São três horas da tarde quando Zoey começa a treinar em frente ao espelho o que falaria na entrevista, tentaria ao máximo transmitir um aspecto amigável. A garota suspira, pega sua escova, penteia e amarra os cabelos em um rabo de cavalo e veste o blazer. "Fique tranquila" pensava ela, tinha apostado toda sua carreira naquela entrevista para o FBI. Ela pega a chave do carro na escrivaninha e sai de sua casa que fica a 30 minutos do centro de Beacon Hills, provavelmente a cidade mais desconhecida para alguém que sonha em defender a lei com unhas e dentes. Ela não era nem um pouco conhecida nos arredores e infelizmente a garota de vinte e três anos passou a vida toda naquele local. Aquele seria o dia de conseguir uma oportunidade além da delegacia do Xerife Stilinski, local onde treinava horas e adquiria experiência.

      O sinal vermelho na estrada faz Zoey resmungar, ela coloca os óculos escuros e avista pela janela do carro a rotina da maioria dos seus vizinhos. Repara que Deaton passeava com os cachorros, antigamente Allison e ela costumavam fazer horas extras na clínica veterinária quando ainda frequentavam a Beacon Hills High School, com certeza velhos tempos, talvez uma mistura de momentos bons e ruins.

     A luz verde do semáforo faz a garota seguir seu curso na estrada, levaria mais dez minutos até chegar ao local. O celular toca sem parar, Allison não desistia de tornar aquela experiência ainda mais enervante do que já estava sendo.

    - Sinto muito Alli, mas você terá que esperar. - Zoey desliga o aparelho e repassa seu texto. - Meu nome é Zoey Starling - ela pigarreia, mudando o tom de voz, sendo mais grossa e direta. - Zoey Starling. - Mas tudo o que conseguiu foi uma voz mais masculinizada. - Droga! - Zoey respira fundo e avista o prédio do departamento policial a poucos metros, estava na hora! A garota manobra o carro e estaciona. Ao sair do veículo, pega a bolsa e tira os óculos. -Você consegue fazer isso! - Tentou se convencer, mesmo fraquejando e gaguejando. Ela não era reconhecida por ter uma boa auto-estima, mesmo assim, a garota abre a porta de entrada do departamento e segue seu rumo.

                                                               ***

 O Departamento Policial de Beacon Hills não apresentava muitos concorrentes qualificados para a vaga, mesmo assim, uma vez por ano o FBI selecionava um estagiário que ocuparia uma vaga em Nova York. Quase não se conhecia alguém que tivesse feito a entrevista na cidade, exceto Parrish, que agora trabalhava na delegacia local e Zoey que naquele momento tinha seu futuro incerto. Após um tempo esperando, Zoey se dirige a sala onde ocorrerá a entrevista, a garota entra e vê três homens gordos e velhos sentados um ao lado do outro atrás de uma mesa.

    - Sente-se. - diz um dos senhores. Zoey senta na cadeira dura e velha e fica de frente para eles, ela mantém uma postura séria enquanto aguarda as perguntas.

   - Senhorita Staley - diz um dos velhos olhando a ficha profissional da garota.

   - Starling. - Ela o corrige, um pouco impaciente. "Por acaso ele é cego?" Pensou ela.

   - Certo, vejo aqui que passou três anos na academia de polícia local, também possui ótimas notas, tanto nas avaliações físicas quanto nas escritas, e...

 - Especialização em psicanálise. Passei cinco anos na faculdade de psicologia. -Zoey completa a frase antes que ele tivesse a chance de terminar. O segundo homem velho tira seus óculos de leitura, olha para a garota e a encara com uma expressão séria.

  - Espera sair dessa cidade e encarar perfis digamos... Mais perigosos senhorita? FBI não é coisa para criança.

   - Exatamente Senhor. Eu não sou mais criança, esse tempo já passou. - Os três senhores trocam olhares entre eles. Será que ela tinha feito ou falado algo errado? Zoey então vê um dos velhos abrir sua ficha e carimbar.

