Posso te Contar Um Segredo? escrita por Mateus Sales


Capítulo 5
A-ria


Notas iniciais do capítulo

Queridos leitores, tenham uma ótima leitura!



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UMA SEMANA DEPOIS

“E, quando vi, Emily e Hanna corriam para tentar proteger Aria. Era tudo ou nada. Elas só tinham uma chance e tinham que salvá-la do abismo que é ficar no Radley. Eu já estive lá, e é horrível. Só espero que Spencer e Alison resolvam ajudar também. Elas estão tão distantes ultimamente.”

O GRANDE DIA

“Meninas, finalmente vamos poder nos livrar desse A,” Spencer exclamou, olhando brevemente para a tela do computador e, então, para Aria, Hanna e Emily, que estavam sentadas ao seu lado.

“O que você vai fazer?” questionou Hanna, abismada com a habilidade com o teclado que Spencer tinha. “Seguir o sinal de A até seu covil?”

“Mais ou menos isso.”

Enquanto Spencer e Aria continuavam escondidas dentro da van, Emily e Hanna correram silenciosamente até o local onde o sinal de “A” parou. As meninas sabiam que arranjariam problemas por estarem tão tarde fora de Rosewood e, além de tudo, por estarem seguindo alguém que elas nem mesmo conhecem. Mas “A” infernizando a vidas das garotas, não era mesmo? Isso era necessário.

Tudo limpo, gente,” Emily falou pelo rádio comunicador que carregava.

Ok,” Spencer respondeu. Minutos depois, as quatros amigas estavam juntas e procuravam por algum vestígio de A. Durante os dez minutos seguintes, nada aconteceu; até que Spencer encontrou um porta escondidada. “Gente, corram aqui,” Spencer sussurou, balançando os braços freneticamente.

“O que será que tem aí dentro?” Hanna pensou.

“Vamos ver,” Aria abruptamente abriu a porta e as quatro amigas pararam quando observaram o objeto no centro do grande salão.

Spencer, Aria, Emily e Hanna ficaram estáticas por um curto período de tempo. Estavam processando aquela informação.

UMA SEMANA ANTES

Pobres mentirosas... arrasadas por terem achado o cadáver de abelhinha. Mas não se preocupem, estou aqui para manter Ali em suas memórias. —A.

“Meninas, nós realmente temos que consertar isso,” Spencer choramingou, lendo novamente o conteúdo da mensagem que acabara de receber, assim como as outras.

“Temos que descobrir quem é esse A,” Emily acrescentou. “Pode até ser alguém inofensivo, mas só a maneira como as mensagens são escritas me dá medo.”

“Verdade,” Hanna confirmou, bloqueando a tela de seu iPhone. Ela olhou para Aria, que estava com o rosto enfiado na almofada. Hanna olhou para e Emily e Spencer e elas franziram o cenho. Hanna relembrou uma confissão de Ella e Byron Montgomery para ela, Spencer e Emily mais cedo, quando Aria estava dormindo.

Mais cedo, naquele mesmo dia...

“Meninas, esse ocorrido não é anormal para nós da família,” Byron Montgomery, pai de Aria, desabafou, enfiando as mãos nos bolsos da calça. Ella, que estava ao seu lado, concordou com a cabeça.

“Como assim?” Spencer, sempre questionadora, queixou-se.

“Spencer, a Aria é descendente da família Montgomery,” Ella rosnou, olhando para os pés. “E, talvez, assim como os avôs dela, Aria possa ter algum transtorno psicológico.”

Emily e Hanna assustaram-se com a notícia. Spencer não ficou tão surpresa, sabia lidar com certas situações. Sua família também era problemática.

“Desde quando vocês suspeitam disso?” Spencer indagou, ajustando várias vezes a posição de sua pulseira.

“Nós não suspeitamos, Spencer. É a verdade,” Ella afastou-se um pouco e sentou no sofá da sala. Todos a acompanharam e também escolheram um assento. “Há alguns meses, no Brasil, Aria começou a desistir de suas escolhas alternativas e hippies. Começou a ser outra pessoa. Uma “típica garota de Rosewood”, como ela mesma dizia. Nós, inicialmente, não ficamos muito preocupados, Aria sempre conseguiu atuar muito bem. Mas, depois de uns dias, ela começou a gastar dinheiro com maquiagens e roupas caras, coisa que odiava. Nós conversamos com ela uma noite e, no dia seguinte, a Aria que estamos acostumados a conhecer já estava de volta.”

