Friends escrita por Maria Vitoria Mikaelson


Capítulo 11
Mudanças Contrárias.


Notas iniciais do capítulo

Desde já dedico esse capítulo a "Thay Alves" por ter feito a primeira recomendação da fic,eu simplesmente adorei!
Obrigado também a todos que comentaram no capítulo passado.
Quero já adiantar que esse capítulo será meio por alto,porque é uma especie de introdução a essa nova fase,então algumas coisas estarão meio vagas e enigmáticas!
Gente para quem ainda não curtiu minha fan page.Esse é link: https://www.facebook.com/Fanfics-da-Mel-Vi-760593477403660/
Boa Leitura!



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Nova York – 8 anos depois.

 Ponto de vista:Edward Cullen.

    Digito freneticamente em meu MacBook a campanha que demorei semanas para desenvolver.Enquanto me sirvo com uma boa xícara de café.Eu havia deixado os chocolates quentes de lado,e adotado algo que me desse mais energia.Finalizo os detalhes mais importantes,e dou um sorriso de alivio quando noto que consegui acabar dentro do prazo.

   Observo Tânya se servindo com café também,enquanto organiza sua pasta de trabalho.Era uma manhã fria,tipica da cidade.E mesmo sendo cedo,cá estávamos nós,iniciando nossa rotina.Nos preparando para mais um dia de trabalho.

  Ela havia se transformado numa advogada brilhante,e eu me orgulhava por ter uma esposa como ela.Bom...Eu...trabalhava numa agência de publicidade no centro,indo contra todos os planos que fiz para o futuro de me manter numa vida com grandes aventuras...O fato é que o dinheiro que eu pretendia usar para realizar meus sonhos,acabou tendo outro fim,quando meus pais faliram por um erro de investimento do meu pai,eu tive que ajuda-los,e isso rendeu toda a herança do meu avô.Não estou dizendo que me arrependo,ou algo assim...Mas é só que...Eu não imaginava que meu futuro seria assim...Tão clichê.

   Minha mulher sorri para mim quando sou pego no flagra a fitando.Ela caminha até onde eu estou,e me presenteia com um selinho carinhoso.Mas sua expressão antes sorridente,adota um ar sério.É,eu sabia o que vinha pela frente quando ela fazia aquela cara.

—Acha que pode sair mais cedo hoje? O pessoal do escritório me convidou para um jantar,e eu não quero chegar sozinha de novo. —ela questionou indo para trás de mim,e massageando meus ombros.

—Eu não sei,amor.Eu irei apresentar a campanha hoje,e não sei que horas irá acabar...E se o Laurent aprovar,eu posso ganhar aquela promoção que eu tanto quero. —dei meu melhor olhar de desculpas,mas aquilo não foi o suficiente para Tânya não ficar decepcionada... —Mas eu tentarei... —garanti,lhe enviando um sorriso.Ela suspirou.

—Tudo bem,eu entendo...E além do mais,será incrível se você conseguir a promoção...Podemos trocar o carro finalmente...Já que você se recusa a vender o apartamento que morou durante a faculdade...Apartamento esse que você comprou sem necessidade. —minha esposa voltou aquele assunto.

—Não acredito que iremos iniciar essa discussão mais uma vez...O dia nem começou direito...Tânya,eu já disse que o apartamento não será vendido. —decretei me levantando.Começando a guardar meus instrumentos de trabalho.

—Eu só não entendo...Ele não serve para nada. —ela disse irritada.Passo a mão pelo meu rosto,completamente exausto por sempre voltarmos para essa briga.

—Ele é importante para mim. —afirmei pela milésima vez.

—Ter um carro novo também deveria ser. —ela disse irônica.

   Tânya e eu tínhamos um casamento ótimo,quase nunca brigávamos.Mas qualquer coisa que me ligasse a Bella,a tirava do sério,e aquele apartamento era como uma lembrança constante da ligação que eu tinha com ela.Tânya se sentia insegura em relação a isso,e eu não a culpava.Minha esposa sofreu muito por causa dessa situação,e tudo por minha maldita culpa.Se eu não tivesse sido tão moleque,eu não teria feito nem ela,nem Bella sofrerem.