  - Terá um prazo de duas semanas para se acomodar em Nova York. Espero que saiba em que está se metendo. -Disse o terceiro velho que até então estava calado. Eles são tão parecidos que Zoey tem certa dificuldade de diferenciar os três.

     - Acomodar? - ela indaga ainda meio confusa.

    - Você irá para Nova York, sua ficha foi aceita e estará nos arquivos do FBI. Aconselho que se mude o mais rápido possível. Boa sorte senhorita Starling. Tenha um boa tarde. - Zoey assente ainda meio atordoada. Agradece aos três senhores e se retira da sala.

                                                                 ***

   A garota sai do prédio e vai para o estacionamento, entra no carro e dirigi para longe dali. Precisava processar aquele acontecido, não fora tão difícil, talvez porque fosse uma cidade pequena demais com quase nenhum candidato, não importava, talvez quem sabe só um pouco. Mesmo assim ela tinha conseguido entrar e finalmente sairia da maldita cidade. Os pensamentos de Zoey são interrompidos assim que Allison liga outra vez. Zoey coloca no viva-voz :

     - Oi Alli.— fala a garota irritada. "Como alguém nunca desgrudava do celular?" Pensava Zoey.

     - Oi Alli? É tudo que tem a me dizer? Aí Zo,você não precisava ser tão "doce"!! — As aspas eram evidentes na frase da melhor amiga de Zoey desde que ela tinha doze anos.

        — Eu sempre sou doce.— rebate a garota

       — Ah claro! Me diga, como foi a tão sonhada entrevista?

      — Preciso ver vocês, estou a caminho da lanchonete. Me encontrem lá.— Zoey fala, odiava conversar pelo celular, principalmente quando precisava contar detalhes minuciosos para Allison, que aliás, nunca dizia adeus sem saber de tudo. — Quê?— Pergunta Allison, mas Zoey desliga o celular e vai ao lugar combinado. Se tinha que contar, contaria logo a todas.

                                                                             ***

     Allison é a primeira a chegar na lanchonete local, uma das três que existiam na cidade. A garota passara quase a vida toda indo para essa lanchonete, principalmente para comprar torta para o Liam, seu irmão mais novo e líder do time de lacrosse da escola. Ela rabiscava seu caderno, sua antiga mania inevitável de anotar todas as notícias locais ainda continuava, mesmo após tanto tempo. Alli olha para o relógio.

       - Zoey, eu mato você! - o sino da porta toca, a garota olha e vê Kira com seus cabelos negros soltos, livros na mão e com o olhar fixado no celular, provavelmente olhando as fotos da sua cadela. Kira tinha uma quantidade considerável de álbuns com as fotos do seu animalzinho.

        — Kira! - Alli a chama. - Kira!! - Ela olha e logo se dirige onde Allison está. Kira calmamente se senta e fica de frente para a amiga. - Não consigo achar uma coleira nova pra Chewie!

      - Já disse que odeio esse nome? - Alli pergunta com cara de tédio. Kira sorri.

     — Eu gosto do nome senhorita "Eu sei de Tudo". É um nome ótimo para uma cadela.

    - Chega de falar de animais, já basta você ficar enfurnada na clínica veterinária.

    - É um emprego revigorante! - Kira fala calmamente, sempre era a mais doce e meiga do grupo. Tinha se tornado amiga das meninas no penúltimo ano da escola e desde  então as quatro não se separam. Pelo menos esse era o plano, até que Zoey teve a ideia de entrar para o FBI.

       - A Zoey ligou pra você?

       - Claro! Ou melhor, eu liguei pra ela. - Allison fala com o semblante de preocupação.

     - Eu não quero parecer uma péssima amiga, mas Kira, e se ela for aceita no FBI?

      - Bom, se ela for aceita não vamos nos ver com tanta frequência e do jeito que ela é excêntrica o trabalho vai consumir ela e ... - A voz de Lydia surge na lanchonete interrompendo Kira.

    - Kira Yukimura, a rainha do vocabulário difícil! - Lydia estava de pé, com óculos escuros, segurando um milk shake. - Gente, onde diabos a Zoey está?

