O peso de uma escolha. escrita por Sazi


Capítulo 23
O peso de uma escolha


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos, espero que tenham gostado dessa trama. Bem não é o fim. Mas como eu avisei antes a continuação dela será junto com a de uma outra história, chamada Dias de chuva. Então peço que deem uma lida na sinopse. Para que não se percam no contexto. Eu agradeço de coração a todos que leram até aqui. Sem falta no dia 15/06 eu coloco a nova trama. Espero que gostem e possam me apoiar lá também.
Boa leitura.



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— O que você pensa que está fazendo? - Ehtan disse seguindo o convidado.

— Não é o que você está pensando rapaz. - Lenny tenta rebater a ideia do menino.

— Não estou pensando nada, eu estou vendo. - ele caminhou até o meio da sala e encarou os dois que estavam agora de pé lado a lado.

— Se acalme Lewis e vamos conversar. - Elisa emendou e pegou na mão do rapaz que se livrou do toque da menina.

— Não tem o que conversar Elisa, você me trocou por esse cara e nem teve a decência de me dizer que não me queria mais.

— Para inicio de conversa eu lhe disse milhões de vezes que eu não queria ser amante de ninguém. - ela rebateu o argumento do rapaz. - Segundo eu não devo satisfações da minha vida a ninguém. Se eu estou namorando ou não é um assunto que só interessa a mim e a minha família. Meu irmão esta sabendo de tudo e meu pai também.

— Mas ele é seu professor, ele é mais velho do que nós vários anos. - Lewis andava de um lado para o outro na pequena sala. - Isso é errado. Você não pode me deixar assim. - o garoto não estava dizendo coisas com nexo algum, proveniente do baque que sentiu ao descobrir que a garota não o queria mais.

— Olha Lewis, você vai ficar de boca calada. Depois vamos conversar sobre isso. - Ehtan falou lançando um olhar ameaçador sobre o garoto que parou de andar a esmo.

— Não é bem assim que funciona, eu não posso deixar as coisas assim. Eu, eu, eu...

— Já chega Lewis. - Ehtan interviu. - Se acalme e vá embora.

O garoto estava prestes a chorar e então saiu batendo a porta atrás de sí.

Leonny se sentou pesadamente no sofá e a menina foi até o irmão que a puxou para um abraço.

— Vai ficar tudo bem, certo? - Ehtan disse sorrindo. - Ele não vai fazer nada com você e nem com o Leonny.

Ela fez que sim com a cabeça e deixou-se ser afagada pelo menino. Lenny olhou a cena nada satisfeito, mas buscou calma, já que não era a hora de sentir ciúmes.

Dois dias se passaram e tudo estava normal, parecia que Lewis não havia dito nada a ninguém e isso era notório, já que tanto os alunos quantos os gestores estavam normais. 

...

— Você pode fazer isso por mim? - Ehtan estava no corredor da escola conversando com Jaqueline.

— Sim, claro. Mas e depois? Qual a minha recompensa? - ela diz baixinho.

— O que você quiser. - ele disse olhando-a.

— Quero você.

— Então terá. - assim sendo o rapaz saiu de perto da moça que não conteve o sorriso no rosto. Estava animada com o pedido que lhe fora feito, tinha a certeza que logo estaria junto de Ehtan como namorada.

As aulas se seguiam normais e a ultima daquele dia na sala do irmão de Elisa seria a de Física. Todos os alunos iam saindo, menos Jaqueline.

— O que o senhor acha de sair comigo hoje? - ela disse se aproximando de Leonny que estava terminando de guardar alguns materiais. Ele deu um sorriso sarcástico, sabia que essas coisas poderiam acontecer, mas não acreditou que naquela escola seria assim. Porém relevou.

— Desculpe, Jaqueline, eu sou seu professor e não é somente por isso, eu também não tenho interesse em você. - ele sorriu e terminando o que fazia ia se encaminhar para a porta.

Mas a garota foi mais astuta do que isso e colocando as mãos ao redor do pescoço do rapaz o beijou. Ela tinha plena consciência de que não seria correspondida. Contudo, seu intuito não era bem esse. De súbito ela foi empurrada para longe dele. Sua boca estava manchada pelo batom vermelho que a moça usava. Um sorriso malicioso se formava nos lábios da garota. Leonny só se deu conta do mal que ela o havia feito quando notou que Elisa estava na porta da sala. Seu rosto estava visivelmente abalado. Ehtan estava atrás dela e sorria.

