[HIATUS] Vampires Will Never Hurt You escrita por Poison Girl


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Sutta: Galera preciso que comentem para nos incentivar a escrever e também que recomedem a fic para seus amigos e talz. PLIX.

Escrito por Luh



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– CAPITULO QUATRO –

 

(Lillith)

 

Lillith entrou na aula de química e deu um suspiro resignado ao ver o que estava escrito na lousa. Era uma mistura complicada de números. Ela sabia que aquilo era alguma coisa como balanço... Balançar... Balanceamento... Ela simplesmente não se lembrava de como se chamava aquilo. Como se aprendia algo que sequer o nome ela era capaz de lembrar?

Ela jogou os livros na bancada de qualquer jeito e desejou não ter feito isso. A mochila simplesmente bateu na bancada e deslizou para o chão. Lillith perguntou-se como era possível uma única pessoa ser tão desastrada. Levantou bufando e apanhou a mochila. Voltou a sentar no seu lugar, jogou a mochila novamente, desta vez segurando por mais um segundo para que não deslizasse.

 

- Viu? Não é difícil ficar no lugar certo, sua lisa! Você é uma mochila ou um sabonete? – Lillith falou e em seguida perguntou-se por que diabos estava falando com a mochila.

- Hmm, acho que ela não vai responder. Mas eu voto que seja uma mochila. – disse uma voz doce e musical a seu lado.

 

Lillith se segurou na bancada para não cair da cadeira. Seria capaz de jurar que estava sozinha na sala! Há um minuto atrás realmente estava. No entanto, ali estava a irmã de Edward sentada a seu lado, como se estivesse ali o tempo todo.

 

- Sei que ela não vai responder. – disse Lillith, como uma idiota. – Quer dizer... Eu não costumo falar com mochilas e nem qualquer objeto inanimado.

- Ah, que bom. – disse a irmã de Edward sorrindo.

 

Lillith repreendeu-se por ficar chamando-a de “irmã de Edward”. Isso indicava intimidade com o ruivo, como se ele fosse seu grande amigo e a Cullen morena fosse uma irmã desconhecida que chegara de visita. Lillith quase fez uma careta. Seus pensamentos ficavam tão incoerentes perto de Edward... E a irmã dele causava quase o mesmo efeito, embora de um jeito mais leve. Tentou controlar sua mente.

 

- Sou Alice. Alice Cullen. – apresentou-se a irmã... A Cullen morena. Não a irmã de Edward. Era só uma Cullen.

 

E também era a garota mais bonita que Lillith vira na vida. Exceto a outra irmã de... ALICE! A outra irmã de Alice. Céus, o que tinha que fazer para tirá-lo da cabeça? Lillith sentiu uma pontada de inveja involuntária ao olhar o rosto angelical da garota. Seu estomago deu uma guinada engraçada quando notou que os olhos dela eram do mesmo tom de dourado dos olhos dele.

 

- Me chamo Lillith Finkley. Prazer. – murmurou Lillith, cruzando os braços em cima da mochila e descansando o queixo ali.

- Adoro essa matéria. – comentou Alice animadamente – Quer dizer, antes eu achava bem chatinha, mas agora acho legal. Deve ser por que é fácil.

- Fácil? – Lillith ergueu o rosto e arregalou os olhos para Alice. – De que planeta você veio?

- Imagino que pra você seja um pouco difícil. – disse Alice rindo. – É só uma questão de decorar as fórmulas e os números atômicos dos elementos.

- Você deve ter uma boa memória então? – Lillith deu um sorriso duro.

- Sei a tabela periódica decorada. Não me esqueço de absolutamente nada. – o sorriso de Alice era presunçoso, como se Lillith estivesse perdendo alguma piada particular.

- Bom dia. – soou uma voz grave e irritante.

 

Sim, era irritante. Lillith não notara quando a sala se enchera de gente e o professor entrara. O engraçado era que ela nunca tivera nada conta a voz daquele professor em particular. Mas depois de uma aula de biologia com Edward Cullen e uma conversa com Alice, qualquer outro som por mais doce que fosse parecia como unhas arranhando um quadro negro.

