Com amor, Lucy. escrita por Laís Lívia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oies dnv, fiz essa one pra vocês não ficarem com sdds de mim u.u'



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Como de costume... Natsu invadiu o apartamento de certa loira pela janela, mas não a encontrou em lugar nenhum... Até ouvir um pequeno som misturado ao barulho da água do chuveiro caindo em algo... Esse algo era Lucy.

Natsu chegou bem perto da porta do banheiro para ouvir o que se passava ali dentro... Lucy estava chorando. O garoto, preocupado, bateu duas vezes na porta do banheiro.

— Luce, ta tudo bem...? – O rosado indagou.

— Está! Só... Me deixa sozinha um pouco, ta, Natsu? – Respondeu a loira com a voz embargada pelo choro.

— Qualquer coisa eu to aqui fora! – Respondeu o garoto começando a andar pelo quarto, como quem não quer nada.

Começou a andar pelo quarto sentindo o cheiro da loira que invadia suas narinas... Um cheiro o qual ele gostava muito sentir. Até que seus olhos pararam na pequena escrivaninha da garota. Natsu se aproximou do móvel e viu o que parecia ser uma carta com a letra de Lucy pousada ali em cima.

Sem se importar muito com o que a loira iria dizer... Natsu pegou a carta e começou a ler:

“Papai...

Eu não sei se algum dia o senhor vai ler o que eu to escrevendo... Ou se essa carta vai se perder pra sempre... Ou se ela vai algum dia chegar a suas mãos...

Mas eu não aguento mais me segurar!

Vou te contar o que aconteceu durante todo esse tempo em que você esteve... ‘fora’.

Dia 26 de Novembro de 2015...

Lembra-se daquela cirurgia que você foi fazer pra melhorar sua doença? Então... Você não melhorou.

Eram umas 17 horas da tarde... Eu estava em casa, então não sabia de completamente nada. Mamãe entrou pela porta de casa e saiu correndo me dizendo que eu precisava me arrumar, pois iriamos ao hospital... Tudo parecia estar perfeitamente bem, papai... Até eu chegar lá.

Eu descobri de um minuto para outro que você estava na UTI do hospital e sinceramente... Meu coração se despedaçou por completo! Eu não queria acreditar no que estava acontecendo... E eu não acreditava... E ainda não acredito... Mas... Você estava internado num estado gravíssimo... Você tinha apenas 5% de vida, papai...

Mamãe e eu subimos pra te visitar e quando cheguei à UTI, eu não podia acreditar no que eu estava vendo! Meu pai... Meu querido e amado pai, estava completamente entubado num leito de hospital, cercado de pessoas doentes... Num estado deplorável. E tudo que eu ouvia era o ‘bip’ daquela máquina que te ajudava a respirar e de outra que estava ao seu lado esquerdo e media seus batimentos...

Eu queria chorar a todo custo! E acredite, mamãe chorou e muito... Mas eu não conseguia! E isso me frustrou profundamente... Porque eu não conseguia colocar e extravasar toda a tristeza que estava dentro de mim! Fazia mal a mim! EU tinha aquele nó na garganta, mas as lágrimas não cediam e desciam pelos meus olhos de jeito nenhum!

Queria gritar, espernear, queria que você levantasse dali e dissesse que combinou tudo aquilo pra pegar uma peça em mim... Queria que dissesse que era tudo uma brincadeira de mau gosto... Mas papai! Esse meu desejo não se realizou.

Foi então que mamãe e eu fomos chamadas por alguns médicos para explicar sua situação. Ainda não sabíamos o que tinha acontecido com você.

Sabe o que aconteceu? Não? Mas eu vou te contar:

Você teve uma parada respiratória que levou a uma parada cardíaca. Durante longos 15 minutos, o seu cérebro ficou sem o precioso oxigênio e seu coração estava totalmente parado... E por esses longos 15 minutos, minhas esperanças se foram pela janela. O seu cérebro inchou e você teve uma hemorragia cerebral, ou seja, parte do seu cérebro começou a sangrar e com esse sangramento...

Você teve uma lesão cerebral irreparável, papai...

Foi o pior dia da minha vida... E está sendo o pior tempo da minha vida...

Vovó e titia acusaram a gente de bolar um plano mirabolante para mata-lo e ficar com seu dinheiro... Mas pai... Que dinheiro? Eu daria todo o dinheiro do mundo pra ter você de volta! Eu te amo, papai! Eu te amo demais!

Será que a máquina do tempo vai demorar pra aparecer? Einstein já provou que tem partículas elétricas no espaço-tempo... Agora é só esperar, não é?

Quero voltar aos dias em que você me acordava na correria, cheio de beijos no rosto ou fazendo uma de suas famosas palhaçadas... Enquanto eu tomava meu café da manhã, você ia amarrando meu tênis e arrumando minha mochila, não é? E ainda tinha todo o pique do mundo para ir trabalhar!

Eu sinto falta desses dias... Mas deixa eu te contar...