— Elisa, não é isso que você está pensando. - Mas a menina não lhe deu ouvido e saiu sendo seguida pelo irmão. O homem tentou seguir a namorada, mas Jaqueline se pendurou em seu braço.

— Por favor, vamos continuar, vamos? - ela dizia com uma voz de criança dengosa e fazendo bico.

— Me deixa ir Jaqueline, não tenho tempo para as suas brincadeiras infantis.

— Eu não estou brincando, professor. A qualquer momento eu posso gritar aqui e dizer que o senhor me beijou a força.

Lenny olhou para a menina que agora o largara e se sentava no birô dele. Com as pernas abertas mostrando a calcinha vermelha. O homem estava com ódio.

— O que você quer? - ele perguntou sem olhar para ela.

— Nada professor, apenas o que eu queria o senhor já me deu, inclusive o seu tempo.

O homem levou as duas mãos a cabeça em desespero.

— Porra, Elisa. - saiu da sala as pressas ignorando a garota que agora gargalhava vitoriosa.

— Elisa, para, vamos no carro do nosso pai. Ele está aqui. - Ehtan disse acompanhando a irmã que corria para a saída que não ficava muito longe dali.

Ela apenas assentiu que sim com a cabeça e entrou no carro. Ehtan acelerou.

Minutos depois Lenny surgiu na entrada da escola, vendo o carro partir em direção a algum lugar que ele desconhecia.

A garota chorava baixinho enquanto o irmão tomava um rumo diferente da casa deles. As lágrimas incessantes e o peso de uma possível traição lhe impediam de raciocinar e lhe tomavam a mente.

— Alô Carlos.

— Oi Lenny, você me ligando a essa hora, é estranho. Que barulho é esse?

— Seu filho armou pra mim.

— Ei se acalme ai rapaz. Isso é uma acusação.

— Eu estou acusando mesmo. Ele mandou uma garota da turma dele se jogar em mim como uma vadia e Elisa viu.

— Ei, isso é serio.

— Não estou mentindo. Estou perseguindo seu carro com a minha moto. Ele não está indo pra casa.

— Ehtan, que direção é essa? - a menina diz enxugando as lágrimas.

— Estamos indo a um lugar novo, vamos espairecer a mente? Vai ser bom, eu prometo.

— Eu quero ir pra casa.

— Mas ele vai estar lá. Você quer isso?- o garoto disse sem tirar os olhos da estrada.

— Não, eu não quero olhar para a cara dele por um bom tempo.

— Então venha comigo. - o tempo estava se fechando e logo começou a chover, de inicio era apenas uma garoa fininha que logo foi se intensificando.

Ehtan observou pelo retrovisor que uma moto o seguia. Era Lenny que enfim conseguiu acompanhar eles. Quando viu o homem em seu encalço ele acelerou.

— Ei, Ehtan, vai devagar. Está chovendo muito.

— Eu não vou deixar mais ninguém tomar você de mim.

— Irmão? O que você quer dizer com isso?

— Vamos fugir Elisa. Vamos começar uma vida nova juntos. Sem um pai e uma mãe irresponsáveis. Sem essa pressão idiota que cerca a nossa mente. Sem esse traidor que ronda a sua vida.

 A menina olhou pra trás e viu Lenny tentar se aproximar do carro deles. Quando notou a expressão do irmão percebeu na hora que tudo aquilo era uma armação. Sentiu-se idiota.

— Pare esse carro agora Ehtan.

— Eu não vou Elisa, não vou mais abrir mão do que eu amo. Já chega, eu cansei.

— Eu estou te suplicando. Pare agora, por favor, pare. - ela gritou com ele. Pela primeira vez na vida ela levantou a voz para o irmão.

— Elisa, você está contra mim?

— Não é isso Ehtan, mas pare. Não amo você como um homem, você é meu irmão. Apenas isso. Não somos um casal. Não somos.

O rapaz começou a chorar e ia aos poucos desacelerando como quem faz menção de parar. A chuva estava cada vez mais intensa.

— Ehtan um alce. - a menina gritou mais uma vez, mas agora para lhe alertar de um perigo na pista.

Ele desviou do animal, mas perdeu o controle do veiculo que saiu da estrada indo em direção ao mato que escondia um grande lago que era proveniente de uma antiga trincheira. A terra estava escorregadia e pouco a pouco o carro sem controle era tragado para a água fria.

