O Natal mal foi embora, as férias de Páscoa chegaram, muitos estudantes foram para casa, eu e minha tia não passaríamos as férias em Hogwarts, teríamos uma semana para viajar.

Prometi a Cedrico que iria escrever para ele, a semana inteira, só assim ele foi passar as férias com seus pais.

Harry iria permanecer na escola, sã e salvo.

Minha tia e eu optamos por visitar a França.

Mas não iríamos a Beauxbatons, eu sinto muito, mas me contentaria em visitar as lojas e mais lojas de trouxas acompanhada da melhor pessoa do mundo.

Minha tia.

Viajamos pelo método bruxo, aparatação acompanhada.

Hospedamos-nos em um hotel trouxa.

-Nossa, nem acredito que estou descansando... - minha tia suspirou, jogando-se na imensa cama de casal.

-Tia...

-O que foi?

-Porque você e o tio Sirius nunca tiveram um filho? – indaguei.

Ela me olhou assustada.

-Hã...

Ergui uma sobrancelha.

-Está escondendo algo? – perguntei.

-Claro que não, querida! – exclamou ela, desconcertada.

-Não me convenceu... Tia desculpe dizer. Mas você é uma péssima mentirosa – mordi os lábios.

-Sophia vai dormir, a viagem foi cansativa – tia Helô contornou.

-Não até saber a verdade, você e o tio Sirius, porque não tiveram filhos, hein? Hein? – pressionei.

-Tenho que dizer quantas vezes que nunca tivemos um filho? – perguntou minha tia.

-Está mentindo, tia! Nunca pensei que você fazer isso comigo, sempre confiei na senhora para contar meus segredos porque sempre a considerei como mãe, porque não conta você, agora?

Ela colocou a cabeça sobre os joelhos, confusa.

-Eu... Hã... Sirius e eu tivemos um filho sim, na realidade, dois – sussurrou ela, abalada.

-COMO?! – berrei.

-Querida... Eu... Hã... Desculpe-me esconder isso de você, eu sinto muito, mesmo! Eu tive uma filha, há muitos anos atrás, antes de Sirius ir para Azkaban, mas... – minha tia começou a chorar.

-Mas o que? – indaguei, com raiva.

Ela havia mentido para mim, aquilo me cortava o coração.

-MAS EU A LEVEI PARA APOLLINE! Eu a levei para lá, lembra de Apolline? Eu confiei em Apolline para cuidar da minha filha, porque era uma época muito difícil, eu tinha medo de Voldemort ameaçasse minha filha, eu entrei em pânico... Então entreguei minha filha a Apolline, dei aos Delacour toda a proteção que podia... E ela ficou lá, sendo filha deles... Foi para Beauxbatons, como Fleur...

-Como eu não conheci sua filha? – perguntei.

-Quem disse que você não a conheceu? Conheceu sim, não lem-lembra de Se-selena? – minha tia encolheu-se no na cama.

-SELENA É SUA FILHA?

-Eu sinto muito... Eu não queria te contar dessa forma...

-Nunca pensei que poderia fazer isso comigo – falei, entre soluços.

-Eu sinto muito... – minha tia chorava e muito.

-Você disse que teve dois quem é a outra filha?

-É um menino... Edward... – murmurou ela, seus olhos brilharam ao dizer o nome do filho. -, tão bonito... Oh sim... Deixei-o sob os cuidados de Madame Máxime, Selena cuidou muito bem dele... Meus orgulhos...

-Edward? Ele é mais novo que eu?

-Sim – afirmou ela. -, ele é um ano mais novo que Harry...

-Onde ele está?

-Aqui, na França.

-Eu sei que ele está aqui – concordei, irritada. -, onde ele está? Em Beauxbatons?

-Ah sim... Ele ficou sob os cuidados de Madame Máxime, como eu disse – ela suspirou.

-Eu vou dormir, acho que já me cansei de ser enganada por hoje – falei e fui para o meu quarto.

Ouvi minha tia tornar a chorar.

Como ela pode fazer isso comigo? Eu confiei nela, pensei que ela confiasse em mim...

Por Heloisa.

Eu mudei minha história, escondi meus filhos, mas por proteção a eles, Dumblendore receitou-me isso.

Sirius aceitou levar Selena, só porque era para Apolline.

Quando eu entreguei minha pequenina, meu mundo desmoronou, naquela época, estávamos todos desesperados...

