You are the music in me escrita por Luminária


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Ho hey
"Meus fãs, eu chegueeeeeei!Yeah!" - Terk, uma diva
Música de hoje: http://www.vagalume.com.br/melanie-martinez/cry-baby-traducao.html
No próximo capítulo terá sertanejo. Motivo? Sertanejo é vida u-u



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— O Ali Babá não veio hoje? – Morgiana perguntou a Hakuryuu enquanto esperavam na fila da cantina

— Não. – o jovem de cabelos pretos confirmou – Mas também, com tudo o que aconteceu.

— Sim, era esperado. – pagou seu suco de abacaxi “natural” em caixinha e saiu da fila, dirigindo-se a um dos bancos do pátio com o amigo. – Ele não vai à festa do Aladim. – afirmou como quem diz que o cavalo branco de Napoleão era branco – Mas acho que o Aladim vai entender.

— Se a festa fosse minha eu não ficaria chateado, eu também já perdi algumas pessoas próximas. – Hakuryuu reforçou – Isso dói, dói muito.

— Sim, deve ser horrível. – furou a caixinha com o canudo – Mesmo que eu nunca...

O celular do garoto tocou, interrompendo a conversa.

— Espera um pouco, Morgiana. – ele pegou o celular e o atendeu – Fala Kougyoku. – aguardou a resposta – Calma, a primeira a se fazer é pegar o extintor de incêndio... Você... Mas como? Tá... Eita, aí lascou. – que conversa de maluco é essa? - Liga pros bombeiros e fica aí que eu já estou chegando. – desligou a ligação

— O que aconteceu? – era como se WTF estivesse escrito em sua testa naquele momento

— A maluca da minha prima colocou fogo no extintor de incêndio.

— Mas como?

— Cozinhando.

Arqueou as sobrancelhas:

— Isso é sério?

— Infelizmente. – ele suspirou

— Agora entendo o motivo de você cozinhar tanto.

— A gente se vira como pode. - riu levemente

— Queria cozinhar um pouco como você, sua comida é a melhor.

— É- é- é... – ele corou e começou a coçar a parte de trás da cabeça, envergonhado pelo fato de a senpai tê-lo notado (apenas sua comida, na verdade, mas é melhor do que nada). - Tenho que ir, Morgiana, até a festa.

— Até a festa. – olhou para a caixinha de suco quase vazia, mordendo de leve o canudo. – Parece que seremos apenas nós dois até o final do intervalo, suco de abacaxi. – deu o último gole, jogando a embalagem no lixo logo em seguida. – E voltei a ser só eu. – caminhou até a sala de aula e ficou por lá, esperando a próxima aula começar, que era de álgebra, infelizmente.

XX XX

XX XX

O sinal do fim das aulas tocou e Morgiana tomou seu caminho em direção a casa onde ocorreria a festa para acertar os últimos detalhes com o pequeno aniversariante.

— Feliz aniversário, Aladim.

— Obrigado. – ele sorriu, mas não era aquele seu típico sorriso que encantava a todos, era um sorriso forçado.

— Está tudo bem?

— Está tudo bem, eu só não sei se é uma boa ideia fazer a festa.

— Como assim? Você estava tão empolgado.

— Eu ainda quero muito a festa, mas acho que seria meio injusto isso de a gente ficar aqui se divertindo enquanto o Ali Babá está tão triste.

A menina se tornou um tanto cabisbaixa.

— Mas é seu aniversário, Aladim, e você nunca tinha tido uma festa, você também merece.

— E eu estava muito feliz, só que sem o meu melhor amigo não vai ser a mesma coisa.

Toda a empolgação que havia em Aladim no dia anterior tinha desaparecido. De quê iria adiantar fazer uma super festa de aniversário se o próprio aniversariante não iria aproveitar? Talvez fosse melhor adiar a festa e afogar as mágoas assistindo a “Miraculous: as aventuras de Ladybug” e se entupindo com os seiscentos salgadinhos que Hakuryuu preparou.

— Ok, nós podemos remarcar a festa. – Morgiana acabou concordando

— Certo, agora temos que avisar a todos.

Pegaram seus celulares e começaram a enviar a mesma mensagem para todos os convidados:

“Muito obrigado a todos que ajudaram com a festa, mas ela será adiada por alguns motivos pessoais. Valeu por entender, vo6 são destruidoras, bicha-^! Kissus, Aladim e Morgiana.”

— Terminei. – o pequeno anunciou – E você, Gigi?

— Quase, só falta uma.

Aquela não podia ser uma mensagem padrão como as outras, Morgiana precisava digitar algo:

“Ali Babá, eu sei que você provavelmente vinha mesmo, mas eu achei melhor avisar do mesmo jeito. A festa do Aladim vai ser adiada porque ele tá preocupado com você.”

Enviou.

Não! Não podia parar ali, ela tinha mais coisas para dizer.

“E eu também tô muito preocupada com vc. Tá td bem? Eu quero saber como você tá.”

Enviou. Ela não disse tudo o que queria, mas aquilo já era o suficiente.

— Já acabou, Jéssica? – Aladim fez a perfeita imitação do meme

A rosada colocou rapidamente a mão na boca para tentar controlar o riso, inutilmente.

 - Eu gosto quando a Gigi sorri, ela fica mais bonita assim. – é impressionante como essa criança gosta de se colocar na posição de galanteador – Agora vamos ver Miraculous e comer os seiscentos salgadinhos?

— Vamos.

XX XX

XX XX

Fazia anos que Ali Babá não retornava ao lugar onde havia nascido e certas coisas por lá lhe pareciam tão estranhas, por outro lado, ele ainda se sentia em casa na favela.

— Tem certeza de que vai passar a noite aqui? – Cassim perguntou ao loiro pela milésima vez

— Já falei que tenho certeza, caçamba. – Saluja confirmou mais uma vez

— Tá certo, estressadinho.  – o de dreads finalmente aceitou, abrindo um sorriso sem graça.

O loiro nem tentou sorrir de volta, ele ainda estava ocupado tentando segurar as lágrimas.

You seem to replace your brain with your heart

You take things so hard and then you fall apart

You try to explain, but before you can start

Those cry baby tears come out of the dark

Ver o corpo de Mariam no caixão não havia sido fácil para ele. Após tantos anos sem contato físico com seus verdadeiros irmãos do coração, o que Ali Babá mais almejava era um reencontro, nunca imaginou, contudo, que seria daquele jeito: apenas ele e Cassim lamentando não terem conseguido salvá-la. Claro que o de dreads não se culpava, para ele a culpa era de terceiros, mas Ali Babá era diferente. O loiro havia colocado toda a responsabilidade em suas costas, então o que mais ele poderia pensar ao ver Mariam morta? Que ele falhou. Mesmo que tenha tentado ao máximo, mesmo que tenha feito tudo que estava ao seu alcance, mesmo que tivesse feito tudo com as melhores intenções, nada de disso traria Mariam de volta.

Ali Babá só tinha vontade de chorar e, sinceramente, de quê adianta disfarçar as lágrimas se ele está se afogando por dentro?

Someone's turning the handle to the faucet in your eyes

You're pouring out where everyone can see

Your heart's too big for your body, i'ts why you won't fit inside

You're pouring out where everyone can see

Sim, Ali Babá, você é, na verdade, um chorão.


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Notas finais do capítulo

Continuo?
Beijinhos de luz :*