     Fito Tânya que ainda permanecia na cozinha de nosso apartamento.Ela está com as mãos apoiadas no balcão,enquanto respira fundo diversas vezes.

—Eu sinto muito. —eu sentia muito mesmo.Por não poder ser o marido perfeito que ela merecia.

—Eu que sinto...Por ficar insistindo nisso...Mas é que...qualquer coisa que envolva você e a Isabella...me deixa assim,fora de mim...Depois do que aconteceu...Desculpe. —eu podia ver novamente em seus olhos a dor que ela sentiu naquele dia.Tânya era uma mulher forte,mas ela se tornava extremamente frágil quando relembrava o começo de nosso casamento.

   Eu não sabia como essa união não desmoronou nesses 8 anos depois daquilo.Acho que a única explicação lógica,é que nos amávamos e fizemos isso dar certo.Ou em todo caso,que Tânya me amava a ponto de me perdoar por meus erros e a ponto de não me odiar pelas coisas que aconteceram.Ela me amava a ponto de permanecer comigo,apesar de tudo.

   Caminho até ela,e a abraço.Abraço a pessoa que foi minha parceira por todos esse anos.Ela me abraça de volta,e eu posso sentir seu sorriso,por constatar que apesar dessas pequenas brigas,sempre voltaríamos a ficar bem.

—Eu irei no jantar. —falei com firmeza.É claro que eu iria.Daria um jeito.Daria um jeito por ela.Tânya separa seu rosto do meu,e me encara.

—Eu te amo. —minha esposa diz.

—Eu também. —falo de volta, e nesse mesmo momento a campainha começa a tocar. —Deve ser Victoria,ela é minha parceira na campanha.Combinamos de ir juntos para agência. —explico,e assim vou até a porta,com a intensão de permitir a entrada de minha amiga.

  Victoria e eu trabalhamos na mesma agência.Como somos formados no mesmo ofício,tivemos a sorte de poder compartilhar essa experiência juntos.Formávamos uma equipe em tanto.Ela era a única de quem eu era próximo da época da faculdade.Jasper havia se mudado para Londres dois meses após a formatura,e atualmente só nos víamos nos feriados.Pelo que eu sabia,ele estava solteiro.Sam morava no Canadá,e se casou com uma garota que conheceu no trabalho,acho que seu nome é Emily...Bella...Bom,com ela,eu não falava desde meu casamento.Para falar a verdade,até com Victoria ela havia perdido o contato.

  Acredito que esses anos nos fizeram mudar completamente.Ou talvez,só tenhamos virado o que sempre fomos,mas nunca admitimos;diferentes.

   Quando abro a porta,me deparo com a minha ruiva predileta, e ela sorri para mim.Sorriso que é retribuído.Vick também estava solteira,a mesma havia tentado vários relacionamentos ao longo dos anos,mas nunca permaneceu em um por muito tempo.

—E ai Mr.Cullen,preparado para conseguir a promoção do século? —ela indagou divertida.Eu admirava isso nela,o fato de que mesmo estando competindo comigo por essa promoção,ela ainda torcia por mim.

—Eu nasci preparado. —brinquei,dando espaço para que ela entrasse.A mesma não demorou a traçar um caminho até a cozinha,pois ela já era de casa.A ruiva abraço Tânya em forma de cumprimento,e logo elas começaram a colocar o papo em dia.

     Quando a hora de irmos chegou,me despedi da minha esposa,e segui com Victoria para a agência.Antes disso,passamos em uma cafeteria,para nos abastecermos com energia para o dia exaustivo que teríamos pela frente.

   Assim que chegamos ao prédio da agência,demos de cara com toda a movimentação organizada de sempre.Aquele monte de pessoas,trabalhando individualmente em suas mesas,quase coladas uma nas outras.O barulho das vozes,espalhando-se com toques de telefones,e passos sincronizados .Me separo de Vick —que precisava ir até a diretoria —e sigo meu percurso.

  Bebo um pouco do meu café,enquanto caminho até minha mesa,e largo meu material lá.Olho ao redor,me deparando com todos trabalhando a minha volta.Essa rotina era um tédio.