 

- Hoje eu pretendia dar balanceamento, mas pensei em dar uma aula prática hoje. – disse o professor sorrindo. – Vamos fazer algumas experiências divertidas!

 

O queixo de Lillith caiu. Aquele era mesmo o professor de química? O severo, malvado e sempre sério professor de química?

 

- Ele está de bom humor hoje! – comentou ela com admiração.

- É por que a senhora Cook, professora de redação, aceitou sair com ele. – Explicou Alice tranquilamente.

- Ah tá. – murmurou Lillith e em seguida, arregalou os olhos: - O QUE?

- Shh, Lillith! – sibilou Alice, reprimindo uma risadinha. – Não quer que todos fiquem sabendo desse segredinho, ou quer?

- Como você sabe disso? – perguntou Lillith levantando para pegar os ingredientes necessários para a reação que o professor descrevia na lousa.

- Tenho minhas fontes. – Alice piscou marotamente ao seguir Lillith. – Mas ele nem devia se animar tanto. O encontro vai ser uma droga.

- Você não pode saber.

- Acredite em mim. Eu sei. – falou Alice pegando os ingredientes.

 

Lillith não discutiu. Apenas voltou a seu lugar e começou a seguir as instruções na lousa. Talvez Alice realmente soubesse. Quando se tratava dos Cullen, não havia nada de que Lillith duvidasse.

 

- Mora há quantos anos aqui? – perguntou Alice distraidamente – Ou nasceu aqui?

- Hmm... Moro aqui há três anos. – respondeu Lillith – Com o meu pai.

- Ah, é mesmo? E a sua mãe? – perguntou Alice com curiosidade.

- E-ela... Morreu. Há muito tempo.

- Ah, sinto muito.

- E a sua família? – Lillith deixou escapar, a curiosidade tomando conta dela.

- Hmm... Somos adotados. Todos os cinco. – falou Alice. – Bem, Jasper e Rosalie são mesmo irmãos.

- Você não tem nenhum grau de parentesco com o Edward? – Um arrepio perpassou pela coluna de Lillith ao pronunciar o nome dele. Ela xingou-se por dentro.

- Não. Mas eu considero Emmett e Edward meus irmãos. – Lillith não deixou de notar que o tal de Jasper não era considerado irmão... O que significava que Jasper era aquele louro que ela vira com Alice.

- Mas os seus olhos... São exatamente da mesma cor que os olhos dele! – ela observou e em seguida perguntou-se se não estava sendo intrometida.

- É? – Alice respondeu distraidamente – Bem, deve ser coincidência.

 

Alice virou-se para a lousa, parecendo pela primeira vez concentrada no que estava fazendo. Lillith fez uma careta para a sua reação, que deveria estar rosa claro. Estava cor de vinho. O olhar de Alice perdeu a concentração por um segundo e ela pareceu perdida em um devaneio. Quase como se estivesse tendo uma visão.

 

- Então, senhorita Finkley... – Disse o professor parando ao lado delas. – O que tem para nos mostrar?

 

Lillith resmungou algo e pegou o ingrediente mais próximo para acrescentar na mistura. Alice voltou ao normal. Ao mesmo tempo em que Lillith largava o ultimo ingrediente, Alice falou:

 

- Não, Lil, não faça... !

 

A reação aconteceu. Começou a espumar. Espumar muito. Lillith, Alice e o professor exclamaram ao mesmo tempo, enquanto as duas levantavam para evitar o jorro de espuma cor de rosa. Lillith teria aceitado de bom grado limpar toda a bagunça – ou toda a escola – se fosse apenas isso. Mas em seguida, um cheiro horrível que parecia uma mistura de meias velhas com amoníaco tomou conta da sala.

 

- Ah, meu Deus! – exclamou Lillith em pânico.

- Pra fora da sala, todo mundo! – gritou o professor enquanto todos os alunos fugiam correndo, cobrindo o nariz e a boca.

