Tudo O Que Sabemos escrita por Lab Girl


Capítulo 7
Um Risco Tão Certo


Notas iniciais do capítulo

Estamos chegando à reta final... o que será que essa convergência de tempos passado e presente reserva para o futuro desses dois?



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Choque. Era o único que ela podia dizer com certeza que sentiu naquele momento. Depois de ouvir o fantástico relato de Mulder e de lembrar-se das palavras que ele havia dito na noite em que começou a contar o que ele dizia ser a verdade…


     Isso a pegou de surpresa. E, quando deu por si, Scully estava chorando e sentindo. Era estranho, mas sentia como se aquelas coisas todas realmente tivessem lhe acontecido. Sabia que era impossível, maluco, improvável… mas estava sentindo. E, sem perceber, seu corpo começou a tremer.


     Mulder, então, a envolveu nos braços. Scully permitiu-se chorar contra o ombro dele, uma das mãos apertando a malha da camiseta que ele vestia. Depois de alguns minutos, quando o susto e a angústia começaram a diminuir, ela se afastou, olhando para ele.


     “Eu não posso acreditar que isso seja verdade, mas… ao mesmo tempo, eu… não sei explicar, mas eu me sinto tão… ligada ao que disse. Como se realmente tivesse acontecido comigo. É estranho, não sei explicar.”


    “Eu sei” ele disse num murmúrio, passando com carinho a mão pelo rosto dela, apagando o vestígio deixado pelas lágrimas. “Também é difícil para mim. Vivi tudo isso com você, e, agora, é como voltar a viver. Entende agora por que insisto para que se afaste? Deixe essa posição, Scully. Diga a eles que não pode trabalhar comigo. Este será o nosso primeiro e último caso juntos.”


     Ela sentiu algo no estômago diante dessas palavras dele. Dor. Medo. De repente, foi como se a mera hipótese de perdê-lo fosse insuportável demais. Então, ela o envolveu com os braços, apertando-o contra si, o rosto repousando contra o ombro onde mal tinha acabado de chorar.


     Mulder deslizou as mãos pelas costas e pelos cabelos dela, beijando o topo da cabeça ruiva. Sentia o coração apertado de uma tal maneira naquele momento que não sabia o que fazer além de tentar confortá-la. Seus pensamentos também estavam confusos, queria protegê-la de si mesmo e do futuro trágico que a aguardava caso permanecesse ao seu lado, mas não tinha forças para afastá-la agora.


     Por isso, ele beijou mais uma vez os cabelos dela, inalando o perfume doce e característico de Scully. Em meio ao caos, era reconfortante saber que algumas coisas não haviam mudado. Como o cheiro dela, o calor que ela tinha sempre que se abraçavam.


     Daí por diante as coisas aconteceram tão naturalmente que nenhum dos dois percebeu como começou ou evitou. Foi como se seus corpos, seus membros, velhos conhecidos, resolvessem de comum acordo se reunir novamente - os braços e mãos dela envolvendo as costas dele; as mãos e dedos dele se perdendo nos cabelos, no pescoço dela; e, de repente, seus rostos roçavam lentamente um contra o outro, Mulder inspirando enquanto a ponta do nariz deslizava pela bochecha macia; ela, por sua vez, inclinou-se para roçar o pescoço dele. Ele a beijou na base da nuca e sentiu a pele e os fios ruivos arrepiarem-se no mesmo instante.

Quando Mulder afastou o rosto do pescoço de Scully e os dois se encararam, pareceu nunca ter existido a troca, a diferença de tempo… foi como olhar nos olhos da mesma Scully que conhecia há vinte anos. Para ela, foi como olhar para um homem que não era seu parceiro havia menos de um mês, mas um velho e conhecido amante...

Seus lábios se tocaram de comum acordo e, quando o fizeram, seus olhos se fecharam e não houve mais espaço para racionalizar, apenas sentir. O calor, a textura, o perfume… o gosto um do outro.

Ele sabia que não era a melhor das decisões fazer amor com ela. Aquela era Scully, mas não a Scully de seu tempo; e que consequências isso poderia trazer ao futuro? Mas, de repente, todo pensamento racional perdeu a importância e a noção dos riscos foi deixada de lado quando Mulder sentiu os dedos dela afundarem em sua nuca, embaraçando seus cabelos.

Interrompendo o beijo, ela se afastou e os olhos dela encontraram os dele. Então Mulder sentiu-se mergulhar no mesmo oceano azul e cristalino que sempre o fazia encontrar as respostas. Sem hesitação, capturou os lábios dela num novo beijo sentindo as unhas da parceira marcarem suavemente suas costas, puxando-o e esmagando seu corpo contra a forma pequena e perfeita de Dana Scully.