—Bom dia,Ângela. —desejo para minha vizinha de mesa.

—Bom dia. —ela devolve,enquanto anota algo em sua agenda.

—Como Laurent está hoje? —questiono,já que ela era sempre responsável por me informar o estado da fera,que chamamos de chefe.Minha pergunta faz ela desviar sua atenção da agenda.

 —Estranhamente bem humorada...Acredita que eu vi algo parecido com um sorriso no rosto dele? —ela indagou brincalhona.O que seria uma vida normal,sem um chefe chato? Isso mesmo,nada.

—Vai ver ele finalmente desencalhou. —debochei brincando com um lápis.

—CULLEN.EU ESPERO QUE A CAMPANHA ESTEJA MUITO BEM FEITA. —ouço o dito cujo gritar,saindo de sua sala,e vindo em minha direção.Aquilo nem de longe parecia com bom humor

—Falando na praga. —murmuro para Ângela,que ri baixinho. —Ela está perfeita,Laurent. —afirmo.

—É bom que esteja mesmo. —ele disse com seu tom ameaçador.Nunca vi aquele homem ser simpático com ninguém,as vezes eu chegava a pensar que ele não era humano. —Seu projeto será apresentado após o almoço,até lá,espero que a campanha do iogurte light apareça na minha mesa. —Laurent decreta,ajeitando seu terno,e voltando para sua caverna...Quer dizer...Sala.

—Será que deixar as pessoas tensas faz ele feliz? —Ângela questionou indignada.Suspiro antes de lhe responder.

—Aparentemente sim. —digo, então começo a trabalhar.

   Entrego a campanha do Iogurte.E logo sigo para minhas outras tarefas.Quando a hora do almoço chega,sigo com Vick para o restaurante da esquina,onde sempre comemos.Ela passa o caminho todo até lá,conferindo algo no celular,e mal me dá atenção.Só percebe o que está fazendo quando eu reclamo.

—Afinal,o que tanto olha ai? —pergunto,enquanto avalio o cardápio.

—Estou falando com Jasper...Ele vem para Nova York no próximo fim de semana,e acabamos marcando de sair. —ela anuncia hesitante.Arqueio a sobrancelha.

—Que tentar de novo algo que não deu certo na faculdade? —indago incrédulo.

—Que mal me fará? Estamos maduros agora,e eu quero me arriscar nisso. —Vick me comunica.

—Isso é loucura.Olha...Eu nunca te disse ,mas é bem nítido que você e o Jasper darem certo sempre foi uma possibilidade muito pequena.Vocês são iguais demais,e correr esse risco não vale a pena. —dou minha opinião,e Vick dá uma risada de desdém.

—Eu não acredito nisso...Edward Cullen está me dizendo que correr um risco é loucura...Ei! Onde está meu amigo? Sabe,você sempre foi tão julgador sobre manter-se em sua zona de conforto,e é isso que está fazendo agora.Vivendo essa vida perfeitinha,totalmente organizada,sem riscos,sem aventuras,sem nada. —ela debocha,enquanto ergue a mão para o garçom,afim de fazer o pedido.

—O que está querendo dizer com isso? —perguntou direto.

—Que por 8 longos anos,eu estou vendo você num casamento mais chato do que o Laurent.Eu amo a Tânya,e eu amo você.Mas faz tempo que eu deixei de amar vocês dois juntos.Onde está aquele cara que tinha planos loucos,e que não queria passar a vida atrás de uma cadeira de escritório,sendo comandado por um chefe tirano? Onde está Edward Cullen? —ela indagou como se não conseguisse me ver ali.

—Ele está aqui.Com 30 anos.Tendo um vida normal. —respondi como se fosse obvio.

—Esse é o problema...Você nunca foi normal.E está agindo assim,porque no fundo nem você sabe mais o que quer. —ela constatou,e após aquilo,o almoço se seguiu tenso.

[...]

  Me acomodo em meu lugar na sala de reuniões,ao lado de Ângela,e observo todos os outros fazendo o mesmo.Laurent chega alguns minutos depois.Ele nos encara esperando que nos expressemos,e quando nota que ninguém irá falar nada,diz:

—Esse é o momento que vocês me contam o que pensaram em fazer na campanha do perfume Pure Love. —pede com ironia.