— Não Elisa. - Lenny assistia a tudo abismado, viu o carro ser engolido pelo matagal. Encostou a moto da estrada e desceu a pé por entre aquele local. Uma trilha se formou proveniente do carro que derrapava e ele o seguiu. Alguns outros veículos pararam também.

Quando ao menos se deu conta Lenny estava acompanhado de dois policiais que passavam pelo local e por um pedestre. O caminho estava escorregadio e com muito custo eles chegaram ao local. O carro estava metade submerso.

— Socorro, socorro. - Elisa gritava consciente. Mas seu irmão não tivera a mesma sorte. Estava desacordado e sua cabeça estava sangrando, proveniente da batida no volante. O cinto de segurança salvara Elisa do mesmo fim.

O perigo estava ainda eminente, já que pouco a pouco o carro ia afundando.

A água fria deixava a situação mais desesperadora ainda. A menina tentou com sucesso abrir o cinto.

— Ehtan, Ehtan, por favor, acorda, Ehtan. - mas o rapaz não respondia.

— Elisaaaa. - A menina ouviu ao longe a voz do namorado.

— Aqui.

Eles se aproximaram com cuidado do terreno escorregadio. Os dois homens ajudaram Lenny a ir até o carro, enquanto um dos policiais chamava ajuda.

A porta estava emperrada e com dificuldade conseguiram retirar Elisa de dentro do carro, pela janela.

— Meu irmão, meu irmão. - ela dizia em desespero.

— Calma, fique aqui. Vamos salvar ele também.

O rapaz deixou a menina aos cuidados do pedestre, enquanto junto com os dois policiais iam até o carro que ameaçava ceder e afundar no lago.

— Está difícil abrir a porta. - a água estava até o peito dos que tentavam resgatar o rapaz. O policial dizia ao companheiro.

— Vamos tentar um pouco mais. Se não o garoto pode morrer. - o outro homem emendou.

Os três tentavam em vão abrir a porta, mas ela não cedia, quando de súbito o carro afundou.

— Ehtan, não! - Elisa gritou na margem enquanto a chuva caia forte se misturando com suas lágrimas.

Sem pensar Lenny pulou dentro do lago. O carro afundava rápido, mas por sorte enganchou em um declive ficando por pouco segundos para desabar. Um dos policiais fez o mesmo que o professor e ambos estavam mergulhando para uma manobra arriscada.

Elisa chorava na margem e aqueles minutos que seguiam eram angustiantes. A menina estava com vários arranhões e um pequeno corte na testa. Seu desespero era visível e ela, mesmo não sabendo nadar, queria tentar salvar o irmão.

— Conseguimos. - Lenny disse junto ao policial. Os dois emergiam trazendo o corpo de Ehtan ainda com vida.

Levaram o rapaz para a margem com dificuldade. Elisa de debruçou por cima do irmão quando ele foi trazido a terra.

— Me dê um pouco de espaço. Eu sou médico. - o pedestre que até então se mantinha quieto se pronunciou. Ele examinou o garoto rapidamente. - Ele ainda vive, mas pelo que eu posso ver, temos de leva-lo rapidamente ao hospital.

....

A sala de espera do hospital era branca e causava muitos reboliços na mente de Elisa. Ela já havia sido atendida e estava ao lado de um pai aflito e de um namorado quieto.

— Foi tudo minha culpa. - ele dizia como quem para sí mesma.

— Não foi sua culpa não minha filha. - Carlos disse olhando-a.

— Eu devia ter percebido através dessa mascara que ele colocou. Eu realmente sou um péssimo pai.

— Os responsáveis pelo jovem Dicksen.

— Aqui, - Carlos se levantou caminhando até o médico.

— Bem, ele sofreu um traumatismo craneano, mas felizmente não corre risco de vida. Só que ele entrou em um coma profundo e não sabemos quando ele pode acordar.

Elisa caiu de joelhos no chão e o pai foi com ela.

— É tudo culpa minha, é tudo culpa minha. - ela começou a chorar incessantemente, enquanto Lenny apertava a mão do médico o agradecendo. E logo o profissional deixou o local.

— Não, não é só sua filha é minha também. - o pai dos dois chorava inconsolável.

Lenny olhava os dois sem saber o que dizer, logo seu pai estava chegando e viu a cena que se seguia. O filho o abraçou e os dois foram consolar a família.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de dar a opinião de vocês sobre a trama. É muito importante pra mim. Espero que possam ler a continuação.
Obrigada por tudo.



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