Sam estava no vagão para os alunos de sua turma. Há algum tempo seu irmão já havia saído. Mel sentou-se ao seu lado, bem como Ann, Mary, Daphne, Stacey, Charlie, Jakob, Andy e Joey. Seu seleto grupo de amigos, todos bruxos sangue puro e ricos. Eles conversavam e riam animados. Faziam brindes com as bebidas que Jakob havia trazido. Falavam de suas férias e muito mais. A alta sociedade de Carney mais uma vez reunida.

Sam estava um pouco entediada. Não gostara muito da nova escola, embora todas as suas amigas estivessem ali, sentia um vazio. Havia algo faltando. Ela não sabia bem o que, mas faltava alguma coisa. Apoiou a cabeça na janela e tentou relaxar pelo resto da viagem.

Quando a professora McGonagall falou mais alto é que Sam percebeu a sua presença naquela sala. Ela estava explicando alguma coisa sobre as casas de Hogwarts.

- Como não podemos separar vocês pelas nossas casas, uma vez que podem estar aptos a voltarem a sua escola a qualquer momento, o professor Dumbledore e eu decidimos que vamos fazer da seguinte maneira: As meninas do sexto ano irão para a torre da Grifinória e lá passaram o tempo que permanecerem nesta escola. Os rapazes do mesmo ano irão para...

Nesse momento Sam parou de prestar atenção de novo e voltou a sua conversa com Mel, não ligava muito em que casa ficaria, não conhecia ninguém importante mesmo. Que diferença poderia fazer? Riu desse pensamento. Os professores de cada casa levaram os respectivos alunos as suas salas comunais e disseram as senhas. Sam e Mel, junto a algumas outras garotas não foram ao banquete e decidiram ficar ali, no dormitório que lhes foi dado, conversando. Sam ouviu as historias sobre as férias de todas elas e começou a contar de como Paris continuava linda, sobre o luxuoso hotel que tinha ficado, falou dos garotos de lá, conversaram sobre tudo. Literalmente pondo as fofocas em dia.

Algum tempo depois ouviram uma algazarra e perceberam que as pessoas deveriam já ter voltado. As garotas começaram a falar do famoso Harry Potter que estuda lá e Sam pouco se importou, contou que tinha ficado na mesma casa que ele no ultimo dia de férias, mas nisso elas não acreditaram. Nem com Mel confirmando tudo. O que fez com que ela se irritasse. E se propôs a provar que era verdade, desceu as escadas juntamente com as outras meninas. Disse que ia falar com o tão “famoso” menino e ia ser na frente delas. As meninas deram uma risada e aceitaram. Mel revirou os olhos, as garotas tinham tirado o dia para serem infantis.

Sam desceu as escadas e procurou Harry com os olhos. Ele não estava em lugar nenhum. Procurou bem e ignorou algumas piadinhas que soltavam quando ela passava. Por fim o encontrou de frente a lareira junto a Hermione e Rony. Olhou para as meninas que a seguiam e fez sinal mostrando ele. Elas fizeram que sim com a cabeça e mantiveram uma certa distância para ver se ela realmente iria falar com ele. Ficaram olhando enquanto ela se aproximava e chegou por trás dele.

Harry tinha acabado de chegar do banquete, não havia comido muito. Queria ver Sam. Mas ela não estava em lugar nenhum. Os outros alunos foram apresentados no salão principal, mas ela não estava entre eles. Ele não a vira em nenhum lugar no caminho e já havia perdido as esperanças de vê-la aquele dia. Hermione e Rony brigavam por alguma coisa que não sabia o que era e nem queria. De uns tempos para cá os dois andavam brigando o tempo todo. Era quase insuportável de ficar perto deles quando estavam assim.

Bufou contrariado. Olhou a lareira a sua frente e ficou fitando o fogo. Passou as mãos pelos cabelos quando sentiu alguém as segurar. Assustou-se quando esse alguém chegou ao seu ouvido e disse num tom brincalhão:

-         Buu – Sam riu e viu o garoto olhar para ela assustado

-         V-você! – ele gaguejou sem conseguir falar direito com aquele par de olhos o fitando – Me deu um susto!

-         Desculpa, não foi a intenção! – Ela disse rindo – Mas você tinha que ver a sua cara! – Harry sem jeito puxou suas mãos das de Sam e chegou pro lado para que ela se sentasse ali, a menina percebeu e pulou o sofá caindo ao lado do rapaz – Sobre o que é a briga? – Ela perguntou apontando para Hermione e Rony

-         Ihh, eu nem sei mais. Começou com alguma coisa no banquete. Acho que a Mione falou algo sobre ele comer demais e aí começou. Quando é assim não termina tão cedo! – O menino deu uma risada e olhou para a garota que também ria.