Spencer, Emily e Hanna ouviam atentamente cada palavra da sra. Montgomery, enquanto o sr. Montgomery digitava algo no celular.

“Meninas, preciso ir ao banheiro, dêem pause no filme, hein?” Aria ordenou, levantando-se rapidamente do sofá e caminhando até o banheiro. As outras três conversaram através do olhar e resolveram que Aria, de repente, não iria se tornar uma Alison da vida, nem pensariam numa possibilidade dessas.

Enquanto caminhava até o banheiro, Aria ouviu seus pais cochichando no jardim traseiro. Chegando mais perto, ela podia ouvir claramente o que elas conversaram. Não era certo ela ouvir o que seus pais conversavam; se era secreto, ninguém deveria ouvir. Mas, ultimamente, alguém vem seguindo seus passos e a ameaçando digitalmente, ela suspeitava de todo mundo.

Você acha que fizemos certo em contar para as meninas sobre o problema da Aria?” Ella questionou baixinho. “Ela poderia ficar arrasada se soubesse que contamos.

Ficaria mesmo,” Byron confirmou. “Mas, agora, as meninas podem protegê-la quando nós não estivermos por perto.

É verdade,” Ella respondeu. “Nós temos que consultar a doutora Sullivan para ela fazer uma analise em Aria.

Enquanto ouvia tudo, Aria começou a chorar. Ela não acreditava que seus pais tiveram a coragem de contar sobre seu transtorno psicológico para as garotas. Ninguém poderia saber. Nem mesmo Mike sabia disso. Só Aria e seus pais; e deveria ter continuado assim.

Silenciosamente, ela caminhou de volta para a sala e fingiu nada ter acontecido. Continuou assistindo o filme. Depois de um tempo, Malévola chegou ao fim e as meninas resolveram ir para casa.

“Até mais, Aria, se cuida,” Hanna alertou serenamente.

“Pode deixar,” Aria soltou um sorriso meio forçado e abraçou Spencer e Emily ao mesmo tempo.

Ela observou as três irem embora. Será que elas sabem que eu sei que elas sabem sobre meu transtorno psicológico?, Aria questionou a si mesma.

No mesmo instante, o celular dela vibrou vagamente: um sinal de que uma nova mensagem chegara.

Não se preocupe Aria, suas amigas irão protegê-la quando sua personalidade resolver mudar. Elas sempre estarão lá para você; diferentes de Ali, não é mesmo? — A.

Emily caminhou até a porta de entrada de sua casa. Ela parou abruptamente quando recebeu uma mensagem de texto.

Oi, Emily, é a Maya! Salve meu número na sua lista de contatos! Passei na sua casa hoje mais cedo e sua mãe me deu seu número. Vamos sair?!

Emily inspirou e expirou várias vezes. Ultimamente, a cada toque do celular, ela pensava que A havia enviado uma mensagem. Com Maya a enviando mensagens, ficaria aliviada.

Claro, Maya! Que tal amanhã, às oito na McDonalds da Main Street?

Ela entrou em casa, falou com sua mãe, recebeu a notícia que seu pai só chegaria dali a quatro dias, tomou banho, vestiu algo confortável e deitou-se. Não dormiu, apenas deitou-se.

Depois de ter dirigido até sua casa, Hanna encontrou sua mãe já dormindo e recebeu uma mensagem de Mona.

Oi, Han! O dia de reunião dos Vanderwaal é tããão tediante! Queria ter passado o dia com você! O que fez de bom?

Hanna não queria responder aquela mensagem de maneira alguma. Hanna e Mona haviam prometido uma para outra que seriam amigas únicas para sempre. Ninguém mais, só elas. Com essa reaproximação com as antigas amigas, Hanna sentia-se dividida: queria se afastar novamente — por causa de Mona — e queria se firmar novamente com Emily, Spencer e Aria. Hanna definitivamente não sabia o que fazer.

Nada de interessante, M. Vamos nos encontrar amanhã na escola?

Claro, Han! Estarei brilhantemente linda na escola amanhã. Meu pai me presenteou com uma bolsa nova da Gucci. Uma edição limitada!

