Lowk escrita por Madie
Notas iniciais do capítulo
Olá, queridos leitores. Mais um capítulo saindo do forno! Apesar de ter sido meio trabalhoso, nós amamos ele e esperamos que vocês também gostem. Boa leitura!
— Será que podemos parar? — Pediu Charlie.
Natasha fez as contas, e aquela devia ser pelo menos a sétima vez que a garota reclamava.
— Certo, agora eu concordo com ela. — Falou Akemi, e se sentou embaixo de uma árvore com frutos que lembravam maçãs, porém, essas eram rosadas.
— Não sei vocês, mas eu tô morrendo de fome. — Paulo disse, fazendo uma careta em seguida.
— Podíamos tentar uma dessas frutas. — Akemi apontou para o pé. — Nós damos para a Charlie comer antes. Se for veneno, ela morre, e não a gente! Que tal?
Todos, exceto a citada, riram. A americana se limitou a lançar um olhar mortal para a japonesa.
Zaki pigarreou. — Bem... eu posso escalar a árvore e pegar algumas "maçãs" — fez aspas com os dedos.
O africano subiu na árvore rapidamente, demonstrando leveza e habilidade. Ele estava coletando frutas e jogando para baixo — onde Akemi pegava e entregava aos demais — quando, ao ir mais pra cima, se deparou com algo que fez seu queixo cair.
Pegue todos os filmes de ficção científica que mostram uma Terra melhorada com cidades fantásticas e junte: talvez chegaria àquele resultado. Prédios colossais de cores alegres, veículos completamente diferentes perambulando, era para encher os olhos de qualquer um. O céu limpíssimo ainda dava uma incrementada em toda a beleza e charme daquele lugar. A cidade se estendia para muito além de onde a visão de Zaki conseguia chegar.
— Ai! — A exclamação da japonesa o tirou do transe. — Você deixou uma maçã cair na minha cabeça, Zaki!
— Desculpe... é só que eu vi algo muito interessante. Acho que vocês irão gostar.
Os amigos se entreolharam curiosos. Paulo foi o primeiro a se candidatar. Com seu corpo nada atlético, tentou subir a árvore, falhando em duas tentativas, até ser ajudado por Zaki e Akemi de ambos lados. O brasileiro magricela deu um berro.
— Que porra é essa?!
Akemi fez uma expressão confusa.
— O que está vendo, Paulo? — A japonesa indagou alto o suficiente para fazer seu amigo escutar.
— Parece... parece... parece... Que eu tô em um jogo! Cara, isso é CandyLand?!
Akemi deu dois passos de distância da árvore com frutos cor-de-rosa e pulou em seu caule, já se agarrando aos galhos de cima e com facilidade, chegou ao seu topo. A japonesa levou as mãos à boca, e não disse nem mais uma palavra.
Natasha ainda estava curiosa, no entanto, não era capaz de subir na árvore por seu terrível medo de altura. Ajudou Charlie a subir, para o desgosto de Akemi.
— Isso é uma árvore com coisinhas rosas, não a casa da mãe Joana! — A japonesa protestou.
— Descrevam como é, galera. — Natasha pediu, como forma de acalmar sua curiosidade.
— Grandes prédios que parecem puro neon... — começou Zaki.
— Carros andando em pistas de vidro no céu... — continuou Paulo.
— Aquilo é um pássaro-porco? — Perguntou Akemi.
Paulo sorriu.
— O correto seria Porssáro.
Charlie ainda estava chateada no canto, com a rejeição de seus colegas, mas ela sabia que merecia.
— E... o céu é bem mais nítido que aqui. — Completou Zaki, por fim.
— Aquilo é um muro? Galera, acho que não estamos do lado bonitinho da dimensão!
Paulo gritou, caindo de desespero, puxando Akemi junto. A japonesa se agarrou a Zaki, que se agarrou à Charlie, e todos caíram. Natasha gargalhou da cara dos amigos.
— Vamos sair daqui, há um portão perto do muro, não havia reparado.
***
— Ei! Ei! — Brigou um homem alto, magro e albino.
Tinha cabelos tão loiros que pareciam a neve branca. Pele pálida e olhos, estranhamente, lilás. Contudo, levando em conta que Natasha pensava que os habitantes seriam Porssáros, daquela maneira estava muito bom.
— O que fazem desse lado da fronteira? — Ele berrou mais alto. — Lawliet, me ajude aqui! Ligue para a central, temos invasores da área radioativa!
Akemi olhou os Nicolazzi.
— É impressão minha ou ele tá falando outra língua?
Natasha olhou a japonesa de volta.
— O que me preocupa não é o que eles estão falando, e sim como nós estamos entendendo.
O que deveria ser Lawliet, era um sujeito magricela, bem pálido e com grandes olheiras. Cabelos negros que caiam sobre os olhos, e vestia um terno de segurança, assim como o albino.
Os Nicolazzi, pegos de surpresa, foram tirados da parte de dentro da cerca, e jogados numa sala vazia e com estofados brancos em todo lugar, que fazia até certa referência à sala de Dr. Freddie Copper, para o terror de Natasha.
O albino entrou na sala.