   - Oi pra você também Lydia! - Allison fala irônica. Lydia se senta próximo a Alli rindo e mexendo seus cabelos ruivos.

     - Alli querida, a ironia fica com a Zo. Você está mais para ah, deixa eu vê...”Rainha do Drama”, que tal?

      - Eu estava falando para Kira que eu não concordo com o fato da Zoey ir para o FBI. - Enquanto ela fala, Lydia tira os óculos.

      -Ninguém concorda! Mas já discutimos isso milhões de vezes e todas nós sabemos que Zoey Starling não vai tirar essa ideia da cabeça. Aceitem!

    - Como você que não tira o meu irmão de 17 anos dessa cabeça ruiva?                      -    

      - Não me culpe, seu irmão é precocemente desenvolvido e não parece ter essa idade! - Diz Lydia sorrindo.

     - Ele joga lacrosse, esperava que ele fosse magricelo?- Lydia revira os olhos depois que Alli fala.

    - Gente, encerrem o assunto. Olha quem está na porta! - Kira fala baixo e todas avistam Zoey entrando e se aproximando da mesa em que as garotas estavam ocupando.

    Zoey senta na cadeira vaga, coloca sua bolsa sobre a mesa e se dirige para as meninas:

     — Obrigada por virem !

     — Então Zo, como foi a entrevista? Eles deram o resultado? - pergunta Kira.

     - Bom, deram sim. Fiquei surpresa com a rapidez que olharam meus documentos.

     - Qual foi o veredito? - Lydia pergunta encarando Zoey com aqueles olhos verdes curiosos.

     - Foi que eu passei! - Zoey dá uma leve risada. A garota realmente estava feliz.

     - Parabéns! - Fala Kira com um sorriso sincero, na verdade ela era a única que realmente parecia feliz e satisfeita com o resultado.

     — Parabéns! Agora é oficial, temos uma agente em Beacon Hills! - fala Alli.

      - Exato! - Lydia fala. - Isso exige uma comemoração!

    - Lydia, não comece. Eu tenho que falar algo que acho que não vão gostar. - Zoey fala meio inquieta. - E antes que comecem a julgar, por favor, pensem que esse sempre foi meu objetivo.

      - Zoey, fizemos um compromisso de que ficaríamos juntas aqui. - Diz Allison.

      - Vocês três fizeram, eu nunca quis ficar nessa cidade! - Kira e Lydia se entreolham, Zoey e Alli sempre discutiam pelo mesmo assunto.

    - Deixe-me terminar, antes de você começar a gritar sem parar! - Allison suspira e olha para melhor amiga.

    - Certo, continue! - Zoey conta que precisa ir para Nova York, mas sempre que pudesse visitaria as amigas e quando elas pudessem também poderia visitar a garota. Ela fala durante uns cinco minutos, deixando as meninas se acostumarem com a ideia dela morar e viver longe delas pela primeira vez na vida.

    - Eu acho incrível você conseguir essa oportunidade Zo. - Fala Kira - Sempre vai ser nossa amiga.

     - Claro que vai! - Diz Lydia sorrindo e logo em seguida tomando mais um gole do milk-shake. - Não é Alli? - Para Allison era difícil aprovar a escolha de vida de Zoey, pois sabia que todas as decisões que ela estava tomando baseavam-se na infância difícil que tivera. Principalmente a decisão de deixar Beacon Hills. No fundo ela sabia que Zoey não tinha o sonho de entrar no FBI.

   - Zoey, sabe o que eu penso. Mas concordo com a Lydia,devemos comemorar.

   - Não acho que seja uma boa idéia. Aliás, em duas semanas terei que resolver como vai ser minha vida em Nova York, que a propósito é um lugar onde nunca estive.

  — Zoey querida, eu vejo um futuro brilhante para você, mas eu necessito que mude essas suas roupas horrorosas. - Fala Lydia enquanto passa seu batom.

  — Eu gosto delas! - Rebate Zoey - São confortáveis.

 — São terríveis! - diz Allison. - Até a Kira concorda. - Kira olhava as fotos de Chewie. - Ou talvez só entenda de roupas para animais. - brinca Allison.

