha mente de novo. Se eu quisesse superar Lecter, se eu quisesse fugir do que eu estava me tornando, eu tinha que deixar aquela vida para trás. Ser um novo Will. Ter uma vida nova. Um futuro depois de Hannibal.

Se eu realmente pretendia ser alguém normal e me libertar de Hannibal, eu teria que me desvencilhar de tudo. Teria que ir para outro lugar. Eu não conseguiria se continuasse ali, eu ainda não estava forte.

Arranjei casas novas para meus cachorros. Margot e Alana foram gentis em abrigar Winston e Buster. Doeu-me muito deixar Winston para trás, mas até ele me lembrava o Hannibal. Os dois entraram na minha vida praticamente na mesma semana.

 – E para onde você pretende ir? – Alana indagou. Margot colocava Buster no banco de trás do carro delas. Fiquei feliz ao ver que Buster tinha gostado de Margot e eu sabia que Winston já estava acostumado com a companhia de Alana.

 – Se não se importa Alana, prefiro não dizer. Vou pegar a estrada e ver onde ela termina.

 – Eu entendo. Você tem o nosso telefone. Não hesite em ligar caso precise.

 – Obrigado. Você vai mesmo aceitar o cargo de diretora no Hospital Psiquiátrico de Baltimore?

 – Vou. Hannibal vai ser mandado para lá e eu vou garantir que ele jamais saia – ela falou com uma raiva que eu jamais tinha visto na Alana do passado. A Alana antes do Hannibal. Ele tinha o poder de mudar as pessoas para pior. – E você, vai ficar bem?

 – Contanto que eu fique longe, ficarei.

Entrei no meu carro e parti. Winston tentou me seguir, mas Alana segurou sua coleira. Vi os olhos tristes dele pelo retrovisor, acho que ele sabia que eu não retornaria. Era um sacrifício necessário. Eu não estava abandonando o Hannibal somente, mas uma vida inteira. Eu precisava ir embora e abandonar parte de mim para trás e esperar que a parte restante conseguisse construir uma nova vida.

Sou uma xícara quebrada, e nem todas as minhas partes se juntaram. Estou cheio de cicatrizes físicas e psicológicas e sei que algumas jamais irão cicatrizar. Há alguns meses, eu achava que não conseguiria viver sem ele, mas agora eu tenho a plena certeza de que preciso aprender a sobreviver à separação, definitivamente.

Segui viagem, sozinho. Eu, um homem incompleto e defeituoso.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui.

Se gostou da história, ficaria grata em saber sua opinião. Nos vemos em breve.


Tai ^--^/



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