Never Let Me Go, Peter II escrita por Barbs


Capítulo 15
Doces.


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo é narrado por Gwen Stacy e acontece algum tempo antes do capítulo anterior. Espero que gostem e leiam as notas finais! Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/682624/chapter/15

Algumas horas atrás, Gwen Stacy ponto de vista.

Passava as fotos de Peter igual uma idiota no computador. Ele havia tirado tantas fotos minhas que um dia o fiz me mandar todas que tinha tirado. E eram lindas, mais que isso, eram maravilhosas, ele realmente tinha talento para fotografar, mesmo que por hobbie. E aquele cara que tirou fotos incríveis de mim por tanto tempo, o cara que foi apaixonado por mim durante todo tempo agora estava com outra sabe-se lá fazendo o que. Olhei as horas no computador, a hora parecia não andar e não aguentava mais ficar em casa sem sono e pensando no Peter. Não sabia se estava em meu telhado tomando conta de mim, vigiando para que ninguém me fizesse mal, mas também não procuraria saber.

02:03 p.m.

Bufei. Não ficaria ali, em casa, parada com todos esses pensamentos em minha cabeça. Pensamentos inúteis, pensamentos imbecis. Talvez estivesse acontecendo alguma festa na rua, talvez algo pudesse me distrair do lado de fora de minha casa. Mas não, com certeza não era uma boa ideia sair ás duas da manhã, era como se estivesse naqueles filmes de terror em que a mocinha só faz a coisa mais provável a se fazer, coisas do tipo: ir para o porão com a luz apagada no meio da madrugada, ouvir um barulho e ir atrás para ver se não é coisa da imaginação... Coisas estúpidas, e o que eu menos tinha era estupidez dentro de mim.

Me joguei na cama com o celular em mãos e a vontade de ligar para Peter. A vontade de ouvir sua voz e entender o porquê ele havia feito aquilo comigo, o porquê ele tinha prometido á meu pai que não iria mais cruzar o meu caminho sendo que longe dele é tudo muito mais perigoso. Não consigo entender. Agora não tenho meu pai para me proteger, e o Homem Aranha muito menos, porque o Homem Aranha, neste exato momento está ao lado de outra. Outra que não tem culpa alguma por ter fisgado o coração de meu Peter... O coração do Peter que algum dia já foi meu.

Não demorei a adormecer. Dizem que quando choramos muito acabamos ficando com sono, principalmente se for baixinho, debaixo das cobertas na calada da noite.

Descobri que é verídico.

Acordei com o Sol batendo no meu rosto atravessando a cortina e não parecia ser mais do que sete da manhã. Estava certa, olhei para o relógio na cabeceira da cama e ele indicava seis e meia. Não tinha tempo a perder, talvez conseguisse pegar Peter saindo de casa antes da escola, alguns minutos mais cedo, na esperança de que conseguisse falar com ele, esclarecer minhas perguntas como uma fraca, como uma idiota que ainda corria atrás do cara que nada queria com ela. Mas era mais forte do que eu, e não sabia como controlar essa parte de mim que desejava tanto Peter.

Coloquei a primeira roupa que vi no guarda-roupa: uma saia roxa, uma blusa preta e meu sobretudo. Calcei minhas botas brancas e escrevi um bilhete deixando-o em cima da mesa da sala de jantar para minha mãe.

“Mãe, tive que sair mais cedo. Trabalho da escola.

Te amo, Gwen.”

Arrumei a faixa de cabelo preta acima de minha franja e saí do apartamento indo em direção a casa de Peter. Não conseguia pensar em nada além de como eu estava sendo idiota, mas algo involuntário dentro de mim fazia com que eu não parasse de seguir aquele caminho, e eu não tentava lutar contra esse “controlador”.

