Tem coisa melhor do que ser dono da sua própria boate de sucesso? Eu acho que não.. Mulheres, dinheiro.. É bom demais.. Todas as noites cercado de mulheres bonitas e bebida à vontade..  Realmente é muito bom.

Se eu tenho família? Claro. Fui adotado quando ainda era criança, tinha 4 anos. Meus pais biológicos morreram em um acidente de avião, nesse dia eu estava sob os cuidados de uma babá, não me recordo muito bem porque eu era um bebê ainda. Tudo que sei foi o que me contaram. Eles eram bem pobres, quando morreram fui levado ao conselho tutelar, pois, segundo eles, nenhum familiar meu tinha condições de cuidar de mim. Fui adotado por um casal que não podia ter filhos, ótimas pessoas, os amo muito. Não tive luxos, meu pai era promotor de eventos e minha mãe trabalhava como cerimonialista numa empresa de eventos. Isso era demais, tantas festas..

Claro que depois dessa influência toda eu ia continuar na “linhagem” se posso assim dizer.. Eles abriram uma conta pra mim quando me adotaram, então usei essa grana pra investir no meu negócio.. Verdant é conhecida na cidade toda, um negócio muito bem sucedido. Estudei Administração logo após terminar o ensino médio enquanto montava a boate.

Tenho tudo que um homem pode desejar: mulheres, dinheiro e vida boa.. Compromisso? Jamais tive. Pra que se prender em alguém se eu posso ter todas? Sem contar que sou bem conhecido na cidade.. Isso sim é vida!!

Moro sozinho desde que a boate inaugurou, comprei meu apartamento depois da inauguração.

— Amorzinho, bom dia.. — acho que esta é Susan. Ou seria Helena? Droga, não importa, o que importa é que estou satisfeito.. Que mulherrr.

— Hey, bom dia.. — sem nomes pra eu não me complicar =p

— Omg, preciso ir, minha mãe me mata se eu não dormir em casa..

— Claro, diga ao Alex para levá-la, não quero que se meta em problemas.. — essa mulher é boa demais pra deixar passar assim..

Esta noite foi bem cheia, vou é dormir de novo, com 29 anos a gente não pode se privar de sono hahah

Uma semana depois..

[LIGAÇÃO ON]

— Sr. Parker?

— Yeah, quem fala?

— Aqui é do Conselho Tutelar. — what? Conselho Tutelar? O que querem? Só pode ser engano.

— Acho que é engano, não? — ela te chamou pelo nome, babaca, claro que não é engano.

— Não. O Sr. Pode vir até aqui? — sério?! Eu estou no meio de um jogo, cara.

— É muito importante? Estou um pouco ocupado.

— Sim, Sr. Poderia chegar em 30min? — droga, vou ter que ir. Mas o que será que essa mulher quer, hein?! Aff

— Estarei aí.

[LIGAÇÃO OFF]

— Boa tarde. Me ligaram há 40min e pediram para eu vir até aqui. Sou o Sr. Parker.

— Boa tarde, senhor. Estávamos o esperando.

— Poderiam me dizer do que se trata? — esse silêncio já está me deixando agoniado.

— Por favor, me acompanhe...

— Olá, sr. Parker. Sente-se. Eu sou a sra. Robinson. Como está?

— Olá, sra. Estou muito bem. Mas sem mais delongas poderia me dizer sobre o que se trata essa reunião? Estou meio perdido.

— Claro. O sr. deve se lembrar do sr. Thomas Merlyn, certo? — claro que me lembro. Ele é meu melhor amigo. A melhor pessoa desse mundo. Nos conhecemos desde o jardim de infância, trocávamos figurinhas, brincávamos de esconde-esconde, apertávamos campainhas dos vizinhos... Ele é o irmão que nunca tive. Sou padrinho da filhinha dele, Allyssa, um doce de bebê. Se mudou pra Central City na mesma época em que eu me mudei, porém a vida dele é bem tranquila, comparado à minha. Não tenho notícias dele há um mês, mas nada alarmante, é normal esse tempo sem nos falarmos.

— Claro. Nos conhecemos desde o jardim de infância. Mas por que a pergunta? Aconteceu alguma coisa?

(Silêncio)

— Então? — agora estou realmente preocupado.

— O sr. e a sra. Merlyn sofreram um acidente de carro. — omg. NÃO!

— E como eles estão? E Allyssa??? — pergunto desesperado — Por favor!!! Como eles estão??

Eu não acredito que isso está acontecendo, isso não pode ser verdade. Meu amigo. Meu IRMÃO!!!

— O sr. e a sra. Merlyn não resistiram. — NÃO! Não, não, não, não, não, não, não. Estou sonhando. É claro, eu durmo muito, consequentemente tenho mais sonhos.

— Calma, isso é só um sonho, não se altere — digo pra mim mesmo.

— Sr. Sinto muito dizer-lhe, mas é verdade. O acidente aconteceu ontem pela manhã ao voltarem de uma pequena viagem a Disney. Um motorista bêbado os atingiu e o carro capotou. Felizmente a bebê estava na cadeirinha de segurança e sofreu apenas ferimentos leves. — não, Tommy, você não. Você não merece isso.. :’(

Já não conseguia ver nada, meus olhos foram tomados pelas lágrimas, lágrimas de tristeza, lágrimas de saudade.. Mas pensando aqui me pergunto: por que não a polícia me ligar?

— Algo me diz que não foi só por isso que me chamou aqui. Há mais alguma coisa, sra. Robinson?

— Há sim, Sr. Parker. Ele antes de morrer havia escrito em seu testamento que se algo acontecesse com ele e sua esposa, a guarda da menina deveria ser sua. — Como é? Isso só pode ser brincadeira. Um bebê? Me deixar com um bebê? Tommy, você esqueceu como eu sou? Isso realmente é um grande mal entendido.

— Isso é sério? Não pode ser. Eu não sei cuidar nem de mim, que dirá de algum bebê. Quanto tempo ela tem mesmo?

— 5 meses. — literalmente um bebê — Sr, ele designou a guarda dela exclusivamente a você. Você acha mesmo que se ele não confiasse em você cuidando da filha dele ele a daria?

— Ele não estava em seu melhor momento quando definiu isso. — não estava mesmo.

— A vontade do sr. Merlyn não será rejeitada. Allyssa está no hospital em observação, mas deve sair hoje no final do dia. O sr. Pode ir buscá-la no hospital ou a levamos até você. O que o sr. decide?

— Vocês a levam.

— Ótimo, sr. Parker. Sinto muito por sua perda. Tenho certeza que será um ótimo pai.

— Obrigado, sra. Robinson. Tenha uma boa tarde.

Um bebê? Isso não pode mesmo ser verdade.