Isabelle Shanks saiu simplesmente correndo para o banheiro com uma ânsia de vômito. Lillith fez uma careta. E ainda por cima, teria que sentar sozinha no refeitório por que Jeff fora para casa com dor de cabeça. Aquele definitivamente não era seu dia.

 

(Edward)

 

É isso, Ed. Vou chamá-la para sentar conosco”, pensou Alice com determinação. Edward lançou um olhar grave a irmã antes de assentir levemente. Infelizmente, Rosalie não perdeu o aceno leve de cabeça, como Edward pretendia.

 

- O que? – perguntou Rosalie olhando de Edward para Alice.

- A curiosidade é uma coisa muito feia, Rose. – respondeu Edward, sentando.

- O que vocês dois estão escondendo de nós? – Rosalie sibilou com os olhos estreitados.

 

Alice olhou sugestivamente para Jasper. Rosalie soltou um bufo, como o de um gato enraivecido e fuzilou Jasper com os olhos:

 

- Se tentar me acalmar ou alterar minha vontade de saber o que é, vou arrancar seus braços. – ameaçou a loira.

- Meu Deus, Rose! – exclamou Edward revirando os olhos – Por que você está sempre tão azeda? Não é nada, você está fazendo tempestade num copo d’água.

- Então por que vocês estão escondendo? – resmungou Rosalie batendo o pé.

- Não é que nós estivéssemos escondendo qualquer coisa, sua besta. É só que você não pergunta direito e ninguém conta. – declarou Alice mostrando a língua para a irmã – Tanto faz. É só que eu estava avisando a Edward que ia chamar Lillith para sentar com a gente.

- Lillith? – repetiu Rosalie, incrédula.

- Sim, Lillith Finkley. Uma garota muito engraçada e muito doce que eu conheci hoje na aula de química. – falou Alice casualmente.

- Definitivamente não.

- O mundo não gira em torno de você, Rosalie... – falou Edward entediado.

- Você não vai arranjar outra namorada humana para nos colocar sob a mira dos Volturi outra vez! – Rosalie bateu o pé com força suficiente para causar uma rachadura no salto de acrílico.

 

Jasper olhou em volta, assustado que alguém tivesse notado. Felizmente o refeitório barulhento encobriu Rosalie. Edward sentiu como se estivessem torcendo suas vísceras com uma mão de ferro. Será que Rosalie não tinha um pingo de sentimento? Não percebia o quanto mal fazia ao irmão falando daquele jeito, ou se percebia não se importava? Ignorando a clara referência a Bella, Edward fingiu que não tinha escutado.

 

- Ei, Alice. Sua amiga chegou. – anunciou Edward ao ver Lillith entrar no refeitório.

 

Alice levantou, satisfeita e esquivou-se graciosamente das mãos de Rosalie que ainda tentava impedi-la e dançou até Lillith, que estava parada de costas para a mesa dos Cullens segurando uma bandeja de comida.

 

Você é mesmo uma aberração perdedora, Lillith Finkley. O Jeff vai para casa e aí você tem que sentar sozinha como uma idiota.” Pensou Lillith, fazendo Edward abrir um sorriso.

 

- Oi, Lil! – Disse Alice fazendo a garota pular de susto.

- Alice! Hmm... Oi.

- Ei, sente conosco hoje! – pediu Alice quase saltitando de animação.

- Erm... – Edward viu Lillith lançar um olhar ansioso para a mesa deles. Os olhos azuis se demoraram em Edward e depois na carranca de Rosalie – Não sei, não Alice.

- Ah. – Alice pareceu murchar. Ela estava fingindo, é claro. – Bem, eu devia ter imaginado. Quer dizer... Você tem amigos que você gosta mais e quer sentar com eles. Tudo bem.

Alice baixou a cabeça e projetou o lábio inferior no beicinho. Edward notou nos pensamentos de Lillith que ela teria abraçado Alice para consolá-la se não estivesse com uma bandeja na mão. Ele deu uma risadinha debochada.

- Alice é mesmo uma peste. – comentou Jasper com carinho, já que também observava a cena e também podia sentir os impulsos emocionais de Lillith.