-         Você sabe o que dizem sobre quem briga demais né?

-         Aham, e isso aí também não demora a acontecer não!

-         Bom, eu tenho que ir agora, só passei mesmo pra dizer um “Oi” e avisar que meu dormitório fica aqui, - Mentiu a garota. - mas eu é que não vou lá! –Harry riu.

-         Fica mais um tempo...

-         Não, não. Amanhã tem aula cedo e eu pra acordar é uma coisa! Tchau!

A menina disse e se levantou. Ela se aproximou de Harry e lhe deu um beijo na bochecha. Ele sentiu os lábios quentes da garota encostarem na sua pele e sentiu também o rosto ficando vermelho, mas Sam não reparou nisso. Simplesmente saiu e subiu as escadas para o seu dormitório. Ele a observou se afastando e sorriu. Um sorriso bobo, de garoto. De maroto, mas de maroto apaixonado. Esse pensamento novamente o incomodou. Mas foi arrancado do seu transe com Gina já gritando com ele:

-         ALGUÉM ME DIZ QUE É BRINCADEIRA! – Mas ele nem entedera do que ela estava falando, Rony e Hermione chegaram a cessar a sua briga e foram ver o que estava acontecendo. – O que ela estava fazendo aqui? Heim, me EXPLICA! – Mas Rony não ousou falar nada, deixando assim Harry e Hermione mais perplexos. – Quer saber, - Ela disse tentando controlar a raiva. – eu vou lá perguntar pra ela! – Dito isso Gina subiu as escadas por onde Sam tinha ido há algum tempo.

Rony nem se meteu nessa historia e resolveu deixar que a irmã que se virasse. Depois de alguns segundos respirou fundo e começou a explicar que Gina odiava Sam.

Sam subiu ao quarto vitoriosa. Feliz mesmo. Subiu em uma das camas e começou a falar com as amigas que haviam duvidado dela:

-         Stacey, Daphne, Ann e Mary. O que foi que eu tinha dito? Hã? Heim! Eu disse que eu o conhecia. Eu disse!

-         Tá bom, tá bom. Eu admito. Você falou a verdade! – Daphne disse - Mas agora me diz, como você consegue conhecer todo mundo? Nunca vi ninguém como você!

-         Simples, é só ter bons contatos! – Ela disse rindo – Enfim, mas também sou... – Mas nesse momento a porta abriu e Sam parou com o travesseiro na mão, pronto para atirar na amiga. Olhou para ver quem tinha entrado e viu Gina ali parada olhando para ela. Sorriu. Sabia o que viria agora. A briga.

-         O QUE RAIOS VOCÊ VEIO FAZER AQUI? – Gina gritou.

-         Ih minha filha, tem ninguém surdo aqui não! – Ann falou indignada com os gritos da garota

-         Oras, eu vim para cá porque eu quis! – Sam disse rindo. – E eu sempre consigo o que eu quero! Mas você já sabe disso, não é? – Ela disse com um olhar malicioso o que fez com que as amigas rissem e Gina ficasse mais irritada.

-         Escuta aqui sua... Se você chegar perto do Harry de novo eu vou...

-         E ele é o que seu?

-         Meu NAMORADO!

-         Bom, se ele não me quiser por perto... – Ela disse rindo. As amigas olharam para a ruiva que parecia a ponto de explodir. Ann e Mel trocaram um sorriso maldoso.

-         Escuta...

-         Escuta você! – Sam a interrompeu – Não acha que esta se prestando a um papel muito ridículo não? Vindo aqui e extravasando essa sua inveja toda?

-         Inveja? Eu? Não me faça rir! – Gina disse, as mãos tremulas de raiva ainda seguravam a maçaneta, os nós da mão dela começavam a doer, mas ela ignorou.

-         Você sempre teve inveja de mim! Pensa que eu não sei?

-         Inveja de que?

-         De tudo o que eu tenho, meu dinheiro, minha beleza, sei que você daria de tudo para ser como eu, mas porque você não volta pra sua...

-         Ser você? Mas nem que fosse de graça! De que adianta todo o seu dinheiro sem um pingo de amor?

-         Eu não tenho amor? Eu posso fazer qualquer um se apaixonar. Melhor, eu posso fazer qualquer um me amar! Basta-me querer! – A loira desceu da cama para encarar a ruiva nos olhos.