—Bom...Victoria e eu pensamos...em expressar vários tipos de amor no comercial.Não amor,de amigos,família e namorados,diferenciando ambos...Algo como os vários tipo de amor no sentido romântico.Aqueles arrebatadores,a primeira vista,os que se iniciam com a convivência...Qualquer tipo de amor que de alguma forma começou puro. —conto nossa ideia,e ele me avalia.

—Não é tão horrível quanto eu esperava...E qual seria o slogan? —Laurent questiona.

—Algo como “Todo amor começa puro” —foi a vez de Victoria se pronunciar.

—Estou surpreso com a eficiência de vocês...Mas ganhar a promoção não será tão fácil assim. —ele anuncia com desdém.

—E o que mais quer? —pergunto quase que com ironia.

—Que modelo será usada nessa ideia de vocês? —Laurent pergunta como quem não quer nada.

—Não pensamos em ninguém em específico. —conto.

—Eu pensei...Eu quero Isabella Swan nessa campanha.Se conseguirem isso,promovo não só um,mas os dois. —minha boca quase vai ao chão quando ele diz isso.

—Por que logo ela? Todo mundo sabe o quão difícil é conseguir um contrato com ela. —tento convence-lo.

—Ela é a mulher do momento,todas as agências querem ela.A imprensa ama aquela modelo.Ela já namorou uns 30 caras bem-sucedidos.Os caras querem transar com ela,e as mulheres querem ser ela. —ele foi bem claro em definir porquê a queria.

     Logo dei minha promoção por perdida;eu nunca convenceria minha ex-melhor amiga a aceitar aquela proposta.Bella devia me odiar.E por mais que eu tenha uma saudade profunda dela,eu não quero reencontra-la.Não quero conhecer essa nova versão dela.Essa que é completamente diferente da garota que eu conheci.

—Eu não posso fazer isso. —anuncio,e ele me olha sem acreditar.

—Está desistindo antes de tentar,Cullen? —Laurent indaga.

—Ela tem um milhão de contratos em outros países,é improvável que ela concorde com esse. —disfarcei meus motivos,mas Victoria estava ciente do meu desconforto.

—Não há importância,se você não irá fazer isso,tenho vários outros funcionário dispostos a fazer.  —ele pareceu não se importar com a minha recusa.

   Aquele dia estava sendo péssimo.E eu pedia para que não piorasse.Bella e eu vivemos separados por 8 anos,e mesmo que nossa única despedida tenha sido aquela carta que ela deixou,eu não tenho vontade de ficar cara a cara com ela,e ver desprezo em seus olhos.Eu não suportaria saber que a garota que antes me olhava com carinho,era capaz de sentir repulsa por mim.

     Mesmo que eu suspeitasse que seus olhos não carregavam a pureza de antes.Digo isso pelas centenas de capaz de revista que a vi pousando.Cada pose provocante,cada click sensual,cada entrevista despojada,cada romance casual.Eu havia acompanhado as mudanças de sua vida,sem notar que na minha nenhuma havia ocorrido.

[...]

Havaí.  — A noite,naquele mesmo dia—.

Ponto de vista:Isabella Swan.

   Sinto o suor descer por meu corpo,enquanto me movimento no ritmo da música agitada.As pessoas a minha voltam dançam de suas maneiras prediletas,e eu rebolo ao som da batida eletrônica.Eu adorava fazer aquilo.Escolher a boate mais cheia da cidade,e dançar até o amanhecer.Me fazia recuperar o tempo que perdi sendo “Uma adolescente velha” Eu me sentia livre na pista de dança.Sentia que o mundo a minha volta era nada mais,nada menos que só um detalhe.

   Balanço meus cabelos que agora são loiros — por conta de uma campanha que eu fiz recentemente —e remexo meu corpo,agora cheio de curvas por conta da boa alimentação e dos exercícios matinais.Os óculos também haviam sido trocados por lentes,e a postura agora era outra.

