Stereo Hearts escrita por MariM


Capítulo 3
Luke Gostoso Castellan




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  POV PERCY

         Neste exato momento estou sendo puxado forçadamente por Rachel até o meu armário, pensando em como aquele corpo está sendo desperdiçado em uma pessoa tão irritante.

         Nós já havíamos passado pelo meu dormitório, nº 204, e meu colega de quarto se chama Grover Underwood... tomara que ele seja um cara legal (isso não poderia ter saído mais gay). Nós saímos do quarto e Rachel buscou o número do meu armário no papel.

         - Que D-E-M-A-I-S!! – Ela gritou no meio do corredor, olhei para os dois lados para ver se tinha alguém olhando – O seu armário é no mesmo corredor que o meu, vamos poder passar mais tempos juntos!! Demais, não é?! – Ela disse e olhou pra mim

         - Com certeza! A melhor coisa que poderia acontecer hoje – respondi com ironia, mas acho que ela não percebeu pois soltou um gritinho e assentiu.

         - E qual é o número do meu armário? –  perguntei

         - 88, e o meu é o 90, só tem o armário da Chatabeth no meio pra atrapalhar.

         - Chatabeth? – Perguntei, confuso.

         - Aquela loira oxigenada que está com seu amigo. – Ela disse e eu evitei um sorriso, quer dizer que a loira tem o armário ao lado do meu... – Alias, tenho dó de seu amigo, aquela garota é insuportável, acho que ele não deve estar aguentando passar mais nenhum segundo com ela – ela terminou de dizer e eu levantei as sobrancelhas. Acontece que eu daria qualquer coisa para conhecer melhor a menina dos olhos cinza.

         Nós chegamos ao meu armário e todo meu material já estava lá, Rachel pegou meu horário das aulas e me disse que minha primeira aula do dia era Geografia, me mostrou o material que eu tinha que levar para aquela aula e eu o peguei. Passamos no armário dela para ela pegar seu material também e fomos em direção a minha sala.

         Rachel estava decepcionada por não ter nenhuma aula comigo hoje e eu estava quase saltitando pelo mesmo motivo. Nós chegamos à sala de Geografia e ela disse:

         - Bem, agora eu vou para a sala de química e quando a aula acabar você fica aqui me esperando, ok?

         - Está bem – respondi desinteressado e entrei sem ouvir sua resposta.

POV LUKE

Peguei minhas malas e quando ia atravessar a rua, ouço alguém atrás de mim me chamando.

  – Hey cara! – Disseram Charles e Chris juntos

— Eaí caras! – disse os cumprimentado com um toque de mão bem idiota que nós inventamos na quarta série e usamos até hoje. – Prontos para as novas gatinhas?

— Mais do que pronto – respondeu Charles, enquanto Chris apenas assentia como na maioria das vezes já que, além de ser um cara calmo, Chris não é muito de falar.

Nós atravessamos a rua e fomos até uma das paredes mais afastadas da agitação de meninas e meninos que estava na entrada da escola.

Observei o lugar e me senti no paraíso, aquilo estava lotado de novas conquistas para a lista infinita de Luke Gostoso Castellan. Então, como se lesse meus pensamentos, Charles disse:

— Estou me sentindo no paraíso – Com voz de sonhador. Bem, é claro que ele não é um pegador nato como eu, mas ele tem o que se chama de coração mole, então já teve várias namoradas. O único problema é que o namoro mais duradouro dele teve duas semanas. Pois é, digamos que Charles é um exemplo de pessoa que não nasceu pra “brilhar” como eu.

— Tirou as palavras da minha boca – respondi. Nós três ficamos um tempo praticamente babando nos “rabos de saia” que estavam ali fora, até que uma menina de cabelos e olhos castanhos chegou dizendo pra mim:

— Caramba! Se você queria se esconder, por que não entrou logo no encanamento?!

— E quem é você mesmo? - Disse, fazendo uma careta.

— Clarisse, eu vou te levar pra conhecer a escola. – Ela disse, e, antes de respondê-la, eu a analisei e vi que mesmo não sendo nada de tão impressionante, ela dava pro gasto.

