Eu não faço ideia de como ele consegue ficar tão calmo perto dos colegas depois de fazermos tudo o que fizemos.... Sinceramente? Eu fico quieta e com medo de corar.

Adrien me olha com um olhar curioso e muito divertido às vezes e isso faz minhas pernas amolecerem.

Alya e Nino cochicham me encarando e isso me deixa inquieta. Eles sorriem como duas crianças e eu tenho quase certeza do que se trata o fuxico deles.

Adrien e eu.

Por Deus! Já deveriam saber... Principalmente Alya.

—Vamos, o sinal vai bater. –Nino falou alto.

Eu precisava falar com Adrien primeiro...

—Hmm, eu vou comprar alguma coisa para o lanche, acabei não trazendo nada...

Adrien ergueu uma sobrancelha. –Logo você? Nunca esquece nada...

Olhei-o com curiosidade. –Talvez seja porque me atrasei...

—Qual o motivo do atraso, Mari?

Sorri com ironia. –Um gato ficou preso em meu telhado durante a noite. Foram algumas horas para tirá-lo de lá e isso me esgotou.

—Algumas horas? –Ele ergueu as sobrancelhas, parecendo chocado. –Parece que ficou até a noite ser quase dia...

Eu abri a boca, mas não saiu nada. Oh... não posso corar. Não posso corar.

Maldito gato preto!

—Quase isso, vou comprar minhas coisas, antes que me atrase para a aula. Quer vir comigo?

Alya aquiesceu e junto a ela Nino e Adrien tiveram a mesma expressão.

—Não? Tudo bem... volto já.

—Eu vou. –Ele respondeu rápido demais. Quase me tirou um sorriso.

Olhei para nino e Alya que nos encaravam sorrindo. –Voltamos já.

—Vamos indo para a aula. –Disse Nino.

Alya piscou para mim. –Juízo.

—Haha engraçadinha.

Quando todos entraram, segui pela calçada com Adrien que me acompanhava sorridente. Não há jeito. Vê-lo assim me faz suspirar. O amo. Realmente amo esse projeto de super-herói...

 -Adrien. –Comecei.

—Sim?

—Preciso contar sobre nós para Alya.

—E?

Parei na calçada e o forcei fazer o mesmo.

—E? Eu não sei como fazer isso! Ela é minha melhor amiga... Como você contaria ao Nino sobre nós?

Adrien sorriu, maliciosa e divertidamente e então eu entendi.

—Você já contou!

—Contei.

—Quando?!

—Desde quando fui pela primeira vez em seu quarto e você ainda não sabia que era eu.

—Como contou a ele?

—Quer que eu repita os detalhes?

Corei. –Não! Eles não sabem sobre nossa identidade secreta... como disse a ele sobre nossos... –Gesticulei no ar tentando encontrar uma palavra apropriada. -... Encontros.

Ele ergueu um canto na boca, me mostrando um meio sorriso sacana. –É assim que chamam hoje em dia?

—Você entendeu!

—Sim... eu disse que te visitei. Fui até sua casa assistir alguns filmes e acabou acontecendo.

—Assistir filmes? É assim que chamam hoje em dia?

—Sim. É exatamente essa a expressão para jovens que se encontram para fazer sex...

Coloquei o dedo indicador em sua boca.

—Não diga tão alto!

Ele mordeu meu dedo de leve e eu puxei a mão, envergonhada. –Nessa altura do campeonato, milady, não deveria se envergonhar com isso.

—Mas me envergonho. Então trate de se recompor.

Ele sorriu e suspirou. –Conte a ela. Será bom ter alguém para elogiar meu desempenho.

Eu sorri. –Ou sobre suas falhas.

Ele me encarou com os olhos estreitos. –Impossível.

—Poderia ter algumas falhas, sim...

Ele chegou mais perto, me fazendo quase cair. –Não. Pelo jeito que você grita meu nome e pede desesperadamente por mais de mim, seria impossível não estar gostando.

—Quanta arrogância...

—Eu posso ser arrogante quando a isso.

—Posso perguntar o porquê?

Ele me deu um rápido beijo nos lábios. Me fazendo corar.

—Tenho provas, Mari.

Juntei as sobrancelhas e ele gargalhou.

—O pior de tudo é que não posso discordar.

Continuamos caminhando para comprar alguma coisa e voltamos à escola.

—VOCÊS O QUÊ? –Alya disse alto demais e fazendo ficar um pouco nervosa.

—Fale baixo!

Ela sorriu de orelha a orelha e fez uma dancinha da vitória.

—Eu sabia! Vocês estavam muito estranhos, sorrindo e se alfinetando por nada... Oh meu Deus... como foi! Me conte tudo!

—Detalhadamente?

—De. Ta. Lha. Da. Men. Te.

Eu sorri. –Outra hora, os rapazes estão vindo. Não quero nenhum tipo de cochicho a esse respeito perto deles. Ouviu?

Alya concordou e fez sinal de zíper na boca.

—Hey, Alya! Preciso muito da sua ajuda! Sério... aquela professora esquisita não me deixa entender nada... poderia me ajudar com o exercício seis e sete?

—Claro..., mas não consigo entender sua dificuldade, cabeção...

—Ela explica de um jeito que eu não entendo!

—Eu entendi.

—Você é exceção. Uma fada da inteligência.

Alya sorriu. –Certo. Me convenceu. Vamos, se eu lhe explicar agora, talvez dê tempo de você acompanhar os outros exercícios.

Alya foi para perto de Nino e piscou para mim.

—Juízo em dobro, agora.

Corei. –Xô.

Adrien sorriu. –Acho que ela sabe, agora.

—Sabe.

—Se sente melhor?

—Muito.

—Então o que há com essa inquietação?

Encarei-o. –Eu não sei... Adrien?

—Sim?

Mordi o lábio inferior e algumas borboletas surgiram em meu estômago.

Ele encarou minha boca que com certeza ficou vermelha e voltou a atenção aos meus olhos.

—Poderíamos, talvez... ahn... talvez...

Adrien sorriu ao entender o que eu queria. Desde quando me beijou rapidamente antes de comprarmos algo mais cedo, sinto meu corpo quente. As lembranças da noite anterior estão fazendo minhas pernas amolecerem... quero muito que ele me toque.

—O que você quer, Mari. Conte para mim.

—Adrien...

—Sim?

Respirei fundo e encarei seus olhos, um pouco corada pelos pensamentos impróprios naquela hora. Por Deus! Estamos na escola... Mas eu não estou me aguentando.

—Quero...

Ele sorriu e continuou, vendo que eu não estava conseguindo dizer nada.

—Quer um... –Ele gesticulou as mãos como eu mais cedo. -... Encontro?

Eu sorri, achando graça das palavras repetidas e assenti.

—Muito bem... vamos ver um filme.

E me puxou em direção ao corredor onde haviam salas inativas. Que fizeram mais algumas borboletas brotarem no estomago.