Chega a ser tão engraçado, como estou vivendo hoje e de como estava vivendo anos atrás. Sempre fui muito apegada aos meus pais, tudo que fazíamos era sempre juntos.

Quando veio a notícia de que minha mãe estava grávida, eles ficaram muitos surpresos, porque ter um filho (a) ainda não estavam nos planos deles para aquele tempo. Mais em vez de ficarem pensando isso, resolveram aproveitar a notícia.

Lembro do dia em que eles me contaram, como foi meu nascimento, foi algo meio estranho, mais que chegava a ser engraçado.

Minha mãe e meu pai, estavam indo viajar em nossa antiga casa de verão, eles adoravam irem pra lá, lhes traziam uma calma maravilhosa, a casa era de frente para o mar, então quando o sol aparecia, sempre era aquela coisa perfeita. Aquela luz no seu rosto, aquele barulho de mar, não tinha algo melhor do que isso para eles.

Só que naquela noite, as coisas foram diferentes, no meio do caminho, minha mãe sentiu um líquido escorrendo de suas pernas, e na mesma hora ela já percebeu que eu queria sair de dentro da confortável barriga dela.

Ela tentou não deixar meu pai nervoso, pois ele estava dirigindo e nem percebeu o que estava acontecendo, ela tocou o braço dele o chamando, e na mesma hora ele olha para ela e vê o seu vestido que estava usando, estava todo molhado da bolsa que tinha estourado.

FLASHBACK ON: 

— Vitor, eu acho que nossa menina que conhecer o mundo já. - Julia fala com uma das mãos no ombro de seu marido.

— Mais...Como Julia? Você está de 8 meses! 

Vitorio começa a ficar nervoso, com medo de que algo aconteça com sua menina.

— Ei, ei...Calma Meu Amor! Você vai dar a volta, e irá nos levar até um hospital próxima, tudo vai dar certo.

— Tudo bem, tudo bem...Tudo vai dar certo! - Ele falava mais para si mesmo do que para a sua esposa.

 Dando a volta com o carro, ele segue em uma velocidade um pouco alta do que o permitido, mais depois de minutos enfim encontram o grande hospital.

Ele não estaciona nem o carro direito, e já vai descendo dando a volta, para ajudar Julia. Essa que já estava sentindo as contrações fortíssimas.

— ALGUÉM AJUDA! MINHA MULHER ESTÁ TENDO NOSSO BEBÊ! PRECISAMOS DE AJUDA! - Vitorio grita com Julia em seus braços.

Na mesma hora, dois médicos vão com uma maca em suas direções, assim que a botaram na maca, a levaram para dentro de uma sala. Ele queria entrar junto, mais não deixaram, pois precisavam preparar Julia para o procedimento.

Mais depois de minutos o deixaram entra na sala, para fazer companhia a sua esposa, não sem antes de botar a máscara e o grande jaleco.

Chega a médica de Julia, que Vitorio teve questão de ligar a avisando, meia-hora depois ela faz todo procedimento de ver como Julia estava, como estava o bebê, para que enfim, depois de horas a Princesa do casal nascesse, saudavel e toda vermelhinha chorando, pedindo o colo da mãe.

Assim que eles vêem ela, sentem uma emoção que nunca sentiram na vida, principalmente Vitorio que naquele momento, soube que moveria a terra, buscaria a lua, faria de tudo pela sua Princesinha e por sua Esposa.

— Ela é perfeita...- Ele diz segurando a pequena maõzinha da bebê.

— Sim, ela é tão parecida com você Vitor! - Julia lhe responde olhando para ele.

— Qual será o nome dela...?

— Linda...Nossa Bebê! 

— rs' Princesa Linda, Nós já Te Amamos muito, Meu Amor! - Vitor diz sentindo uma lágrima caindo pelo seu rosto. 

FLASHBACK OFF: 

Minha mãe disse, que depois daquela dia só houve felicidade na vida deles, e que eu realmente mudei tudo e para melhor. 

Ah Minha mãe...

Ela era tão maravilhosa! Até hoje agradeço a DEUS por ter me dado ela como mãe, era uma pessoa de um coração enorme, um coração cheio de amor para dar para mim, para meu pai e para todos que mereciam.

Meus pais sempre foram loucos um pelo outro, mesmo pequena eu percebia o quanto eles se amavam, sempre estava abraçados, rindo um com o outro. E não tinham vergonha de mostrar isso para ninguém.

Mais infelizmente, um dia mudou tudo isso. Mudou minha Vida completamente, a virou de cabeça para baixo, nunca imaginaria que aquilo iria acontecer, principalmente por ser uma criança inocente, achava que aqueles momentos nossos duraria para sempre.

Era um dia de chuva, aqueles bons para ficar em casa, deitados no sofá da sala, e assistindo um bom filme, com direito a pipoca e chocolate quente.

Só que meu pai não queria isso, ele como sempre queria sair com a família, mesmo que estivesse chovendo. Onde morávamos era um bairro muito pequeno, quase todos se conheciam, era aconchegante, e seguro. Bom era o pensávamos.

Estávamos saindo de uma loja de brinquedos que eu tinha pedido para irmos, a chuva tinha apertado, então quase não enxergávamos nada, e assim de uma hora para outra dois homens mais altos que meu pai, encurralaram a gente numa parede da rua.

Minha mãe deu um grito, e meu pai falava que eles podiam levar tudo, mais que não me machucassem e nem minha mãe. Mais parecia que eles não o escutavam, e começaram a tirar a roupa da minha mãe, em frente a mim e a do meu pai.

Ele foi para cima de um deles, tentando o tirar de perto da minha mãe, só que o bandido era muito alto e parecia ser mais forte, também.

Só que meu pai não se abalou por causa disso, tentando lhe acertar socos, enquanto eu que estava encolhida chorando sem saber o que fazer, vejo o outro bandido pegar algo de dentro da calça dele e apontar para meu pai que estava de costas para ele. 

Segundos depois tudo ficou câmera lenta para mim, eu apenas vi o cara apontando aquilo para meu pai e o barulho ensurdecedor aconteceu.

Vejo meu pai caindo de joelhos no chão, olhando bem nos meus olhos, minha mãe tenta tirar aquela coisa das mãos do bandido, acho que para atirar nele, mais ele foi rápido e atirou nela, também. 

Grito assustada vendo meus dois amores caídos no chão e ao longe escuto as sirenes da polícia. Assim que os bandidos ouviram deixaram nós três para trás e fugiram.

Corro até meus pais, os chamando, mais eles não me respondiam, naquela hora, eu não fazia ideia do que estava acontecendo, o porque deles não estarem me respondendo. 

— Mamãe, Papai! Por favor...Me respondam! - Eu digo chorando balançado eles. - Podem acordar, os homens maus já foram! 

Me deito com eles, e fico os abraçando no meio dos dois, sinto-me esgotada e apenas fecho os olhos querendo que aquele pesadelo parasse, e ouvindo cada vez mais perto o barulho das sirenes.