Mamãe e eu temos passado por várias dificuldades...  No Natal e Ano Novo, ela ficou com você no hospital... Nada mais justo, certo? Mas eu fiquei sozinha, papai... Cadê nosso churrasco, papai? Cadê nós dois assistindo filmes incrivelmente bobos na televisão à noite enquanto não tínhamos nada a fazer? Onde você está para me ensinar a matéria difícil do colégio? Sabe... Eu estou no último ano do Ensino Médio agora... Não vai aparecer na minha formatura, papai? Vai perder meu aniversário de 17 anos? Vai perder a oportunidade de me alertar sobre os meninos da escola, papai? Quem sabe, no futuro, não vai me levar ao altar para o casamento, papai?

Por favor, levanta desse leito e me responda...

Eu não quero saber se você está com lesão cerebral! Não quero saber se futuramente você não irá se tornar como antes! Não quero saber... Se você vai ficar na cama para o resto da sua vida, papai... Eu vou te ajudar... Te dar comida, te ajudar a andar, assistir desenhos e filmes com você... Eu vou cuidar de você! Vou me dedicar a você! Porque... Eu não quero te perder, papai...

Por favor, papai... Não me deixe sozinha...

Apesar de a vó dizer que você nunca nos amou, eu não acredito nela, papai! Eu acredito no amor que você tem pela mamãe e por mim... Você não sabe a falta que faz! Você era nossa base, papai! Nosso refúgio... E eu conheço o amor que você tem pela gente!

Hoje... É dia 14 de março de 2016... Faz quase quatro meses que você está em coma...

Os médicos fecharam seu diagnóstico hoje... Disseram que você não vai voltar... Aconselharam-me a começar a montar seu enterro... O que eu devo fazer, papai?

A maioria das pessoas diz: ‘ Lucy, ajude a sua mãe, dê forças a ela, Lucy...’ Mas papai... Quem me ajuda?! Eu também estou sofrendo, poxa! Ninguém percebe isso?!

Mas eu não vou desistir ainda, papai... Eu... Já não tenho muitas esperanças de que você vai voltar, mas eu preciso continuar forte, não é? Não vou chorar demais, papai... Eu prometo... Só... Prometa-me que vai voltar logo, sim?

Com amor, Lucy.”

Natsu estava estático no lugar. Havia quatro meses em que o pai de Lucy estava daquele jeito... E ele nunca percebera!? “COMO EU SOU IDIOTA!” Gritava em seus pensamentos.

Era por isso que Lucy estava tão estranha durante aquele tempo... O brilho de seus belos olhos castanhos sumira. Seu sorriso sumiu, apesar de o rosado fazer de tudo para vê-la sorrindo de novo. Mas agora ele sabia o motivo.

E agora faria de tudo para ver o sorriso radiante da loira no rosto da mesma.

Ainda estava perdido em pensamentos quando Lucy se aproximou...

— Natsu, ta tudo bem com você? – A garota perguntou chegando perto do rosado, com um olhar carregado de preocupação. A cara de choro sumira completamente do rosto da menina, mas algo no rosto do simpático garoto a sua frente a estava incomodando... Até que algo a assustou.

Uma lágrima fez um passeio pelas bochechas de Natsu... Seguida por outra e outra e outra. Ele estava chorando... E muito! Numa ação repentina, abraçou Lucy com toda a força que podia e chorava no ombro dela.

— Luceeeeeeeeeee! Me perdoaaaaaaaaaa – Pedia aos prantos.

— Ué, te perdoar pelo o quê, Natsu?

— Me perdoa, Luce. Me perdoa por não perceber sua tristeza. Me perdoa por não ser capaz de te fazer sorrir, Luce... Um sorriso sincero que eu sei que você tem! Me perdoa, Luce... – O garoto agora implorava.

A loira ficou surpresa ao ouvir aquelas palavras e retribuiu o abraço ali mesmo, depositando um singelo beijo no topo da cabeça do menino e massageando seus cabelos rosados.

— Ta tudo bem, Natsu. Eu que decidi não contar a ninguém... Não é culpa sua!

— NÃO! É sim! Eu devia ser um amigo melhor e perceber sua tristeza, Luce...

A loira nesse momento pegou o rosto do rosado com as duas mãos e depositou outro beijo singelo, dessa vez em sua testa. E o fez olhar para si.

— Natsu... Você é o melhor amigo que alguém poderia ter ou desejar! Não existe pessoa melhor que você para estar ao meu lado, sim? Agora... – Ela olhou pra ele com os olhos brilhando... Brilho que não aparecia no rosto da loira há muito tempo, acompanhando um sorriso tão sincero que fez o garoto corar. – Vamos pra guilda?

— Sim! – Lucy riu com a bipolaridade do amigo e saiu correndo pela porta enquanto ele pulou pela janela.

— QUEM CHEGAR PRIMEIRO NA GUILDA GANHA! – Gritou a loira já longe da visão do garoto, tendo certa vantagem.

— EU ESTOU EMPOLGADO! – Disse Natsu arrancando uma risada da loira e se pondo a correr.


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Notas finais do capítulo

Nada a declarar... Comentem o que acharam, gente o/ E já agradeço desde agora por quem comentar.



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