Posso te Contar Um Segredo? escrita por Mateus Sales


Capítulo 7
O retorno


Notas iniciais do capítulo

Com certeza, esse foi o melhor capítulo para escrever até agora! Boa leitura, e aproveitem o retorno de uma das nossas personagens favoritas!



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Hanna Marin, Spencer Hastings e Emily Fields estavam de pé em frente à Delegacia de Polícia de Rosewood. Ambas foram à delegacia com o intuito de depor em relação ao desaparecimento de Aria Montgomery, amiga suas. Após saírem pela porta da frente do prédio, as três avisaram uma figura trajando um casaco roxo que fornecia também um capuz eficaz em proteger o rosto de seu usuário; assim, nenhuma das três conseguiram enxergar quem estava ali, as observando saírem da delegacia. Poderia ser A, o perseguidor que vinha recentemente mandando mensagens-ameaças anônimas?

— Vocês perceberam que, seja lá quem estivesse ali, tinha cabelos louros? — Spencer Hastings interviu, cruzando os braços e apertando-os contra os peitos. Ultimamente, essa é uma posição constante em sua vida; após beijar secretamente Wren Kingston, o noivo de sua irmã, Melissa Hastings, ou após receber uma mensagem de A.

— Eu percebi — respondeu Hanna Marin. Assim como Spencer, sua vida também estava bastante acelerada nos últimos dias. Ela começou a receber as terríveis mensagens de A; suas crises existenciais em relação à beleza, moda e imagem pública haviam retornado; e, para piorar tudo, A enviou mensagens maldosas para Mona Vanderwaal, sua melhor amiga, fazendo-a acabar com sua amizade e começar a andar com Naomi Ziegler e Riley Wolfe — as inimigas colegiais de Hanna desde sempre. — Será que era Ali?

Todas se entreolharam assustadas. A figura de Ali retornou à cabeça de Emily Fields. Ela era a grande amiga-protetora-segurança-guarda de Alison, ela sempre tentava, ao máximo, protege-la, e, tinha um amor secreto pela amiga. Agora, três anos após o desaparecimento de Alison, Emily continua receosa em relação ao assunto Alison DiLaurentis, mas conseguiu ultrapassar as dores do amor não-correspondido e até iniciou um pequeno e secreto lance com Maya St. Germain — a garota que se mudou recentemente para Rosewood.

— É claro que não era — Emily respondeu, soando bastante séria. — Ali está morta, Hanna.

Hanna não esbravejou, nem respondeu, apenas continuou observando as árvores vagas da floresta se balançando, assim como as outras duas. Em certo momento, uma garoa que estava se formando teve que separá-las, mas ambas se juntaram abaixo de um toldo de uma mercearia para ler uma mensagem de A que haviam recebido.

Olá garotas! Vocês viram como eu tenho estilo, assim como a Ali? Quero só avisar que vocês já podem ter a Aria de volta! Só basta seguir o mapa que segue em anexo. Na cruz, localiza-se a pequena mentirosa. —A.

A imagem que seguia em anexo era um mapa de Rosewood marcado com caneta de tinta vermelha. Tinham alguns pontos marcando lugares como a casa de cada garota, o Shopping King James, o Diva Dish, o Lucky Leons Cupcakes. No cantor superior direto, uma cruz marcada de tinta preta mostrava uma localização perto da Rosewood Day. É lá onde está Aria, pensou Emily.

— O que vocês acham disso? — questionou Hanna, segurando o celular nas mãos, que estavam frias devido à pressão que estava sofrendo. Ela respirou fundo e observou Emily e Spencer fazerem o mesmo.

— Talvez seja verdade — respondeu Spencer. — A está tentando nos maltratar. Talvez essa pessoa já tenha maltratado Aria o bastante, agora ele nos quer. Quer que a gente vá atrás de Aria para sermos pegas também.

