David não sabia aonde esconder sua felicidade. Seu sorriso de orelha a orelha foi tomado pelas lágrimas de emoção. A vontade de gritar aos sete ventos o seu sentimento naquele momento era quase incontrolável. A enfermeira o deu os parabéns, e o deixou a sós com Gaby. Ele pegou a mão de Gaby e começou a beijá-la.

—Eu não acredito que você vai me dar o melhor presente da minha vida! Gaby você é a mulher da minha vida sem dúvidas! -Disse David emocionado.

Ele apertou a mão dela com carinho e o médico entrou na sala.

—A filha de vocês dois está querendo entrar! Podemos permitir? -Perguntou o médico.

—Com toda certeza! -Respondeu David chorando ainda.

Laura entrou e correu para abraçar Gaby. Vê-la ali toda entubada a fez chorar como uma criança. 

—A alguns dias estávamos fazendo compras, e agora ela está aqui... Isso não é justo! -Disse Laura chorando.

David levantou o rosto chorando pra Laura e disse:

—Tenho uma boa notícia! -Disse ele sorrindo.

—Qual é? -Perguntou Laura sorrindo e limpando as lágrimas.

David se levantou e pegou a mão de Laura que não entendeu nada. Ele olhou pra ela sorrindo e colocou a mão dela na barriga de Gaby. Laura arregalou os olhos e travou na hora.

—A Ga..Ga..Gaby! -Tentava dizer Laura.-ELA VAI TER UM BEBÊ! -Gritou ela percebendo depois, que estava num hospital.

Laura tampou a boca e começou a rir e a chorar ao mesmo tempo.

—Eu vou ter um irmãozinho ou irmãzinha! -Dizia Laura sem acreditar.

David a abraçou fortemente e os dois comemoram juntos a chegada de uma nova vida à vida deles.

—Na Rua-

Beatriz tinha saído da escola e caminhava aflita pelas ruas pensando em Gaby. Um dos comparsas de seu pai a observava de dentro de seu carro. Ele deu a partida e começou a seguir Beatriz, quando ela percebeu que estava sendo seguida, parou no meio da rua. O capanga desceu do carro e a agarrou.

—ME SOLTA! QUEM É VOCÊ? -Gritava Beatriz. -SOCORRO! -Gritava ela.

—Fica quieta, estou aqui a mando de seu pai. Ele quer te ver agora! -Disse ele tampando a boca de Beatriz e a enfiando no carro.

*****

Beatriz chegou na prisão e o policial a colocou na sala de visitas, onde Romero a esperava.

—Olá filhinha querida... -Disse ele sorrindo.

—O que você quer de mim? -Perguntou Beatriz séria.

—Apenas falar com minha filha oras, eu sinto saudades. -Disse Romero irônicamente.

—Porque você fez aquilo com a Gaby? -Perguntou ela nervosa.

—Pelo mesmo motivo que ela me colocou neste lugar horrível... RAIVA -Respondeu Romero.

—Você não tinha o direito! -Dizia Beatriz quando Romero agarrou o braço dela com força.

—VOCÊ É MINHA FILHA E TEM QUE FICAR DO MEU LADO! OUVIU BEM? -Ordenou ele sério.

—Eu não aguento mais esse jogo entre vocês! -Disse Beatriz chorando. -Eu vou ficar do seu lado! -Mentiu Beatriz.

—Assim espero.. -Disse Romero. -Qualquer deslize...  SHHH -Fez ele imitando o som de um pescoço sendo degolado.

Beatriz saiu da sala de visitas nervosa mas já com um propósito em mente que seu pai não poderia descobrir jamais.O comparsa de Romero já a esperava lá fora, Beatriz entrou no carro a força e ele a levou até em casa.

*****

—A mocinha está entregue em casa! Não vá cometer erros contra o seu pai, isso pode te custar caro.. -Disse o comparsa chamado Guillermo.

—Eu não irei fazer nada, a menos que eu mesma queira. -Disse Beatriz séria.