— Então aqui está a sortuda do dia – disse enquanto punha meu braço em seu ombro – Não é qualquer garota que ganha o privilégio de ficar o dia inteiro na minha presença – eu terminei de falar dando um sorriso torto que costumava derreter o coração de toda garota.

Mas, em vez de dar em cima de mim, ela agarrou meu braço e o prendeu nas minhas costas, fazendo com que se eu fizesse qualquer movimento, torceria meu braço.

— Olha aqui garoto, eu estou realmente tentando manter a educação, mas não está sendo muito fácil, já que, além de ter que perder meu tempo mostrando o internato para um total desconhecido, eu ainda estou tendo que aturar ouvir besteiras de uma pessoa que se acha o tal, mas não tem a capacidade de se olhar no espelho e perceber que não é nada de espetacular. – Ela disse, ainda segurando meu braço com força.

— Então a princesa é durona? Pois fique sabendo que eu gosto das difíceis – Não sei de onde eu tirei coragem para dizer isso na situação que eu estava, mas sei que me arrependi no momento que disse.

A tal da Clarisse apertou mais um pouco o meu braço, que, por sinal, já estava doendo, e quando ela estava prestes a torcê-lo, por um milagre, Chris a interrompeu dizendo:

— Epa, Epa. Calminha aí, pra que tanta violência? Nós também o achamos um idiota, e nem por isso estamos tentando torcer o braço dele!

— Isso mesmo, ele tem toda a razão! – Eu disse assentindo e depois pensei no que ele tinha dito – Espera aí! Como assim vocês acham que eu sou um idio...

— Cala a boca Luke, estamos tentando te ajudar aqui! – Charles disse

— E então, será que você poderia solta-lo? – Chris disse, calmo como sempre, mas a maníaca nem se mexeu – Por favor? – ele completou e ela continuou parada, ficamos assim por uns dois minutos até que ouvi a voz de outra menina nas minhas costas.

— O que está acontecendo aqui? – Ela perguntou a Clarisse, que desviou o olhar e de Chris e o mirou para a desconhecida.

         - Este idiota estava me cantando como se fosse o cara mais gostoso do mundo. – Ela disse com uma pontada de raiva

         - Acaba com ele Cla! – Chegou outra garota vestida de preto e com uma maquiagem pesada, o que me fez pensar que ela se daria bem com Nico.

         - Tenha piedade com o cidadão aqui! – Eu disse quase entrando em desespero.

         - Não me chame de Cla, Thalia! – Clarisse disse para a punk

         - Pode soltando ele Clarisse, assuntos assim se resolvem com conversas! – A sem-nome-revelado disse

         - Ou com tapas na cara – a tal da Thalia disse, ficando na minha frente, me analisando - Nossa! – Ela disse, fazendo uma cara de surpresa

         - Sim, eu sei, eu sou muito lindo, você realmente quer ver esse meu rostinho perfeito machucado?

         - Para de ser tonto! O motivo de eu ter me surpreendido é que você parece ainda mais idiota de frente! – Ela disse e os trouxas dos meus amigos riram.

         Clarisse riu e me soltou, todos nós olhamos com cara de interrogação pra ela.

         - Acabei de lembrar que vou ter que mostrar a escola para o mauricinho aí – ela disse, se referindo a mim– Ainda vou me vingar durante o dia. – A olhei com cara de medo desejando tudo menos ter que passar o dia com ela e Thalia disse:

         - Bem, já são 6hr35min e nós três ainda temos que mostrar a escola para vocês, então vamos!

         - E quem de vocês duas é a minha guia? – Charles disse apontando para Thalia e a outra que eu ainda não sabia o nome.

         - Eu, e meu nome é Silena – disse a que seria a guia de Charles, bem gostosinha até.

         - Sou Charles, mas você já deve saber disso – Ele disse meio encabulado, e eu, como um bom amigo, já percebi o que vinha pela frente, Charles se apaixonando... De novo. Silena sorriu e disse:

         - Então... vamos indo? – Charles assentiu, pegou suas malas e eles foram em direção a entrada da escola. Logo depois Chris e Thalia e eu fiquei com Clarisse que me olhava com um sorriso que me dava medo.

