Guerra dos Seres - volume1 escrita por Pedro Teressan
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo demorou e eu sinto muito. Mas sem enrolação, espero que gostem desse também.
9º REINO
Lux, rei do Quarto Reino, entrou na sala do trono de Ortis.
— Majestade — seguindo a tradição, Lux curvou-se.
— Lux — Ortis apenas inclinou sua cabeça — Fico surpreso que tenha vindo, a Reunião é só amanhã.
— Eu sei, senhor, mas eu precisava te contar sobre uma conspiração!
Ortis inclinou-se para frente, a fim de ouvir melhor o outro rei.
— Explique.
— Certo, há dois dias eu estava no meu reino quando Sevengardh chegou. Ele parecia querer falar sobre algo sério e me chamou em um lugar para que tivéssemos uma conversa privada e, sozinhos, começou a falar. Disse que queria desfazer a Liga e que ia ser o melhor para todo mundo, disse que o senhor queria, de alguma forma, dominar a Pangeia e umas coisas absurdas, até mesmo leu uma carta que um suposto espião dele teria o enviado onde ele copiara um "documento" que dizia que o senhor queria, de fato, dominar a Pangeia. Fiquei em dúvida, pois eu sabia que o senhor nunca faria isso.
Ortis não respondeu de imediato, em seus olhos o medo surgia.
— Sabe se alguém aceitou fazer parte dessa aliança? — perguntou o rei do Nono.
— Sevengardh citou alguns.
— Quais?
— Mitte, Journ e Dann. Disse que estava indo falar com os outros reinos.
— Entendi. Sabe o que é isso, não sabe, Lux? Isso é a influência daqueles filósofos. — Disse "Filósofos" com desdém — Eu nunca deixei um filósofo daquele entrar no meu reino, eles chegavam e eu dizia "Não!", mas Sevengardh os acolhe de braços abertos!
— Esses filósofos ainda vão acabar com o mundo, principalmente os ateus!
— Com certeza! Desafiam a ordem dos deuses, merecem a morte! Ouviu falar daquele grupo de ateus no Décimo Segundo Reino?
— Ouvi alguma coisa do tipo, mas não entendi muito bem o que aconteceu.
— Duzentos ateus foram pegos protestando para que sua falta de fé fosse aceita como algo normal.
— O que os soldados fizeram?
— Mataram todos, claro!
— Fizeram bem. Eles vêm, tentam ferir nossas tradições e crenças, querem ensinar nossos filhos a serem ateus... o certo é matá-los mesmo.
Ficaram em silêncio por um momento.
— Vou arrumar um quarto pra você aqui no castelo — disse Ortis.
— Não incomode-se, majestade — respondeu Lux — Tenho um primo aqui no reino, dormirei na casa dele.
— Ele é mercador?
— Sim, senhor!
— Não vou deixar um rei dormir na casa de um mercador. Meus criados vão arranjar um quarto pra você aqui mesmo.
— Já combinei com meu primo, dormirei na cidade.
— Não, vai dormir aqui!
— Não incomode-se, majestade! Agradeço sua hospitalidade, mas dormirei lá! Caso eu mude de ideia, aviso-te.
— Tudo bem então, Lux. Qualquer coisa, estou aqui.
— Obrigado, senhor.
— Dispensado!
Lux curvou-se e saiu deixando Ortis sozinho. O rei velho ficou preocupado com o que Lux dissera, aquele assunto do documento. Depois de um tempo pensando, resolveu levantar e ir até sua biblioteca verificar os papéis.
Abriu a porta e foi até a escrivaninha, seu escriba já estava lá anotando algumas coisas.
— Alteza! — Surpreendeu-se o escriba Paul — Não sabia que o senhor apareceria por aqui hoje.
— De fato, eu não ia, Paul — admitiu Ortis — Muito trabalho por aqui?
— Só umas últimas anotações antes da Reunião de amanhã — contou Paul — Entrego tudo até o anoitecer, prometo.
— Estou contando com você! A propósito, lembra-se daquela lista que tinha contagem de recursos, e tudo?
— Claro!
— Onde ela está?
Paul parou de escrever e começou a olhar uma pilha de papéis na escrivaninha, passou os dedos pelas folhas dobrando levemente as pontas a fim de ver o conteúdo das folhas. Depois de passar o dedo por todas as folhas, começou a puxar uma por uma, ele parecia preocupado. Paul levantou-se e começou a olhar na estantes de livros, olhava apressado.
— Desculpe, senhor, Não sei onde estão os documentos.
— Você não sabe? Sabe, ao menos, o quão importantes eram aqueles documentos?
— Sim, senhor, me desculpe.
— Desculpas? Claro que não! Eu deixei você olhando os papéis aqui porque confio em você. Quem mais tem a chave desse lugar?
— Apenas os criados, senhor.
Ortis soltou um suspiro pesado de preocupação.
— Ótimo, agora temos quarenta e sete suspeitos — disse o rei com um tom irônico — Tem alguma ideia de qual deles pode ter sido?
Paul pensou um pouco e negou balançando a cabeça.
— Ótimo! — Resmungou a majestade e depois ele saiu.
Passou o resto da manhã e um pedaço da tarde pensando sobre os documentos. Não falou com mais ninguém nesse tempo. A rainha Jand, sua esposa, perguntou sobre o que havia acontecido e ele deu um breve resumo de tudo. De resto, tudo ia muito bem, até que seu mensageiro chegou com uma notícia importante.
— Desculpe interrompe-lo, senhor.
— Eu não estou ocupado, Sil. Pode falar.
— Três ateus foram detidos pela patrulha diurna, estavam próximos do Templo de Rul.
— Onde eles estão agora?
— Presos. Serão executados se o senhor assinar a permissão do carrasco.
— Qual crime cometeram?
— Além de serem ateus, espancaram um seguidor de Rul.
— Mande Paul assinar.
— Sim, senhor!
E, com uma reverência, Sil saiu.
A noite caiu rapidamente. Ortis estava ansioso para o dia seguinte, mas, ao mesmo tempo, muito preocupado. Não pegou no sono tão rápido, ficou pensando sobre a reunião e todo o cenário mundial. Pensou sobre aquela guerra de gigantes que acontecia no sul e em como aquilo podia afetá-lo.
Sem sono, levantou-se da cama e caminhou até a biblioteca, tinha que ler e escrever umas coisas.
Quando chegou à biblioteca, encontrou a porta aberta, o que era estranho já que o escriba e todos os criado estavam dormindo. Ao menos era o que o rei pensava. Quando entrou na sala, viu o supervisor de limpeza ali, escrevendo uma carta. Uma carta para Sevengardh.
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