Não demorei muito para chegar até lá, fiquei parada por certo tempo – que não fui capaz de calcular – em frente as escadas de sua casa. Podia ver alguém se mexendo lá dentro, mas não sabia se era ele ou sua tia arrumando a casa e fazendo o café da manhã. Respirei fundo e depois – de muito tempo – bati a campainha com o coração acelerado, parecia que saltaria de minha boca se não fizesse nada a respeito. Quis fugir, mas de tão assustada que estava acabei permanecendo travada, em frente a porta de vidro onde a tia de Peter vinha com um fraco sorriso.

Desde que terminamos, nunca tinha tomado uma atitude dessas. Nunca tinha o procurado, nunca. Mas tinha o direito de ter as minhas respostas, de saber o que estava acontecendo e até mesmo de me confortar com o fato de que ele está feliz sem mim, porque ver Peter feliz, ou pelo menos saber que está, já me deixa melhor. Já não me sinto o trapo que venho me sentido desde o enterro de meu pai em que bati a sua porta e ele simplesmente disse que não podia mais ficar comigo.

Quando Peter disse que não queria mais ficar ao meu lado.

— Olá, querida! – tia May sorriu.

— Oi, tia May – sorri de volta – sei que tá um pouco cedo, e me desculpe por isso...

— De maneira alguma – ela me interrompeu – entre.

Meu coração estava saltando em minha garganta e impedindo a passagem de qualquer coisa. Estava com um bolo na garganta, um borbulho no estômago e um suador fora do comum nas mãos. Três sintomas fortíssimos do amor, não me surpreendia.

— Faz tempo que não vem aqui – tia May sorriu – e não precisa dar explicações porque sei o que aconteceu.

— É – disse sem graça evitando fita-la nos olhos.

— Mas, fico feliz que esteja aqui – sentou-se na poltrona mantendo aquele sorriso simpático no rosto – a que devo a honra?

— Bem – sorri engolindo seco – queria apenas... Falar com Peter.

— Oh, minha querida – o sorriso sumiu e ela me fitou com as sobrancelhas juntas, como se estivesse com pena – sinto muito, mas Peter não está.

Gelei da cabeça aos pés de tanta vergonha, logo em seguida pude sentir meu rosto queimar como fogo – Ah...

— Mas olha – ela sorriu sem dar explicações – não se preocupe que ele já deve estar chegando, tem que pegar suas coisas para a escola, eu acho... Quer saber? – tia May se levantou batendo as mãos na calça – vou a padaria trazer alguns doces para comermos, o que acha?

— Oh, muito obrigada, mas tomei café em casa e tô completamente cheia – ri mentindo.

— Ah não! – ela disse andando até a porta – faço questão, espere um pouco, não é longe – abriu a porta em seguida – não demoro tudo bem?

— Tia May...

— Não demoro! – ela gritou rindo do lado de fora de casa.

Era nítido o quão nervosa ela estava por me receber lá. E não era de surpreender. Peter estava com outra e, de repente, eu apareço depois de tanto tempo querendo conversar com Peter. Ele não estava em casa, sua tia sabia onde ele estava e agora eu também, sem nem mesmo ela ter dito. Normalmente Peter costuma dizer que saiu mais cedo para a escola, ou que dormiu demais, não fazia diferença, mas ele usava essas desculpas quando estava salvando Nova York dos crimes, e pelo visto, não foi isso que ele havia feito na noite passada.

Ele estava com ela.

Foi um tanto óbvio porque ele disse a tia que ficaria na casa dela. E só de ter esse pensamento em minha mente já me embrulhava o estômago, fosse com quem fosse, seja com a espiã ou até mesmo com a menina mais estranha do colégio. Balancei a cabeça e subi as escadas olhando pela janela para ver se Tia May estava voltando por algum motivo, mas não estava. Fui caminhando pelo corredor do segundo andar e abri a primeira porta que vi.

Dei um sorriso ao ver o quarto de Peter.