— Vamos entregar isso à polícia então! — Emily pigarreou, imaginando ela mesma sendo capturada por A. Uma imagem de Aria presa e ensanguentada surgiu em sua mente, e ela tratou logo de removê-la de sua mente. — Vamos contar toda essa história de mensagens anônimas.

— Claro que não! — esbravejou Spencer, ela se moveu até perto da borda da calçada e começou a falar. — A vai destruir nossas vidas com essas mensagens. É melhor irmos pegar a Aria.

— E se arriscar? — Emily esbravejou.

— É melhor irmos atrás de Aria — Hanna interviu, segurando Emily pelo braço. Elas observaram uma viatura chegar. Três policiais saíram do veículo, um deles bem novinho, que ficou observando Hanna discretamente. As três desviaram o olhar e resolveram não reclamar; estavam atenadas em encontrar Aria.

Meia hora depois, as três estavam no Subaru de Aria, dirigindo até a área demarcada no mapa que A enviara. Elas estavam focadas em encontrar Aria e descobrir quem era A, e o que esta pessoa havia feito com sua amiga, Aria, e, possivelmente, com Alison.

Quando chegaram, as garotas se depararam com um galpão escuro e escondido entre lojas de suvenires. O mapa as levou até os limites entre Rosewood e Brookhaven, uma cidade vizinha. As três adentraram o lugar apressadamente. Máquinas enferrujadas, poeira e pequenos feixes de luz davam ao tal galpão um ar de terror e medo. Uma escada levava até um andar superior, onde elas estavam dentro de dez minutos, após revistarem tudo e não encontrarem nada.

— Isso aqui é muito nojento — Hanna caçoou, cruzando as mãos na região do tórax. As três continuaram a caminhar, até encontrarem uma nova porta.

Em seguida, tudo o que aconteceu foi como um flash; como quando você está num carro e, de repente, você está no chão, ensanguentado, e o carro, quebrado. Só que, desta vez, ninguém se machucou, mas o susto… esse foi grande.

Aria Montgomery e Alison DiLaurentis estavam juntas, as quatro mãos amarradas e seus rostos cinzentos e com uma fita vermelha tapando suas bocas. Quando as duas perceberam a presença de Hanna, Emily e Spencer, seus rostos brilharam e começaram a se debater. Rapidamente, todas estavam se abraçando e comemorando aquela cena. Num outro instante, uma sequência de quatro grandes barulhos de vidro estilhaçando as tiraram do transe Aria-e-Alison-estão-aqui-e-estão-vivas. Amedrontadas, o quinteto saiu correndo para o carro e foi embora.

No dia seguinte, repórteres enxeridos, câmeras, curiosos, e até mesmo turistas, estavam rodeando a casa de Alison — e a de Aria também, mas em proporções menores. Toda a cidade — moradores, jornais televisivos, alunos — comentavam sobre a descoberta de Alison e Aria; e a paciência do quinteto mais comentado de Rosewood e seus familiares estava se esgotando.

Aria, seu irmão, e seus pais, tentaram ir até o Shopping King James mais cedo, mas os repórteres não deram trégua. Enquanto isso, a família DiLaurentis comemorava; assim que Alison retornou para Rosewood, a polícia local telefonou para os país dela em Connecticut e eles correram até a pequena cidade para verem a filha novamente. Spencer, Emily, Aria e Hanna voltaram para casa e foram dispensadas das aulas por uma semana — o diretor não queria que sua escola ficasse “cheia de pessoas murmurando a respeito das quatro garotas problemáticas”.

