- CARA, qual é o seu problema??? – Dizia Emmett no meu ouvido.

Eu não podia dizer qual era o meu problema, não para ele.

Certo, fazia poucos meses que Alice e eu havíamos nos conhecido, quer dizer, que eu havia conhecido a ALICE, porque ela já me conhecia na cabeça dela. Então estava tudo bem, já morávamos com os Cullen há cerca de cinco semanas, e comíamos bichos ao invés de gente. Foi quando ela teve aquela visão. Pior, ela me DISSE que teve aquela visão. Ela viu, nós dois, quero dizer, ela e eu, fazendo... bem... AQUILO!

Não que eu não queira fazer aquilo com a Alice, eu quero, é lógico, e muito! Só que... ela é tão frágil! E ela nunca fez isso (pelo menos como vampira, já que ela não se lembra do passado dela, nem de sua vida humana). Então estou DESESPERADO, porque não quero machucá-la, e estou com medo de não corresponder às expectativas dela.

Ela se recusa a contar os “detalhes” da visão, e só diz que faltam tantos dias, tantas horas e tantos minutos a cada instante, como um relógio em contagem regressiva, garantindo que eu a farei a mulher mais feliz do mundo.

Mas então POR QUE diabos eu estou com tanto PÂNICO???

Agora Emmett já percebeu. E ele quer explicações.

- Não há problema nenhum, Emmett. – respondi, tentando parecer o mais casual possível.

- MENTIRA! Você está com essa cara de FOINHA AZEDA há dias! Bem, desde aquele dia que a Alice começou a falar quanto tempo falta para não-sei-o-quê que nem uma louca, com um sorriso assustador no rosto. – Então ele parou um pouco como se uma súbita idéia houvesse passado pela sua cabecinha oca. – AH, MEU DEUS, não me diga que este não-sei-o-quê é o que eu estou PENSANDO??? – Emmett explodiu em gargalhada, colocando a mão na boca, tentando não regurgitar todo o sangue do urso que ele acabou de lanchar. – MELDELS você vai traçar a fadinha!!! Se deu bem, cara!!!

Não sabia onde enfiar minha cara. Provavelmente a casa inteira estava ouvindo aquilo.

Carlisle apareceu no topo da escada, e em menos de um segundo estava do meu lado com aquela cara de “papai vai te dar um conselho”. Isso já era demais, um irmão fanfarrão e um pai adolescente querendo me mostrar como eu deveria fazer amor com a minha namorada vampira! Eu não podia suportar aquilo, era mais do que a decência suportava.

- Já chega! Deixem que da Alice cuido eu! Não quero conselhos de nenhum de vocês!!! – falei.

Tarde demais, já que agora Edward também estava do meu lado, quase se mijando de rir sobre o sofá.

- E você, seu virgem? Ta rindo de quê? – Perguntei a ele.

- Eu? Ah, nada, só das suas tentativas de imaginar a Alice sem roupas... – disse ele.

- PARE DE LER MINHA MENTE!!! – Berrei já hiper-nervoso. Eu estava piorando as coisas para mim, já que estando nervoso, não conseguia controlar a “histeria alegre” de meus irmãozinhos.

- UI, que meda! – Disse Edward zombando. – Ela não é assim, Jasper, ela é bem mais bonita que isso!

- Meninos, parem com isso! O assunto é sério! O irmão de vocês está prestes a dar um passo muito importante em seu relacionamento com a Alice... – tentou filosofar Carlisle, mas foi interrompido pela gargalhada do Emmett.

- PASSO IMPORTANTE??? Eles estão prestes a DESTRUIR A CASA!!! – Gritou Emmett.

- Mantenham-se longe das paredes!!! Não destruam meus CDs!!! – Falou Edward sem conter as gargalhadas.

- Como assim, destruir a casa? – Perguntei sem entender nada. O que tinha a casa a ver com eu e a Alice fazendo você-sabe-o-quê?

- Aí velho, é contigo! Conte a ele o que acontece com vampiros inexperientes nas primeiras vezes... – dizia Emmett para Carlisle. – antes que ele comece a imaginar a Alice com chicotes e algemas!!!

- Do mesmo jeito que você imaginou a Esme, Emmett? – Lembrou Edward, fazendo-o parar de rir por alguns instantes.

Carlisle lançou a eles um olhar de repreensão.

- Jasper, você já fez isso como vampiro, certo? – Perguntou Carlisle.

- Lógico que já! – Respondi.

- Então você sabe que as mulheres, quero dizer, as vampiras... bem... elas meio que perdem o controle... do peso... como você também perdia no início, lembra?

- Sim.

Carlisle parecia pensar em uma boa resposta, enquanto que Edward já saiu falando:

- Então, meu filho, quando estiver na cama com ela, SEGURE-A firme, se não quiserem cair no meio da sala com cama e tudo!!!

- É mesmo cara, bem lembrado! O quarto deles fica bem em cima da sala, a Esme daria um PITI se destruíssem as poltronas dela!!! – Acrescentou Emmett.

- Quem vai destruir minhas poltronas? – Perguntou Esme, entrando pela porta com Rose, sujas de sangue até o último fio de cabelo.

- Meninos, contenham-se! – Falou Carlisle tentando disfarçar o riso. – Como foi a caça, meu amor?

- Não disfarcem! Eu perguntei quem vai destruir minhas poltronas, e acho bom alguém responder logo! Estas poltronas são únicas, e eu as amo!

- O Jasper e a Alice! – respondeu Emmett rindo baldes.

- Não vai ser de propósito, é claro, mas eles vão destruir fazendo “aquilo” aqui em casa!!! – Completou Edward rindo ainda mais.

- E quem disse que faremos isso em casa? – A vozinha fina da Alice irrompeu pela sala, fazendo a gargalhada de Emmett e Edward ficarem ainda mais altas. – Agora faltam duas horas e vinte minutos, Jazz, estou tão feliz!!!

Eu só queria um maldito buraco para enfiar a cara. (Buraco no bom sentido, ok? Tá certo, o outro sentido também é bom, mas vocês entenderam...) Subi as escadas ainda mais apreensivo do que nunca, e ainda pude ouvir Edward e Emmett repetirem em côro:

- DUAS HORAS, JAZZ!!!! Duas horas pra farra!!!

FIM