..e acaba num musical mostrando a Dança do Maxixe! escrita por Doc Yewll


Capítulo 1
- Lugar certo, data errada. Novamente!


Notas iniciais do capítulo

Chiquinha Gonzaga
Uma grande Mulher que viveu entre os anos de 1847 a 1935, fundadora da Sociedade Brasielira de Autores Teatrais, bem representa a dedicação, o idealismo e o trabalho da mulher numa sociedade extremamente machista.Se puder pesquise mais sobre Chiquinha Gonzaga!!!!
Agradecimento especial a Arymura pela motivação apoio revisão e beta!!



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1 – Lugar certo, data errada. Novamente!…

Capítulo primeiro

 

 No quadrante Delta…

 

— A esfera borg está fugindo! Eles estão abrindo um buraco de minhoca, pelos sensores ele vai direto ao quadrante Alpha, Terra! Há partículas de Chroniton — revelou alferes Kim

— Odeio o que isso significa, mas eles não podem chegar a Terra! Vamos segui-los! ordena a capitã já massageando as têmporas na espera da dor de cabeça!

— Mantenha a perseguição senhor Paris, não podemos deixá-los fugir.

A nave entram no vácuo da esfera borg, enquanto o buraco de minhoca se desestabiliza atrás dela, já do outro lado, a nave abre fogo contra a esfera, que já estava avariada e  acaba se desintegrando no ar.

— A esfera borg foi destruída informa Tuvok na estação tática.

Janeway solta um quase imperceptível suspiro de alívio, que dura muito pouco tempo, Olhando para a imagem da terra na tela principal, Janeway se vira em direção ao console de operações:

— Status, Alferes Kim.

Kim com um olhar frustrado responde.

— Estamos em órbita da terra, mas no ano de 1885.

— Lugar certo, data errada. Novamente! – brinca Chakotay tentando aliviar o clima, Kathryn sorri sem muito entusiasmo.

— Pense pelo lado bom, sem satélites! - gracejou Tom.

De repente o olhar de Kim se torna mais grave e ele alerta:

— Detectamos sinal de transporte para superfície,Capitã. – Informa o Kim.

— Latitude-22,9083 Longitude-43,1971-Hemisfério Sul – Rio de Janeiro

— Mantenha a órbita padrão. Reunião em 10 minutos.- ordena a capitã.

Na sala de conferência, a capitã estaciona atrás da cadeira de Chakotay e dando um pequeno aperto em seu ombro, começa a explanar a situação andando pela sala.

— Temos que encontrar e neutralizar qualquer ameaça borg.

Bellana, a meia klingon mostra o que sabe prontamente.

— Triangular o destino do transporte, num raio de 150 m perto do Teatro Príncipe Imperial, na

Praça Tiradentes…

Uma jovem de traços asiáticos, alferes Mori, pediu a palavra, ela tinha um jeito calmo e estoico.

— Capitã Janeway, eu me voluntario, sou historiadora especializada.

— Foi para isso que você foi chamada tripulante, precisamos de seus conhecimentos nesta missão! Vamos tomar cuidado para não alterar a linha do tempo. Temos pouco tempo, não sabemos o que eles vão fazer.

— Sem uma fonte de energia viável é improvável que eles comecem um evento de assimilação em massa; Um zangão separado do coletivo seria alvo fácil, por isso a primeira atitude seria a construção de um transponder para os contatos com a coletividade borg — disse Sete com tranquilidade.

— Como sabemos que foi só um zangão que se transportou? — indagou a alferes Mori

— Não sabemos ao certo — disse Kim.

— Por isso temos que descer para averiguar e chamar o mínimo de atenção possível. Concluiu a capitã.

Temos que salvar a Chiquinha Gonzaga dos borgs! —– Pensou alferes Mori.

A capitã olhou em volta, e decidiu por levar: Tom, Chakotay, Ayala, Mori e, sob protesto de Tuvok e Chakotay, decidiu ir também.

Enquanto os homens estudavam os detalhes da missão, e comportamentos da época, as meninas brigavam com as suas vestimentas.