O sr. Montgomery, Byron, encontrava-se esparramado na poltrona cor-de-creme lendo um jornal, enquanto Ella estava bebendo chocolate quente em sua caneca preferida e observava o teto, pensando em algo. Mike estava focado em seu iPhone enquanto ouvia algum sucesso da música pop em seus fones de ouvido Sony. Aria era a única da família que não fazia alguma coisa — após o almoço daquele dia, ela deitou-se em sua fatídica cama, se embalou nos lençóis gelo e ficou parada, apenas observando um nada e pensando no que vinha acontecendo. Ela e suas amigas estavam sendo ameaçadas por uma pessoa que se intitulava de A, ela foi sequestrada por alguém que podia ser esse A. Dois dias depois, ela foi encontrada junto de Alison, uma amiga que havia desaparecido anos atrás.

O que acontece é que, quando estava presa por A, Aria não havia bebido nenhum milímetro d’água e não se serviu de nem mesmo uma bala de chicle. Ela continuou presa numa sala com um colchonete desconfortável e a mesma roupa. No mesmo dia em que foi achada pelas amigas, mais cedo, ela havia visto uma pessoa usando casaco roxo, com cabelos louros carregando uma garota de cachos também louros — agora ela sabe que essa garota era Alison. Após, ela cochilou, e, quando acordou, já estava amarrada junta de outra pessoa.

Provavelmente, muitas perguntas estão sendo feitas ao redor da cidade. Até mesmo Aria tem suas próprias perguntas. Como Alison sobreviveu todos esses anos? O que ela esteve fazendo? E com quem? Essas eram questões que a abelha-rainha teria de responder à polícia cerdo ou tarde.

Enquanto almoçava, mais cedo, Aria assistiu a um trecho de uma reportagem. Uma repórter perguntava a um policial de Rosewood como o departamento de polícia iria reagir a essa nova realidade. Ele apenas respondeu que a polícia da cidade está determinada a encontrar quem manteve Alison em cárcere privado durante todos esses meses. Cárcere privado? Quem disse que Alison ficou mantida em cárcere privado? Ela mesma, ou seria esse mais uma teoria da polícia?

Mais tarde, às 19hrs, Aria e Mike assistiam a uma sessão de desenhos animados clássicos na TV. Quando um episódio de O Show dos Looney Tunes acabou, os dois irmãos foram assustados por uma estridente campainha. Ella e Byron estavam próximos, na varanda, mas não tiveram nenhuma reação. Os curiosos, repórteres e enxeridos já haviam ido embora e deixaram apenas restos de embalagens no jardim e no asfalto.

Aria levantou-se do sofá e correu para abrir a porta. No lado de fora, Spencer, Emily e Hanna estavam com grandes sorrisos estampados em seus rostos.

— Olá meninas — Aria sorriu, gesticulou em direção à escada e trancou a porta. As quatro foram até o andar superior e caminharam até o quarto de Aria. — Vocês estão bem? Cadê a Ali?

Spencer resmungou.

— Ela ainda não foi “liberada” pela família. — Spencer fez careta ao falar “liberada”.

— Meu Deus — Aria caçoou em resposta. — Mas, e aí, como vocês estão com essa volta dela?

Emily sentou-se na cama. Hanna começou a observar a rua pela janela. Spencer apenas fitou Aria mais uma vez.

— É estranho — Hanna enfim disse. — Eu já estava me acostumando com a ideia de um mundo sem Alison.

Aria balançou a cabeça em afirmação.

— Quando eu a vi naquele dia mais cedo, não acreditei. Quando vocês chegaram, todos os fios de cabelo do meu corpo se arrepiaram. Por um lado, eu pensava que vocês também seriam pegas. Por outro, eu pensava que, enfim, sairia daquele inferno.

Emily sorriu e agarrou uma almofada.

— Eu gosto dela por perto novamente. — Emily ficou fitando o chão e Spencer a observou.

— Entretanto, eu, agora, mas do que nunca, acho que ela é uma ameaça.

— Por que? — A expressão no rosto de Emily rapidamente mudou. Aria lembrou das várias vezes que ela fazia aquela cara quando alguém falava mal de Alison.

— Não sei, Em. Mas eu não me sinto bem com essa volta dela.