- Claro que não, Alice! É só que... Bem, seus irmãos não se importam? – sussurrou Lillith, para que os Cullens não escutassem. Mas cada um deles ouviu.

- Você está brincando? – perguntou Alice arregalando os olhos, inocentemente – Você é minha amiga, Jazz está morrendo de vontade de te conhecer. Emmett sempre está feliz de conhecer pessoas. E Edward gosta de você.

 

Edward fez uma careta quando Lillith corou e acabou aceitando o convite de Alice.

 

- Gente, esta é Lillith Finkley, minha mais nova BFF! – informou Alice alegremente.

- Sua... O que? – sibilou Rosalie erguendo as sobrancelhas perfeitas.

- BFF, sabe como é...  – Alice falou alegremente, sentando-se – Best Friend Forever. É uma gíria, você não conhecia, Rose? Ah, Lil, este aqui é o Jasper, aquele é o Emmett. Rosalie, minha irmã simpática. Edward você já conhece, não é?

 

Rosalie lançou um olhar venenoso a Lillith, que acabou tendo que sentar entre a loira e Edward. Fora proposital, ele percebeu pelos pensamentos de Alice.

 

 - Alice... – falou Rosalie curvando-se por cima da mesa para a irmã, como se Lillith não estivesse ali – Sabe o que eu li? – ela indicou uma revista que estava no seu colo.

- Você sabe ler, Rosalie? – perguntou Alice, pois já previra o que Rosalie queria fazer.

- Eu li um artigo sobre cabelos... E descobri que as morenas têm 105% a mais de pontas duplas que as loiras.

 

Edward ergueu as sobrancelhas para a irmã e sorriu com o olhar cômico que Lillith lhe lançou. Era tão Rosalie acreditar que a maneira mais rápida de atingir alguém era criticar sua aparência. Lillith olhou as pontas dos próprios cabelos.

 

- Mesmo? Hmm... Eu tenho pontas duplas? – perguntou Alice, fingindo examinar as pontas dos cabelos espetados.

- Rosalie... Por tradição, as mulheres se arrumam para chamar a atenção dos homens, certo? – perguntou Edward sério. Como a loira não respondeu, ele continuou – Você acha que existe em algum lugar do universo um único homem que repare nas pontas duplas de alguém?

 

Rosalie sibilou. Alice saltitou na cadeira e inclinou-se para pegar o cabelo de Jasper.

 

- Olhe, Jazz... Você tem 105% menos pontas duplas que eu. – anunciou Alice.

- É mesmo? Hm, acho que eu não poderia viver sem essa informação. – Brincou Jasper, fingindo um alívio enorme. – Pontas duplas a parte, eu prefiro as morenas.

- É, Rose. – concordou Edward olhando diretamente para Lillith e dando um sorriso torto – Eu acho que eu também gosto de pontas duplas.

 

Lillith ficou nervosa.

 

“Meu Deus, como ele é lindo... Espere! Lillith Finkley, o que diabos está fazendo olhando ele de boca aberta? Ah, meu Deus, ele notou! TEM que ter notado. Eu vou colocar a minha cabeça no forno e deixar tostar, no que eu estava pensando?” pensou ela, fazendo Edward ter que se segurar para não rir.

 

Lillith ergueu a mão para prender o cabelo atrás da orelha, mas o movimento a fez derrubar um copo de coca-cola... diretamente no colo de Rosalie.

 

- AH MEU DEUS! – gritou Lillith, pondo a mão na boca.

Rosalie levantou, o rosto lívido, os lábios perfeitos estreitados numa linha rígida. A blusa antes muito branca agora pingava coca-cola. Tudo o que Rosalie fez foi direcionar um olhar venenoso a Lillith antes de marchar para longe do refeitório. A morena levantou.

- Rosalie, me desc... AH! – Lillith começou a andar... E escorregou na poça de coca-cola, caindo no colo de Edward.