   Quando me canso de fazer aquilo,vou até o bar do estabelecimento e peço um drink qualquer,me encostando no balcão de atendimento.Era ótimo poder agir como uma pessoa normal.Sem precisar fugir dos jornalistas irritantes em busca de um furo meu.Era simplesmente incrível quando eu conseguia me disfarçar de uma adulta qualquer.Uma simples moradora do Havaí.

    Vejo um cara na pista de dança piscar para mim,e reviro os olhos no mesmo instante.Me virando para pedir que o garçom coloque a bebida mais forte que tiver.Pois hoje o dia havia sido exaustivo.Todas aquelas sessões de fotos,entrevistas sugadoras,e depois as reuniões intermináveis com James.

   O bartender me serve o que eu pedi,e eu bebo num só gole.Sentindo o líquido descer por minha garganta de forma cortante.Aquilo ia me render uma baita ressaca.

—Se passar lá em casa mais tarde te dou uma garrafa de Bourbon. —ouço uma voz muito conhecida indagar,e me viro com um sorriso desdenhoso nos lábios.Dando de cara com Jacob Black.Filho do empresário que eu mais admirava quando sonhava em trabalhar na Black Global.Ah...e também um dos meus casinhos antigos.

—E se eu passar na casa de Demetri Volturi mais tarde,eu ganho um bar. —anuncio mordendo os lábios.

—Sempre adorável. —notou,enquanto pedia vodka no balcão.

—Só com quem merece. —falo dando de ombros.

—Achei que estivesse em Londres...Fiquei sabendo que está passando um bom tempo lá. —Jake comenta,me fazendo suspirar.Deveria ser proibido tocar naquele tipo de assunto numa boate.

—Eu tinha alguns trabalhos aqui.Precisava espairecer.E é sempre bom voltar para onde tudo começou. —explico gesticulando com as mãos.

—Nostalgia...Tenho alergia disso. —ele debochou.

—Eu não estou sendo nostálgica...Só achei que estava na hora de voltar para o Havaí...Londres é frio demais. —aquilo soou como uma metáfora.

—Um brinde a isso. —o Black disse levantando seu copo que tinha acabado de chegar,junto com outro que ele havia pegado para mim.Levantei o meu também e sorri.

—Um brinde a isso. —concordei.

—Quer dançar,Swan? —questionou após beber sua dose.

—Não acredito que você possa me acompanhar...Eu sou rápida. —debocho,mordendo os lábios.

—Eu odeio quando faz isso. —ele afirmou.Mordi os lábios novamente apenas por desdém.

—Isso o que? —fingi inocência.

—Isso de usar essa sensualidade,que você sabe que tem. —Jake explicou,me fazendo rir.

—Eu sou sensual? —indaguei me aproximando do seu rosto.Nesse momento uma música lenta começou a tocar na boate.

—Você sabe que é. —responde,também chegando mais perto.Quando nossos lábios estão quase se encostando,desvio meu rosto com um sorriso.

—Foi bom te ver,Jake...Mas você e eu...Não vai rolar...Eu estou bem com o Demetri. —falo,enquanto pego minha bolsa pronta para pagar a conta.Mas sou impedida por Jake.

—Eu sou um cavalheiro,eu pago a conta. —Jake murmurou.

—Eu sei que é. —falo antes de beijar sua bochecha delicadamente. — A gente se vê. —digo acenando,me encaminhando em direção a saída.

   Quando coloco os pés para fora da boate,sinto o vento em meus braços,e gosto da sensação.Inspiro o cheiro da maresia,e sorrio por isso.Essa é uma das vantagens de morar no Havaí,você pode sempre se sentir próxima do mar e da calma dele.

   Caminho até o cais,onde um dos meus empregados está.Meu Iate está amarrado na cerca de segurança,a minha espera.O simpático senhor que o comanda,sorri para mim.

—Está pronta para ir,senhorita Swan? —ele indaga.

—Sim.Quero voltar para casa. —respondo,e com seu auxílio,me coloco dentro do Iate luxuoso.Indo em direção a um dos bancos na parte descoberta.