Hanna sorriu. Ela gostava de bolsas, sapatos, maquiagens, roupas, e tudo que envolvesse ser bela e perfeita, assim como Mona. Elas eram perfeitas como amigas. Após, ela tomou um banho rápido e vestiu seu traje de dormir. Seu celular tocou novamente e ela pensou logo nas mensagens de Mona.

Pobre Hannakins. Mais uma vez, escondendo a verdade da Mona. Ela é sua amiga, Hanna. Ela realmente te ama. E você fica aí, quebrando a promessa que fizeram há algum tempo. Se eu fosse a Mona, já teria virado amiga de Riley Wolfe e Naomi Zeigler. Você é uma fracassada. —A.

“Spencer, eu e Wren estamos tão felizes juntos,” Melissa comentou quando viu Spencer entrar pela porta. Spencer ficou encarando a irmã por algum tempo. “Algum problema?” Melissa questionou depois de um tempo.

“Oi pra você também, Melissa,” Spencer disse simplesmente. Após, ela jogou sua bolsa na mesinha de centro e jogou-se no sofá. “Cadê a mamãe?”

“Ela e papai estão na Filadélfia,” Melissa informou. Ela pegou uma fatia de pão integral e começou a comer devagar.

“E quando voltam?” Spencer pegou uma almofada e abraçou.

“Só amanhã,” Melissa respondeu. “Parece que eles irão passar a noite num hotel cinco estrelas de lá.”

Típico, pensou Spencer, mas resolveu deixar seus pensamentos calmos e limpos. Já estava cheia de preocupação, não queria pensar no quanto sua família era... esnobe e estereotipada.

“Oi, meninas,” Wren ralhou ao entrar de repente na cozinha. “Tudo bem?”

“Sim, querido, estamos bem,” Melissa se aproximou dele e o beijou.

Wren sorriu para Spencer e observou Melissa ir até o jardim lateral. Ele e Spencer ficaram se olhando por um bom tempo, até que ele fez um sinal e elas correram até o quarto de Spencer.

“Eu já estava com saudades de seu beijo,” Spencer disse, segurando o pescoço de Wren. Eles começaram a se beijar freneticamente. Um beijo atrás do outro; parando apenas para respirar. Depois de um tempo, eles resolveram que era melhor parar de vez. Melissa poderia desconfiar.

“Depois nos vemos novamente,” Wren indagou. Ele abriu a porta e cuidadosamente andou de volta ao andar inferior. Spencer deitou-se na cama e ficou olhando para o teto e pensando em como Wren era lindo e perfeito; e pensando também em como aquela situação era perigosa, poderia destruir o noivado de Melissa, ou pior: se seus pais descobrissem, Spencer seria considerada a ovelha negra da família para sempre.

No dia seguinte, Spencer, Emily e Hanna tiveram um “Acorda querida!” bem conturbado.

“Spencer! Spencer!” Melissa gritou inúmeras vezes ao ouvido da irmã.

“O que aconteceu?” Spencer engasgou. Ela levantou-se da cama rapidamente e ficou olhando para a face da irmã.

“A Aria foi sequestrada!” Melissa respondeu, segurando a cintura.

Nos dois minutos seguintes, a única coisa que Spencer soube fazer foi olhar para a TV. A notícia de que Aria havia sido sequestrada estava em todos os noticiários. Spencer, depois de um tempo, desligou o tempo e observou que Melissa já não estava mais do seu lado. De repente, a campainha da porta soltou seu vibrante barulho. Alguém chegara.

Spencer abriu a porta e se deparou com Hanna e Emily.

“Spencer!” Hanna esbravejou quando a porta foi aberta e rapidamente abraçou a amiga. “Nós estávamos preocupadas com você.”

Spencer retribuiu o abraço.

“Eu e Hanna nos encontramos na calçada e resolvemos vir até você,” Emily indagou, segurando as mãos com força.

As três então ouviram seus celulares tocarem. Elas os alcançaram em seus bolsos e abriram a mensagem que haviam recebido. A sensação de terror as chocou assim que elas leram o “A” no final do texto.

Garotas, garotas! Acho melhor vocês juntarem-se para encontrar Aria, por quê será uma missão difícil. Ela está comigo, continuará comigo e só a soltarei quando vocês fizerem o que eu pedir. —A.


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