 — Bem provável. - Lydia concorda. - Yukimura, larga essa celular. - Assim que a ruiva retoma a atenção de Kira ela volta a falar da comemoração. - Então, eu super apoio! Hoje é sexta-feira.

 — Tenho que voltar para a clínica, e todo mundo sabe que a Allison vai ver o Isaac. - Zoey agradece em seus pensamentos o fato das duas amigas estarem ocupadas.

 — Bem, eu preciso contar a novidade a minha mãe. - Zoey levanta-se da mesa. - Obrigada por virem. Eu ligo depois, caso eu me recorde de fazer isso.

 A garota se despede das amigas e sai da lanchonete. Entra no carro, suspira e reflete sobre a situação. Mesmo Allison desviando do assunto ela sabia que a melhor amiga detestava a fato dela ter entrado no FBI. Tentou se reconfortar com a alegria de Lydia e kira. Talvez as duas amigas estivessem realmente felizes por ela, ou quem sabe, talvez elas não quisessem que ela se magoasse e por isso mostraram tanto entusiasmo com a notícia. Zoey preferia acreditar na primeira opção. A garota acorda dos seus pensamentos e liga o carro.

 O caminho até a casa de sua mãe é calmo e quase sem nenhum trânsito, do jeito que ela gosta. Geralmente Zoey tentava ficar com sua mãe todos os finais de semana, mesmo que Rachel Starling insistisse que estava na hora de Zoey viver sua vida e aproveitá-la ao máximo. A filha, segundo ela, era extremamente anti-social e com uma lista vaga de amigos, no entanto esse fato nunca incomodou Zoey, ela odiava conhecer e falar com pessoas novas e quando isso acontecia, geralmente perdia a calma ou não gostava delas.

A garota para o carro em frente à casa da mãe e sai, dirigindo-se a porta e tocando a campainha.

— Filha! - Diz Rachel dando um abraço de urso na filha como se não a visse há séculos. - Entre, entre! Vai passar esses dias por aqui?

— Mãe, na verdade eu vim lhe contar sobre minha entrevista de hoje, a senhora se lembra? Aquela que lhe falei semana passada. - Zoey relembrava a mãe sobre a entrevista, enquanto fazia isso ela a olhava, Rachel era uma mulher muito bonita, mesmo com aquelas cicatrizes localizadas em seu pescoço e nas mãos, lembranças de um passado que Zoey não queria relembrar.

— Sei. Aquela cisma de sair da cidade! - Rachel assim como Allison desaprovava a obsessão da garota em entrar no FBI.

— Não, não comece. - Zoey fala - Já conversamos muito sobre isso. - Rachel suspira.

— Eu mencionei também que deveria viver sua vida e parar...

— De cuidar da senhora? - Zoey fala um pouco irritada. - Eu mal chego á sua casa e é assim que me recebe? Mãe poderia ouvir o que eu tenho a dizer? - Rachel assenti, senta na poltrona de couro e olha para a filha, esperando que ela falasse.

— Ótimo - Zoey tira da sua bolsa a carta de admissão para o FBI e entrega para a mãe. - E o que me diz? - Zoey pergunta sorrindo, as covinhas evidentes em suas bochechas.

— Nova York?! - Foi a única coisa que Rachel fala, espantada e ao mesmo tempo impressionada. - Seu plano de sair de Beacon Hills finalmente funcionou!

— Alguém poderia dizer parabéns? Um parabéns sincero? - Rachel a encarou, não sabia o que falar para a filha única.

 — Estou contente por você, mas e essa obsessão de sair daqui?

 — A senhora aceitaria qualquer mudança que eu fizesse, a questão é o FBI não é? Poderia dizer logo?

 — Certo, eu não concordo. Falei! - Zoey a encara.

 — Eu irei à Nova York! Mãe vou ter um emprego, tirar a senhora desse lugar maldito e te dar aquele apartamento perto de Wall Street que a senhora sempre quis.

 — Você colocou na cabeça que eu queria isso, aliás as coisas eram diferentes naquela época. Você tinha 11 anos e tinha... - Zoey a olha pedindo para falar de falar, se ela mencionasse a palavra pai as duas acabariam discutindo, e a garota não pretendia ter uma briga com a mãe, isso nunca terminava bem.