Era a primeira vez que o via com calma, um sorriso surgiu no meu rosto e sequer fiz menção de apaga-lo. Fechei a porta atrás de mim e fui caminhando até sua mesinha onde ficava o computador, mas o que mais tinha ali eram fotos reveladas de várias pessoas, várias coisas. Tinha garotas da escola – as quais ele provavelmente foi contratado ou algo do tipo para tirar fotos – tinha garotos do time de futebol – exceto Flash Thompson – tinha fotos da escola por fora, por dentro e lá estava uma foto dela. Uma foto da ruiva que ele estava perdidamente apaixonado. A ruiva com quem ele estava agora tomando café da manhã e rindo de algo estúpido que ela havia dito.

Fechei minha mão segurando a foto da garota. Notei que havia algo atrás escrito, sentei-me na cama desamassando a foto e então havia algumas coordenadas. Não entendi nem uma, mas percebi que tinha feito algo errado porque parecia alguma coisa importante anotada atrás da foto da garota, seria uma armadilha? Seria algo relacionado a ela?

Eu quem não saberia responder.

Fui andando até a janela olhando para baixo para ver se tia May estava voltando. E não havia nem sinal dela. Coloquei a mão na testa e fechei os olhos tentando mandar embora todos os meus pensamentos, tentando não pensar em mais nada e me recompor para descer e esperar tia May como se nada tivesse acontecido. Como se eu não estivesse entupida de raiva por ver mais fotos da ruiva.

— Que barulho é esse? – perguntei virando em direção da janela.

— Olha queridinha! Feliz em me ver?

Dei alguns passos para trás, mas foi completamente inútil quando caí de bunda no chão após ter tropeçado em um dos tênis de Peter. Fui puxada pelo meu pé direito e então gritei. Mas ninguém poderia me ouvir, ninguém me escutaria, não tinha ninguém em casa e ao lado estava um tanto longe para me escutar, tinha que dar um jeito de me safar. Mas não sabia como.

Comecei a chutar para todos os lados de olhos fechados, chutava a mão do idiota em um planador e com máscara de duende, mas todos os meus chutes foram inúteis. Em questão de segundos fui puxada até a parede da janela e quando tentei me levantar para sair correndo, pude sentir suas mãos em volta da minha cintura, comecei a bater o mais forte que conseguia nas costas do estranho Duende, mas tudo o que eu estava conseguindo fazer era machucar minhas mãos.

As lágrimas começaram a escorrer em meus olhos e, pela primeira vez – dentre todas em que já fiquei em perigo – estava com medo. Como nunca estive antes, e por mais louco que fosse parecer, estava com medo de não ver mais minha mãe e meus irmãos. Peter era o último que passava em minha cabeça, era o mais improvável e o que eu menos deseja ver. Apenas desejasse que ele me salvasse e então o deixaria em paz de uma vez por todas.

Estúpida. Se não tivesse ido até a casa de Peter, não estava em apuros naquele momento. O que aconteceria comigo? Estava trêmula e fiquei mais quando minha bolsa caiu de sei lá quantos metros enquanto eu tentava – com apenas uma mão – pegar meu celular dentro da bolsa. Não conseguia enxergar nada por causa das lágrimas abundantes em meus olhos e o medo estava me deixando cada segundo mais apavorada. Me remexia em cima do ombro do Duende enquanto ele me segurava tranquilamente, ele era extremamente forte.

— Pare! – implorava aos prantos – o que tá fazendo comigo?

— Cala essa boca! – ele ordenou apertando os braços em volta de minha cintura.

— Por favor, eu imploro – falei chorando cada segundo mais – por favor, me deixa ir... Por que está fazendo isso?

— É simples, querida –ele disse a deitando no chão – não vai doer, ou... Não sei, nunca soube se dá ou não para sentir dor depois de inconsciente.

E então, não vi mais nada. Foi como se tivesse acabado, se todas as minhas esperanças estivessem esvaído.

E esvaíram.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Em primeiro lugar o capítulo foi escrito baseado na HQ "A Morte de Gwen Stacy" misturado com o filme "O Espetacular Homem Aranha".
Não deixem de comentar!
Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Never Let Me Go, Peter II" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.