Entre Irmãs escrita por Cristabel Fraser, Paty Everllark


Capítulo 22
Pedido especial


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi, oi... Paty e eu retornamos e viram que desta não demoramos? Olha até rimou kkkkkkk... bem, como sabem EI está na reta final e queremos agradecer a todos que leram desde o início e desde a primeira vez que ela foi postada. Obrigada pela paciência de cada um, cada um de vocês é importante para nós aqui viu... essa semana EI ganhou uma nova recomendação e estamos muito contentes com isso, Luana querida Paty e eu dedicamos este capítulo a você. Ahhhhhh detalhe super importante, como sabem a Paty vem me ajudando nessa repostagem de EI e muito tenho a agradecer ela que é uma ótima coautora, mas neste capítulo de hoje tenho o prazer de agradecer a nossa querida autora  (uma das veteranas aqui no nyah) Sany Evans, que carinhosamente editou praticamente este capítulo todo, eu e a Paty apenas preenchemos algumas lacunas, mas gostaríamos de agradecer a Sany que tem um carinho gigantesco por EI, obrigada, obrigada... Sany O/



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Pov. Peeta

 

Saí do elevador, cruzei a passarela e entrei em um outro saguão do Children’s. Algumas pessoas franziam a testa ao reconhecer-me, outras sussurravam às minhas costas. Por um segundo lembrei-me do retorno à Belleville, mas acabei ignorando e segui adiante. Ninguém teve coragem de falar comigo ou perguntar-me por que estava de volta, até alcançar a saída.

— Dr. Mellark!

Virei-me devagar. Era Maysilee Donner, enfermeira chefe da UTI. Havíamos trabalhado juntos desde minha residência aqui. Ela e Daphne tinham virado grandes amigas no fim.

— Oi May. - Ela sorriu.

— Que bom vê-lo de volta! Sentimos muito sua falta.

Meus ombros relaxaram e acabei retribuindo seu sorriso.

— Obrigado, vim ajudar uma amiga de Daphne.

— Oh... espere, seria a Sra. Ludwing?

— Sim, ela mesma. Você se lembra dela?

— Claro que me lembro. Na época em que Daphne estava internada todas as amigas vinham para tentar alegrar o dia e naquele tempo, lembro-me dessa amiga ser a mais animada. Uma pena ela estar numa situação dessas. Como pessoas tão boas estão destinadas a passarem por este tipo de provação? Numa noite dessas a vi tão debilitada – lamentou May.

— Temos alguma expectativa quanto ao quadro dela.

— Ah, que bom Dr. Mellark. Que Deus abençoe você. Sempre teve um coração nobre.

Sem ter muito o que dizer me despedi dela e rumei ao encontro de Johanna. Ela me aguardava numa lanchonete frente ao hospital.

—  Ora, ora... Quem é vivo sempre aparece. Juro que quando me disseram que estava a minha procura pensei que era um engano.

— Johanna... Estou feliz em vê-la também.

Nos abraçamos fraternalmente.

— Meu sexto sentido me diz que, para eu ter vindo até aqui, é algo grande. Afinal, a última vez que te vi, estava determinado a deixar tudo para trás.

— Isso ainda não mudou... Quero te mostrar algo - disse estendo os exames para ela.

— Por favor, não me diga que é seu. – Olhou-me assustada.

— Não – observei enquanto ela avaliava com atenção. – É de uma das melhores amigas da Daphne.

— Sinto muito. Bom, é  incrível devo admitir. Um tumor respeitável sem dúvida, mas devido a sua localização inoperável. Isso é pré, ou pós radioterapia?

— Pós.

— Como você sabe, já que acredito que não esqueceu seus anos dourados, não há o que fazer, a não ser deixar o paciente confortável.

— Eu acho que ela tem uma chance, mas preciso de você...

Johanna e eu almoçamos e ficamos de encontrar com Derek em seu consultório.

 

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

 

— Fiquei surpreso quando pediu essa reunião Dra. Mason. Há algo que eu possa fazer por você? – Ele a encarou como se nunca tivessem tido um envolvimento.

— Isso vai depender do quanto aberta anda sua mente Shepherd. - Ele me olhou sem entender. – Queremos falar sobre uma de suas pacientes. Primrose Ludwing.

— Queremos? – Saí do canto em que estava e vi a surpresa no rosto dele.

— É bom vê-lo novamente Derek.

— Peeta? Não acredito. Quanto tempo.

— Pois é, cinco anos.

— Onde estava?

— E isso importa?

— Ou podemos ir direto ao ponto – determinou ele.

— Eu gostaria que você desse uma olhada numas imagens.

Com seu consentimento, dirigi-me ao negatoscópio e coloquei as imagens ali. Derek aproximou-se. Por um longo tempo não disse nada.

— Você notou alguma coisa que eu não notei? – perguntou ele.

— Aqui – apontei com meu indicador a sombra estreita que analisei antes.

Ele cruzou os braços e franziu a testa, eu conhecia bem aquele gesto.

— Poucos neurocirurgiões se aventurariam. Os riscos são imenso.

— Ela vai morrer se não fizer a cirurgia.

— Ela pode morrer por causa da cirurgia – replicou Derek.

— Vamos reunir o melhor time de neurocirurgiões novamente... – disse Johanna com firmeza.

— Isso é loucura! A margem é mínima e os riscos são... – Estávamos observando os exames minuciosamente enquanto expunha minha ideia.

— Pensa fora da caixa, Derek. Com mais algumas sessões de radioterapia podemos diminuir um pouco mais e dá para operar.