   — Eu vou indo, tenho que empacotar minhas coisas. - Ela dá um abraço rápido em sua mãe sem a olhar nos olhos, abri a porta e entra rapidamente no seu carro vermelho, não queria ficar naquele lugar por mais tempo, odiava lembra-se dos tempos de infância, para ela eram os piores.

                                                          ****

   Em Nova York as notícias não eram das boas, um novo serial killer já havia feito cinco vítimas em menos de um mês. O FBI tinha assumido o caso, e agora a imprensa cobrava respostas. No departamento Jack Craford havia convocado em sua sala os agentes responsáveis pelo caso, não tinham boas notícias e não sabiam como capturar o assassino.

   — O que esperam que eu diga para imprensa? O que acham que eles pensam de nós? A cidade está em pânico, acham que Roman Warner está de volta. - Craford fala batendo na mesa e encarando Mali Tate e Theo Raeken.

   — Com todo respeito senhor... - Theo começa a falar - Sabemos que Warner está preso em um hospício.

    — Instituição de Segurança Máxima. - Corrigi Malia, seus cabelos curtos estavam presos em um coque. - O que o Raeken quer dizer é que não há como formar um perfil sem as informações de Warner, já que o assassino praticamente segue seus métodos. - Craford bateu na mesa outra vez, ele estava muito irritado.

   — Ambos são incompetentes, por quê diabos Warner não colaborou com nenhum dos dois? - Malia suspira irritada. - Na verdade, ele não colaborou com nenhum dos dez agentes que foram enviados durante essas duas semanas. O que sugere que façamos? Ele nos despreza! Tentar arrancar alguma informação dele é praticamente impossível.

  Craford volta a pensar, olha as fichas dispostas em sua mesa de trabalho, pega uma e analisa, era a ficha de admissão de Zoey Starling. Ele mostra a ficha para Malia e Theo.

   — Conseguem visualizar o que eu visualizo? - Theo sorri olhando para a foto de Zoey na ficha.

   — Linda! - Malia revira os olhos e pega o documento.

  — Pretende colocá-la no caso? Acha que Warner falará com uma novata? - Craford dá de ombros.

  — Não custa nada tentar. Já tentamos com dez agentes e não tivemos resultados. Além do mais, caso ele não fale com ela, ainda sim teremos uma desculpa para não termos solucionado o caso ainda, ela é novata e inexperiente.

 — E se por acaso ela conseguir? - Theo pergunta. - Só estou especulando. Pelo que estou vendo aqui, ela é uma especialista em psicanálise e Warner também é.

 — Ela não vai conseguir Raecken. Ela vai fracassar e nós ficaremos com o caso. - Malia fala entregando as papeladas para Craford. Ela levanta-se da cadeira e sai da sala, confiante daquilo que tinha falado um minuto atrás.

                                                             ***

 Allison estava jantando com Isaac na casa dela, ela tinha contado tudo sobre seu dia, e é claro, contou tudo que tivesse relacionado à sua melhor amiga.

 — Sabe o que eu acho? - Pergunta Isaac pela primeira vez naquela noite. - Tem medo de perdê-la. Alli, o que Zoey fez foi uma escolha dela. Até eu escolheria sair de Beacon Hills.

 — Isso porque você não mora mais aqui. Óbvio que você a aconselharia a sair daqui. Por que só eu acho que é uma péssima escolha de vida entrar para o FBI? - Isaac sorri.  Allison sempre foi exagerada, principalmente no quesito drama.

— Alli, isso porque Zoey e você têm planos de vida diferentes. Simples e prático. - Ele fala e toma seu suco logo em seguida.

— Eu não aceito e não vou nunca aceitar. - Isaac suspira e pega na mão da sua namorada.

— Ela vai ficar bem. Ela sempre fica certo?

— Exteriormente falando? Sim. Interiormente? Não tenho tanta certeza. Acho que as cicatrizes sempre estarão lá, como um vazio que ela nunca pudesse preencher.