Guillermo a jogou dentro de casa e a trancou lá pelo lado de fora. Beatriz batia na porta desesperada querendo sair, mas não tinha jeito. Ia ter que ficar trancada ali até o anoitecer, se acaso Sol aparecesse em casa.

—Que droga de vida! -Gritava ela chutando o sofá.

Ela subiu correndo para o seu quarto e pegou seu caderno onde começou a escrever.

"Não está sendo nada fácil essa vida, tenho apenas 16 anos e estou com muitas vidas em mão. Se eu fizer a escolha certa posso poupar inocentes de irem embora deste plano. Espero que tudo dê certo, e Deus me ilumine nesse jogo para que ninguém bom, sofra.

É difícil não ter ninguém para contar em sua própria família, não gosto nada de ser a pivô do jogo, a leva e trás informações. Mas uma coisa é certa, eu tenho a certeza que vou proteger quem merece...

Eu amo todos vocês David,Gaby e Laura!."

Beatriz fechou seu livro e limpou as lágrimas de seus olhos. Ela guardou o pequeno livro em um fundo falso na sua gaveta e foi tomar um banho. Como de costume ficaria sozinha por horas, então levou consigo sua cartelinha de remédios para cair no sono assim que saísse do banho.

Ela tomou seu banho bem caprichado e vestiu uma roupa leve, pegou a cartela de remédios e tomou um. Ela guardou-a em suas caixinhas na prateleira e se deitou em sua cama. Agarrada a um urso que sua mãe havia lhe dado ela rapidamente pegou no sono.

—No apartamento de Guillermo-

Guillermo estava sem seu apartamento assistindo a um programa de esportes, quando a campainha tocou. Ele limpou os farelos de salgadinhos de sua blusa e foi atender.

—Olá. -Disse Sol entrando no apartamento já segurando em sua nuca.

—Que bela surpresa temos aqui... -Disse Guillermo a puxando pra dentro pela cintura.

Sol e Guillermo começaram a se beijar freneticamente pelo apartamento.

—Sabe você é um capanga muito eficiente.. -Disse Sol o beijando.

—E você é uma patroa que sabe dar ordens como ninguém.. -Disse Guillermo tirando a camisa.

Os dois começaram a se despir pelo apartamento e Guillermo pegou Sol no colo e começaram a subir as escadas para o quarto de Guillermo.

—Se Romero soubesse dessas suas visitas estaríamos mortos... -Disse Guillermo beijando o pescoço dela.

—Ele não chega nem aos seus pés, e outra... -Disse ela beijando ele. -Escondido é perigoso e mais gostoso... -Disse ela sorrindo.

—Você é espetacular! -Disse Guillermo a jogando na cama com força.

—Venha me fazer mais espetacular ainda! -Disse Sol desabotoando o sutiã.

Guillermo sorriu e subiu em cima dela segurando seus braços na cama enquanto a possuía com seus encantos.

—Na casa de Gaby-

David e Laura chegavam felizes em casa com a notícia da gravidez de Gaby, mas ainda preocupados com o estado de saúde dela.

Laura foi até seu quarto tomar um banho para descansar do exaustivo dia, e o telefone começou a tocar. David foi atender sorrindo bobo, porque ia ser papai.

O médico logo que foi atendido disse: 

—Sr.Zepeda o quadro dela estava estável porém parece que o organismo não reagiu muito bem a cicatrização da cirurgia e pelo que parece está tendo uma inflamação no pulmão e sentindo uma dor absurda.

—O que isso quer dizer Doutor?! -perguntou David preocupado.

—Teremos que induzí-la ao coma! -Respondeu o Doutor.

—Não! Isso vai matar o bebê! -Disse David começando a chorar.

—Senhor Zepeda, isso não vai matar o bebê, fique calmo! Gaby está sentindo dores absurdas e tenho certeza que você não gostaria de vê-la sofrer. Vamos induzi-la ao coma para poupá-la disso enquanto tratamos da inflamação. Como é uma coisa um pouco fácil de se tratar logo ela estará de volta, tenha certeza. -Explicou o médico.

—Tudo bem Doutor, eu confio em você! -Disse David.

—Nós iremos salvar a sua esposa!—Disse ele desligando o telefone.