Eu tinha medo, medo de Voldemort roubar minha filha, enquanto eu estivesse fora.

Já o meu garoto, foi mais complicado, Sophia já estava sob minha guarda, quando a barriga de grávida começou a vir átona eu viajei, Sophia ficou sob os cuidados de Minerva.

Eu tive que sumir por uns tempos, me tranquei em Beauxbatons e fiquei lá por um bom tempo.

Sophia não se lembra, pois era muito pequena, e então, depois que tive Edward, eu não tinha mais Sirius para me dar forças, eu não tinha ninguém, então resolvi manter em segredo também.

Deixei o sob a guarda de Máxime, que conseguiu uma desculpa ‘Achei esse pequenine jogade, non puderria deixa-lo porr ai... Tadinhe... Ton fofinhe... ’

Foi fácil para todos aceitarem aquela mentira deslavada.

Para mim é que não foi nada fácil, eu vivi longe dos meus filhos, mas sempre falei com eles através de cartas.

Como eu escondia de Sophia?

Eu usava viagens importantes e trabalhos para ir ver meus bebês.

Sophia nunca desconfiou.

Ninguém nunca desconfiou.

Só quem sabia realmente dos meus filhos era o corpo docente da escola, exceto Severo Snape, e os Delacour...

Eu os escondi mais por causa do Ministério, eles infernizariam minha vida se soubesse.

Agora meus queridos e amados filhos se encontram a pouco daqui, em Beauxbatons... Quem sabe até conversando entre si.

Por Selena.

Encostei-me na cama, cansada.

Minha mãe, Heloisa. Fez-me prometer cuidar de Edward, meu irmão mais novo. Ela teve uma vida difícil, minha mãe.

Meu pai está em Azkaban por injusta causa, enquanto um maldito homem chamado Rabicho está à solta, por ai...

Para proteger a mim e meu irmão, minha mãe me entregou para Apolline, minha madrinha. Pois naquela época, o mundo mágico estava correndo grandes riscos.

Eu não vejo minha mãe todos os dias, ela tem uma sobrinha para cuidar, o meu tio, Tiago. Morreu, deixando Sophia e Harry.

O menino que sobreviveu.

E minha mãe precisa cuidar deles, em Hogwarts.

Para todo o mundo bruxo, minha mãe não tem filhos, é um segredo dela.

Às vezes eu queria que esse segredo chegasse ao fim, que eu simplesmente pudesse ir ver como é Hogwarts, ou simplesmente dizer que era filha dela.

Tenho um orgulho muito grande dela, só a queria ver mais vezes... Ela visita a mim e Edward não muitas vezes, mas manda sempre presentes e enche-me de cartas perguntando como estou.

Ela já me mandou muitas fotos minhas com meu pai, recém-nascida, pois logo fui levada para França, e entregue a minha madrinha.

Já Edward, eu sinto necessidade de cuidar dele, ele é pequeno ainda, mas entende que a mamãe só quer proteger-nos.

Isso é o que realmente importa.

Eu sempre tento ser forte, corajosa, como minha mãe, tenho que ser forte por ela e por Edward, ele precisa de mim. Hoje por exemplo, chegou uma carta da mamãe.

‘ Olá meu bebe.

Viajarei para França com Sophia, ela já estava cansada de ficar em Hogwarts, eu estava pensando em passar em Beauxbatons, mas não imagino como ela não notaria...

Prometo que verei você e Edward muito em breve.

Nunca se esqueça o quanto eu amo vocês,

Como estão seus dias?

Cuide bem do seu irmão, eu confio em você!

Dê um beijo para a Madame Máxime por mim,

Amo muito, muito mesmo vocês.

Mamãe. ’

Eram essas cartas que me faziam ter força e coragem, ela confiava em mim! Edward sempre foi um amor de garoto, sempre viajamos, ainda mais agora, eu conheço a França de trás para frente, pois Edward precisava sair um pouco de Beauxbatons...

E minha mãe concordou com a idéia, mesmo um pouco contra, mas ela sabia que nós éramos crianças, e não podíamos ficar só dentro do castelo.

Quando Sophia veio para Beauxbatons, fiz um papel de amiga de Fleur, mas nunca puxei uma conversa com ela, fiquei longe, ela sempre me olhou diferente, com curiosidade, ela chegou a perguntar para Fleur quem era meus pais, mas logo Fleur desviou de assunto, tentando manter o segredo.