Always escrita por Gabs
Notas iniciais do capítulo
:3 E aí, galera?
Ressentida, acordei duas hora depois.
Abro os olhos lentamente, deparando-me com a imagem distorcida do meu amario.
No fundo eu me sentia feliz por estar de volta em casa, mas a dor na cabeça só piorava a cada segundo.
No silêncio, reparei sons estranhos vindo lá de baixo. Parecia um choro excessivo da parte da minha mãe.
Tentei me levantar, falhando miseravelmente com o resultado desanimador das pernas trêmulas. Arrisquei-me novamente, o que gerou em uma tontura profunda na cabeça.
Graças às forças superiores, consegui me segurar na cama a tempo de não cair no chão.
Manquei para fora do quarto até o corredor branco e deserto. Do hall dava pra escultar o choramingo de mamãe na sala. Ela berrava sem parar estar perdendo sua única filha.
— O médico disse que ela tem apenas quinze dias de vida. Você sabe o que isso significa? Nossa filha está morrendo, vamos perde-la definitivamente.
Aquilo doeu. Doeu tanto. Ouvir a minha mãe falar essas coisas corrompeu qualquer laço de força que eu tinha. A agonia e o medo entrou no meu peito.
As lágrimas caiam sem qualquer esforço.
— Meu amor, temos que ser fortes. - papai tentava acalma-la. - Ela é a nossa princesa... Nós não podemos parecer desesperados.
— E como você acha que vou conseguir tirar forças para dizer isso a Katherine? - foi a vez dela dizer.
— Não vamos. - murmurou em resposta.
Voltei para o meu quarto claudicando. Deitei-me na cama, pedindo para por dormir muito mais tempo sem me preocupar com o amanhã.
Meu corpo se tornara tão frágil que um simples impacto deixaria marcas eternas. Essa marca era a doença.
Acabei apagando de tanto chorar. Eu estava preparada pra morrer? Você está?
Acordei na manhã seguinte me sentindo muito melhor. Andei até à cozinha para tomar café da manhã sem mancar tanto, embora ainda doesse.
Papai e mamãe ficaram felizes em me ver viva e comendo. Disseram que me amavam muito e estava tudo bem.
Em momento algum citaram que eu estava prestes a morrer em cerca de 15 dias, apenas que o médico me deu alta por alguns dias.
Me ofereci para jogar o lixo do lado de fora, afinal, "trabalhar" nos ajuda a se sentir vivos.
Vi Henry na frente da casa dele. Estava brincando de skate com um garoto ruivo.
Quando me viu, decidiu se aproximar sorrateiramente.
— Pelo visto já está se sentindo melhor. Você quase morreu. - comentou ele, me olhando de canto de olho.
— Ainda estou semi morta. - experimentei abrir um sorriso.
Quando ele fez careta, me lembrei que odiava humor mórbido.
— Seus pais estavam muito triste. - disse Henry, muito sério.
Decidi agir como o mesmo.
— Sim, eu sei. Anos de câncer... A leucemia deixa muito buracos estragados e constantes na família.
— Bom, eu já estive doente antes mas agora estou bem. Espero que também fique. - foi a ingenuidade de Henry que mais me doeu. Eu não ia ficar bem. Eu estava morrendo.
— Sabe qual é a parte pior de morrendo? - perguntei.
— Qual?
— Estar morrendo e nunca der beijado ninguém. - desabafei brincalhona, suspirando dramaticamente.
Henry abriu um sorriso.
— Eu e o meu amigo ali, Calebe, - apontou com um gesto para o garoto ruivo. - estamos indo nos vingar.
— Vingar? - indaguei, franzindo um pouco a sobrancelha.
— Sim, do professor dele. - explicou. - Parece que andou irritadinho depois de ser rejeitado pela mãe do cara e agora tá dando notas vermelhas com injustiça.
Abri um sorriso.
— Quer ir com a gente? Vamos jogar cinco tubos de papel genínico na casa dele.
— Sim. - respondi. - Um segundo.
Voltei para dentro de casa, pedindo autorização pros nossos pais.
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