 

Emmett explodiu numa risada alta. Várias pessoas olhavam agora para a normalmente discreta mesa dos Cullen. Alice cobriu a boca com a mão, para que Lillith não a visse rir. Jasper olhou para os próprios sapatos, com os lábios comprimidos de riso reprimido. Edward percebeu a morena estremeceu com o toque de sua pele fria.

 

- Você está bem, Lillith? – perguntou ele, sem demonstrar nenhuma vontade de rir.

- Estou ótima! – disse Lillith, com o rosto ardendo, a voz gotejando ironia, o que fez Edward sorrir para ela.

- Hmmm... Então, Lillith... – Emmett sorriu – Está confortável aí?

 

Só então ela notou que ainda estava no colo de Edward, como se estivesse totalmente à vontade. Ela praticamente pulou do colo do ruivo. Emmett simplesmente explodiu em uivos de riso.

 

- Não seja mal, Em. Vem comigo, Lil. – disse Alice sorrindo e levantando.

 

As duas saíram de braços dados, deixando os garotos sozinhos. Jasper deu uma risadinha e quebrou uma batata frita distraidamente. Emmett olhou para os lados, como se esperasse encontrar Rosalie.

 

- Devo ir atrás dela? – perguntou ele a Edward.

 

Edward ouviu os pensamentos de Rosalie. Preferiu não verbalizá-los, apenas declarou para Emmet:

 

- Só se você estiver cansado de ter braços.

 

Emmett ignorou o aviso de Edward e saiu do refeitório com as mãos nos bolsos para procurar Rosalie. Esquecendo-se completamente de Jasper, Edward fixou o olhar em Lillith e Alice, que afastavam-se de costas. Ele enganara-se a respeito de Lillith. Ela não era diferente das outras humanas dali. Ela era simplesmente única.

 

(Lillith)

 

Depois da vergonha que passara no refeitório, Lillith queria nunca mais encontrar qualquer um dos Cullen. Não ligava mais para o fato de que estava quase acostumada á vida naquela cidade. Queria no mínimo mudar de país. Ou pelo menos ir logo para casa, mas seu pai ainda não aparecera. Será que Jeff se esquecera de avisar ao pai dela que ela não tinha uma carona?

Ela decidiu então ir andando... Não era tão longe assim... Mas a quem ela estava tentando enganar? Se realmente não fosse tão longe assim, ela nem precisaria esperar por Jeffrey. Lillith decidiu que após a sua morte, ia diretamente para o céu. Naquele dia havia pago todos os seus pecados. Ela começou a andar.

 

- Lillith! LIIIIIILITH! – berrou uma voz de sino dos ventos que Lillith desejou do fundo do coração estar imaginando. Não era imaginação.

 

O volvo prateado desacelerou e acompanhou o passo da garota. Jasper estava no banco de trás, Edward na direção e Alice no banco do passageiro, metade do corpo fora do carro enquanto ela se inclinava para falar com Lillith.

 

- Ei, por que está indo para casa a pé? – perguntou Alice, feliz – Quer carona?

- Ah, eu... Hmm... Não precisa, Alice. – murmurou a garota, encarando os pés.

- Lillith, não precisa ter vergonha. – Edward falou como se tivesse lido seus pensamentos – O que aconteceu no almoço foi um acidente. Não vamos deixar você ir para casa a pé sozinha. Tem idéia do que pode acontecer? Você pode ser seqüestrada e morta, assaltada e assassinada, atropelada e...

- Está bem, entendi que se eu for a pé pra casa eu vou morrer. Aceito a carona, obrigada. – disse Lillith, rindo e revirando os olhos, incapaz de perceber a nota séria por baixo da piada de Edward.

 

Alice abriu a porta, praticamente batendo palmas de excitação e fez um gesto indicando o banco da frente para que Lillith entrasse.

 

- Você não já está sentada aí? – perguntou ela.

- Eu? Imagine! – Alice sorriu – Eu estou sentada com Jasper lá atrás, só estava guardando seu lugar.

- Eu posso me sentar atrás... – murmurou Lillith.