—Tripulante, me explique novamente, porque eu tenho que usar essa máquina de tortura e você não? A capitã está colocando um espartilho, com a ajuda de Mori. Em cinco anos ela nunca tinha tido uma conversa com essa tripulante, era estranho que a conversa estava fluindo tão naturalmente, ela fez uma anotação mental para separar um tempo para a jovem historiadora.

— Essas espartilhos eram muito caros para as mulheres pobres, a senhora tem que aparentar uma artista europeia que talvez venha para o Brasil. No segundo reinado houve uma avalanche de artistas europeias, que vinham para atender a necessidade da elite de fazer o Brasil parecer mais refinado. Eu estou usando o traje básico de uma criada, meus antepassados não tinham imigrado para o Brasil ainda, por isso eu vou ser uma cabocla, mestiça, que vai servi-la. —- Alferes Mori se afastou um pouco quando acabou de disfarçar a capitã.—” Realmente com esse seu semblante aristocrático, ficou belíssima!

— Não vai ganhar uma promoção com elogios, Alferes. —” Brincou a capitã.

— Me perdoe Capitã, mas essa situação toda é surreal, a senhora sabe quem estreará como maestrina neste teatro não é mesmo? Chiquinha Gonzaga é minha heroína. Eles devem estar ensaiando por esses dias. É um sonho conhecê-la.

— Mas lembre-se que isso não é o nosso objetivo disse severamente, mas logo depois suavizou

Vou confessar, eu também quero conhecê-la. Mas não conte para o comandante.

Mori sorriu feliz em ser a nova cúmplice da Capitã!

Na plataforma de transporte.

A equipe estava vestida para missão, Aos homens ela separou trajes com sobrecasaca, terno e cartolas, ela sabia que bem-vestidos eles entrariam em qualquer lugar. O traje da capitã realmente ficou bonito, Mori optou por um espartilho um pouco mais moderno que valorizava os seios e era menos desconfortável ao invés daqueles que tinham como função escondê-los, o rosto severo da capitã corou ao notar os olhares furtivos da parte masculina da equipe. Mori sorriu para si mesma de um trabalho bem-feito.

Era uma produção pequena e tinha poucos funcionários geralmente da mesma família, por isso querer se misturar com os contrarregras era uma perda de tempo, mas forjar documentos, e criar uma identidade de jornalista americano, para Tom, arquiteto para Chakotay, uma ilustre artista irlandesa em final de carreira para a Capitã e assistente pessoal para Ayala, não era difícil, bem ela “Jacira” nem sabia ler nem tinha documentos.

Chakotay ajudou a capitã a sair do coche, Mori tinha viajado junto com o cocheiro  logo os cinco estavam reunidos na calçada.

A capitã já estava dando as instruções!

— Bem aqui estamos Praça Tiradentes vamos nos separar, o sinal pode vir de qualquer desses prédios, Ayala e Tom vocês procurem na área sul , eu o comandante e a alferes Mori , vamos começar por aqui relatório a cada duas horas. Temos que evitar a construção do transponder, Evitem falar com os nativos, poderemos fazer um enorme estrago na história! Vamos! – Completou

— Sim capitã!

— Eu odeio isso! Mal consigo respirar com tanto pano e neste calor infernal! - murmura Kathryn, alisando seu vestido, Chakotay riu enquanto usavam de forma muito discretas seus tricorders, aproveitando as portas entreabertas eles entraram sorrateiramente.

— Acho que peguei alguma coisa — fala o Comandante observando as leituras.— Abaixo, talvez um porão?

— Rápido então! Não podemos perder tempo;

Mas, quando eles estavam procurando a porta que os levariam para a parte debaixo do prédio uma voz cortou.

— Ei! Quem está aí?

A voz do homem era audível, mas ele não estava vendo nem estava a vista.

— Então vá comandante, mas tome cuidado!  Vamos nos resolver por aqui.

— Sim capitão.

Enquanto o comandante acha a porta e se dirige ao local do sinal, Mori se adianta e vai falar com o Jovem homem que estava indo em direção deles.