POV JASON

Eu e Leo estávamos em um dos carros da empresa do meu pai, sendo levados apenas por sua assistente (e o motorista) até o internato onde Thalia, minha irmã, estuda. Pouco tempo antes, nós fomos buscar Leo em sua casa e muito diferente do meu pai, Zeus, tia Esperanza fez questão de se despedir de Leo como uma mãe normal faria.

Acontece que meu pai só se importa com negócios e qualquer coisa que seja relacionada com dinheiro. Eu e Thalia fomos criados por milhares de babás e sua “fiel assistente”, Nellie. Nossa mãe morreu quando deu a luz a Thalia, foi uma gravidez de risco e tanto ela quanto meu pai tinham consciência do que poderia acontecer além disso, acho que por isso que minha irmã nasceu meio deformada. Depois de um tempo do incidente com minha mãe, meu pai passou a sair com milhares de mulheres e se casava com uma nova mulher por mês, esquecendo totalmente de suas responsabilidades como pai.

Se vocês estão querendo saber, não, eu não culpo Thalia pelo o que aconteceu com minha mãe. Já meu pai... Bem, vocês já devem ter imaginado, se eu quase não tive contato com o Sr Zeus, imagine Thalia, que só chegava a ter um contato de verdade com meu pai em seus aniversários. Isso quando ele não tinha que sair mais cedo pelos negócios. Por esse motivo, Thalia virou uma total rebelde e começou a desobedecer Nellie, o que fez com que a assistentesinha a matriculasse em um internato integral.

Sendo assim, com meu pai ocupado de mais com si mesmo e com a empresa, eu e Thalia aprendemos a confiar um no outro, e mesmo com as constantes brigas que acontecem quando nós estamos juntos, eu amo muito minha irmãzinha e sei que o sentimento é recíproco. Falando nisso, eu estou achando ótimo estar indo estudar no mesmo internato que ela pra poder fiscalizar todo os marmanjos que derem em cima dela. Não que eu seja super-protetor e ciumento ao extremo, mas... É, eu sou super-protetor e ciumento ao extremo. Fazer o que?!

Além disso também estou ansioso para ver Piper, minha melhor amiga e imã de consideração. Estaria mentindo se dissesse que não sinto falta das tardes que nós passávamos juntos jogando games e assistindo filmes.

Desviei-me de meus pensamentos com Leo estalando os dedos debaixo do meu nariz.

— Cara, você ainda está nesse planeta!? – Disse ele, e continuou a estalar os dedos.

— Para com isso, Leo! – Eu disse e tirei a mão dele do meu rosto.

— Foi mal priminho, mas nós já chegamos no internato e Nellie está ficando irritada com nossa demora dentro do carro. – Ele disse, apontando para uma Nellie impaciente do lado de fora.

O motorista entregou nossas malas e voltou para o carro. Nellie se despediu de nós com um sorriso falso e também entrou no carro, que partiu quase no mesmo instante. Eu sabia que ela devia estar radiante por ter se livrado de mim, mas não tanto quanto eu estava por ter me livrado dela.

Leo e eu atravessamos a rua e caminhamos um pouco até a entrada do internato, que estava um completo furacão de meninos e meninas. Leo estava tagarelando sobre alguma coisa do meu lado enquanto eu apenas observava o movimento, esperando ver Thalia ou Piper.

Ficamos assim por um tempinho até que eu a vi. Com certeza ela estava diferente, tinha criado corpo e crescido um pouco, ela continuava com o mesmo tipo de roupa. Mesmo ela estando de costas eu tinha certeza absoluta de quem era, afinal, quem não reconhece sua melhor amiga?... Ok, melhor eu parar porque isso ficou meio gay.

Fui atrás dela, deixando Leo e nossas malas pra trás, quando estava mais próximo eu disse um pouco mais alto que o normal.

 Hey Pipes ! – Ela se virou e eu acenei para ela. Ela acenou de volta e sorrio.

— Jay! – Piper disse e esperou que eu me aproximasse dela.

— Não me chame de Jay, eu já disse que é nome de mulher, baixinha! – Eu disse e a abracei, percebendo que realmente ela tinha formado corpo – Se é que eu ainda posso te chamar de baixinha, porque eu quase não te reconheci com esse corpão – emendei, em um tom brincalhão, percebi que Piper ficou corada.