 

Sem dar atenção a uma palavra do que Lillith dissera, Alice deixou a porta aberta e foi sentar ao lado de Jasper no banco de trás. Edward revirou os olhos e olhou Lillith, esperando. Ela decidiu que era um comportamento idiota ficar ali parada, apenas olhando. Entrou no carro e fechou a porta, talvez com mais força do que o necessário.

 

- A loira... Rosalie... Ela ficou com muita raiva de mim? – perguntou Lillith, percebendo a ausência da loira e de Emmett.

- A Rosalie? Está brincando? Ela amou você. – Alice riu – Se ela não gostasse de você, ela não seria tão boazinha.

- Ignore a Rosalie, Lillith. Minha irmã não é muito fácil. – falou Jasper.

 

De repente, Lillith sentiu-se bem. Não importava realmente se Rosalie gostava ou não dela. Edward e Alice gostavam. Ela não ligava, estava bem. Edward perguntou onde ela morava, interrompendo seus pensamentos.

De repente, ela lembrou do pai. Da proibição dele. Não podia falar com os Cullen e nem se aproximar deles. E estava aceitando carona, almoçando com eles e... Lillith mordeu o lábio.

 

- Edward?

- Sim?

- Você pode parar na esquina da minha casa?

 

Ela se encolheu quando pensou no quanto esse pedido soava estranho. Se eles perguntassem por que, ela não tinha uma resposta pronta. Tola preocupação. Nenhum deles perguntou nada. Alice e Jasper pareceram levemente surpresos na fração de segundo que Lillith os viu pelo retrovisor. Edward apenas concordou, completamente tranqüilo, como se o pedido dela fosse a coisa mais normal do mundo. A conversa continuou como se a garota não tivesse dito nada.

De fato, ela estava tão à vontade com Alice e Edward, que não teve vontade de descer quando o carro parou na esquina de sua já conhecida rua. Jasper permanecia calado, mas sua presença não a incomodava.

 

- Hmm... Obrigada, Edward... Alice, Jasper. Me pouparam de uma caminhada das boas. – ela falou com uma sombra de sorriso no rosto, realmente grata por nenhum deles perguntar a ela por que ela devia parar na esquina de casa.

 

Lillith andou normalmente, até o volvo sumir de vista. Suas pernas estavam um tanto bambas. Levou mais tempo do que o normal para conseguir enfiar a chave na fechadura. Depois de uma curta luta para descobrir pra que lado virar a chave, ela entrou. Seu pai estava com no corredor, com o braço meio enfiado num casaco, as chaves do carro já na mão, como se estivesse se preparando para sair.

 

- Lillith? – exclamou ele, surpreso.

 

“Esperava quem? Um suricate africano?”, pensou Lillith, mas não verbalizou. Talvez tivesse batido a cabeça em algum lugar ou ainda estivesse sob o “efeito dos Cullen”.

 

- Eu. – respondeu ela, tirando o casaco.

- Jeff acabou de me ligar... Disse que não podia trazer você. – observou o homem, com um ar de desconfiança.

 

A princípio, Lillith pensara em mentir. Dizer ao pai que caminhara até a casa, mas ela não reparara na velocidade em que Edward dirigia. Mesmo que corresse, nunca chegaria em casa tão rápido. Antes de falar, ela deu as costas ao pai sob o pretexto de pendurar o casaco.

 

- Como você demorou, achei que o Jeff tinha se esquecido de ligar. Um amigo me ofereceu carona. Se importa? – ela só virou-se quando acabou de falar.

- Não, não... – ele tirou o casaco, distraído.

- Vou fazer o dever de casa, pai. – anunciou ela subindo as escadas para seu quarto.

 

Mentira para o seu pai... Lillith entrou em seu quarto e tentou não se sentir culpada com isso. Afinal a proibição dele de ver os Cullen não tinha o menor fundamento. E se ele não queria explicar, por que ela devia respeitar? Ao invés do dever de casa, Lillith agarrou o travesseiro mais próximo e atirou-se na cama com um sorriso no rosto. Não há nenhuma dúvida de em quem ela estava pensando.


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