Soft Kitty

Assim que Penny adormeceu – logo após terminarem de cantar “Soft Kitty”, Sheldon saiu do apartamento dela, indo direta e silenciosamente para seu santuário pessoal – seu próprio quarto. Parte dele queria ficar e por isso ele fugiu.

Deitado na cama, ele tentou dormir, mas sem sucesso. Estava sentindo estranhas sensações, seu cérebro cheio de memórias sensoriais – como o cheiro do sabonete na pele dela – e de imagens. O tal ideograma para ‘sopa’ que ela possuía, por exemplo, também lhe assombrou por um momento. Mas o que realmente o incomodava era a lembrança do dueto. Algo mudou naquele momento e isso era assustador. Mais assustador do que qualquer mudança já o é normalmente: Essa ele não pode qualificar ou quantificar.

Talvez o pior de tudo foi ele ter se sentindo confortável cantando com ela. Não de início, claro. Mas até final da música isso aconteceu. E isso só havia acontecido uma vez em sua vida: Quando conheceu a Sra. Hofstadter.

Mas cuidar de Penny, e cantar a música que sua mãe cantava para ele pareceu ter despertado algo dentro de si. Algo que não conseguia identificar, uma vez que não sentira isso antes. Seria isso o que as pessoas chamavam carinho? De instinto de proteção? Pela primeira vez, Sheldon Cooper não achou fascinante ter descoberto algo.

Quando ela entrou em seu apartamento para agradecê-lo no dia seguinte, ele estava sentando em seu lugar no sofá, segurando inutilmente seu computador (a descoberta não tinha-lhe saído da mente ainda), tudo o que ele pode fazer foi cumprimentá-la. Sem sarcasmo – o que ainda estava aprendendo – nem nada.

Havia finalmente entendido o sentimento: Eles eram de fato, amigos.