— O meu senhor me desculpe, mas minha senhora Madame Cataryne  O'Donnell recém-chegada da Europa, a mando do representante da companhia Souza Bastos, aqui está a carta de recomendação. — Abaixando um pouco mais perto do homem sussurrou. — Veja o meu problema, ela acabou de me contratar como criada, me ajude.

O homem olhou para a capitã. Bem vestida com bom porte, pele muito clara e os cabelos castanhos avermelhados, um chapéu elegante, mas ela estava visivelmente corada devido ao calor.

— Bem vejo que deve ser europeia. Mas raios! Que este calhorda está a pensar? Deixou-nos a ver navios, debandou para Europa, sem nem deixar o honorário dos atores, e ainda manda esta bela dama para esse quinto dos infernos? Pobrezinha, vejo que tem porte — esbravejou o homem, certo que a dama não entendia o português.

Mori riu alto, ele olhou para a cabocla que abaixou a cabeça e se explicou:

— Ela sabe falar português…— O homenzinho ficou vermelho, coisa estranha, pois ele tinha a pele morena, e sem jeito, deu um sorriso sem graça para Kathryrn, e com muita educação beijo-lhe as mãos — porte de rainha! José dos Anjos seu criado.

— Madame O’Donnell, eu estava no Rio Grande quando muito de seu povo chegou de sua terra para escapar da fome, Um bando de ruivos que falavam uma língua que ninguém entendia, mas gente muito boa e trabalhadora.

A capitã não sabia se ficava ofendida ou lisonjeada.

Ele virou para a  “cabocla” puxando-a pelo braço e sussurrou mais alto do que pretendia,

— Aqui criada, cá já estou com problemas com esses atores preguiçosos, que estão se escondendo da lida em algum canto, eu cuido da tua senhora, não fique a bisbilhotar! Eu voltarei em breve.

Ele ofereceu o braço à capitã, ela acenou para Mori e fez um sinal com a cabeça. Olhou para o homem e sorriu, ele se distrai com ela  enquanto Mori, discretamente, voltou a usar o tricorder e seguindo o sinal tentou encontrar o comandante.

Ah! O Rio antigo…

Os coches carregavam as damas de sociedade em lindos trajes, estilo parisiense, com exuberantes chapéus, acompanhadas por seus cavalheiros em casacas e cartolas, a beberem chá com bolos e delicados biscoitos e brevidades em sofisticadas confeitarias,

Os homens elegantes conversavam as portas das confeitarias, negras livres e escravas vendendo seus quitutes, estrangeiros oferecendo seus serviços , e mendigos muito ex soldados da Corpo de Estrangeiros no Primeiro Reinado, já idosos, moleques indo e vindo com recados e encomendas, era um contraste entre o povo e a elite, mas realmente o centro do Rio daquela época era uma grata surpresa tinha muito charme, as meninas de “vida duvidosa” às vezes passeavam e coches abertos sempre muito alegres e faceiras, em ruidosa euforia,

No meio da confusão e tentando ficar o mais anônimo possível Tom e Ayala faziam sua busca.

— Não há nada por aqui Mike, estamos perdendo tempo, verificamos todo o perímetro.

Ambos entraram num beco atrás de algo quando dois meninos de uns treze a quatorze anos, que pareciam brincar de pega-pega, bateram neles,mas logo depois se desculparam e saíram como um raio! Rindo e brincando, Tom ainda estava rindo quando fez uma descoberta terrível!

— Meu tricorder! Eles roubaram meu tricorder, minha carteira, mas como? Malandros !— Gritou Tom correndo atrás deles, segurando a cartola.

— Temos que achá-los tenente, não podemos deixar tecnologia no passado — Completou Ayala.

 

No Teatro.

Chakotay descia com cuidado pela escada, atento a qualquer movimento, quando um barulho atrás dele o fez ficar em alerta.

— Senhor, quer ajuda?— murmurou Mori.

Ele fez um sinal apontando para frente e dizendo para ela ficar em prontidão.

Ele abriu a porta e deparou com…


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