— Mais radioterapia? Ela ficará mais ainda debilitada. Vai ser doloroso e mesmo que dê certo, e ele diminua um pouco mais, ainda é arriscado. Ninguém vai se arriscar. Qualquer passo errado por menor que seja pode deixa-la imobilizada em uma cama e mesmo que ela sobreviva a cirurgia, o tumor pode voltar.

— Deixando uma margem limpa e usando todas as ferramentas possíveis como laser, fluorascuma, sementes radioativas... – Tentei lhe explicar de forma técnica como eu me lembrara de outros tempos. - Se não tentar, ela vai morrer. Talvez em um ano, e você sabe que não estamos falando de um ano bom, mas sim de um ano difícil. Essa é uma chance e Johanna pode fazer isso, ela é ótima. – Ele a olhou por um breve tempo antes de me responder.

— Quando éramos residentes já sabia o quanto, você era louco. Ou oito ou oitenta. Peeta, você nunca teve medo dos resultados negativos. Sempre buscou o impossível, a chance de um paciente desesperado, e juro que se fosse qualquer outro médico eu diria que ele pirou, mas é você. Então, apresente a ideia para a paciente e serei sincero caso ela pedir minha opinião médica, mas se aceitar tem meu apoio.

Tudo o que nos restava era conversar com Prim.

 

⊱━━━━━━⊱✿⊰━━━━━━⊰

 

— Essa é uma abordagem diferente e muito arriscada, não vou mentir. As probabilidades não são boas, mas se der certo por outro lado...

— Ela estaria curada. – Katniss estava atenta a cada palavra dita por Johanna e não pude deixar de observar o modo como Prim olhou para o marido em busca de qualquer reação.

— Quantas cirurgias parecidas foram bem sucedidas? – perguntou o Sr. Ludwing.

— Na verdade, nenhuma. Esse tipo de tumor geralmente não é operável.

— Desculpe, mas como soube do caso da minha mulher mesmo?

— A ideia não foi minha, o Dr. Mellark me procurou, a ideia foi dele.

— Peeta... – Olhei uma das melhores amigas da minha irmã e tentei sorrir.

— Se a ideia foi dele, por que você é quem vai fazer?

— Não pratico mais medicina, apenas analisei os exames. Não faço uma cirurgia há ... anos. – Me adiantei ao encarar o marido da Prim.

— Mas podia fazer. – Olhei para Johanna que estava com um sorriso debochado nos lábios. – Enquanto ela faz a radioterapia você pode passar por um período de supervisão em outras cirurgias e tenho certeza que sua técnica e precisão seria muito útil, não que a minha seja ruim, mas...

— Peeta quero que você faça. – Escutei a voz suave de Prim. Ela se encontrava sentada na cama.

— Como? Não Prim, Johanna assim como Derek são altamente capazes para fazer isso, ambos são ótimos, eu não faço mais isso.

— Daphne dizia que você era o melhor. Que nunca tinha visto alguém tão talentoso. Não estou pedindo para voltar a exercer sua carreira, mas para fazer minha cirurgia.

— Não faço mais isso, nem ao menos trabalho aqui, ou em qualquer hospital. Aonde poderíamos fazer a cirurgia?

— Como chefe da neurocirurgia não me importo que use o hospital, aliás adoraria tê-lo em meu quadro de cirurgiões.

— Não posso simplesmente chegar e fazer uma cirurgia, Derek.

— Não, mas você vai comigo para clipar alguns aneurismas e fazer algumas  craniotomias supervisionadas – Johanna falou calmamente. – E no meu hospital também tem vaga para você só para deixar registrado.

— Me fala mais sobre essa cirurgia. – Prim pediu.  

— Esse é um procedimento longo, muito longo. Talvez doze horas de cirurgia ou mais. Antes disso, haveriam sessões de radioterapia e talvez quimioterapia que vão ter muitos efeitos. Será um período doloroso, muito doloroso – expliquei em termos médicos mais simples o procedimento que havia pensado, apontando para os exames, há muito tempo não fazia isso. - Não tenho nenhuma garantia para te dar de que vai dar certo a cirurgia, pode dar errado e os riscos são....

— Você acabou de me dar uma opção. Vejo duas possibilidades novas aqui. Essa manhã a única possibilidade que tinha era de ficar aqui morrendo pouco a pouco enquanto minha família me vê definhar, mas agora posso fazer a cirurgia e morrer nela, ou faço a cirurgia e por menor que seja a possibilidade sobrevivo e vejo minha filha crescer. Fico ao lado do meu marido, da minha família, temos mais tempo juntos. Então sim, eu quero fazer, porque quero muito sobreviver. Quero muito ter um futuro e se não der certo, ainda assim vou morrer lutando. Porém quero que seja você, não por não confiar na Dra. Mason, mas porque você não é um mecânico e tem um dom extraordinário que está negando e permitindo que pessoas morram por isso. Quero que seja você porque teve a ideia e quero que lute comigo até o fim.

— É isso aí “mãos de um milhão de dólares” me parece que a teimosia da paciente foi vencida – brincou Johanna me dando um tapinha nas costas. – Derek e eu conversamos e amanhã já começamos a lidar com você, e enquanto isso nossa paciente aqui faz novamente a radioterapia.

Suspirei cansado. Não havia nada que eu pudesse fazer se não criar coragem e tentar. Tentar por Daphne, por Prim e por Katniss. A morena que me olhava com expectativa e não pude deixar de me apaixonar um pouco mais ao notar aquele brilho vindo de seus olhos tempestuosos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam deste capítulo? Hummm será que vamos ver nosso Dr. Mellark em ação? Bora continuar ligadinhos aqui. Um forte abraço a todos e um ótimo FDS. Paty trará o próximo capítulo... beijo, beijo, beijo.



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