Todas entraram num silêncio tortuoso. Ella entrou no quarto e perguntou se elas queriam biscoito de gotas de chocolate e todas concordaram — Hanna gritou que sim, além de ter concordado.

— Sabe, agora que sabemos que Ali está viva, podemos confirmar que não há nenhum assassino entre nós. — Spencer disse, segurando o queixo numa pose muito conhecida.

— É verdade — Hanna respondeu. — Já que não existe nenhum assassino, por que então esse tal de A está nos torturando?

Um barulho de vidro se estilhaçando soou por todos os lados. As quatro amigas assustaram-se — era o mesmo barulho que elas ouviram em sequência quando estavam no galpão no dia anterior. Aria abriu a porta de seu quarto e correu — junto de Emily — até o andar inferior, mas ninguém esboçava alguma reação, todos pareciam perfeitamente calmos. A campainha soou novamente e Aria e Emily observaram a sra. Montgomery abrir a porta e exibir uma Mona Vanderwaal com a maquiagem completamente borrada e seus cabelos um pouco bagunçados.

— Mona Vanderwaal? Algum problema? — Ella perguntou.

— Eu preciso falar com Aria, é urgente.

— Pode falar. — Aria rapidamente desceu as escadas e enfrentou Mona. — O que aconteceu?

— É particular.

As duas e Emily foram até o jardim frontal e Mona começou a contar coisas que Aria jamais acreditaria se fossem contadas por outra pessoa.

— Semana passada, eu comecei a receber mensagens estranhas. Elas estavam assinadas por uma pessoa, uma tal de A. As mensagens na verdade eram ameaças, elas continham segredos que ninguém no mundo conhecem. Algumas até relacionavam-se com Alison e vocês.

Emily e Aria ficaram ambas boquiabertas. Mona esperou uma reação, mas como não recebeu nenhuma, continuou:

— Quando eu recebi uma falando de Hanna, eu pirei. Eu já estava meio raivosa porque ela estava voltando a falar com vocês, então essa mensagem foi o pivô para nossa briga e posterior separação.

Sem saber o que fazer, Aria resolveu levar Mona até Spencer e Hanna. No quarto, Mona recontou toda a situação. Hanna, de início, não acreditou muito, mas ela foi cedendo à medida que foi percebendo que a coisa era séria — e real. Spencer também ficou chocada, como Emily estava.

— E essa pessoa já fez algo de ruim para você? — Spencer perguntou, tirando conclusões.

— Sim. Ele, ou ela, já me fez roubar uma quantidade de dinheiro da minha mãe em troca da guarda de um segredo.

Após, as cinco resolveram ligar para Alison e conta-la sobre a situação, mas ela, e nem sua mãe, atendiam o telefone. Foi aí que elas novamente assustaram-se — situação rotineira ultimamente. O celular de cada uma emitiu diferentes efeitos sonoros que indicavam que uma nova mensagem havia chegado.

Olha só! Parece que a Grande Mona resolveu contar sobre mim às mentirosas! Que bom, que bom! Agora tenho mais alvos na minha listinha. Esperem só! Vocês achavam que eu só queria mostrar onde Alison estava? A sua amiga — ou inimiga — esconde um grande segredo de vocês — e vocês não perdem para esperar! Eu vou fazê-la contar. Beijinhos, com carinho, —A.

Mona, Emily, Aria, Spencer e Hanna não fizeram nada, continuaram imóveis e olhando uma para a outra. Precisavam conversar com Alison, o quanto antes.


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Notas finais do capítulo

Essas garotas... só sabem caminhar na estrada do perigo. Mal elas sabem que eu estou aqui para fazer de suas vidas um inferno. Mal elas sabem que eu revelarei à elas o maior segredo da pacata Rosewood — e, com certeza, a família DiLaurentis não gostará disso. Quer saber quem das mentirosas ficará mais atormentada? Vai ficar querendo saber! Beijinhos, com amor, —A.



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