Always escrita por Gabs


Capítulo 1
një


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, u-u beijos!



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Eu estava morrendo. No fim, a leucemia venceria, e não importava o quão numerosos fossem os meus esforços, não haveriam formas de tirar aquilo de mim, apenas retarda-la o que significava mais tempo no tratamento mediante a desgastantes quimioterapias. 

Naquela simplória e deprimente manhã de céu carregado, observei papai folhear a página de jornal de politica, vi mamãe comer os seus ovos mexidos e Caramelo lamber o pires cheio de leite. Para mim era extremamente doloroso saber que, com um tempo, eu morreria e viveria apenas em suas lembranças, até que um dia, as lembranças não sobrassem uma só. 

Engulo em seco, eu era covarde até mesmo em minhas próprias decisões, covarde quando o assunto era tornar as minhas células capazes de durarem por alguns anos.

— Mãe, pai - gemi, hesitante. Sentia-me trêmula. Os olhos de papai se cruzaram com os meus, ele parecia tão cansado... eram anos de experiencias e noites mau dormidas por cuidar de mim. Fraquejei.   - eu já me decidi. - suspirei fundo, preparava-me mentalmente para o que diria a seguir. - Se tem algo mais que não desejo para minha ínfima e momentânea vida é lutar em vão.

Eles me encararam, atônitos.   

— O que está querendo dizer com isso, Baixinha? - perguntou papai, calmo mas com a voz tomada por um curto receio.

— Eu não sou mais a sua baixinha. - reviro os olhos, áspera. - desculpem se estou sendo negligente ou ingrata, mas por mim, e pensando pelo bem dos meus pais, desisto de travar essa batalha inútil que é continuar esse tratamento fatigante.

Vi os olhos de mamãe se enxerem de lágrimas, tentei evitar a tornar encontra-los, fitando o pires de leite de Caramelo, continuei firmemente - Vocês dois não vêem? Eu não tenho uma vida normal como as outras pessoas. Todo mundo me olha como se eu fosse uma coitadinha...

— Katherine - repreendeu mamãe e eu revirei os olhos, ignorando-a. 

— Ah, eu estou jogando vocês dois pra cima do abismo. - Minha voz saiu rouca -  Eu estou morrendo e vocês também estão indo comigo. Eu não suporto mais ser devota a essa quimioterapia idiota, lutar a cada dia e ser submetida a coisas repetitivas e peculiares. Vocês sabiam que garotas normais tem cabelos compridos? Eu perdi os meus aos quinze anos, mãe. Minha princesa favorita era a Rapunzel. Me diga, como lidar com isso?

Mamãe soluçava dramaticamente. Isso doía muito em mim, mas doía ainda mais pensar que a vida dela só dependia de um único esforço desgastante; cuidar de uma filha adolescente com leucemia. 

— Katherine - dessa vez foi papai quem disse. - nós amamos você, querida! Queremos apenas o seu bem, precisa continuar  com seu tratamento...

— Então, se realmente querem o meu bem, vocês dois vão concordar, por mais doloroso que seja com as minhas decisões. - umedeci os lábios. - Não estou desistindo, encarem isso como um... sei lá, estou me entregando. 

— Não posso. Não podemos - gemeu papai, na defensiva. - se fizer isso, então estaremos tirando algum tempo que lhe restaria.

— Não, vocês podem sim. Eu já desisti. A decisão é unicamente minha - me levanto bruscamente da cadeira e corro em direção ao meu quarto o mais rápido que possível. Em duas semanas atrás, eu recebi uma noticia que avia deixado os meus pais devastados; a minha morte estava mais perto do que imaginavam.

Foi uma surpresa, porque eu lutara desgastantemente por anos contra uma incurável doença.

 

 


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