— Para de ser idiota! – ela disse, me repreendendo.

— É sério Pipes, vai chover pretendente na horta de Piper Mclean! – Eu disse, só pra não perder o costume de provocar.

— Não tem graça seu bobo! – ela disse. – Além disso, você só está dizendo isso porque é meu amigo – estava pronto para negar e dizer que ela realmente estava muito bonita, mas ela me interrompeu – Thalia tinha dito que seu primo viria com você, onde ele está?

— Hamm... – eu murmurei, automaticamente passando a mão direita no cabelo, lembrando que tinha corrido e deixado Leo pra trás – Nós viemos juntos sim, mas quando eu te reconheci, sai correndo e o deixei em algum lugar, com nossas malas. – Expliquei a ela. Mas então eu fiquei curioso, como ela sabia de Leo? - E o que é que você quer com meu primo? – perguntei.

— Bem, eu vou ser a guia dele por hoje, então imagino que eu tenha que procurá-lo. – respondeu ela, e quase no mesmo instante eu fui derrubado por alguma coisa, que depois identifiquei como minha mala. Piper me ajudou a levantar e eu dei uma olhada pra trás, onde estava Leo com um sorriso sacana no rosto.

— Cara, você enlouqueceu?! - Disse a ele com as sobrancelhas arqueadas.

— A qual é Jason, é só você ver uma garota bonita que já sai trotando pra perto dela?! Deixando seu lindo e querido primo sozinho com sua mala? Que absurdo! – Leo disse, com uma falsa indignação.

— Hunf, também não precisava jogar a mala em mim – Eu disse fazendo biquinho.

— Não precisava mesmo, mas foi útil pra dar um drama a mais – Respondeu Leo com um sorriso e depois olhou para Piper. – Não vai me apresentar a moça? – Ele perguntou.

— Ah! Leo essa é Piper, Piper esse é Leo, meu primo – Eu disse, apresentando um ao outro.

— Prazer! – Piper disse e estendeu a mão.

— Muito Prazer! – Leo respondeu destacando o “muito”, e se inclinou, dando um beijo nas costas da mão dela com um sorriso brincalhão. Não seu se foi isso ou a Piper ter corado que fez meu sangue correr mais rápido nas veias, tive vontade de empurrar Leo na hora, mas apenas rolei os olhos e deixei passar.

Piper e Leo conversaram brevemente e entraram juntos no prédio.

Eu fui até uma árvore, próxima de onde eu estava e me apoiei nela. Comecei a pensar no motivo da brincadeirinha do Leo ter me incomodado tanto e cheguei à conclusão de que era apenas um ciúmes fraternal, já que considerava Piper minha irmã, até que eu ouço uma voz feminina se direcionando a mim.

— Com licença, você é Jason Grace, não é?

         Olhei para a garota que estava na minha frente, ela possuía olhos castanhos e cabelos da mesma cor, que quase alcançavam seus seios (não que eu estivesse prestando atenção em seus seios... É claro que não). Ela estava usando um vestido florido marrom meio transparente, uma jaqueta de couro e uma bota preta. Suas sobrancelhas eram bem delineadas, e algo em sua expressão mostrava que ela era tão sarcástica quanto bonita.

         - Você ta pronto para me responder ou precisa de mais algumas horinhas para pensar? – disse ela, dessa vez, mostrando que era tão impaciente quanto sarcástica e bonita. Eu poderia ter respondido com uma afirmação mais insultante ainda, ou até com uma cantada, mas perdi o tempo tentando lembrar em qual havia sido sua pergunta.

         - Qual foi a pergunta mesmo? – ela revirou os olhos, dizendo:

         - Você é Jason Grace ou te deram o crachá errado?

         - Sim, sou eu

         - Ótimo! Já estava cansando ter que ficar te procurando por aí.

         - Então você que é minha guia? – perguntei, esperando pela resposta óbvia

         - Não é óbvio?! – respondeu revirando os olhos – Meu nome é Reyna e é melhor nós pararmos de enrolar porque já estamos atrasados. – Eu assenti em resposta e a segui em direção ao internato


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