One more try escrita por ridxzz


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estou voltando a escrever, então não sei se está muito legal. Mas vocês me avisam mesmo assim. Beijão. Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/682200/chapter/1

A,

Ele me beijou e por um momento eu percebi que o que tínhamos ainda existe em algum lugar e que não está tão escondido. Os lábios dele estavam quentes e úmidos, como se precisassem daquilo pra sobreviver. Foi um beijo calmo e demorado, acho que justamente porque nenhum dos dois queria se afastar. Ele ainda me amava e não tinha como negar, porque aquilo que estava acontecendo era incrível. Mas ele se afastou logo quando eu pensava que o beijo iria continuar por alguns minutos.

— Eu não posso. Sinto muito.

Fiquei incrédula. Eu simplesmente não conseguia processar o que estava acontecendo.

— Eu não acredito, German. Eu não acredito.

— Eu posso explicar o motivo..

— Não me venha arrumar desculpas para a sua covardia. - Senti meus olhos ficarem pesados, eu iria chorar.

— Angie, por favor.

— Não. Eu entendi.

Levantei-me e minhas pernas ficaram fracas. Meu corpo estremeceu e toquei meu lábio com a mão. Respirei fundo e saí pela porta como se não pudesse mais olhar pra trás.

Todas as minhas tentativas de fazer com que ele deixasse aquele medo de lado foram acabando aos poucos e agora não sobrava mais nada. Eu só precisava me afastar e esquecer, o que era um pouco complicado, já que eu tentava esquecer ele desde que fui para a Europa.

G,

Um beijo. Um único beijo fez com que eu me derramasse de amor por ela novamente. Mas eu estraguei tudo, de novo. Eu deixei ela ir embora, de novo. Sentia como se alguma parte de mim estivesse indo embora e eu não sabia o que fazer pra mudar. Na verdade eu sabia, só não iria conseguir.

Eu fiquei sentado naquele sofá como um idiota por alguns minutos, talvez horas, até escutar o Ramallo brigar com a Olga na cozinha. Levantei-me e fui até o escritório.

Abri algumas gavetas até achar o anel que eu tinha dado para ela no começo de tudo e que ela havia me devolvido. Eu sabia o que fazer com aquilo, só que eu não iria fazer. Definitivamente não iria fazer e nada mudaria minha decisão. Tinha que deixar ela seguir sua própria vida. Eu estava destruído demais e ela era cheia de luz. Ela precisava de alguém com a mesma paixão e não seria eu esse alguém.

— Sr. German, eu preciso que avise a Angie que as coisas que ela me pediu já estão prontas.

Era a Olga e eu nem percebi que ela tinha entrado em meu escritório.

— O que ela lhe pediu?

— Que arrumasse algumas coisas que deixou aqui. Eu tentei ligar para ela, mas não consegui.

Ela estava indo embora.

— Eu aviso sim. Pode deixar.

Ela se virou para sair do escritório, mas recuou e olhou dentro dos meus olhos, como se quisesse me intimidar.

— Eu não sei o que você fez para deixar a Srta. Angeles daquele jeito, mas eu garanto que estou ao lado dela, não do seu.

— O que está dizendo? – Senti meu punho se fechar por baixo da mesa.

— Estou dizendo que sim, ela estava chorando. Eu tenho certeza. Se não estava, deveria ter chorado antes de falar comigo. E sei que você é o culpado disso.

— Deixe-me sozinho, Olga. Saia da minha sala.

Ela me lançou mais um olhar e saiu pela porta como se aquilo fosse a última coisa que iria fazer na sua vida. Então eu suspirei e relaxei na cadeira.

Pensei em todas as opções que eu tinha para fazer ela atender minhas ligações, mas infelizmente percebi que não haveriam possibilidades.

Peguei as chaves do carro e saí de casa apressado, pensando no que falar quando a encontrasse. Dirigi até o Studio e procurei por ela em todas as salas, menos na de canto, sendo lá onde eu tinha certeza que ela estaria. Mas eu estava tentando me enganar e conseguir tempo suficiente pra pensar no que falar. Eu estava nervoso. Parei encarando a porta e abri ela devagar, com as mãos um pouco trêmulas até.

Encontrei-a abraçada com o Pablo, de uma forma tão carinhosa que me fez pensar se alguma vez na minha vida alguém além da Maria já tinha me abraçado daquela maneira. O Pablo me olhou já que estava de frente para mim e eu tive a leve impressão de que ele apertou ela um pouco mais forte, como se a estivesse protegendo de algo. Ou alguém.

Ela virou o rosto para trás e seus olhos se encontraram com os meus.

— German... O que você está fazendo aqui?

Percebi que o Pablo soltou a mão dela para sair da sala, mas ela o puxou de volta.

— Fique. Tenho certeza que o que ele quer me dizer é algo totalmente profissional. – Ela respirou fundo, orgulhosa pela encenação forçada de quem não ligava para o que estava acontecendo.

— Na verdade, eu prefiro que essa conversa seja a sós. – Falei, da mesma forma que ela.

— Depois conversamos. – Pablo sussurrou para ela, despediu-se rapidamente e saiu, fechando a porta.

A,

Ficamos nos observando por alguns segundos, que mais pareceram uma eternidade, e ele olhou ao redor.

— Você lembra de quando nós dois quase nos beijamos aqui? – Ele me olhou depois de completar a frase com o tom de voz um pouco mais baixo que o normal.

— O que você queria conversar, German?

Tentei ser fria, mas parecia que quando eu estava perto dele, minha voz saía mais leve que o normal.

— A gente... A Olga me pediu pra avisar que suas coisas já estavam prontas.

E não houve nenhum gol. Por um momento eu pensei que ele ia deixar a covardia de lado, mas parece que ele adorava jogar a bola na trave. Sem perceber, deixei sair um riso irônico.

— E você veio aqui para isso? Você veio até aqui para me dizer que a Olga já arrumou minhas coisas? – Ri mais uma vez. – O que aconteceu com você? Quando você deixou de ser aquele homem que vivia correndo atrás de mim e me falava coisas lindas depois de um beijo?

— O que você está querendo dizer, Angie?

— Eu estou querendo dizer que eu fui idiota em pensar que você seria capaz de enfrentar muito mais coisas do que eu imaginava para ficarmos juntos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "One more try" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.