— Nadaram no lago? — Os Nicolazzi sacudiram a cabeça dizendo que não. — Ótimo. Não se enganem com aquele lado da fronteira! Parece bonito, mas é uma fria entrar lá. O céu mostra a diferença. Aquele lado é totalmente radioativo. Sabem que é crime, né? Se fosse a Judith, estariam fritos!
— Draco, entrei na área 08H do campo, eles não tocaram em nada que pudesse ser de extremo perigo, então estão limpos. — O branquelo coçou a cabeça.— Exceto...
Draco, assim como foi chamado por Lawliet, pareceu confuso.
— Sim...?
— Eles comeram Sáryas.
O albino olhou para os Nicolazzi, que ainda estavam em puro estado de choque.
— Vocês estão se sentindo bem? — Ele estreitou os olhos e analisou um por um.
Quando o silêncio já estava ficando incômodo, Natasha resolveu intervir.
— Sim, absolutamente.
— Nenhum desconforto, dor de cabeça...? — Draco demonstrava cada vez mais curiosidade e parecia intrigado.
— Nada. — Nath balançou a cabeça em sinal de negação.
— Interessante... — O albino murmurou. — Venham, creio que precisam se alimentar.
Draco os guiou até um tipo de refeitório. Os seis sentaram em uma mesa, e Lawliet lhes trouxe uma bandeja cheia de algo que lembrava bolinhos, no entanto, eram perfeitos, cada um deles idêntico ao outro, a simetria era impressionante e remetia à vários brinquedos de plástico feitos a partir de um mesmo molde. O sabor também não deixava a desejar. Aquilo era doce na medida certa, e os ingredientes usados tinham equilíbrio na receita, deixando-a harmônica.
— Gente, tudo nesse lugar é perfeito? — Perguntou Charlie, e mordeu seu bolinho.
— Quero morar aqui! — Paulo praticamente gritou.
— Vão com calma, forasteiros. — Repreendeu Lawliet. — Nós também temos muitos defeitos.
— Lowk pode ser bem problemática, acreditem. — Draco comentou.
***
Draco viu Natasha observar pela janela, distraída, a cidade. Ele se aproximou.
— É tão diferente do lugar onde você vem?
A garota se assustou com a voz do albino, nem o ouvira chegar... o que era estranho.
— Você não faz ideia do quanto.
Depois de algum tempo em silêncio, apenas observando a cidade, Draco resolveu puxar assunto novamente:
— Vocês terão que comprar roupas novas. — Ele apontou para o vestuário de Natasha. — Não me leve a mal, mas as suas são bem diferentes do habitual.
Nath o encarou.
— Eu tinha presumido isso. Já que sai do banho primeiro, não tinha com quem conversar e acabei aqui. — A russa apontou para uma cidadã que passava. — Estou tentando me imaginar em um traje daqueles.
As roupas Lowkianas eram completamente diferentes, grande parte se baseava em figuras geométricas com cores e mais cores.
Natasha fez uma careta. — Eu não vou usar aquilo. — A russa esfregou os olhos.
— Na sala da direita, cruzando o corredor tem uma caixa cheia de roupas pretas. É a única coisa que se encaixa aqui, além das roupas de discoteca.
Natasha suspirou de alívio.
— Menos mal.
***
Mais tarde, se reuniram no QG da pequena fronteira.
Natasha, Akemi, Charlie, Paulo e Zaki, todos vestidos de preto. Calças jeans, leggins, skinnis. Jaquetas de couro para todos, regatas para as garotas, e camisas para os garotos. Todos usavam tênis estilo quartel. Cano alto e amarrado com vários laços, da mesma cor: preto. Do ponto de vista de Akemi, parecia um enterro.
Eles se juntaram a Draco e Lawliet, sentados em uma mesa. Lawliet não parava de comer doces, o que fez Akemi enjoar, já que tinha problemas com glicose. Draco rodava a caneta, o que irritava o T.O.C de Natasha.
Um longo silêncio, que, por fim, fora quebrado por Draco.
— Então, são aliens?
Natasha vacilou.
— Aliens?
Lawliet largou os doces, e tirou o cabelo da cara: Olhos lilás. O mesmos do albino. Draco olhou os olhos de cada um.
— Azuis. — Falou ao olhar Natasha. — Castanhos. — Apontou para Akemi. — Caramelo.— Declarou ao analisar Paulo. — Pretos. — Ele olhou Zaki. — Verdes. — Analisou os de Charlie, por fim.
— Não somos aliens. — Esclareceu a ruiva.— Vocês que são esquisitões.
Draco sorriu.
— Aqui em Lowk todas as pessoas possuem olhos lilás. Ficaria fácil achar intrusos. E outra... Vocês não morreram a comer a fruta mais tóxica da área radioativa de Lowk, a qual vários cientistas fizeram experiências e comprovaram que um simples toque, mata. Só posso concluir que... vocês são aliens.
— Não somos aliens, cara! — Paulo protestou, indignado.
— Não? — O albino sorriu irônico. — Então o que são, afinal?
— É uma longa história. — Contou Natasha.
Draco pegou uma xícara de chá e jogou três cubinhos de açúcar.
— Não se preocupe. — Disse ele. — Temos tempo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então, o que nos dizem sobre os novos personagens?
Pedimos encarecidamente que comentem! Além de motivar as autoras, ajuda a gente a corrigir erros que possam ter passado despercebidos, e nós podemos saber o que vocês estão achando da fic.
Beijinhos.