-         E de que adianta se você não ama de volta? – Sam se calou irritada, não sabia o que dizer e Gina percebeu – Sabe por que você não ama ninguém? Porque você é seca! Seca por dentro, podre por dentro. – Gina riu da cara de Sam ao dizer isso e ainda rindo disse - Só vim aqui lhe dar um aviso e já dei. Agora já vou.

Dito isso ela saiu do quarto batendo a porta e deixando Sam desnorteada. Ninguém falou nada. Ficaram todas simplesmente olhando. Esperando o que ela ia dizer sobre aquilo. Mas foi Mel quem quebrou o silêncio:

-         E você vai deixar ela sair assim? – Sam olhou para ela sem entender – Ora vamos! Ela merece uma vingança, merece pagar pelo o que falou. Qual é, você é a Samantha Blackwood ou não é?

-         Isso mesmo Melinda! – Ela disse o que chamou mais a atenção das amigas, por ela quase nunca chamar Mel pelo nome – Ninguém fala assim comigo e ninguém, NINGUEM ri de mim! – Ela disse com ódio no olhar – Ninguém ri de mim!

-         Isso mesmo! É isso aí! – Mel riu. – Ela merece perder o namorado, não é mesmo Sam? – A loira olhou para ela e sorriu maliciosamente

-         Merece sim – As meninas se aproximaram, já sabiam oque ia acontecer. Não era a primeira vez. Sorriram – Até o final do ano letivo Harry Potter estará na palma da minha mão – ela disse batendo o indicador na palma da mão - e ela vai ver que todo amor dela não serviu para nada!

-         Final do ano letivo? – Stacy perguntou e Sam fez que sim com a cabeça – Vamos ver no que isso vai dar! – Ela disse sorrindo – Adoro os seus projetos de começo de ano!

Todas riram e Sam começou a traçar seu plano com as amigas. Até o final daquele ano Harry seria dela. O coitado nem sabia do plano que estava se armando.

Draco olhou em volta no dormitório. Não havia nada de interessante para se fazer. Havia algum boato sobre alunos novos, mas ele deu pouca atenção. Afinal, quem de importante poderia estar entre eles?

Bufou irritado e se virou na cama, estava muito cedo para dormir, mas também não tinha nada de importante para fazer. Claro, poderia descer e importunar quem quer que tivesse tido o azar de ficar na sua casa, mas nem isso o animava. Precisava de algo de novo, algo de empolgante. Algo que o fizesse pular da cama todas as manhãs. Mas o que? Bufou irritado de novo.

Preferiria ter ficado em casa. Ter que voltar para essa escola fedorenta e infecta era ridículo! Um sangue puro como ele misturado assim com qualquer um e agora mais a gentalha de outras escolas. Hogwarts não era mais o que já foi um dia, mesmo que o nome ainda tivesse prestígio, o colégio estava indo para o buraco.

- Então, você já sabe? – Blaise Zabini falava com algum outro sonserino. Draco tentou ignora-los, mas era quase impossível. – Dizem que o Potter conseguiu uma nova vassoura acho que dessa vez...

- Então virou fã do Potter agora? – Draco perguntou com escárnio. Era incrível como a mãe de Zabini podia ser tão esperta ao ponto de ter sete maridos mortos, mas o filho fosse imbecil o suficiente para achar Gina Weasley atraente e ser fã do testa rachada.

- É, claro. Ele é o melhor. – Zabini respondeu com sarcasmo. Os olhos castanhos brilharam contrastando com os cabelos negros e rebeldes. Draco fez um gesto em desgosto e deu a conversa por encerrada. Mas o amigo não tinha acabado ainda. – Não é como se você tivesse derrotado ele pra provar o contrário.

- Eu posso derrotar o Potter qualquer dia, qualquer hora e em qualquer coisa. – O loiro estava começando a se irritar com o amigo.   

- Falar é fácil. – Algum outro sonserino disse. Draco olhou para ver quem era, mas não achou o bastardo.

- Vocês verão então. – Ele disse saindo do dormitório. Ótimo, agora tinha que achar o Potter e destruir ele em alguma coisa, não que isso fosse um desafio.

E assim o destino lançou seus dados e a sorte daquelas pessoas foi atirada. E ele, é claro, mexeria com as vidas delas. Muitas lições iriam ser aprendidas, mas não somente por Samantha, como para todos que a conheciam. Quando o destino resolve cismar contigo é melhor fazer o que ele quer ou as conseqüências podem ser graves. O destino escolheu que Samantha amaria de novo e aprenderia, finalmente, com esse amor como voltar a ser uma pessoa de bom coração, como confiar em alguém de novo e também decidiu que ela ensinaria muito ao seu amado. O destino também tinha um plano para o jovem Harry, mas tudo ao seu tempo, tudo ao seu tempo...