Perdida

Perdi meus amigos...

Perdi meus parentes...

Perdi meus pais...

E perdi meu amado.

Olhando o mundo por essa janela,

Tudo parece tão pequeno.

Olhando as pessoas lá fora, sinto inveja,

Elas sabem seus caminhos... Sabem seus destinos, ao contrário de mim...

Estou perdida nesse mundo...

Estou perdida nesse quarto escuro...

Estou perdida em meus pensamentos...

Estou perdida de mim mesma...

Hoje me olho através dos fragmentos do que era um espelho

E em um pequeno reflexo me pergunto

“O que sou eu?” ou “Quem sou eu?”

Mais infelizmente nunca mantive respostas...

Envolta a uma camisa-de-força que contém branco deslumbrante,

Fico caída solidamente ao chão...

Essa camisa-de-força machuca,

Faz com que gotas do meu sangue caíam, manchando seu belo branco

Branco me lembra nada,

Nada me lembra a essa figura ridícula que posso chamar de “eu”

Branco é uma cor pálida, sem vida.

Sem vida e pálida faz me lembrar a mim

Estou caída ao chão,

Olhando incondicionalmente para o teto

Mais uma vez fazendo aquela mesma pergunta

“Quem sou eu?” ou “O que sou eu?” ou até mesmo “O que faço aqui?”

Mas como sempre... Nada

Nunca recebo nada do que quero.

Sinto meus olhos fecharem lentamente,

Meu fôlego cessar aos poucos

E meu coração parando de bater a cada segundo que passa.

E então me pergunto

“Será que estou morrendo?”

“Será que meu fim será aqui?”

“Neste hospício?”

“Por acaso irei morrer sendo considera uma louca mental? Só porque tenho dúvidas sem fim?”

...

E só como resposta,

Recebo uma luz,

Branca, forte, pura e única.

Ela me puxa...

Sinto-me sufocada...

Mais estou gostando disso.

Dessa tortura final, pelo menos tudo vai acabar,

Pelo menos terei uma segunda chance

Sim eu estou morrendo,

Não vou resistir

Eu quero ir...

Eu vou ir...

Não agüento mais esse lixo que se chama vida...

Talvez na minha outra chance eu consiga

Consiga encontrar meu caminho... Meu destino...

Sim... Talvez na próxima.

Quem sabe...