  Eu sei que ter um Iate parecia um exagero.Mas digamos que eu consegui uma boa grana sendo bem-sucedida como modelo.Todo dinheiro que ganhei foi bem administrado por mim,que tinha conhecimento no assunto,fazendo assim tudo triplicar.Eu tinha vários imóveis,investimentos,e já havia conhecido praticamente o mundo todo por conta do meu trabalho.No fim eu acabei descobrindo que eu levava jeito para aquilo,e que ser modelo não era tão fútil como eu imaginava.Era um trabalho como qualquer outro,só que com boas remunerações.

   O barco parte de maneira veloz rumo ao nosso destino.E eu nem vejo o tempo passar enquanto observo o cenário a minha volta.Apesar de ter me mudado para Londres há dois anos,eu sempre voltava para cá,porque de alguma forma foi aqui que eu renasci.

    Avisto a enorme mansão de vidro na beira da praia e noto que falta pouco para chegarmos.Quando o Iate para,desço do mesmo,e tiro meus saltos para caminhar pela areia com mais facilidade.Subo a escadaria trabalhada em pedras até minha casa,e digito a senha de segurança na porta,adentrando no local.

    Largo a sandália num canto qualquer,enquanto caminho pela sala.Paro por instinto em frente da estante principal do cômodo,e começo a observar as fotos que ali estão presentes.James e eu comemorando a capa de uma revista.Eu sozinha.Demetri e eu na praia,e novamente eu sozinha.Não havia nenhuma foto dele.Nenhuma daquelas que costumavam enfeitar meu quarto.Não haviam lembranças,porque ela eram dolorosas.Não haviam arrependimentos porque eles não serviriam para nada.No fim era isso que restava;nada.

      Havíamos mudado e complicado tudo.Eu mentiria se dissesse que não queria saber como Edward estava agora.Como seu filho era,se era menino ou menina.Se ele e Tânya ainda estavam juntos.Porque eu queria.Mas havia uma coisa que eu queria mais que isso,e essa coisa era minha felicidade,pois se eu continuasse a me martirizar com o que já passou,eu não a teria.E eu havia sido feliz por 8 anos sem ele.Havia construído algo de verdade.Eu havia conhecido o mundo,tinha uma carreira incrível.Uma família que acabou se tornando minha por circunstâncias trágicas...Um quase namorado perfeito.Eu havia conseguido me superar.

—Você fica linda com essa cara de pensativa. —uma voz familiar elogiou.Não acreditei no que vi,e abri um sorriso de rasgar as bochechas.

—Não sabia que estaria livre a noite. —comente indo até Demetri.O cara de cabelos loiros e olhos intensos.O mesmo cara em que eu esbarrei há 8 anos atrás no aeroporto.

—Eu cancelei a reunião,peguei o jatinho e vim.Se tem uma coisa que eu amo mais que meu trabalho essa coisa é você. —Demetri disse com aquele tom sério sexy dele.

—Eu não acredito que fez isso,essa reunião não era super importante? —indago sem acreditar.

—Era.Mas os meus planos para essa noite se baseavam numa noite de amor selvagem no Havaí,com a mulher mais linda de todo o universo. Não em ficar checando relatórios chatos. —Demetri anunciou,me fazendo feliz.

—E o que acha de pegar essa mulher linda a levar para o quarto e concretizar seus planos? —pergunto mordendo os lábios.

  Demetri não tarda a chegar mais perto e me puxar pela cintura,dando-me um beijo digno de cinema.Pulo no seu colo,e enrosco minhas pernas na sua cintura,enquanto ele continua a me beijar.Só me separo de seus lábios quando me lembro de algo.

—E o Etham e a Emma? —indago quase sem fôlego.

—Eles estão dormindo.Só precisei contar uma historinha para eles capotarem. —ele murmura em resposta.

—Você é incrível. —afirmo antes de voltar a beijar ele.

      Tudo naquela nova vida era incrível.E eu não trocaria aquilo por nada.Por nenhum clichê ou história inacabada.Eu não trocaria uma certeza por uma dúvida.Não trocaria Demetri por Edward.Não trocaria a Bella por a Belly.


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Notas finais do capítulo

Notaram que a Bella realizou os planos do Edward e o Edward realizou os planos dela?
Comentem tudo que acharão sobre o capítulo!



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