Suas respirações se mesclaram em meio ao beijo, separando-se apenas quando ela puxou a camiseta pela cabeça de Mulder, que estendeu os braços em pronta ajuda. Scully o encarou mais uma vez, com um brilho vivo no olhar. Ela não estava com medo. Nem hesitante. Sentia o coração bater com força dentro do peito e sentia que aquilo era tão… certo. Louco, improvável. Porém, certo. E ela o queria como nunca antes desejara estar com nenhum outro homem em sua vida.

A noção fez a respiração de Scully se prender na garganta por um breve instante, uma sensação aguda e quente em seu peito. Inspirou. Cerrou os olhos e desceu as mãos pelo peitoral do parceiro. E foi como se aquilo já tivesse acontecido antes. O calor, a textura da pele, o cheiro - agora mais aguçado pela momentânea restrição da visão - tudo parecia tão conhecido, e, mais uma vez, tão certo.

O peito de Mulder subiu e desceu, agitado, com o toque das mãos dela. Tomou um momento para inspirar e, em seguida, rodeou o corpo dela com um dos braços, a mão deslizando pelas costas dela até aquele fundo onde tantas vezes repousara os dedos tempo suficiente e um pouco mais enquanto a guiava através de uma porta ou ao longo do caminho. E a sensação era exatamente igual. Algumas coisas nunca mudariam. E ele não sabia se temer ou agradecer…

“Scully…” ele sussurrou o nome dela como sempre costumava fazer em momentos íntimos assim.

Para surpresa dele, ouviu um sussurro de volta.

“Mulder...”

Ela não soube dizer porque sussurrou o último nome dele, mas algo forte a impeliu a fazê-lo. Foi como se por vontade própria aquele nome lhe escapasse dos lábios, tão íntimo como um apelido carinhoso. Scully sorriu, ainda de olhos fechados, apenas vivendo e saboreando o momento e as sensações.


     Suas roupas fizeram o caminho para longe de seus corpos de maneira lânguida e natural, nenhum dos dois apressando nem evitando o inevitável - suas mãos percorrendo a pele do outro a medida que ia sendo exposta. Logo eram apenas os dois ali, sentados sobre aquela cama de hotel… suas respirações e os sons produzidos por seus beijos.

Scully enterrou a cabeça no pescoço de Mulder quando sentiu os lábios dele em seu ombro, beijando a pele enquanto as mãos tocavam, uma suas costas, a outra seus cabelos. Ela o abraçou e, quando o fez, a sensação indescritível de seus pequenos seios pressionados contra o tórax dele, sentindo os batimentos cardíacos tão agitados quanto os seus, a fez encará-lo e seus olhos marejaram. Não era sua intenção se emocionar tanto, porém, estava além do seu controle.

Mulder tocou o rosto dela com gentileza, o polegar esfregando a pele de uma bochecha. Ele a viu inspirar de maneira trêmula enquanto um leve sorriso se formava nos lábios rosados perfeitos. Inclinando a cabeça centímetros suficientes, ele a beijou outra vez.

Enquanto se deitavam, seus corpos pareciam reconhecer e moldar-se perfeitamente. Como peças de um jogo. E, num encaixe único, que deixou ambos maravilhados e sem fôlego por alguns segundos, puseram-se em sintonia num movimento preciso e seguro. Dando e recebendo. Empurrando e instigando. Trabalhando juntos em busca de um ideal comum.

Para Mulder, era mais do que sentir o prazer que o corpo dela lhe causava - era dar a ela o mesmo prazer, ou ainda maior. Usando a vantagem dos anos à frente daquela Scully e de conhecê-la tão bem, soube exatamente onde e como tocar, o que fazer para provocá-la mais e mais. Quando sua mão apertou um seio macio com a pressão exata e, em seguida, tomou o mamilo excitado na boca, sua língua percorrendo o contorno delicado a aréola sensível, sentiu as paredes interiores de Scully apertá-lo daquele jeito que só ela sabia fazer - e percebeu que não era o único que conhecia muito bem o terreno onde estava pisando.

Surpreendentemente, Scully sentia-se absolutamente segura de cada movimento seu e do que fazer para arrancar sons e movimentos de Mulder em resposta. E nada parecia novo realmente. Era como se já tivesse feito amor com aquele homem vezes sem conta… o que a assustou e, ao mesmo tempo, a excitou mais.

Ela estava entregue aos efeitos de Mulder em seu corpo e coração, não tinha a menor condição de pensar racionalmente agora. E deixou-se levar por ele, com ele, atirando-se e caindo do precipício de sensações intensas e perfeitas.

 

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