“Vítimas de um impacto repentino são umas das mais difíceis de tratar. Não é só a colisão que as fere. É o que acontece depois. A força centrípeta as mantêm em movimento. Jogando-as contra o veículo. Através do para-brisas. Batendo os órgãos dentro do esqueleto. Seus corpos são feridos várias vezes. Não há como saber o dano causado. Até cessar. Não pode se preparar para um impacto repentino.Não pode se fortalecer.Só atinge você, do nada. E, de repente, a vida como a conhecia… Acaba. Para sempre.”

07/07/2004— Seattle Grace Mercy West Hospital A Emergência de um hospital nunca fica calma por muito tempo, se estiver, prepare-se para a tempestade.

Drª Callie Torres estava sentada atrás do balcão de Emergência do hospital Seattle Grace Mercy West Hospital atualizando uns prontuários de seus paciente quando o telefone toca.

• Emergência Seattle Grace. • Ambulância chega em 5 minutos, carro contra caminhão. • Ok. Obrigada. Callie desliga o telefone e grita pra enfermeira mais próxima.

—Ambulância a caminho, quero bolsas de sangue, uma sala de Emergência e uma OR livre. Bipe Drª. Shepherd e Dr Hunt.

Rapidamente ela veste um avental e vai pra saída esperar a ambulância, seus colegas logo se juntam a ela.

• O que sabemos? - pergunta Hunt enquanto amarra o avental de Amélia.

• Carro contra caminhão, somente. A ambulância logo chega e os paramédicos abrem as portas para tirar o paciente.

• Sexo feminino, 20 e tantos anos, caminhão desgovernado a acertou em um cruzamento, diversas fraturas, sem identidade, e consciente.

A paramédica descreve enquanto tira a paciente da ambulância Callie assume a maca e leva a desconhecida pra dentro do hospital. A paciente começa a entrar em pânico e Callie tenta tranquilizá-la.

• Ei, eu sou a Dra Torres, você sofreu um grave acidente mas vamos cuidar bem de você.

• Regi...Regina - a paciente fala perdendo a consciência.

• PRECISO DE UM DESFIBRILADOR AGORA! - Callie ordena pras enfermeiras vendo sua paciente ter uma parada cardiorespiratoria.

10 minutos de muito tentar reanimar a paciente, Callie respira aliviada e assim podendo traçar os planos de cirurgia, ela se junta ao seus colegas para saber o que cada um vai fazer pra salvar a vida da desconhecida.

Amélia checou a reação das pupilas, enquanto Hunt verificava para possível hemorragia interna.

• Eu quero uma TC pra ter certeza que não sofreu nada. - Amelia ordenou pra um residente.

• Eu vou precisar de apenas várias cirurgias pra deixar o rosto dela como era antes. - Sloan fala descartando suas luvas.

Passaram-se duas semanas e depois de todos os procedimentos, inúmeras cirurgias a paciente ainda se encontra em coma. Durante essas semanas Callie não conseguia tirar um nome da cabeça: Regina. Quem seria essa mulher por quem a sua paciente tanto chamava? Virou um ritual para Callie conversar com a loira após seus plantões. Arizona Robins esposa de Callie, assim como toda a equipe de cirurgiões, também estava aflita com essa situação.

— Arizona, como podemos ajudar essa moça ? Os dias estão passando e ela continua desse jeito, o quadro estável mas sem sinal de que ela vá acordar. -Dizia Callie quase chorando pois não achava justo o que está acontecendo ali. E o mais intrigante é que ninguém colocou ela na lista de desaparecidos, Arizona e April faziam buscas periódicas em sites e todos os meios disponíveis para tentar achar ao menos a identidade dela.

Os dias foram passando e por um milagre a Loira acordou, meio atordoada e perdida no tempo, assustada com todos os aparelhos grudados nela, logo a enfermeira chamou a Dra Callie que correu até o leito da paciente.

— Bom dia, meu nome é Dra Callie Torres sou medica no Seattle Grace , você está aqui no hospital a 55 dias. Você sofreu um acidente grave, compreende o que estou falando? A loira respondeu que sim apenas com a cabeça. Callie pergunta inocentemente se Regina era seu nome, a Loira começa a chorar copiosamente, além das dores físicas, sentia seu coração sendo esmagado pelas lembranças do que acontecera antes do fatídico acidente. Com muita dificuldade para falar, a Loira responde que não diz que seu nome é Emma. Os outros médicos chegam para avaliar o estado atual da paciente, novos exames devem ser feitos para verificar a possibilidade de seqüelas mais graves.

Callie chama Arizona e conta o ocorrido, com o plantão chegando ao fim as duas continuam conversando, pegam Sophia na escolinha e seguem para casa. Arizona se oferece para conversar com a tal Emma na manhã seguinte, Callie concorda afinal Ari sempre tem bons resultados, o jeito dela tranquiliza os pacientes.

Assim que retornam ao hospital seguem até o quarto de Emma, ela por sua vez está com o olhar perdido, presa em seus pensamentos, ainda com muitos ferimentos causados no acidente.

— Bom dia Emma! Meu nome é Arizona Robins sou cirurgiã ...

— Pelos enfeites que tem espalhados pelo seu jaleco é pediatra, caso não tenha notado não sou criança – diz Emma com um tom ríspido demonstrando que não queria papo.

— De fato sou cirurgiã pediátrica, estou aqui porque a Dra Callie está muito preocupada com você e passou todos esse tempo tentando descobrir algo a seu respeito. Inclusive eu ajudei, todos nós ajudamos.

— Por favor não quero conversar com ninguém – diz Emma apontando para a porta pedindo que Arizona se retirasse do quarto.

— Ok tenha um bom dia – Arizona abaixa a cabeça e sai de lá. Callie corre para saber o que ocorreu e Arizona explica que a paciente não quer conversar.