Tudo O Que Sabemos escrita por Lab Girl


Capítulo 9
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Sempre que algo no passado é modificado, o futuro se altera, certo? Eis o desfecho da nossa história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/682933/chapter/9

Ele desperta sentindo o corpo leve e macio ao lado do seu. Esticando os braços e as pernas, percebe que dormiu por algum tempo sem nem perceber. Seu braço direito esbarra numa nádega macia. Sentindo o perfume suave e inconfundível, ele sorri, ainda de olhos fechados. Abrindo-os devagar, vê a cascata de fios vermelhos descendo pelas costas brancas e esguias. Seu sorriso começa a se desfazer ao perceber isso… os cabelos dela estão maiores, longos, na verdade.

Piscando, Mulder sente um sobressalto no coração. Estende a mão na intenção de tocá-la e percebe que seus dedos estão tremendo. Hesita, incerto se realmente não é um sonho, e, caso não seja, se pode tocá-la sem quebrá-la. Mas é a própria Scully quem resolve o impasse quando começa a se mexer.

Mulder recolhe a mão rapidamente, vendo-a virar-se para o seu lado, os olhos fechados, espreguiçando-se com um sorriso lânguido nos lábios cheios e perfeitos. Ele se atreve a olhar para a mesinha de cabeceira do lado dela, agora visível com a mudança de posição, e vê o relógio digital marcar 09:02 da manhã de domingo. Quando desvia os olhos, ela já está com os orbes incrivelmente azuis abertos e o sorriso continua nos lábios tentadores.

“Bom dia” ela murmura roucamente.

Ele não consegue responder. Só consegue olhar para o rosto dela, que, apesar de continuar o mesmo, tem agora pequenos sinais que denunciam a idade, embora ela continue perfeita - em sua melhor forma até, ele se atreve a dizer.

“Mulder? O que foi?” ela pergunta, o sorriso dando lugar a uma expressão de dúvida.

Ele começa a abrir a boca para dizer alguma coisa quando escuta um barulho vindo do lado de fora do quarto. E, só então, olhando em volta, percebe tratar-se de um quarto muito diferente daquele em que estavam quando adormeceu. Não se trata de nenhum hotel, mas se parece muito com uma casa. Cortinas claras na janela, móveis e enfeites que sem demora reconhece como seus e dela. Alguns novos, outros antigos. Misturados numa decoração simples e agradável que mescla e reflete perfeitamente seus gostos e preferências.

Então, Mulder torna a ouvir o mesmo barulho do lado de fora. Mais alto desta vez. Como pequenos passos abafados vindo em direção ao quarto.

“O que é isso?”

“Ah! Deve ser William, quer apostar que logo ele vai estar…” antes que ela conclua, Mulder sente um movimento na beirada do colchão.

Ao abaixar os olhos para os pés da cama, um garotinho risonho, de no máximo três anos, sobe na cama com uma agilidade impressionante.

Scully sorri, puxando o menino num abraço, “Bom dia!”

O pequeno encolhe os ombrinhos, rindo e franzindo o nariz como se aquilo lhe fizesse cócegas. Mulder, que assiste a cena como se fosse um intruso, pega-se sorrindo. O menino tem os olhos azuis perfeitos de Scully, mas os cabelos são castanhos e ele tem um lábio inferior bem pronunciado, como o seu. Ele sente uma fisgada no estômago.

Com jeito, Scully coloca o garotinho sentado no meio deles na cama. William, porém, não guarda a posição, ficando logo de pé sobre o colchão, e, quando Mulder percebe, ele já está abrindo os pequenos braços, avançando em sua direção.

Como por instinto, ele recebe o menino nos braços com surpresa e encanto. William o abraça pelo pescoço, fazendo-o sorrir. Enquanto o abraça de volta, envolvendo a pequena miniatura de si mesmo, porém com os olhos de Scully, Mulder olha para ela, que sorri assistindo a cena, exatamente como ele fazia segundos atrás.

De repente, Mulder percebe os olhos arderem com lágrimas contidas. Mas são lágrimas de alegria. Ainda sem entender completamente como tudo isso aconteceu, mas certo de que não é um sonho, ele compreende o que sua volta no tempo causou. Seus temores, afinal, foram em vão, e, pela primeira vez, sente-se feliz por ter se equivocado.

“Que foi, Mulder?” Scully pergunta, apoiando a mão carinhosamente em seu rosto.

Ele sorri para ela. “Só estou feliz por constatar que tudo o que sabemos nos trouxe até aqui.”

Ela sorri de volta e avança para beijá-lo suavemente nos lábios antes que o pequeno agitado entre os dois começar a reivindicar um pouco de atenção colocando uma das mãozinhas entre o rosto de ambos, que riem ao romper o beijo, olhando para o menino que sorri ao receber novamente a atenção dos pais. Mulder acaricia a cabecinha de William, um dos braços envolvendo Scully sem querer soltá-la tão cedo.

O presente nunca foi tão bom. Nem tão perfeito.

 

x X x


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Meu agradecimento muito especial à Sarah que acompanhou capítulo a capítulo e gentilmente comentou cada um deles. E, para quem acompanhou na moita, sem se manifestar, meu obrigada também; teria sido mais legal receber um feedback, mas ok.

Quem quiser encontrar outras fanfics de minha autoria, ou mesmo me encontrar por aí, meus "endereços" virtuais são estes:

— https://www.fanfiction.net/~labgirl (FanFiction Net)


— http://s1.zetaboards.com/Need_for_Fic/single/?p=576489&t=2734984 (Need For Fic)

— https://www.facebook.com/labgirl447 (Página Facebook)

— @_LabGirl_ (Twitter)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Tudo O Que Sabemos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.